Recife, 18 de janeiro de 2017.
Me senti menos burro olhando o Instagram que o Facebook, não
sei por quê. Me senti foi desatualizado da vida dos meus amigos. Mais que no
Facebook, não sei por que também. Não sabia que a filha de um amigo meu havia
nascido. Não sabia que outra amiga estava grávida. Nem que uma familiar minha
já tinha dois filhos. É, o Instagram é uma ótima fonte para quem quer saber
quem casou ou se reproduziu. Essas coisas não me diminuem muito, porque não
quero me reproduzir, nem posso casar. Namorar eu posso, mas como disse muito
bem um amigo meu ontem numa conversa no Facebook, “não domino muito bem essa
arte”. A arte de chegar numa mulher. Acredito que deva ser uma figura muito
repugnante, pois só levei revés em todas as tentativas de abordagem que tentei
até agora. Não foram muitas, admito. Provavelmente menos de dez. Nem lembro,
nem conto, logo, não sei. Sei que até agora o meu Wii U não chegou. São 14h24
do dia 18 e o prazo limite é dia 20, sexta agora. Quero jogar videogame, mas
não quero começar nenhum jogo de PS3, pois não quero interromper o jogo e me
esquecer dos comandos, do ritmo, da vibe do jogo quando o Wii U chegar.
Dificilmente zerarei um jogo em menos de um dia ou dois. Até porque sou
daqueles que gostam de procurar os segredos escondidos num game.
Recife, 19 de janeiro de 2017.
17h04. Lembrei o termo psicológico que diria que é
inevitável na relação entre paciente e terapeuta! Não é projeção, é “transferência”.
Bem que eu sabia que era algo que começava com “trans”! Pronto. Segundo o
Wikipedia:
“A transferência é o deslocamento do sentido atribuído a
pessoas do passado para pessoas do nosso presente. Esta transferência é
executada pelo nosso inconsciente. Para a teoria freudiana, esse fenômeno é
fundamental para o processo de cura.
Na Psicanálise, a transferência é um fenômeno que ocorre na
relação entre o paciente e o terapeuta, quando o desejo do paciente irá se
apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras
parentais e seus substitutos serão transpostas para o analista, e assim
sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados
e sentidos na atualidade. O manuseio da transferência é a parte mais importante
da técnica de análise.”
Pronto, foi a aulinha aê. Para dizer que o blog não é só
besteirol. Por falar em besteirol, meu Wii U ainda não chegou. O deadline para
a chegada dele é manhã (sexta), quero ver se não chegar... aliás, não quero nem
ver, quero que chegue. Para eu ter o final de semana todo para jogar.
Obviamente com uma saidinha com o meu primo-irmão e quem sabe uma chegada na
Vila Edna. Por falar em Vila Edna, já encomendei a minha camisa do único bloco
que eu vou durante o carnaval, o “Saia Dessa Noia”, que rola na semana pré, no
dia d’Os Barbas (18/02). Espero que pelo menos essa encomenda role. E tomara
que o Wii U chegue amanhã. Mas confesso que tenho poucas esperanças nesse
aspecto.
Ainda zerei outro jogo que havia começado no PS3, chamado Rain,
mas é um jogo facilzinho e curto. Com uma hora e meia cheguei aos créditos
finais, aí o jogo abriu a possibilidade de eu jogá-lo de novo e encontrar “memórias”
escondidas no cenário, coisa que não me darei ao trabalho de fazer. Só se me
desse um troféu de platina. Não tenho nenhum troféu de platina na minha lista
de troféus. Esses são geralmente conseguidos fazendo coisas insanas no jogo,
como zerar no modo mais extremo de dificuldade, fazendo todas as side quests e pegando todos os itens. O jogo
no qual estava mais próximo de conseguir o de platina – eu acho – era Rayman
Origins, estava pegando tudo no jogo, estava realmente afiado na mecânica e nos
desafios apresentados, mas aí apareceu Destiny na minha vida e me sugou para
dentro do seu sistema solar cravejado de aliens e agora quando pego o Rayman
para jogar a partir das fases mais avançadas em que estou, levo um pial
desgraçado. Isso é frustrante para mim, pois terei que reaprender a jogar,
ficar fera novamente para conseguir a provável platina do jogo. Ainda voltarei
a ele, mas não agora. É uma pena que o Wii U não tenha esse esquema de troféus
ou de achievements como os
Playstations e Xboxes. Acho bastante divertido e enaltecedor ganhar um troféu
por alguma coisa cabulosa que consegui transpor ou alcançar em um jogo. Comecei
a jogar Tokyo Jungle também ontem, só para ver como era. O jogo é exatamente
sobre isso: os homens desaparecem da Terra e a cidade de Tóquio, uma década
depois se torna uma selva de pedra e de vegetação e cabe a você como um animal
devidamente inserido na cadeia alimentar sobreviver a predadores, caçar presas
ou pastar, dependendo se é um animal carnívoro ou herbívoro, e, finalmente,
procriar que é como você sobrevive no jogo. Consegui passar pelo tutorial com
poucos atropelos, mas quando fui jogar, só podia escolher entre um lulu da pomerânia
e um veadinho, então escolhi o primeiro, pois achei que iria ser mais fácil,
porém morri, não entendi se foi de velhice, por não conseguir me reproduzir a
tempo, ou se foi de fome ou se fui atacado por um predador que não vi. Aí
acabei desistindo de jogar. Mas é um jogo que promete. Ele é 2D ½, como Final
Fight ou Streets of Rage, onde se pode andar para cima ou para baixo no cenário,
além de para esquerda e direita, claro, mas com a limitação de não sair da rua
em que estou. Não posso pegar uma transversal, por exemplo.
Mas, rapaz, ou mulher, esse blog está ficando realmente
muito chato, está virando um blog sobre videogames. Não quero isso para o
bichinho. Queria que ele tratasse de questões existenciais, fosse mais profundo
do que minhas neuroses gamísticas. Porém, isso é um retrato da minha vida como
ela se apresenta, totalmente dedicada a videogames. Quando uma coisa nova
ocorre, ela aparece aqui, como foi o caso da camisa e do CAPS. Ah, hoje é
aniversário da minha amada irmã e foi bom falar com ela ao telefone agora há
pouco. A priori não queria, mas eu liguei o foda-se e aceitei que minha mãe me
passasse o telefone. Foi um agradável ato de socialização. Conversamos sobre
filmes, sobre como ela vai conciliar a vida no trabalho com os dois guris, além
das felicitações de aniversário e não foi muito mais que isso. Mas foi o
suficiente para trocarmos energias positivas e alegria pelo contato um com o
outro. Foi muito melhor do que a opção que me veio à mente em primeiro lugar de
não falar, de negar o convite da minha mãe. Isso seria uma atitude extremamente
rude, ainda mais sendo o dia de seu aniversário. Tivera eu optado por esta
decisão, estaria me sentindo culpado até agora e mamãe estaria mal-humorada
comigo, com toda razão. Ainda bem que resolvi falar com ela. Acredito que me
forçar a socializar seja uma coisa, embora à primeira vista desconfortável,
salutar e psicologicamente saudável para mim. Preciso investir nisso sempre que
possível. Não posso me enclausurar num mundo alienante de videogames, Word e
internet. Comecei até a ver Pina 3D, um filme de dança contemporânea, mas não
tive paciência para mais do que meia-hora. Também já eram quase três da manhã e
estava com sono. Mas é muito belo. Pretendo assistir o resto depois. Hoje não.
Hoje gostaria de ver um filme de ação blockbuster.
Vou ver o que tenho baixado aqui e escolher um. Em verdade, não estou com
disposição de ver filme algum, mas sei que se colocar para ver acabo gostando. É
como a danada da socialização. O primeiro passo é o mais difícil, até para uma
coisa tão fácil e divertida quanto ver um filme. Isso é para ver como a minha
zona de conforto está limitada e rígida. E eu confortável nela. Não tenho vontade
de sair da zona de conforto de maneira nenhuma. Mas o CAPS vem aí e, antes
dele, o final de semana com meu primo-irmão. E talvez antes disso, o Wii U que
vai aumentar um pouquinho o repertório da minha zona de conforto. Ele será
bem-vindo e sem nenhum sentimento de desconforto. Sentimento, sim, de agradável
prazer. É sempre o melhor presente ganhar um videogame para mim. Um que eu
queira, digo. Prefiro o Wii U ao Nintendo Switch, ao PS4 Pro ou Xbox One S.
Estou achando que os jogos estão ficando complexos, difíceis de jogar e grandes
demais para o meu combalido HD interno. Até o novo jogo do Mario é meio open world. Vixe. Prefiro a simplicidade
divertida dos jogos mais antigos da Nintendo. E ainda terei acesso aos clássicos
de videogames passados da Nintendo através do Virtual Console da Nintendo
Store. Já começarei, ao que tudo indica com 30% de desconto em The Legend Of
Zelda A Link to The Past, que foi o primeiro jogo que me fez ficar quebrando a
cabeça sobre seus enigmas, mesmo enquanto estava em aula no colégio. O segundo
foi Super Metroid, também do Super NES e que também tem no Virtual Console!
Além de Metroid Fusion e Metroid Zero Mission! Uhuu! Nostalgia aí vamos nós!
19h23. Me perdi navegando na internet agora. Entrei no
Metacritic para ver as listas dos jogos mais aguardados de 2017. Vi lá que
Super Mario Odyssey será um jogo mais hardcore que os atuais Marios, o que me
desmotivou um pouco em relação a ele. Mas gostaria ainda que fosse lançado para
Wii U. Um novo Mario sempre é bom, mesmo que mais difícil. Vi que o Persona 5
já foi lançado no Japão e foi sucesso de público e crítica lá, mas nem posso
pensar nele se não joguei nem o 4 ainda. E só vou jogar depois que zerar o
Mario Kart 8, o Super Mario 3D World e o modo estória do Splatoon. Não sei se
jogarei o Splatoon online, que dizem ser o grande diferencial do jogo. Acho que
darei uma chance. Vai que eu gosto. Interessante é que há um tempo eu sugeri no
meu há muito esquecido blog no site da IGN que a Nintendo fizesse um jogo de
tiro em terceira pessoa usando tinta em vez de balas. Eis que, anos depois,
surge Splatoon. A idéia expande e dá mais sentido ao uso de tinta que a minha
sugestão, mas a coincidência me deixa feliz. Me faz sonhar que alguém leu
aquilo e desenvolveu o jogo a partir da minha idéia. Mas isso é só coincidência,
não acredito que a Nintendo invista tempo cascavilhando a internet em busca de
idéias para os seus jogos. Gostaria de ter a resposta da camisa do Saia Dessa
Noia. Daqui a pouco vou ver se responderam algo no Instagram. O que é um saco.
Mais fácil seria pelo Facebook. Por sinal, posso procurar se há uma página do
Saia Dessa Noia no Facebook. Eles estão tão organizados que é capaz de ter. Vou
ver logo isso. 19h41.
Bom, eles têm página no Facebook. O nome do bloco é “Sai”
Dessa Noia, não “Saia”. Por isso não achei de primeira. Minhas mensagens foram
lidas. Vamos ver o que vão fazer. Se vão me responder ou não. Minha parte da
comunicação eu já fiz. Só não sei se tenho coragem mesmo de fazer a camisa do
Manicômio de cabeça para baixo. Não é nem por mim, mas pela reação da minha
mãe. Ela pode me proibir de sair com a camisa. Sei lá. Vou meditar mais sobre o
assunto. Mas gostaria muito de fazer.
20h12. Eles responderam. Disse que passam amanhã aqui para
deixar a camisa! Uêba! Só falta o meu caçulinha chegar amanhã também. Aí sexta
vai ser só alegria! Para aumentar minha alegria, perguntei à minha amiga de seu
aniversário e do aniversário da filha de outra amiga que se dá no mesmo dia,
que é um evento mágico. Pelo menos foi no ano passado. Com pipoqueiro,
espetinho, raspa-raspa, cachorro quente e sei lá mais o quê, tudo de graça,
numa praça com um mural dedicado aos Beatles ao fundo, no Poço da Panela e com uma
banda de frevo que tocava até Los Hermanos. Não preciso nem dizer que a cerveja
e a coca eram free também, né? E só
gente conhecida e querida. Em suma, um sonho. E ainda tinha a pirralhada toda
fantasiada e correndo pra tudo que é lado. Nenhum deles meu, graças. Se meus
aniversários fossem assim, acho que passaria a gostar deles.
20h38. As mensagens não estão chegando à minha amiga. Talvez
o seu celular esteja descarregado ou ela tenha posto em modo avião por estar em
consulta ou numa reunião. Sei lá. Também não sei mais o que dizer, me perdi nos
meus próprios pensamentos agora. 20h46. Baforando e pensando, tanto lembrando
quanto fazendo projeções. Me perdendo entre o passado e o futuro próximo.
Amanhã, para ser mais específico. Como queria que o Wii U chegasse amanhã. E
espero que a galera do Sai Dessa Noia apareça durante o dia, pois há a
possibilidade de o meu primo-irmão querer sair amanhã à noite. Se eu tiver
ganhado o meu caçula, de repente nem saia, fique securando. Não, mas
sociabilizar vem em primeiro lugar. De toda sorte digo que só posso sair depois
que receber a camisa. Qualquer coisa encontro com ele já no ponto de destino.
Mas só saio de casa depois de pegar a minha camisa XL do Sai Dessa Noia.
Aparentemente gozo de certo prestígio com a galera do bloco, visto que vêm
fazer a entrega na minha casa. Obrigado mesmo, se algum de vocês estiver lendo
isso!
20h57. Poderia assistir Moon hoje. Dizem que é bom. Parece
que foi dirigido pelo filho de David Bowie. Não tenho certeza se é esse que é
dirigido por ele, mas acho que é. É um sobre a lua. Tem dois que baixei que são
sobre a lua. E ambos são estilo cult. Um deles foi dirigido pelo filho de David
Bowie. Ou baixei o mesmo filme com dois nomes, pois o filme é chamado de Lunar
no IMDb, mas lá também diz que o título original é Moon. Eu não lembro o nome
do outro filme sobre a lua que baixei e toda essa conversa não faz a mínima
diferença, pois vou ver Moon e pronto. Quando abri a pasta de filmes, vejo o
nome do outro filme sobre a Lua, se ainda me lembrar qual é, e posto aqui. O
IMDb deu nota 7,9 ao filme, o que é bom para os padrões do site. Já vi muito
6,5 legal.
21h09. Já liguei a TV. Esperando ela detectar o HD externo.
21h13. Por isso a demora, o cabo não tava conectando, tive de colocar outro.
Pronto achou. Vamos ver quais são os filmes de lua que eu tenho. Porra, peguei
o HD externo errado! 21h15. Vou lá na sala pegar o outro. 21h17. Outro HD
conectado. Tenho Moon e acho que o outro chama-se Love. Mas procurei no IMDb e
o Love que aparece não tem nada a ver. Vou ver no site de filmes de onde baixo.
Agora encasquetei. Não apareceu nenhum Love lá. Apareceu um Love no site de
legendas e me lembro de ter baixado esse Love que é drama e romance – sem lua –
por conta da atriz que acho uma gata. Estranho. De qualquer forma já aproveitei
para baixar o Jack Reacher novo com o bom e cada vez mais velho Tom Cruise. Ele
é muito foda no outro Jack Reacher, espero que seja igualmente foda neste.
Tomara que baixe antes de eu acabar de ver Moon que já emendo um no outro. Uma
coisa que eu tenho vergonha de admitir, mas admito mesmo assim, é que a melhor
categoria de filme para mim é “lançamentos”. 21h26. Esqueci de baixar a porra
da legenda. Que lenda. 21h27. Vamos lá atrás da legenda. 21h30. Ótimo parecem
que tiraram Moon do catálogo e não tem as legendas também. Vai na tora. No
parco Inglês que eu tenho. Consideremos isso uma aula de imersão na língua.
23h21. Acabei de ver Moon. Embora a premissa seja muito
interessante, o filme é meio devagar para quem está acostumado a blockbusters como eu. Valeu a pena ter
assistido, por mais que tenha achado meio maçante. Tanto que estou com sono
agora e pensando em dormir. Mas vou colocar um pouco mais de Coca e tentar
escrever mais um pouco. Queria me animar para o Jack Reacher Never Go Back, que
já baixou. Mas acho que não aguento. Fica para amanhã.
23h57. Três minutos para amanhã. Que pode ser um dia de
grande felicidade ou de grande decepção. Tudo depende dos Correios agora. De
entregarem no prazo estipulado pelo Submarino e pela Brasil Games (que demorou
muito para enviar o console). Se não tivesse ficado no pé deles, acho que ainda
não teriam enviado. 0h.
Recife, 20 de janeiro de 2017.
Minhas mensagens de WhatsApp ainda não foram recebidas pela
minha amiga. Vai ver ela está num lugar onde internet de celular não pega, o
que é raro nos dias de hoje. Como costumo dizer muito ultimamente, sei lá.
Espero que hoje seja o grande dia. Adoro tirar videogame da
caixa, montar preparar, deixar tudo bonitinho antes de jogar. E depois gosto de
jogar bem muitão, é claro! Mas é melhor preparar meu coraçãozinho para o fato
de que não o receberei hoje. Está difícil imaginar essa situação, mas tenho que
introjetá-la. Já arrumei inclusive a área e disponibilizei tomadas para ligar o
console e o controle (é ambos têm tomadas independentes pelo que entendi). Só
espero não estar sobrecarregando o estabilizador, pois estão ligados nele: a
TV, o Sky, o computador, o PS3, o Blu-ray e ainda vão entrar o caçulinha e seu
controle na parada. Como a maioria é 110V, acredito que o bicho vá aguentar,
muito embora esteja usando duas extensões com mais de uma entrada enfiadas no
bicho para poder plugar todos os aparelhos, pois ele só tem quatro entradas de
tomada. O Wii U foi criado para ter baixíssimo consumo de energia. Torçamos por
isso. Ou vou queimar meu estabilizador e ficar sem games e sem TV. Pelo menos
tirei dele a impressora; uma carga a menos para o parrudo aparelho. Mas está um
emaranhado de fios horrível aqui perto dos meus pés. Se minha mãe realmente for
fazer a reforma do meu quarto esse ano, requererei que essa fiação toda fique
escondida, porém acessível, para que possa mexer e plugar e desplugar aparelhos
dela com facilidade. Vai que, por acaso eu compre ou ganhe um novo videogame ou
queira ligar um abajur. No meu quarto há três, mas não tem um espaço legal nem
tomada para enfiá-los. 0h20. Estou morrendo de sono. Acho que vou tomar mais um
copo de Coca Zero, escrever e baforar só mais um pouquinho e ir dormir. Afinal quero
que o “mais tarde” de hoje chegue logo. Para quebrar a cara ou ter uma imensa
alegria. Fora pegar a camisa, né? E o que que eu faço nela? Deixo em branco ou
colo o logotipo do Manicômio de cabeça para baixo? Eis a questão. Mas tenho até
dia 4 de fevereiro para decidir. Na verdade, tenho até o dia 17 de janeiro,
pois 18 sai o bloco. Dia 4 vai ser o dia da pintura das camisas no Capibar.
16h58. A camisa do Sai Dessa Noia já foi entregue e paga. Por
sinal quem trouxe foi uma queridíssima amiga, namorada do grande Tiranossauro
Rex. Só o Wii U é que não chegou. Logo ele... pode ser que ainda chegue, sei
lá. A esperança está em seu leito de morte, mas insiste em viver.
20h23. A esperança de que o Wii U chegasse hoje está
devidamente sepultada, assim como a minha esperança de pegar o troféu de
platina no Rayman Origins. Acabei de passar mais de uma hora para passar da
nova fase. E não consegui pegar todos os bônus dela, que contam para uma zerada
perfeita, ou seja, para um troféu de platina. Só não desisti porque já tinha
passado do meio da fase, mas devo ter morrido, no mínimo, 30 vezes. O jogo
tornou-se absurdamente difícil depois dos primeiros mundos, quando, com
sacrifício, conseguia pegar tudo. Essa fase que passei agora eu duvido que em
algum momento da minha existência eu consiga passar no desafio do tempo, qual
seja, passar pela fase o mais rápido possível quase sem errar nenhum pulo e sem
morrer nenhuma vez, ir de cabo a rabo do estágio, correndo que nem um
desesperado antes que o timer chegue a zero. Ha... ha... ha... simplesmente impossível
para esse que vos digita. Tenho o Mirror’s Edge para jogar esse final de
semana, porque acho que não tem como eu sair. Meu primo-irmão está doente e
minha mãe não sacou dinheiro, logo não tenho companheiro de saída e por mais
que este melhore, o que é bem provável, eu não tenho dinheiro em espécie para
levar e acho que iremos para o tipo de lugar que não aceita cartão. E minha mãe
não me deixaria sair com um cartão de qualquer forma. Então, sem Wii U e sem
saída de final de semana, me resta assistir o novo Jack Reacher e jogar PS3.
Algum jogo que dê para zerar em um final de semana. O que acho ser o caso de
Mirror’s Edge. Acho que depois de ter jogado Rain e Rayman, eu estou um pouco
menos condicionado pelos controles de FarCry3, então acho que dá para encarar o
Mirror’s Edge. O que me falta é saco para encará-lo. Mas tentarei fazê-lo.
Recomeçando dos tutoriais. Preciso de nicotina no sangue, preciso baforar o
Vaporfi. Passei mais de uma hora sem fazê-lo, morrendo naquele jogo infernal. O
pior é que estou com mais vontade de jogar ele que o Mirror’s Edge... vai ver
que sou masoquista mesmo. Ou, o que acho que seja o caso, o jogo é divertido
mesmo sendo extremamente difícil. Você nunca morre porque o jogo é injusto,
você morre porque é lambe e não tem habilidade para passar. Em todas as morte,
eu fiquei puto comigo, não com o jogo. Vou ver, pelo menos, como é a próxima
fase. Depois assisto Jack Reacher. Isso está virando um blog sobre
videogames... que coisa inesperada e desagradável. Alienará o pouco de público
que ainda tenho. E não atrairá o público gamer, pois não dou nenhum macete ou
faço reviews ou previews dos jogos; eu apenas reclamo ou falo das minhas conquistas
nos jogos e ainda encho o texto de spoilers.
Eu estou fazendo tudo errado, escrevendo sobre videogames para quem não entende
patavinas de videogames, isso sim é dar dois tiros, um em cada pé. Mas o
problema é que minha vida atualmente redunda em videogames. Ah, o cabideiro do
meu armário caiu, quebrou a haste que o segurava, de forma irreparável a meu
ver. Ainda não contei à minha mãe. Acho que vou esperar até a faxineira que vem
quinta para ver se ela dá um jeito. Pelo que me lembro, foi ela que deu um
jeito quando a outra haste do cabideiro se quebrou. Ela fez um suporte de
pregos que até agora está lá, funcionando. Se eu fosse um homem de verdade, eu
poderia fazer o mesmo do outro lado. Mas eu não tenho disposição para tal,
ainda mais tendo alguém que resolva por mim. Faço nada. Depois faço errado e
aí? Comodismo chegou aqui e se instalou até as entranhas. Meu irmão certamente
daria um jeito, mas isso é o jeito dele de ser. O meu, infelizmente, não é
assim. Sou um verme maldito. Vou encher meu copo de Coca Zero (nova embalagem e
novo sabor! Que por sinal gostei mais que do antigo), dar umas baforadas e
encarar mais uma fase de Rayman. Depois, quando a frustração se tornar
insuportável, assistir Jack Reacher 2.
21h20. Passei por uma fase relativamente fácil do Rayman,
obviamente sem coletar tudo e dei de cara com uma dificílima, escorregadia, no
gelo. Vixe. Incrível como a dificuldade aumentou ou eu estou enferrujado no
jogo, já que fazem anos que joguei, ou meu limiar de frustração está baixo. Eu
jogo um jogo hoje para ter prazer, não masoquista frustração. Lembro-me que no
passado, em outras fases do gelo do Rayman eu não parava de tentar enquanto não
conseguisse. Hoje, não tenho mais essa paciência. E as fases se tornaram bem
mais difíceis, isso é fato. É como se houvesse um primeiro ato, mais fácil, e
um segundo ato, punk rock hardcore. Se o cara vem do embalo do primeiro ato, o
segundo não parede tão hardcore, mas se o cidadão pega o jogo de cara do
segundo ato – o que é quase o meu caso, pois faz anos que não jogava – o cidadão
perde qualquer verniz de civilização e é tomado pela ira e pela frustração.
22h13. Pior que consegui ir na fase seguinte do jogo e
estava jogando até agora. Mas não consegui de jeito nenhum passar do “mestre”
do final da fase, se queimação (literalmente) de estômago pode ser considerada um
mestre de fase. A nova fórmula da Coca Zero parece trazer um sabor mais
acentuado de cravo, talvez canela, mas principalmente cravo, o que a priori dá
um buquê mais perfumado à bebida, mas que se torna um pouco enjoativo com o
tempo para mim que não sou muito fã de cravo. Bebi agora e para mim
definitivamente acrescentaram (mais) cravo à fórmula. O pior é que vou ter que
me acostumar, pois beber a com açúcar e virar um balão é que não vou. E substituir
por água não é uma alternativa para mim. Ou por quaisquer outros refrigerantes.
Tem que ser Coca. Zero. Ou até a com stévia (sei lá como escreve) se achasse
para vender. Bom, vou ver o filme. 22h24.
Recife, 21 de janeiro de 2017.
0h44. Acabei de ver Jack Reacher Never Go Back. Achei o
primeiro melhor. Vou dormir. Tenho que me lembrar de deixar a cadeira de bebê
da amiga de Helena lá embaixo amanhã. Prometi a ela.
17h08. Deixei a cadeira de bebê faz uns 40 minutos.
Aparentemente, ninguém veio requerê-la, senão o porteiro teria me avisado. Meu
primo-irmão, apesar da virose, já se anima a ir para a festa em Olinda. Baile
da Macuca. Mas só a entrada é R$ 60,00 + 1 kg de alimento. Levando em conta que
a Coca deve ser uns R$ 5,00, precisaria levar, no mínimo R$ 120, mais o dinheiro
que gastaria com os Uber. Para mim, um preço extorsivo, por mais que tenha
visto na página do evento que várias pessoas que eu conheço vão. Talvez mamãe
até liberasse essa grana para eu ir, mas eu acho abusivo. E ainda pode ser que
o lugar esteja lotado. Meu primo vai ficar bêbado e assumir seu lado predador,
espalhando a sua virose por aí e eu vou ficar no meio daquela multidão ouvindo
iPod e esperando o tempo passar. É claro que esta é uma visão pessimista, posso
encontrar as pessoas conhecidas supracitadas e interagir com elas. Posso, sendo
extremamente otimista, achar novo amor por lá. O que seria uma ótima, que de
amores platônicos estou cansado. Se bem, que como uma queridíssima pessoa
disse, eu não dou a mínima para sexo. Acho que esse desinteresse, em grande
parte por causa do remédio (assim espero), me impede ou não me impele a ir
atrás de garotas. Essa falta de libido pode ser por causa do bucho também.
Segundo o meu padrasto a gordura abdominal produz hormônios femininos,
diminuindo o efeito da testosterona. Não sei onde ele viu isso, só sei que me
assombrou essa idéia. No sentido de dar medo mesmo. O que sei é que mais e mais
vejo pessoas como eu, que estão ou ficaram solteironas. Não que esse seja o meu
destino final, por mais que aparente ser, não que desejo ficar solteirão. Gosto
de namorar. Amo namorar. Agora confesso que não amo tanto sexo assim. Ainda
mais tendo em vista o fracasso que foram as minhas duas últimas tentativas
nesse expediente. Isso me deixa inseguro para caramba em relação ao coito. Mas,
porém, contudo, todavia, posso comunicar da minha insegurança para a menina com
quem ficar e torcer pela compreensão dela. Há que se frisar que nem todos os
primeiros encontros acabam em sexo. Assim, acredito. O meu primeiro, salvo
algum milagre, não acabaria. Até porque não teria grana para o motel e duvido
que minha mãe ficasse feliz em encontrar uma desconhecida na minha cama, ou
seja, dentro de sua casa, no outro dia. Bom, para que sonhar, se não vou para
esta festa e, mesmo que vá, não conquistarei ninguém? Arre, o derrotismo já
desmantela tudo. Queria ter o modo de pensar do meu primo, que liga o que se
foda e vai atrás das gatinhas. Com mais ou menos voracidade dependendo do teor
alcoólico no sangue. Quando está bêbado mesmo, ele conversa umas duas ou três
frases e já pula para o beijo. Às vezes é até engraçado de ver, principalmente
quando a menina não está no mesmo nível de embriaguez que ele. Quando está, ele
quase sempre consegue agarrar, como já vi com olhos incrédulos e surpresos.
Pois é, festas como essa de hoje são só motivo geralmente para “azaração”.
Óbvio que casais também hão de aportar por lá, mas a maioria é composta por
solteiros e solteiras loucos por trocar afetos. Será que negocio com a minha
mãe a ida a esta festa ou não? Grande dúvida. A vontade de ir é a mesma de não
ir. E se for, para valer a dinheirama toda investida, tenho de ficar até o
final. O que, para mim, não soa como diversão e sim como tortura. Será que
estou com conjuntivite? Meu olhos começaram a ficar meio remelentos. Mas de
onde teria contraído isso? Acho que não é nada. Não estou sentindo como se
houvesse areia nos olhos. Vai ver que minhas glândulas lacrimais estão fazendo
um update de software. 17h45. Vou pegar mais Coca Zero. Já me acostumei com o
novo sabor, o cravo já não me salta às papilas gustativas, aliás, ao olfato.
18h08. Os olhos pararam de lacrimejar, graças. Tive uma
conversa com a minha mãe sobre a festa, ela liberou a verba para eu ir, mas continuo
em cima do muro, achando que vai ser uma muvuca, um aperto, com um som que não
curto. Se fosse um show do Los Hermanos, eu iria sem pestanejar. E acharia o
preço justo. Mas, se com as atrações como Academia da Berlinda, Forrólindense e
DJ 440 o preço já é esse; o Los Hermanos deve ser uns R$ 200,00 a entrada.
Preço que eu não pagaria nem a pau para ver minha banda brasileira predileta. A
não ser que fosse open bar. Pagaria R$ 200,00 para ver Björk, Radiohead, U2.
The Cure eu gostaria muito de ver, mas não quero que a imagem jovial de Robert
Smith que guardo em minha cabeça seja destruída pela imagem dele velho como
está agora. Disseram que até de cabelo branco ele está. Não. Prefiro me poupar
disso. Agora entendo porque papai não queria voltar a Macau. Justamente para
não destruir a imagem idílica que tinha da cidade dos tempos de sua juventude.
Por falar nisso, tenho que levar as cinzas de papai para lá. Meu irmão já disse
que, se ninguém se candidatar, ele vai lá comigo quando vier no final do ano, o
que me deixaria bastante desapontado com a minha família paterna. Mas é a vida –
ou a morte –, tem gente que fica com receio de carregar tais coisas consigo.
Tenho que entender.
18h46. Fui olhar o WhatsApp da minha família paterna e
parece que está um caos lá pro lado do Rio Grande do Norte. Botaram fogo num
ônibus em Macau. Não consegui divisar a causa dessa preocupação generalizada da
família e desse ato de vandalismo. Estou realmente completamente alienado do
mundo. Soube dos massacres nos presídios do Brasil, inclusive em RN, será que
tem alguma coisa a ver com isso? Sei lá. Pelo visto visitas a Macau nem tão
cedo. Acho que o negócio vai ser esperar meu irmão. Mas o quarto da vez a ser
remodelado é o meu, aí certamente minha mãe vai se lembrar das cinzas, pois vai
vê-las e vai querer que eu me livre delas o mais rápido possível. Tomara que
alguém vá pra Macau e me leve antes disso. Vou botar mais Coca. Espero que ela
renda até depois das 21h. Por motivos que me envergonham repartir aqui...
18h54. Vou falar com meu primo-irmão, para ver se bate a
instiga ou a morgação para ir para essa prévia carnavalesca. Entrei em contato
com ele. Ainda está em casa. Vamos ver se a retórica dele me motiva a ir. Enquanto
isso, o Submarino me mandou um e-mail hoje pedindo que eu confirmasse o
recebimento do Wii U. Respondi que não havia recebido e dei nota “regular” (3 estrelas)
para a Brasil Games. O Submarino retornou com um e-mail dizendo que havia
aberto um novo protocolo de atendimento para solucionar o meu problema.
Confesso que não sei como isso vai ajudar, me parece mais uma atitude “estética”
do que algo com conteúdo, mas sei lá. O Wii U já está em Recife, então já deve
estar perto de chegar de uma forma ou de outra mesmo. Minha ansiedade chega ao
ponto de pensar que alguém dos Correios roubou o Wii U para si e que, com isso,
perderei toda a grana ou pelo menos as parcelas que paguei até agora. Espero,
para distanciar o pesadelo da realidade, que tenham enviado o Wii U dentro de
uma caixa outra que não revele o conteúdo. Uma caixa de papelão ou pelo menos
embrulhado em papel madeira. Tomara. Tomara que ele chegue segunda-feira.
Talvez a Coca dure até as 21h. Está um pouco abaixo da metade. Diria que, além
de cravo, colocaram um pouco de louro e canela na nova Coca Zero, mas aí é mera
suposição. O que percebo mais é o cravo. De longe. 19h25. Nada de resposta do
meu primo para me incentivar. Acho que não vou. Minha alma está dividida
exatamente na metade. Metade de mim quer ir e outra metade acha uma péssima
idéia. Socializar é a decisão mais saudável, eu sei. Logo eu deveria ir à
revelia da metade de mim que nega essa possibilidade, mas uma motivaçãozinha do
meu primo cairia bem para sacramentar a coisa. 19h30. Ele finalmente escreve
algo. Perguntei também quem ia com ele.
19h34. Ele disse que não vai ser apertado e que um amigo e
uma amiga vão também. Uma coceirinha de instigação começa a bater. Se ficar
aqui, ficarei escrevendo o que é deveras improdutivo. Não estou com saco de ver
filme, nem de encarar Mirror’s Edge. Muito menos o infernal Rayman (que pena,
era um jogo que queria ter a habilidade de zerar, mas não com esse nível de
dificuldade).
20h31. Ainda não decidi se vou. Isso vai ficar pro post de
manhã. Esse já está gigantesco demais. Tão gigantesco que nem vou revisar. Vou
postar e dar um rumo à minha night. Fui.
20h43. Ou melhor, não fui. Meu primo desistiu de ir e com
isso a minha oportunidade de ir foi por água abaixo. Agora me sinto na
obrigação de revisar esta joça toda antes de publicar. Damn it! O que fazer da minha noite, então? Além de revisar isso?
Poderia começar a jogar Rayman Legends, o sucessor de Rayman Origins, mas aí se
daria a mesma coisa que com o primeiro, teria de interromper, agora por causa
do Wii U e quando fosse jogar de novo estaria todo destreinado. Não. É melhor,
não. É melhor não começar nenhum jogo, pois acredito que o Wii U chegará na segunda-feira.
Pois é, a esperança é como a fênix, renasce das cinzas. A cada novo dia útil,
no caso. Vi o trailer de Mario Odissey e confesso que foi o primeiro jogo do
Mario que não me deixou babando de secura para jogar. Não sei bem por quê.
Talvez despeito por provavelmente ser um jogo que não vai sair pro Wii U, só
para o Switch. Mas o mesmo se deu com o novo Zelda. Foi o primeiro que não me
deu vontade imediata de jogar. Acho que é essa coisa de serem meio open world. Já tem open world demais no PS3. Não queria mais um. Ainda mais tendo
jogado dois open worlds consecutivos:
FarCry3 Blood Dragon e FarCry3. Meu primo não responde. Perguntei se estava
rolando algo de interessante lá na casa dele hoje. Pelo menos ia, via minha tia
querida e saía desse quarto. E aproveitava e pegava meus games de Wii que estão
lá. Mas ele não deu sinal de vida a tempo e minha mãe já foi dormir, então
mesmo que esteja rolando uma mega-festa lá, eu não poderei ir, como talvez
nunca aprenda a usar hífen de acordo com a nova gramática. Tenho a sensação de
que o certo hoje seria megafesta assim tudo junto, mas não estou acostumado com
tal inovação. Já entrei na décima página de Word. Hahahahahahaha. Quero ver
quem vai ler isto até aqui. Vou parar, revisar e postar.
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