domingo, 29 de janeiro de 2017

TUDO AO CONTRÁRIO HOJE... OU Wii UHUUUUUUUU!!!

Quando não esperava, o que achei ser impossível, dado o meu grau de expectativa e ansiedade, o meu Wii U chegou! Uhuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!! Só que aí o que morgou foi a saída com o meu primo-irmão. Quando disse a ele que tinha recebido o Wii U e que estava na fissura para jogar, mas que queria ir para a Budega do Velho, não para Olinda, como era o seu novo plano, ele me cortou da parada. Fui tomar banho, quando saí já estava tudo arrumado e eu fora do esquema. Fiquei um pouco decepcionado, mas agora vou securar o meu Wii U. Pô, não sei o que queria mais, se era sair ou jogar Wii U, mas meu primo e o destino escolheram por mim. Então vou nessa, depois de ter passado um tempão configurando o Wii U e um tempinho jogando The Legend of Zelda: A Link To The Past (que é pixel perfect, lindo em sua simplicidade, ao contrário do borrado Street Fighter Third Strike de ontem), que comprei com 30% de desconto, por cinco dólares e uns centavos com taxa, para testar se a minha conta estava funcionando, vou jogar um jogo feito para Wii U mesmo. Só tô em dúvida de qual dos três. O Mario Kart 8, eu vou deixar para o final. Tava pensando em começar pelo Splatoon, para poupar o Super Mario 3D World. Mas o que quero jogar mesmo é o Mario 3D World. Então, sei lá, vou jogar. Depois conto o que joguei.

21h24. O Super Mario 3D World é o bicho. Ainda estou pegando a manha dele. Só passei de três fases até agora, mas confesso que estou meio baixo astral. Como acontece comigo depois do orgasmo. Depois do ápice, vem um vazio. Mas sei que se continuar jogando essa frescura vai passar.

22h13. Passei de mundo mas fiquei morrendo num lugar idiota na primeira fase do segundo e resolvi dar um tempo. Realmente o meu limiar de frustração para videogame está muito baixo. Ia voltar a jogar o Zeldinha antigo, mas parei para baforar e escrever um pouquinho aqui. Acho que retomarei o Mario depois. Ou tentarei o Splatoon. Não sei. Não estou com vontade de jogar e isso para mim é algo completamente sem sentido. Não há explicação para eu ganhar um videogame novo, da Nintendo, e não querer jogá-lo. É fato que já zerei esse jogo há uns dois anos atrás, então nada para mim nele se afigura como novidade ou descoberta. Mas isso não é razão suficiente para eu morgar de jogar assim tão rápido. Eu olho para o videogame, acho uma gracinha, convidativo e talz, mas não me dá vontade de jogar. Pelo menos não agora, neste exato momento. Queria ter ido com a galera, mas agora é muito tarde, minha mãe já foi se deitar. Será que estou entrando em depressão como minha mãe vive alardeando? Espero que não. Acho que não. Acho que só enchi o saco de morrer no mesmo lugar idiota e dei um tempo na jogatina. Só isso. Pode ser que eu esteja enjoando de videogames como um todo. Essa pode ser uma explicação mais plausível. Mas não posso enjoar logo agora que tenho um novo console, vários jogos estão vindo para eu jogar e ainda tenho um montão de PS3 para zerar. Para falar a verdade, já está me dando vontade de jogar o Mario de novo. Então acho que todo esse melodrama foi porque estou com pouca paciência para ficar morrendo no videogame. Quando joguei, lá na casa do meu primo-irmão, no Wii U da minha prima, eu me lembro que quando morria muito, eu dava uma pausa para fumar um cigarro e tomar uma Coca-Cola. É o que estou fazendo agora, só que escrevendo, além da Coca e do Vaporfi, estou escrevendo também. A única diferença é essa. E confesso que escrever vai me dominando e passo muito mais tempo entre uma jogada e outra. Bem da verdade, não sei se queria realmente estar numa festa de carnaval em Olinda. Do que estar no aconchego do meu quarto, com Vaporfi com atomizer zero bala, possante, Coca-Cola e um Wii U. Talvez seja um estágio para eu jogar com a princesa Peach em vez do Mario, com ela, seria muito mais difícil eu morrer no lugar em que estava morrendo, caindo num buraco na ganância de pegar moedas. Eu nem preciso ir neste lugar para passar de fase ou pegar todos os itens do estágio. O máximo que este lugar me dá é uma vida extra. Mas só sossego quando passar por ele sem morrer. Esse atomizer novo está o porradão. O melhor que peguei nos últimos meses. Vou ligar o Wii U. Ele é uma graça. E demorei bem uma hora para fazer o setup de tudo. Mais do que no PS3, eu acho. 22h57. Liguei. Está no Mii Plaza, ou coisa que o valha. Vou encher meu copo de Coca, dar mais umas baforadas e encarar o Super Mario 3D World. 22h59.

0h32. Passei do segundo mundo. Passei da primeira fase do terceiro, mas sem pegar quase nada. Perdi um power-up que me permitiria pegar mais coisas num incidente idiota. Se for mais uma vez, isso não vai acontecer. Vou pegar Coca-Cola e baforar.

0h43. Aproveitei para fazer uma boquinha também. Agora estou gostando bem mais do jogo. Tenho mais controle sobre o Mario, muito embora esteja numa fase de gelo agora.

1h11. Peguei tudo da primeira fase do terceiro mundo e da segunda também. Parei agora porque a bateria do controle estava piscando, ou seja, acabando. Estou feliz com o meu caçulinha. Percebi que algumas coisas mudaram na UI (User Interface) dele desde os tempos em que joguei no da minha prima, mas nada de muito gritante, foi mais na parte de criação do Miis (avatars). Adoro usar a stylus para escrever na tela. Acho chique pra dedéu. Isso sem falar no jogo do Mario que é uma delícia quando não resolve pegar pesado na dificuldade. A fase que estou agora é chatinha toda e só fiz morrer. Fiquei feliz que o controle deu bateria fraca, assim posso descansar a mente para ver se amanhã passo dela. Amanhã vou é na Vila Edna. Depois é que jogo Wii U. Ou vou dormir agora enquanto está relativamente cedo e acordo quando minha mãe for me dar remédio e jogo antes de ir na Vila Edna e depois! Tô na fissurinha de pegar um Mario Kart 8 também, mas tenho que segurar. Uma delícia de cada vez. Agora acho que não empata eu dar uma jogada no Splatoon, só para ver o que é que esse jogo tão falado tem de especial. Se é que tem. Principalmente no modo single player. Mas estou curioso. Quem sabe, se estiver muito frustrado do Mario não dê um rolé nele? 1h33. Pegar mais Coca.

1h37. Batia mais um Mario 3D agora na moral. Pena eu ter colocado o Gamepad para carregar na dock station dele. Não quero interromper o carregamento para não lascar a bateria. Se tivesse ligado o fio de alimentação direto no Gamepad, eu estaria jogando. Mas é melhor assim. Durmo e acordo cedinho amanhã para jogar. Vou botar até o celular para tocar de 10h15. Agora estou sentindo fé no caçulinha. Quando eu quero até acordar cedo para jogar é porque estou realmente amarradão no game. O caçulinha é até maior do que eu me lembrava. Tanto ele quanto o Gamepad. O que acho legal. Ele é pesadinho e o Gamepad é leve, o que é bom, pois jogar várias horas segurando algo pesado é desconfortável. O controle é tão cheio de pra-que-isso que aparentemente permite que você controle a TV através dele. Não programei esta parte, nem mexi, porque gosto do controle da minha TV e já estou acostumado com ele. Depois dá algum conflito, quis não. Até o Zeldinha das antrola eu tô com vontade de jogar. Só achei que a bateria do Gamepad acaba muito rápido. As do meu controle de PS3 duram mais de uma semana eu jogando muito. Esta durou umas 4 horas depois que carregou. E isso, contado com aquela crise de não querer jogar, de anticlímax e essa besteirada toda.


Bem fico por aqui feliz e contente de ter mais um novo membro na minha família de consoles. Inté sei lá quando!  

sábado, 28 de janeiro de 2017

(ONTEM) QUE SACO...

Recife, sexta-feira, 27 de janeiro de 2017.

Meu Wii U não chegou. Meu primo não vai sair hoje. Ou seja, só me resta este computador e o PS3. Que é o que eu tinha antes e estava bastante confortável com isso. Quando os meus irmãos estavam aqui, nem o PS3 eu tinha. E também não podia sair. Porque agora que estou de volta ao meu quarto, tenho o PS3 para jogar, posso assistir filmes além de escrever aqui e navegar na internet, eu estou reclamando? Mudança de paradigma? Talvez, uma vez que algo mudou na minha vida, eu encomendei um videogame novo e agora voltei ao CAPS. Queria fazer algo de diferente hoje, algo que me gerasse mais adrenalina e prazer, que compensasse a minha frustração de não ter recebido o meu sistema novo e a obrigação de estar indo a um lugar ao qual eu não estou muito disposto a ir. Dá até uma vontade de começar Persona 4, mas acho que o Wii U chega antes de eu zerar, mesmo que me mandem outro, então não vale a pena. 200 horas-jogo equivalem a mais de um mês jogando, ainda mais agora que tenho o CAPS na minha rotina. Que saco. Estou parecendo um borderline, que nunca está satisfeito com o que tem. Quer sempre mais. Mais frisson, mais adrenalina. Vamos parar com isso, né? Eu já estou muito crescidinho para dar uma de bebê chorão. Acho que vou encarar um Mirror’s Edge. Ou até começar o Metal Gear Solid 4. Não, esse último seria besteira começar, pois não daria tempo de zerar muito provavelmente. E é outro jogo que tem uma história a ser seguida, uma mecânica própria a ser aprendida, etc. E é um jogo que eu quero parar para jogar, para ver se me imerso nele como ele parece pedir. Mas ele está na lista para depois do Persona. Quem me dera tivesse um filmezinho que quisesse assistir, mas nenhum me vem à mente. O negócio é Mirror’s Edge mesmo ou algum bestinha que eu já tenha baixado aqui no meu PS3. O Rayman é um que me atrai, mas não sei se consigo passar do mestre que é uma azia no estômago de um monstro. Tem o Bit. Trip. Run. 2, mas esse é ainda mais frustrante, foi um que eu devia ter parado para jogar de cabo a rabo. Se morre muitas e muitas vezes nele para passar de um estágio, mas, mais ainda que o Rayman, você sabe que o vacilo foi seu. A falta de reflexo ou o caminho errado foram culpa sua. Não encaro ele porque além de ser muito frustrante eu já adquiri novos movimentos e não sei mais como executá-los e utilizar-me desses movimentos é essencial para passar do nível em que estou. O pior é que não consegui passar nem do primeiro mundo neste jogo ainda. Também, estava jogando como uma completista, que queria tirar a máxima pontuação em cada estágio. Para isso, não se pode cruzar a linha que demarca o meio da fase, consequentemente, se morrer começa-se do começo do estágio e não do meio da fase, o que demora muito mais tempo para dominar cada estágio e torna o jogo deveras mais frustrante. Sei não. Ficar falando em jogos também não é o melhor divertimento. Mas parece que para mim é. Tanto é que em vez de virar a cadeira e começar a jogar, continuo escrevendo aqui. Estou esperando dar 21h para poder comprar Coca-Cola na pizzaria aqui em frente de casa, que aumentou o preço dos refrigerantes vertiginosamente: de R$ 8,50 para R$ 9,90! Faz uma grande diferença no final do mês quando se bebe de três a quatro litros de Coca por dia. Mas não quero ir no mercado, que é onde provavelmente minha mãe vai querer que eu vá se resolver comprar as Cocas antes da 21h, pois há uma lista de coisas que ela quer que eu compre. Parece até que vou ter que pedir para um dos boys que levam carrinho de supermercado vir trazer as compras comigo, o que significa que a lista é grande. E odeio supermercados. Tirando o que fica perto da casa da minha irmã na Alemanha. Mas aí é luxar demais. Acho que porque lá só fazíamos compras pequenas, para o dia mesmo. Não para a semana ou o mês inteiro. No máximo para três dias. Enfim, dava para eu carregar tudo pra casa. Até porque lá eu podia colocar coisas na minha mochila. E as sacolas eram de pano que já levava comigo para o supermercado. Senão teria que pagar por sacolas de plástico do supermercado, uma medida de sustentabilidade, para não desperdiçar plástico à toa. Mas por que estou falando nisso? Bom, é tão chato quanto falar de games, talvez até um pouco menos. Na Alemanha tem muitos corvos e poucos pombos. Na Alemanha tem mais fumantes que aqui e cada um assume a idade que tem. Digo isso principalmente dos mais velhos, que não tem vergonha das rugas que carregam nos rostos nem dos fios prateados que ostentam na cabeça. Pelo menos a maioria. Vai ver que cirurgia plástica lá é mais cara. Fato é que cada um aparenta a idade que tem. 20h54. Mamãe está fazendo sanduíche de maionese com atum pra gente. E eu com esta má vontade de ir fazer compras. Vergonhoso. Ela já disse que vai me dar o dinheiro para comprar as Cocas. Vou lá ficar um pouquinho perto dela.

22h01. Voltei da pizzaria agora, ainda impressionado com o aumento do preço da Coca. Aproveitei para tomar um copo na piscina desfrutando do ambiente bucólico e degustando um cigarro de verdade. Mamãe, coincidentemente, veio me falar de planos que tem de viajar com o meu padrasto para a Alemanha – e me levar – esse ano. Não estou muito entusiasmado com a viagem, mas estou entusiasmado com a volta, nos planos deles de navio, o que é um espaço bastante favorável para paqueras, devido ao confinamento das mesmas pessoas num ambiente confortável e lúdico. Uma motivação para perder peso. Se isso tudo acontecer. Mamãe ainda está passando por uma quimioterapia, é bom lembrar. E lembrar também que tal empreitada é cara para cacete. Mas também, não devemos nos esquecer que minha mãe já vai fazer 66 anos, então tem que aproveitar enquanto o físico e o psíquico ainda estão razoavelmente legais. Eles pretendem me deixar na casa da minha irmã e fazer uma pequena turnê pela Europa, só o casal, para que meu padrasto finalmente conheça o Vaticano. Há outras paradas planejadas no percurso deles, mas não decorei. Quero mais é que aproveitem enquanto podem. Eu, se for, tentarei passar o máximo de tempo fora de casa possível. Espero que estipulem um valor de 30 euros por dia para mim, para que possa visitar museus, comprar um CD ou outro e coisas assim. Mas não vou voar alto demais para não acabar como Ícaro. Duvido que me deem tal quantia diariamente. Se não me derem, pelo menos de forneçam o valor do ticket de metrô e de duas Cherry Cokes. Já está de bom tamanho. Ficar em casa da minha irmã com duas crianças é algo que não me apetece. Bom, pelo menos ela não mencionou reformar o meu quarto. Espero que se esqueça disto. Não sei por que eu não quero que façam a reforma do meu quarto. Isso é uma coisa bastante contraditória com a minha suposta vontade de exibir minhas bonecas e bonecos. Às vezes me dá vontade de me livrar de todos eles. Mas daí olho para a minha coleção, a parte que está aqui em casa, e mudo instantaneamente de ideia. Não sei o que quero realmente. Sei que parei de colecionar. Comprarei talvez só mais uma peça para utilizar meus reward points que tenho na Sideshow. Penso na She-Ra, pois tenho o He-Man e o Esqueleto. E são peças magníficas. E mais baratas também porque são 1/5 e não 1/4, ou seja, são ligeiramente menores que as do formato Premium que é o padrão colecionado pelos entendidos. Eu não tenho isso de padrão, talvez até por isso seja tão difícil para mim divisar como vão ser as prateleiras para dispor as figuras, posto que as tenho de todos os tamanhos, de 1/4 até Nendroids que não chegam a 10 cm. Minha coleção é uma mistureba só. Mas amo todas as minhas bonecas. Espero que mamãe me permita um dia mandar pintar os kits que tenho, hoje raríssimos, das garotas do Evangelion. Com o dinheiro que sobrar da pensão, digo. Eu vou economizando, sei lá, R$ 50,00 ou R$ 100,00 e quando juntar o suficiente para o frete e o serviço eu faço uma, depois faço a mesma coisa para outra e assim vai. Acho que tenho uns seis kits para pintar e montar. Ao longo de dois ou três anos acho que conseguiria tê-los todos pintados. Não tenho pressa. Tenho pressa para a chegada do meu Wii U. Segunda-feira, se não chegar, vou mandar outro e-mail para Luiz da Brasil Games através do Submarino. Segunda, por todas as contagens, completam-se os cinco dias úteis para a resposta dos Correios. Aí saberemos se houve extravio, quando vão me mandar o console, se este vai chegar em boas condições etc. Tenho medo da brutalidade como lidam com encomendas nos Correios. Embora seja um console da Nintendo e, por isso, mais parrudo e resistente que os da concorrência, via de regra, se jogarem a caixa no chão não sei se o bichinho aguenta a lapada. Estou muito preocupado em relação a isso. Se a caixa vier toda amassada, tirarei fotos, pois, se o console não funcionar, eu tenho a prova documental de que não foi por mal-uso, mas sim pelo manuseio desqualificado dos Correios. Mas espero que chegue bem, mesmo que com esse atraso imenso. Segunda-feira me parece o dia que ele vai finalmente chegar. Como sexta me pareceu... a quem estou querendo enganar? Há algo de muito estranho nessa história toda. Não preciso saber o que é, só preciso que o Wii U chegue são e salvo na próxima semana. Só isso. Não é pedir demais, é até pedir de menos, quando o prazo máximo da entrega combinado era dia 20 de janeiro.

23h00. Fui pegar Coca. Minha nova cama é massa, superconfortável, porém acho que ela me provoca mais o ataque de dor no cóccix que a outra dura de solteiro que eu tinha. A impressão que eu tenho é essa. Ontem mesmo tive uma crise dessas. Demorou quase uma hora para passar. E é uma dor forte e incômoda para caramba. Espero que esteja enganado e uma coisa não tenha correlação com a outra. Senão, há bem que vem para males. E terei que me acostumar a ter crises mais frequentes dessa dor odiosa em troca de uma cama mais confortável. Fico só imaginando uma linda garota dormindo ao meu lado e desfrutando de todo o conforto que a minha cama oferece. Seria um diferencial meu. Como seria um diferencial negativo um quarto cheio de bonecos. Hahahahaha.

23h06. E eu que ia jogar videogame, até agora nada. Vou ligar o Profetafy... daqui a pouco. Não quero barulho agora. Quero silêncio, só com o som das teclas sendo digitadas e do ar refrescando-me do verão recifense. Se bem que daqui a pouco desligo o ar, pois começo a ficar com frio. Vou encher o copo de Coca novamente, porque, para variar, tomei quase de uma sentada só. Quando me perco em pensamentos, tomo a Coca que nem sinto. Enquanto escrevia pensava em jogar Mirror’s Edge (que passarei a chamar de ME, para simplificar minha vida e dificultar a do leitor). Por falar em leitores, com a frequência que estou publicando posts imensos, cada vez menos leitores têm lido os meus posts. Curioso e justificável. Só faço reclamar dos Correios e falar do Wii U e de games que quero jogar e nunca jogo. Vez por outra é que aparece um assunto diferente. Cheguei a sonhar que ganhava o Wii U hoje de tarde e que meus sobrinhos queriam jogar e eu cheio de ciúmes do videogame só queria dar controles do velho Wii para eles jogarem, para poupar o Gamepad do console. Foi um sonho bom misturado com pesadelo. Hahahahahaha.

23h14. Liguei o Profetafy. “Bye, Bye, Brasil” na voz de Ed Motta. Prefiro a versão original. Acho que vou encarar um ME. Não tenho muito o que falar. A menina do meu grupo AD do CAPS parece que vai pro Bloco do Nada amanhã, um dos destinos sugeridos pelo meu primo. Quem sabe Mariana também não vá? Seria interessante. Eu não tenho a mínima atração pela menina do CAPS, mas vai que ela, corpulenta como está, não atrai o meu primo-irmão? Ele que gosta de mulheres grandes e ela que certamente é ou está uma mulher grande. Seria curioso se os dois ficassem. O mundo encolheria um pouco mais ao meu redor se isso acontecesse.

23h21. Vou logo ligar o PS3 e descobrir de onde começa o meu último save game de ME.

23h23. Outro número engraçadinho. Me lembrei que tenho um Street Fighter III que não baixei ainda para o meu PS3. É um jogo que eu gostaria de jogar. Vou botar para baixar. Deve ser um jogo pequeno. Deve caber no meu HD. Vou ver quanto espaço eu tenho disponível. 21 GB. Acho que dá demais. Vou ativar o download pelo computador, funciona melhor.

23h30. Pronto, está baixando. 620 MB. Vamos ver onde estou em ME. Passando “Bad” do U2 no Profetafy. Linda. Triste. Minha cara. Minha vida.

23h46. Passei a fase em que estava no ME. Não tive saco de começar a outra. É a maldição que trouxe para mim mesmo. Muitos jogos bons, não me fazem focar com o devido interesse em nenhum deles. Seria melhor que tivesse ganhado cada um à medida que zerasse os demais.  Me dedicaria mais a eles. Valorizaria mais os jogos. Street Fighter Third Strike, eu nunca joguei, mas dizem que é o melhor SF old school, por isso baixei ele em vez do SF II, já está quase acabando de baixar. 80% do download. Vou ver se ainda consigo dar um “dragon punch” com Ken. Isso me parece divertido, posto que familiar. Espero que a mecânica não seja diferente do SF II, que não tenha gauges para carregar para dar especiais que não sei como ativar. E acredito que não tem tutorial. 93%. Vou descobrir dentro em breve se deveria ter pego o SF II normal ou ter investido nesse número 3. Acho que vou me decepcionar. Download completo. Vou instalar o jogo e dar uma sacada. 23h53.

0h15. Os gráficos são muito pebas do game e eu sou muito peba jogando. Não passei do terceiro personagem e depois de três tentativas enchi o saco. Há golpes especiais, com uma barra de charge, como eu suspeitava, mas os golpes especiais estão além das minhas habilidades. Ou seja, provavelmente um jogo que nunca jogarei novamente. Fiquei particularmente desgostoso com os gráficos. O dos Street Fighter II dos fliperamas pareciam ter mais definição. De toda forma estou com uma securinha de jogar. Se Rayman não estivesse tão difícil dava uma chance a ele. O ME, pode ser uma daqui a pouco. Começo um novo capítulo, que provavelmente vai exigir habilidades que ainda não desenvolvi no jogo, mas que não me intimidam muito pois há vários checkpoints ao longo da fase. Muitos, não, uns três. Mas as fases não são muito longas – até agora que, só passei do capítulo um. Vou pegar mais Coca e gelo.

0h32. Aproveitei para comer um arroz composto por várias qualidades de arroz que prepararam hoje com tempero “Grill” que coloquei por cima para dar sabor. Ficou salgado para caralho. Só espero que os jogos do Vitual Console do Wii U não tenham gráficos tão porcaria quando este Street Fighter que eu baixei. Espero que eles apareçam fidedignamente a como eram os originais, não pareça uma coisa meio borrada e com poucos pixels como este é. O gráfico é muito pior que o da foto do Street Fighter II que coloquei no post passado. Por mais que seja uma versão bem mais recente. Aquele sim, estava pixel perfect. Acho que a Nintendo é mais cuidadosa nisso e não vai oferecer uma coisa do baixíssimo nível que esta conversão do SF III para PS3. Os gráficos de escolha dos jogadores e oponentes são todos em alta resolução, mas quando chega o jogo, é um vexame. Não acredito que o SF III tenha gráficos piores que o SF II, ou então estou muito mal-acostumado com a qualidade dos jogos nativos do PS3 e esse antigão tenha me pego desacostumado. Mas acho que foi mais uma conversão falha. Espero que Chrono Trigger e Harvest Moon tenham gráficos fiéis em toda a sua gloriosa pixalização às suas fontes originais. Não fique lavado e distorcido como este. Tenho estes dois jogos no meu PS3 e ainda não dei chance a eles, embora sejam clássicos indiscutíveis, especialmente Chrono Trigger, tido por muitos como um dos melhores jogos já feitos. Só não sei se ele é RPG de turnos ou se você efetivamente luta no jogo. Nem descobrirei tão cedo. Visto que depois dos de Wii U que tenho aqui, vou encarar Persona 4, que esse já sei, é de em turnos. Espero aprender e não apanhar muito para pegar o ritmo do jogo. E que ele seja realmente envolvente como dizem por aí. Suas notas são altíssimas, mais que nove, eu acho. Só os melhores dos melhores tiram notas assim. Então merece o investimento de tempo e paciência para aprender a lutar por turnos. E uma vez que domine essa forma de jogar, um novo horizonte de jogos se descortinará para mim. Jogos que evitei justamente pelo combate ser desta forma.

0h49. Ouvindo minha amada Björk, “Wonderlust”. Eu deveria colocar aspas nos nomes dos jogos também, mas tenho preguiça. Se dá para entender, tá bom. Não estou em nenhum concurso literário e ninguém deve se incomodar com isso, creio. Então vou continuar fazendo assim. Não tenho saco na revisão de por aspas em todos os nomes de jogos que citei. Uma coisa que me atrapalha em ME é que não consigo me concentrar no que o cara que me auxilia nas missões diz. Eu pus legenda, mas geralmente estou numa correria tão grande para me manter vivo (ou viva, já que sou uma mulher no jogo) que não dá tempo de ler as legendas e eu não consigo entender o que o carinha diz, principalmente por causa do Profetafy no pé do meu ouvido e porque eles usam algumas gírias que eu não entendo se não ler. Vou desligar o Profetafy. Está me dando nos nervos. O som fica aqui muito perto e não estão rolando músicas boas. Pronto. Dei pause. Assim recomeço de onde estava quando for ouvir mais uma vez.

0h59. A única parte ruim da noite/madrugada é que não recebo e-mails. Nem possíveis mensagens dos Correios. Gostaria que Luiz prometesse o que cumpriu e me comunicasse do feedback da reclamação nos Correios.

1h05. Incrível. Esqueci o que estava pensando há um minuto. Minha memória também está uma porcaria, mas a de mamãe dá sinais muito maiores de decadência, na verdade é mais uma falta de foco do que de memória ruim. Ela não consegue se concentrar numa coisa só por muito tempo, aí acaba esquecendo do que ia fazer porque novos pensamentos tomaram conta da sua cabeça. É mais ou menos o que acontece comigo. Estou com o pensamento muito fragmentado. Penso numa coisa, de repente pulo para outra e acabo esquecendo o que ia fazer ou dizer. Estou querendo comer uma coisa doce. Vou à cozinha à procura de algo. Fiz uma oferta quase imoral a um carinha do eBay para um jogo de Wii. Tomara que ele não aceite. Fiz no impulso.

2h04. O pior que o cara aceitou a minha proposta. Comprei pelo preço mais baixo do eBay e um item descrito com “Like New”. Meu irmão é que não vai gostar nada disso. A culpa vem me assolar de novo. Espero que pelo preço e pela reputação do cara que é 99,3%, não seja fuleiragem. Afinal é um jogo antigo de Wii, não é nem de Wii U, que inclusive eu tenho, mas não roda mais, emprestei às minhas primas e elas arranharam de um jeito que não pegou nunca mais. É o New Super Mario Bros Wii. Aqui esse jogo é uma fortuna (novo). E não confio nos usados daqui do grupo de Facebook Nintendo Recife. Além do que ninguém está vendendo ele. Mas isso tudo são justificativas para um impulso consumista que eu tive. Quero muito jogar esse jogo de novo. Zerá-lo mais uma vez, mas poderia muito bem sobreviver sem ele. Como poderia sobreviver sem o Wii U. Mas são coisas que agregam prazer à minha vida. Eu acho que mereço isso. E ainda fiz um negócio da China por um jogo “Like New”. Não devia me sentir tão culpado. Só meu irmão que vai chiar, eu acho, por causa de mais um jogo. Pelo menos não é mais um boneco que isso, sim, ocupa espaço. Aí ficam faltando só dois jogos de Wii U que eu quero comprar: Bayonetta 2 e The Legend of Zelda Breath of The Wild. Mas esses só ano que vem. Se lançarem o Super Mario Odyssey por Wii U, ficam 3. Mas todos podem esperar mais 365 dias e 6 horas. Ou mais. O quanto for necessário para os preços baixarem.

2h20. Começo a ficar com sono. Vou ligar o ar mais uma vez para me preparar para ir dormir. Não fôra o mega cochilo que dei hoje à tarde/noite, provavelmente já estaria dormindo. Vou pegar uma Coca-Cola Zero.


2h24. Olhei pro meu caderno agora, o dos diários, e a lembrança de que tenho que digitá-lo me açoitou a mente como um chicote. Não garanto nada, mas dependendo de como acordar amanhã, eu digito mais um pedacinho. Amanhã... ir para o Bloco do Nada, de repente encontrar minha amiga do CAPS lá, quem sabe Mariana. Isso se meu primo for mesmo. Tomara. Seria engraçado se os psicólogos do CAPS resolvessem aparecer por lá também, como se deu da última vez. Aí o circo estava montado. 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

ESTABILIDADE EMOCIONAL

Estabilidade emocional foi tema sugerido para debate no encontro no Manicômio hoje. Foi difícil acordar para ir e pensei até em desistir da empreitada, só não o fiz por causa do já conhecido drama misturado com raiva da minha mãe. Não sei se me agregou muito valor terapêutico, como agregou a outros membros do grupo com menos estabilidade emocional que eu, eu suponho. Não me acho uma pessoa muito instável emocionalmente. Acho a minha irmã mais instável que eu, por exemplo. Por outro lado, acho o meu irmão mais estável. Eu ficaria no meio-termo, exceto quando sou assolado por uma fissura de cola. Falando nisso, lembro que sonhei esta noite que pedi a um velho marceneiro um pouco de cola do latão que ele tinha para cheirar e que ele com certo mal humor me cedia, mas não lembro se acordei ou se meu inconsciente só me permitiu lembrar do sonho até aí. Espero que isso não seja prenúncio de recaída. Mas dizem que é comum usuários em abstinência sonharem com suas drogas de preferência. Então estou relativamente tranquilo em relação a isso. Sobre estabilidade emocional e à comparação com meus dois irmãos, é certo que não tenho 1/10 do estresse que eles têm no dia-a-dia, mas tenho lá minha parcela de estresse, principalmente convivendo com a minha mãe (que está muito melhor, diga-se de passagem). De toda forma, passei por um grande momento de estresse ontem no grupo AD – aquele dos toques – e me saí melhor do que o esperado. Consegui me manter na sala e fazer o exercício, deveras desconfortável para mim. Essa foi uma situação em que utilizei todo o meu controle emocional para suplantar, pois vinha de um ostracismo quase absoluto e de repente ser jogado num contato íntimo com uma pessoa foi meio que um tratamento de choque. Mas, como disse, superei da melhor maneira que me foi possível essa mudança brusca e brutal de realidade. Juro que olhei para a porta umas duas ou três vezes decidido a deixar a sala, mas me contive e, no final, acabei me entregando ao exercício proposto. Tivera eu menos estabilidade emocional, teria saído porta a fora logo depois da explicação da dinâmica. Não gostei, entretanto, de saber que tais tipos de dinâmica seriam periódicos a partir de agora. O corretor do Word está se metendo demais na correção do texto, se bem que ele estava certo na última correção, eu é que me enganei. Outra coisa que poderia me tirar do sério: esse puxa-encolhe da entrega do meu Wii U. A expectativa é enorme e a frustração a cada novo dia sem ele proporcional, mas não perdi a cabeça em nenhum momento, inclusive, em vez de ter chiliques, fui proativo e tentei resolver a situação como pude do meu lado da transação. Contatando o vendedor, os Correios, registrando reclamação e ligando para o CEE de Recife (que nunca atende). Então o que me resta é essa montanha-russa de expectativa e frustração a cada novo dia útil. Mais suporto incólume essa tortura. Talvez as outras pessoas do grupo não tivessem a mesma tolerância que eu e já tivessem tido ataques de raiva ou grosseria para com as partes envolvidas, se é que teriam a proatividade de tentar solucionar o problema e contatá-las.

Estou morrendo de sono. Depois escrevo mais, vou comprar as Coca-Colas de hoje e tirar um cochilo. 11h56.

19h07. Puta que o pariu acabei de bater na tomada do computador e desligá-lo e ainda salvei a cópia de segurança errada, a mais antiga, criada antes de eu tirar o cochilo. Já tinha escrito um monte e perdi tudo. Que ozzy. Mas, o que se há de fazer? A vida quis assim. O Wii U também não chegou. Que posso eu fazer? O prazo de resposta dos Correios segundo novo comunicado que recebi da Brasil Games é de cinco dias úteis. Não sei se contando da data de envio da reclamação (segunda-feira, 23/1) ou do dia posterior. Se for contado do dia de envio da relamação, o prazo se extingue amanhã, sexta. Senão, vou ter que aguentar esse perrengue até segunda-feira. Mas estou de mãos atadas aqui também. São testes ao meu limiar de frustração. Que não vão abalar muito o meu humor. Abalaria o meu humor se estivesse fazendo alguma coisa errada, mas graças aos céus eu não estou. Minha consciência, para variar um pouco está limpa. Isso é raro e precioso para mim. Minha consciência pesa fácil, me sinto culpado com muita facilidade. Não cortei as unhas hoje, isso já é motivo para uma pequena culpa, pois venho me prometendo fazer isso há dois dias. Mas, de novo, já está escuro demais para cortar. Mesmo assim vou lá cortar, ora bolas e acabar logo com esse nhém-nhém-nhém!

19h23. Cortei. Fiquei feliz porque a escuridão não era desculpa de amarelo e foi um grande obstáculo à consecução do meu objetivo. Fui mais no tato que na visão, mas consegui cortar. Uma culpa a menos no mundo. Resolvi colocar meu Spotify particular – meu computador – para tocar. Comecei com “Five Years” de Björk, versão do “Homogenic Live”. Está, acredito eu, em modo aleatório, então a próxima música é um mistério e a que vem depois dela e assim, sucessivamente. Há músicas no meu HD que, não sei como, vieram do HD ou pen-drive de um colega de internação quando do Albergue de Drogados, onde permitiam a entrada de computadores. Então há pelo menos umas cem músicas que não refletem o meu gosto. Mas manterei minha mente e meus ouvidos abertos a qualquer coisa que vier. Não sei que se fez da minha discografia de Sandy e Junior que não aparece aqui. Há apenas algumas poucas músicas deles aqui e estava com saudade de escutar. Bom vamos ver o que o iTunes me proporciona.


25 anos de evolução gráfica nos videogames



Voltando a videogames, vi uma imagem do novo Marvel Vs. Capcom que me deixou boquiaberto com a qualidade gráfica. Imagino se eu pudesse voltar no tempo do velho Street Fighter II, tempo em que eu frequentava os fliperamas de Boa Viagem e Street Fighter II era o ápice da jogabilidade e dos gráficos e mostrasse ao eu-mirim a imagem que eu vi e dissesse que no futuro, os videogames teriam essa aparência, senão melhor. Acho que seria um choque tão grande, positivamente falando, que o eu-mirim teria dificuldade de acreditar. Os videogames evoluíram de forma praticamente exponencial, do Atari para o NES, do NES para o Super NES, deste para o N64, que trouxe a grande revolução do 3D, deste para o GameCube e deste para o Wii, outra grande revolução, agora na forma de controlar os jogos, e a partir daí os videogames não evoluíram tanto na parte gráfica, não vejo a mesma gritante diferença de um PS2 para um PS3, quando comparo os gráficos de um PS3 com os do PS4. Acho que em termos de gráficos estamos chegando a um platô na evolução dos videogames. Ainda não chegamos à perfeição na reprodução de seres humanos nos games. Ainda. Já temos exemplos quase perfeitos de personagens virtuais humanos em “Exterminador do Futuro Gênesis”, como o novo Arnold Schwarzenegger, ou “Star Wars Rogue One” com a Princesa Leia aparecendo no auge de sua juventude e com um “ator” 3D de um falecido artista que tem até um bom tempo de tela e que enganou muita gente. A mim, ainda não, pois sou aficionado por animação 3D e consigo perceber a diferença. Ainda. Mas enganaram até a minha irmã, que tem um olho bom para a coisa. O tal abismo intransponível da reprodução do humano pela computação gráfica parece cada vez mais ser um postulado falso. Quando representarmos com perfeição indiscutível o humano, como acreditar no que vemos na TV? Ou em qualquer outra mídia? A internet já é um poço de boataria, mesmo sem este recurso. Imagine com ele? Esse dia não tardará a chegar a julgar pelos filmes supracitados. Estamos a poucos passos de cruzar o “abismo” e fazer um personagem virtual que engane todo mundo como sendo uma pessoa de carne e osso. Há uma cena no “Capitão América Guerra Civil” em que fazem Robert Downey Jr aparece aos seus 15, 17 anos que é impressionante.  Como é impressionante, também no primeiro filme do Capitão América o efeito do ator fracote. Até hoje não sei como fizeram aquilo. É de uma perfeição sem precedentes. Nesses dois casos, não consegui ver defeito nenhum, só sabia que era computação gráfica por que Downey Jr está com quase 50 anos e porque o ator de Capitão América é fortão. Impressionante.

20h10. Mas vamos mudar de assunto. Mas que assunto? Ouvindo uma versão de “Ciúme de Você” com minha querida Zizi Possi, que me perdoe, ficou uma grande porcaria. Coloquei a discografia dela no meu HD, mas ela tem, que eu conheça, dois discos geniais, “Sobre Todas As Coisas” e o seu sucessor “Valsa Brasileira”, este dois discos estão, para mim, no panteão dos melhores discos de MPB já lançados, tanto pela interpretação quanto pelo repertório e arranjos. Começou “Faroeste Caboclo” ao vivo. Não aguento mais e me lembra que tenho o filme e ainda não assisti. Preciso fazê-lo. Já que o Wii U não chegou hoje, talvez ligue o Blu-Ray de novo e assista. Mas não estou com disposição nenhuma de fazê-lo. Nem de ouvir a música. Vou pular. Ia passar “Ainda É Cedo” e pulei também, agora passa uma do Depeche Mode que nunca ouvi, parece ser uma música mais experimental deles. Curiosa. Mas não poria no meu iPod. Mas é interessante de ouvir. É bom ver que eles ousaram um dia. Parece meio que uma resposta para “Blue Monday” do New Order. Ah, a música, se podemos chamar assim, é “Are People People?”

20h20. Gosto quando aparecem número bonitinhos assim no relógio. Não fico olhando para o relógio do computador o tempo todo, por isso eles me saltam mais aos olhos quando olho e pego um horário assim. Besteira danada, né? Ouxe, com milhares de músicas, toca de novo a de Milton que tocou da outra vez, a que tem a cantada das mãos. Por sinal a menina respondeu à cantada, com uma risada e dizendo “eita, o homem do futuro”. Ri e expliquei a origem da frase e perguntei se ela havia gostado do filme, afinal “O Homem do Futuro” é um filme brasileiro com Wagner Moura, que tenho até curiosidade de assistir. De toda sorte, parece que o iTunes tem suas prediletas. Interessante. Ou a equalização, ou qualquer outra coisa diminuem as canções de Caetano, elas parecem menor, menos melódicas, é estranho isso. Até músicas que conheço. Como baixei a discografia dele toda também, talvez a fonte seja de baixa qualidade. Sei lá e pouco se me dá. Começou uma do Legião que eu não ouço há tempos, tanto é que esqueci o nome da música. É a que cita Camões na descrição de amor. Bem manjada. Mas linda.

20h43. Nina me mandou uma música de amor do “tamanho do universo” que ela diz que manda para pessoas queridas. Não sei o que ela quis com isso e também não vou rachar a cuca com algo que nunca vai rolar além da amizade. Enquanto respondia a ela meio que passando uma cantada, mamãe entrou no quarto para dar mais ideias sobre o Wii U. Mostrei o novo e-mail que recebi, que diz que os Correios darão resposta em 5 dias úteis a contar do dia 23/1, já mencionado aqui. Ela pareceu conformada. Meu Wii U tem que chegar amanhã. Não é possível!

Troquei o nome de um colega de grupo do Manicômio na maior hoje. E ele deve ter percebido, claro. Troquei Luciano por Alexandre, pois havia um Alexandre com o mesmo sobrenome dele na minha turma de Publicidade. Que gafe. Quem me corrigiu foi o Superchefinho, que agora tenho no WhatsApp e que quer que eu pegue o telefone desse Luciano e passe o dele para o cara. Espero que ele não tenha ficado com nenhuma celeuma de mim por causa da troca de nomes.

O mundo é daqueles que sabem se autopromover. Não é o meu caso, logo, o mundo não é para mim, por mais que faça parte dele, não conseguiria “vencer” nele. Como não consegui. Sou um fracassado, mas um fracassado que gosta de viver. Isso é o que importa. Não acredito no espiritismo e agora menos ainda pois concluí que um de seus postulados mais fundamentais é falso. Ele diz que a pessoa não pode involuir na escala de evolução espiritual e foi isso mesmo que se deu comigo. Hoje comungo muito menos da caridade e da benevolência do que já comunguei um dia. Já fui mais honesto também, eu acho, mas não tenho certeza. E acho que só fui injusto com a minha mãe. E comigo mesmo, é claro. Aí, não sei nem como não ser. Mas esse papo de que uma pessoa não pode se tornar pior do que é, é balela. Eu me tornei pior do que fui. E me envergonho disso. Mas me acomodei nesta nova condição e não quero mover uma palha para sair dela. Vou religar aqui o meu “Profetafy” para ver que músicas ele vai colocar para mim. Quando dei pause estava começando a tocar uma que achei muito bonita do Arcade Fire, mas que tem extensos 11 minutos, logo não sei se ela vai ser legal até o fim. Chama-se “Supersymmetry”. Vamos lá. Lembra um pouco som dos anos 80, Tears For Fears ou algo do gênero. Mas adoro duetos com vozes femininas doces e sexies. O arranjo é interessante e vem num crescendo. Já vai em bem dois minutos de instrumental. Acho que vou criar um novo post para o meu outro blog. Vamos ver se sai alguma coisa. 21h46.

Recife, 27 de janeiro de 2017.


Alguém está botando olho gordo no meu Wii U. Nada de ele chegar. Putz grilo. Ontem fiz o post para o outro blog, mas ficou uma droga. De qualquer forma, publiquei. Só para dizer que ainda existo por aquelas bandas. Nossa, como queria que meu videogame chegasse hoje. Inteiro, vale ressaltar. Ou que fosse confirmado logo o extravio e tivessem que me mandar outro. Ainda tenho duas horas de expectativa. São 15h09. Larguei do CAPS na hora do almoço. Não fiquei para o turno da tarde que seria apenas aula de Ioga. Espero que não me cobrem isso na segunda. Por falar em segunda, será que os dias úteis para a resposta à Brasil Games contam até segunda? Se for assim – e se não for – é melhor exterminar a esperança de que o meu console chegue hoje. Me consolar com uma saída com meu primo-irmão, se este estiver bom da virose e houver algo legal para se fazer hoje na cidade. Para ele, sempre há. Mas ele tá off-line, então é mais uma expectativa que vou ter que segurar. Acho que vou tirar um cochilo, senão não aguento a suposta night que me aguarda. Vou só revisar e publicar isso. Ah, o CAPS foi bem mais inofensivo hoje. Considero que tive um dia bom lá. Foi mais agradável. Foi agradável.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

NADA DE Wii U, CAPS E OUTRAS COISAS DE IGUAL IRRELEVÂNCIA

Recife, 24 de janeiro de 2017

Vendo a letra de “Present Tense” do Radiohead, me deu vontade de escrever. Ao que tudo indica serei readmitido no CAPS amanhã. Ou seja, vou voltar a acordar cedo. E, para piorar as coisas, meu Wii U não chegou. Então não aproveitei a folga que me deram para jogar, folga esta que foi mais rápida que na readmissão anterior. Estava gostando das férias de responsabilidades terapêuticas, de acordar de uma ou duas da tarde. De ir dormir as duas e meia da manhã. De seguir o meu relógio biológico que vai agora sofrer uma puta mudança de fuso-horário. Pediram para mamãe ir lá. Vou ver se consigo que ela já agende uma psicóloga ou psicólogo para ela amanhã. Seria o bicho. Muito legal mesmo se ela saísse de lá com uma consulta já marcada para abril, que eu acho que é quando todo o processo de quimioterapia vai ter terminado. Mandei uma reclamação para os Correios sobre o Wii U e a atendente disse que mandou mais uma notificação de urgência para o meu caso, creio que para o CEE daqui, que é onde creio que a encomenda esteja, segundo os registros dos próprios Correios. Quem me dera chegasse essa semana. Não queria passar outra semana de expectativas e frustações. É muito chato. Todo dia eu acho que é o dia e chega o final da tarde e é outra decepção. Amanhã, esse mesmo renascer e morrer da expectativa vai acontecer. E fico já preocupado de os caras do CEE ficarem putos com a cobrança e tratarem com brutalidade uma encomenda tão frágil e o Wii U chegar quebrado. Tomara que não. Mas existe desse tipo de pessoa no mundo, muitas delas no funcionalismo público. Por mais que essa febre de concursos esteja fazendo com que pessoas mais capacitadas e mais comprometidas, mais esclarecidas, ocupem as vagas. Não sei se isso é regra ou exceção, mas percebo os funcionários mais dispostos a ajudar que tempos atrás.

19h29. Fui pegar Coca e perdi o fio da meada. De toda sorte disse o que tinha de dizer sobre o funcionalismo público. Vide as operações como a Lava-Jato. Elas são a prova cabal de que algo mudou nos quadros do funcionalismo público. Para melhor. Muito melhor.

Peguei o novo celular e WhatsApp de Nina. Ela me passou pelo Facebook. É bem capaz de voltar a falar comigo como antes. Mas geralmente ela só falava quando estava na pior. Eu era o ombro amigo e conselheiro fiel. Não o melhor dos papéis a desempenhar, principalmente em relação a alguém que você deseja eroticamente falando, mas é o papel que me cabe nesta encarnação. Por falar nela, vou ver se assisto hoje “The Girl On The Train”, filme baseado no livro que ela estava lendo. 19h36. Pronto, já coloquei legenda e estou passando para o HD externo. Preciso assistir logo, pois mamãe vai me pressionar para eu dormir cedo hoje por causa do CAPS amanhã. Saco. Tenho que pensar positivo. É mais uma oportunidade de socialização. Aliás, vai ser a principal fonte de socialização da minha vida a partir de agora. E o melhor: ao contrário da outra fonte de socialização que tinha – o trabalho – não me será um grande fator de estresse. A não ser durante o período de readaptação. Espero que me deixem utilizar o serviço com sempre o fiz nos últimos anos, qual seja, participando dos grupos AD e utilizando o resto do tempo para conversar com as psicólogas de plantão. Geralmente as estagiárias, pois estas me deixam mais à vontade, não sinto a intimidação do papel de psicóloga pesando sobre elas e de alguma forma bloqueando o meu discurso ou me fazendo pensar antes de falar como se dá com as psicólogas de fato da casa. O filme já foi copiado faz tempo, então escreverei até dar 20h. São 19h44. Talvez até 20h30, se conteúdo me vier. Mas sempre vem. Hoje foi o dia da pressão sobre o Wii U. Primeiro falei com Luiz da Brasil Games pelo WhatsApp que ficou de me dar retorno e não retornou nada e depois com os Correios. Vamos ver no que é que dá. Seria um dia deveras diferente amanhã com CAPS e Wii U na minha vida. Uma pequena revolução cotidiana. Bom, tudo é possível. Inclusive extravio de mercadoria. Mas não pensemos no pior. Amanhã vou pegar sol na minha caminhada ouvindo músicas pelo meu iPod, como faço quando vou ou volto do CAPS. Todos estão reclamando da violência e a possibilidade de assalto existe, mas não vou me negar este salutar prazer. Tenho mais medo que me roubem o celular, pois nele há os aplicativos do eBay, do PayPal, da Amazon, do cartão de crédito de mamãe e do Bardesco. Dá vontade de nem levar. Mas mamãe não vai gostar muito dessa opção. É o risco. É uma roleta andar pelas ruas. Um dia dá o meu número e eu sou assaltado. A cada dia que se passa, a chance de ser eu a vítima aumenta. Mas que posso fazer? Viver temendo, andando assustado pelas ruas? Espero que não. Pelo menos não costumava ser assim. Mas faz tanto tempo que não saio que, de repente minha neurose tenha aumentado. Veremos amanhã. Hoje veremos “The Girl On The Train” em cartaz no quarto com mais bonecos de todo o Recife, aposto. Se bem que tinha um namorado de uma menina do CAPS que tinha um bocado de bonecos também. Não devo ser o único, então, retiro a minha aposta. Mas certamente eu sou um dos que tem mais bonecos. Pode ser que haja alguém que tenha mais bonecos de ¼ que eu, mas se contar todas as pequenas que tenho, dá um mói. De games e DVDs eu devo estar no top 500 do Recife. Somando uma coisa e outra, digo. Bom. Isso é uma comparação besta danada. Não há nada de bonito em ser um acumulador. E já são 20h03. Vou assistir o filme. Depois, se mamãe não encrencar, volto aqui. Senão, só amanhã depois do CAPS. Se meu Wii U não chegar! Hahahahahaha. ß Riso tenso.


Recife, 25 de janeiro de 2017.

Apareceu no tracking do Wii U duas mensagens muito escrotas datando de ontem: a primeira, emitida às 10h39 diz “Saiu para entrega ao destinatário”; a segunda, às 11h46 diz “Cancelada a última informação”. Parece piada. E nada de Wii U até agora. Quando voltava do CAPS, vi a van do SEDEX para no prédio anterior ao nosso. Mas isso já faz uma hora. Pedi para que o porteiro me avisasse caso chegasse alguma caixa para mim e até agora nada, logo, não entregaram a porra do meu console hoje. Como eu disse, cada dia útil que nasce, é um dia de esperança renovada e decepção cada vez maior. Gostei do filme “The Girl On The Train”, mistério com drama com direito a abusos de todas as formas. Sugeri a mamãe, mas talvez seja um filme pesado demais para ela, embora nem seja tão pesado assim. Não há cenas chocantes, mas há sugestões fortes no filme. Acima da média. Achei melhor, bem melhor que Jack Reacher Never Go Back. Deve ser um filme especialmente tocante para mães e mulheres em geral. Afinal o filme revolve à vida de três mulheres. Todas com seus defeitos e neuroses. A trama fica interessante pelos diversos pontos de intersecção entre os seus personagens. É uma boa diversão. O livro deve ser eletrizante de ler. Como filme centrado em mulheres, é dirigido por uma mulher, boa diretora, por sinal, nunca tinha ouvido falar. Também não me ligo em nome de diretores, tirando os nomes dos medalhões do cinema. Sei que, apesar de mulher, ela não alivia a mão, mesmo que o fato mais mórbido seja apenas sugerido. Mas não é necessária a cena explicita para gerar impacto no espectador.  

O CAPS hoje não foi muito bom. Para mim, pelo menos. O grupo AD foi de toques, tocar e ser tocado pelo outro. Como há muito não sou tocado por ninguém, me gerou imenso desconforto a proposta, a ponto de pensar seriamente em deixar a sala na hora em que eu fosse o que tocaria. Mas me deixei levar pelas circunstâncias e mal e porcamente, embora a receptora tenha dito que foi bom e relaxante, fiz lá os meus toques, sem a mesma delicadeza e criatividade dos toques com os quais fui acolhido primeiramente. De toda sorte foi uma experiência ao mesmo tempo agradável e desagradabilíssima, portanto, negativa. O pior é que todos no grupo acordaram em novas sessões corporais, menos eu. Fui voto vencido, infelizmente e, sabe-se lá quando, serei submetido à nova prova de fogo. Se começar a ser muito frequente esse negócio de tocar e ser tocado pelo outro, eu vou reclamar. Ou me acostumar, sei lá. Acho que a expectativa das terapeutas é a de que me acostume. Acho que estão com expectativas demais. Achei o sorriso de uma nova estagiária cativante, mesmo que imperfeito, fantasiei sobre ela ser a minha próxima mulher, embora nem faça muito o meu gênero. Mas algum brilho nela eu vi. Algo que fez meus olhos brilharem, digo. Espero que tenhamos tempo para conversar algum dia. Queria repartir com ela, discípula de Jung, sobre a minha teoria do novo arquétipo surgido com a tecnologia cada vez mais avançada que temos hoje e o medo desse arquétipo refletido na cultura popular de massa.

21h04. Depois de um cochilo a minha ideia de sugerir um novo arquétipo à psicóloga jungiana já me parece completamente imbecil e nonsense. Não sei como o sono consegue fazer essas coisas com as minhas aspirações. O pior é que nem senti que peguei no sono profundamente. Para mim foi só um deitar e relaxar profundo. Sem perda da consciência. Mas deve ter havido momentos em que caí no sono, sim. Muito leve, mas caí. De toda forma, foi o suficiente para me desmotivar a ter tal conversa. Se bem que relembrando a temática aqui começo a esquentar os tamborins de novo e me animar a puxar tal assunto com ela. Encontrei com a dona da Vila Edna e já me convidei para, no próximo domingo, caso haja algo na casa dela, aparecer por lá. Isso se meu Wii U não chegar. Ou até se ele chegar. Estou precisando de socialização. Ainda mais com gente tão querida quanto eles. Que família. Tenho uma forte identificação que às vezes questiono se não há também um pouco de transferência. Na verdade, creio que há transferência em todas as relações humanas. Não digo só dos desejos e dores primordiais, mas transferências emocionais mais ou menos elaboradas como um todo. A relação se dá por meio da transferência. O homem se apega ao cachorro porque enxerga algo de seu nele, algo de humano na alma canina. Ou algo que lhe falta nas demais relações ou em si mesmo, como fidelidade, alegria, respeito, obediência, inteligência, carinho, amor etc. Digo isso porque já senti amor por uma cadela, não o amor erótico acredito, mas um amor paternal por ela, e via no animal diversas qualidades virtuosas. E sentia que ela nutria real afeto por mim. Sinto uma saudade imensa da minha Poeira, que o meu vício e minha mãe levaram de mim. Ou seja, em verdade, da qual eu me privei por fazer escolhas erradas nas horas erradas. Aliás, as escolhas erradas, tornam as horas erradas. De qualquer forma assumo total responsabilidade pela minha separação daquele ser tão amado por mim. Assim como assumo total responsabilidade pela minha separação da minha ex-mulher. Pelo mesmo uso de drogas, melhor dizendo, da cola. A maconha e o álcool eram permitidos dentro da nossa relação. Só que não tínhamos dinheiro para o álcool, só para a massa, a cerveja a gente arregrava nos encontros de final de semana com os amigos dela. Bons tempos que os anos não trazem mais. Mas há muito ainda a ser vivido. Não sei bem o quê, mas há. Agora toda a minha expectativa e angústia se voltam para a chegada de um videogame. Há o Sai Dessa Noia que começa a se afigurar no horizonte e há o final de semana com meu primo que é sempre a promessa de algo bom que geralmente eu não concretizo porque não me chego nas mulheres. Talvez porque não me ache merecedor delas. Talvez pelo medo do novo, da ruptura com a minha zona de conforto. Certamente não por medo de me machucar. Meu coração já foi machucado demais e está escolado na dor da perda. Talvez por excesso de timidez, que denota insegurança e consequente baixa autoestima. Admito todas as possibilidades e acredito que todas se somem para que eu não me aproxime do sexo oposto, que prefiro chamar de sexo complementar. Pelo menos pela minha orientação sexual. Não sei a palavra mais politicamente correta é “orientação” sexual, quem sabe disso é uma prima minha, mas não estou com disposição de perguntar a ela. E acho que essa palavra, se equivocada, não vá ferir muito as sentimentalidades de outros com orientações sexuais diferentes das minhas. Assim espero. Como espero que meu Wii U chegue amanhã. Ah, como espero por isso. Mas confesso que essa esperança mingua a cada novo dia. Principalmente depois da palhaçada de hoje no site de acompanhamento da encomenda. Ainda não entendo por que cancelaram a entrega. Está tudo cada vez mais nebuloso e estranho, para dizer o mínimo. Minha mãe já acha que eu estou “entrando em depressão” por causa disso. Pessoas se frustram. Eu sou uma pessoa. E tenho minhas razões, bastante prementes, dado o meu amor por games, de estar frustrado com o que está acontecendo. Como qualquer pessoa ficaria com algo que estivesse esperando muito e essa coisa não chegasse ou acontecesse na data prevista, se é que vai chegar em algum momento. Eu sei que, de alguma forma, eu vou ter que conseguir um Wii U, pois tenho uma batelada de jogos de Wii U e não vou simplesmente revendê-los. Quero jogá-los. Todos eles. Degustar um a um. Como quem se delicia com suntuoso banquete composto de seus pratos prediletos. E a melhor parte é que não se sacia, não fica empanzinado, sempre há espaço para o próximo prato. Vou começar pelos mais deliciosos que são o que vem instalado no sistema e o outro que comprei para ter o que jogar antes dos meus jogos virem dos EUA. Se vierem agora em março. Se conseguir um Wii U até março. Putz. Já estou falando de videogame de novo. Estava há pouco falando nos sentimentos caninos e em amores perdidos ou nunca conquistados, como fui descambar para o assunto do videogame de novo?

Saindo um pouco desse recorrente assunto. Minha mãe pegou uma lista de psicólogos(as) sugeridos pelo CAPS para ela fazer terapia. E eu também. Espero que Luíza esteja entre eles. Gostaria que ela fosse minha nova terapeuta. De alguma forma o meu cada vez mais ex-psicólogo ficou meio que estigmatizado com o internamento naquele lugar insano. E achei que eu não estava mais conseguindo me abrir ou ele extrair de mim nada de muito útil para ambos. As consultas se tornaram superficiais, rasteiras. Pelo menos esse é o meu sentimento, que deveria ter repartido com ele. Não importa. Não estava e não estou com vontade de fazer terapia. Acho que minha mãe poderia respeitar isso no momento. Espero que ela esqueça do assunto e só volte a trazê-lo à baila quando ela própria for iniciar a sua terapia. Ou seja, lá para abril. Tomara. Se sentir necessidade de uma intervenção antes, peço. Mas deveriam respeitar o meu tempo, acredito. Sei que a terapia é salutar para mim, mas não sinto necessidade agora. Irei por obrigação. Não é a forma como queria começar uma terapia. Por obrigação. Quero começa-la por se fazer necessária para mim. Por uma vontade intrínseca, não extrínseca.

Minhas unhas estão grandes. Disse que iria cortá-las hoje, mas deixarei para cortá-las amanhã. Está escuro e a luz da varanda é muito fraca. Corto as minhas unhas em cima das plantas da minha mãe, para não cortá-las e deixá-las espalhadas pelo chão. Acredito que lá elas de alguma forma serão sorvidas pelo solo e o cálcio será absorvido pelas plantas. Se bem que, pensando bem, isso não deve acontecer, não creio que as unhas sejam de tão fácil decomposição. Sei lá. É o que faço. Melhor do que deixar unhas espalhadas pela sala. E quando vou cortar unhas, nunca vejo as anteriores por lá. Não seio que se dá, mas elas somem. Talvez ao aguarem as plantas o movimento das águas faça as unhas serem encobertas pela terra. E tanto se me dá. Continuarei com a mesma prática, até que força maior se alevante.

22h34. Queria que meu padrasto fosse dormir porque eu já quero dormir e gostaria muito de fumar um cigarro antes de ir para cama. Mas ele pode sentir o cheiro no corredor, afinal cigarro impregna mesmo que eu fume no hall, o cheiro gruda na gente e o hálito permanece forte por longos minutos. Então incensaria todo o trajeto por onde passaria. Ou passarei, se ele for dormir dentro de meia hora.

Enquanto isso, baforar é a solução. Talvez hoje, infelizmente, seja a solução até a hora de eu ir dormir. Pelo menos o disco do Radiohead tem um som tão diluído, tão inofensivo, que até a primeira música que seria a mais barulhenta não empata os ouvidos mesmo estando relativamente alta. Será que o disco marcará algum momento da minha vida? Um micro-pedaço? Este pedaço de expectativa e frustração em relação ao meu novo videogame? Sei lá. Cada vez sei menos das coisas. E cada vez me importo menos com isso. Sei que estou com as unhas grandes. Sei que quero o Wii U. Não sei se ainda sei namorar. Sei que queria estar com Poeira até hoje. Não sei se queria estar com a Gatinha até hoje, pois talvez isso representasse a não existência da pensão, que é o que me dá mais paz de espírito nessa vida. Bebi o último copo de Coca quase de um gole só, perdido que estava nas minhas ideias, esqueci que era o último. Droga. Mas é a vida. E continua sendo bonita apesar disso. Sem depressão, angústia e desespero, para mim está bom. Com as cobranças de mamãe diminuídas, fica melhor ainda. Espero que ela continue assim até o fim dos meus dias. Ou dos dela. Queria muito morrer antes da minha mãe. Se bem que esta vontade já foi mais forte. Não troco de disco por pura preguiça. E por falta de inclinação para outro som. Sei que amanhã, e agora quase todos os dias da semana, eu caminharei ouvindo as minhas músicas prediletas no iPod. O que será também uma repetição porque há talvez um ano ou mais eu mantenho basicamente a mesma seleção. E não vejo porque mudá-la, visto que me agrada. Mas é uma repetição mais esparsa, pois no iPod há cerca de 200 músicas contra 12 do CD. O psicólogo que orientou o grupo de arte-terapia hoje no CAPS pedia para que nos concentrássemos na nossa respiração, no nosso caminhar e numa terceira coisa, tudo ao mesmo tempo. Infelizmente eu não sou multifuncional e não consigo me concentrar em mais de uma coisa ao mesmo tempo. É até uma contradição já que concentrar sugere foco e foco sugere que se concentre em uma coisa apenas, ou conjunto de coisas similares, como sons, mas não em coisas totalmente desconexas como respiração, caminhar e acho que no olhar das outras pessoas. Por sinal, quando comandado a olhar para as demais pessoas, olhei por pouco tempo, voltou-me covardia de olhar nos olhos do outro. É essa introspecção crescente, acho eu, que me desabituou a olhar nos olhos de estranhos, ainda mais quando comandado para tal, quando não é uma coisa que parte espontaneamente de mim esse olhar. Espero que o meu sovaco não fique fedendo como ficou hoje. Acho que estou com sovaqueira novamente. Também estou usando um desodorante meio peba, eu acho. Chama-se “Senador”. O nome já não é lá coisa em que se confie, mas era o único de bisnaga que havia na farmácia. E eu escolhi o Senador “Premium”, o que promete 24 horas de proteção. Bem, não foi o que ocorreu. Também não tomei banho hoje pela manhã, pois havia tomado um na noite anterior perto de ir dormir. É minha estratégia para poupar tempo no dia seguinte e poder dormir mais. 23h09. Acho que meu padrasto se retirou. Não tenho certeza. Averiguarei. A dicção de Thom Yorke é péssima, li na letra que ele canta “broken hearts make it rain” mas poderia estar dizendo “move it on stingrays” que daria no mesmo. Aliás era o que pensava que dizia antes de ler a letra. Agora percebo mais em algumas das inúmeras repetições que faz dessa frase na música que ele canta o refrão descrito no site. Mas via de regra o que ele canta para mim que não sou fluente em inglês é ininteligível. Que droga que a Coca acabou, vou ter que apelar para água com gelo. Algo insípido como o Radiohead gradativamente se torna. Ouvi hoje “My Iron Lung” no iPod e, meu deus, que diferença. E olhe que esse CD tem o auxílio luxuoso de cordas. Mesmo assim é algo como comida vegana, eu diria. Acho que só presta ouvindo realmente alto, o que gera um conflito, pois os graves do meu som fazem a mesa em que ele está tremer e o CD pular. Som merdel eu comprei. Mas era o que eu podia pagar e que não parecia uma nave espacial cheia de luzes e traços agressivos. Esses são caríssimos por sinal. Acho que tenho que ir na rua que o meu ex-chefe me indicou que vende sons usados e trocar o meu por um dos antigões que sustentavam o tranco. Queria um carrossel de cinco CDs, para dar um pouco de diversidade ao ecossistema musical do meu quarto. Há coros também no CD, mas é tudo muito aguado. Por falar em água, vou encher o meu copo do solvente universal.

23h24. Seis páginas já. Realmente me torno mais prolixo a cada dia. Meu padrasto já se retirou, poderei fumar o meu cigarro de boa noite. Vou logo ligar o ar. Pronto. Ah, a agência onde trabalhei a maior parte da minha vida profissional fez 20 anos, o que quer dizer que estar perto de eu fazer 20 anos de formado. É, é no meio do ano que vem. Caramba como a vida passa depressa. O CD do Radiohead já vai acabar de novo. Não sei se tenho saco de ouvir mais uma vez. Acho que vou ligar o meu Spotify particular aqui no computador ou ficar no silêncio, o que, em verdade, prefiro. Estou meio avesso a sons hoje. Prefiro a calmaria do silêncio.  Água já acabou. Vou encher o copo de novo pois há muito gelo ainda. Bebo água ainda mais rápido que Coca.


23h34. O silêncio se vez, agora só ouço o barulho das teclas e do ar-condicionado. É um silêncio aconchegante. Eu não sei, eu peguei meio que um abuso de um psicólogo do CAPS, acho que ele se tornou muito pernóstico, se acha muito importante, exala uma certa empáfia. Pode ser tudo da minha cabeça, mas sinto isso nos pequenos detalhes. No todo, não. Mas eu me atenho a detalhes. Ele gosta de mandar, de ser controlador. De ser disciplinador. E eu odeio disciplina. Já há a disciplina de ter que comparecer quase todo dia lá e mais no Manicômio, como é o caso amanhã. Sabe de uma coisa, deixa esse assunto pra lá. Que assunto chato e besta do créu. Fiz par na oficina de arte-terapia com um garoto bipolar em depressão. Tentei demonstrar-lhe, pelo meu estado de espírito atual, que há saída sim para a depressão e que nunca se deve desistir que o final dela chega, como chegou para mim. Não sei se eu tive sorte, aliás, sorte eu tive muita, pois me livrei do principal causador de todas as minhas mazelas que era o meu emprego, por isso digo que a pensão é o que garante a minha paz de espírito. Mas mesmo antes de trabalhar, eu já odiava a minha vida e queria morrer. E isso passou. Não quero mais morrer. Quero viver, pois a vida se afigura agora de uma maneira agradável e aprazível para mim, só falta eu aprender a me gostar. Ou talvez eu goste tanto de mim, que esteja me tornando esta pessoa isolada em si mesma e egoísta ao extremo. Acho que ao extremo é uma hipérbole, mas não tenho mais saco para cordialidades desnecessárias. Estou mais seco e mais amargo, como vinho quando envelhece, creio. Não saco nada de vinhos, então não sei se a metáfora é coerente. Vinho que tomei na minha vida foi Carreteiro e um outro vinho doce que uma vez minha tia me serviu quando morava em Maceió. Esse era delicioso. Acho que era de uva verde, pois era quase transparente levemente amarelo-esverdeado e doce, bem doce. Foi uma noite memorável, quando finalmente abri o jogo sobre Clementine e ela disse que na família estava cheio de casos assim. Infelizmente, não foi o meu caso. De Clementine só recebi descaso. Mas isso são águas passada e não vão mais mover nenhum moinho. Acho que meu destino é ser só mesmo. Pensei em fazer a barba, mas não encontro motivação para esse tipo de vaidade. Acho que farei na sexta, pois provavelmente há saída programada e quero ir mais apresentável. Na vã esperança de que algo no campo afetivo vá acontecer. Como a vã esperança de o Wii U amanhã renascerá. Pô me deixaram griladas essas mensagens contraditórias de “saída para entrega” e “cancelada a opção anterior”. Queria saber o que há por trás disso. Na verdade, tudo o que quero – de material – no momento é que o Wii U chegue intacto à minha casa. Estou me sentindo levemente melancólico, mas isso pode ser eu psicossomatizando o que mamãe disse hoje. Ou pode ser sono. Acordei muito mais cedo que de costume. Vou revisar isso e postar. Depois acho que perambulo um pouco pela internet e vou dormir. Nossa! 0h01! Preciso agilizar o processo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A FESTA MORGOU. E EU, E EU, E EU.

22h11. Coloquei no ar o outro post e cá estou, depois de ter comprado as Coca-Colas e ter tomado um copo e fumado um cigarro de verdade na piscina, escrevendo de novo. Sem saber ou ter nada de mais motivador a fazer. Queria encher o copo aqui do quarto de Coca, mas meu padrasto está na cozinha e vai ficar fulo se sentir o cheiro de cigarro normal que deve estar impregnado em mim, então mais Coca para beber só daqui a uns dez minutos. O meu primeiro de dois frascos de líquido do Vaporfi sabor cereja com cola (de Coca-Cola, please) acabou. Abri um de cereja puro para usar. Ele tem mais nicotina e um sabor mais agradável que o outro, eu acho. A “cola” não ajudou muito no sabor do outro. Embora ele fosse da coleção “Reserve” e custasse mais caro que o de cereja que é da seleção normal de sabores da Vaporfi. Comprei dois de cada e mais uma garrafa de 500 ml, também sabor cereja, dos chineses da Best E-Cig. É o que tem o sabor menos ativo de todos e, por isso, é o menos enjoativo, graças. Ainda tenho mais de meia garrafa do de sabor tabaco (que tem mais gosto de tapete velho molhado) e que graças também tem um sabor pouco ativo. Com essa quantidade de líquido, espero passar 2017 sem precisar comprar mais nada. Ainda bem, pois obter seria tarefa árdua, pois acho que os parentes da minha cunhada se recusariam a trazer, muito provavelmente. Nem sei. Eles são tão legais. Só sei que bonecas gigantes, eles não trazem. Também já é pedir demais. Trouxeram uma vez. E nunca mais. Seria massa se o pai da minha cunhada, que viaja de primeira classe, inventasse de trazer outra na próxima viagem. Ele é muito gente boa, mas acho que tirei uma brincadeira sem graça sobre isso com ele no Facebook que melou tudo. Como sempre, mesmo sem beber, eu acabo falando o que não devo, por isso tenho ficado cada vez mais calado. Só conto agora com o meu irmão, no final das contas. Essa é a dura realidade. Ou se mamãe inventar de ir visitá-los. E me levar, claro. Pois ela não vai trazer, eu é que vou ter que trazer. Se for, vou levar uma mala vazia e outra com bem pouca roupa, pois eles têm lavadora e secadora em casa, para ver se trago duas bonecas grandes. Mas lá vou eu de novo começar falando de bonecos. Daqui a pouco descambo para games, já me conheço. Mas tentarei evitar ao máximo. Sobre o Baile da Macuca, que perdi de ir hoje (não sei se para o bem ou para o mal), há coisas que o destino se encarrega de decidir por nós. Espero que o destino não tenha posto lá a mulher da minha vida e me negado a oportunidade de conhece-la. Isso seria uma ironia escrota. Ainda bem que nunca saberei. Se a mulher da minha vida estava lá e eu não, é porque não era o momento de nos encontrarmos. Ainda. Boto mais fé de encontrar a mulher dos meus sonhos no Sai Dessa Noia. Pelo menos lá eu sei que haverá pessoas muito mais like-minded comigo do que em qualquer outro lugar. N’Os Barbas também. Mas o Clubinho Anárquico Parasita tem durado o mesmo tempo do outro bloco que sai no mesmo dia. E entre um e outro fico com os expurgadores de neuroses. Posso até dar um pulo n’Os Barbas e voltar. Ou ir para lá só beeem mais tarde, desde que tenha dinheiro para comprar Coca-Colas até lá, pois o que motivou a minha partida do Sai Dessa Noia para casa no ano passado foi meu dinheiro ter acabado. Tanto é que, pelo que me lembro, eu fui para casa, mas depois, mais tarde, me aventurei n’Os Barbas, quando caiu um dilúvio e me arrependi profundamente da minha corajosa decisão. Dessa vez, levarei R$ 100,00, afinal é meu único dia de carnaval. Quero curti-lo até a última gota. De Coca-Cola Zero, de preferência. Mas da normal também tá rolando, afinal é carnaval. Falo como se gostasse dessa manifestação popular. Infelizmente, não é o meu caso. Até nisso sou alienígena. Principalmente Olinda que, tirando a criatividade das fantasias dos foliões é uma eterna repetição. Gostaria de, se pudesse, me teleportar para ver o Homem da Meia-Noite. Sem ter dinheiro algum, pois dizem que é um momento mágico cheio de uma energia mística e de malas por todos os lados. Se tivesse uma casa com varanda para ficar os quatro dias de carnaval, com comida feita e Coca a dar de rodo, eu daria uma chance a Olinda. Mas a ida e a volta para casa são torturantes, assim como o sobe e desce nas ladeiras sendo comprimido pela multidão. Não gosto. Não é o estilo de diversão de um comodista como eu. E me falta a “pernambucaneidade” para amar muito e passar por tudo isso por paixão à nossa cultura. A Nintendo é muito mais a minha cultura que o Hino de Vassourinhas. Mas entendo porque os gringos gostam. É um calor humano metafórico e literal que eles não têm em seus países de origem, que só ocorre aqui. Em Olinda e no Galo. Há o fato de o meu pai não ser um folião e de ter enorme ascendência sobre mim, sobre quem eu sou, em vários aspectos. Da minha repugnância à leitura, talvez sua maior paixão depois da minha mãe e dos seus filhos, à minha paixão pela escrita, coisa que não ousava, provavelmente porque achava que não tinha nada a acrescentar em estilo ou em narrativa a tudo aquilo que havia lido. Eu, da mesma forma, sei que não acrescento nada com o que escrevo, mas ao contrário dele que tinha o peso das grandes obras lhe bloqueando as aspirações literárias, tenho a leveza de não conhecê-las e por causa disso não guardar grandes pudores sobre o meu dizer escrito. E quero que continue assim. O que deveria ler, já li ou lerei se a oportunidade se me aparecer, mas acho que agora que chego aos quarenta e as letras miúdas vêm se tornando inimigas da minha visão, a possibilidade de ler diminui consideravelmente. Farei, sem dúvida um segundo óculos para as coisas pequenas, uma vez que a visão é de longe o sentido que mais me encanta. E há letras miúdas que inevitavelmente precisarei ler, como instruções de videogames, só para citar um exemplo inevitável. O Word posto no modo de visualização que está – “Largura da Página” –, numa tela Widescreen não oferece grandes desafios à visão, a única coisa curiosa é que com os graus que tenho agora de miopia e astigmatismo, as últimas linhas do texto parecem ligeiramente curvas. É uma ilusão/distorção visual interessante e que em nada me atrapalha na digitação. Por falar em digitação, nunca mais digitei os “Diários de um Manicômio III”. Tenho que me prometer que no carnaval me dedicarei a isso. Ou melhor, que me dedicarei uma hora por dia a isso. Poderia começar por hoje. Se ainda restasse uma hora hoje. São 23h34. Mas posso escrever até as 0h e digitar uma hora a partir daí. É estranho revisitar o que pensei e passei enquanto internado. Por vezes tedioso, por vezes surpreendente. Muitas coisas das quais não me recordava vêm com extrema vivacidade à minha memória. A escrita deixa a desejar e a parte mais chata é corrigir sem transformar demais o sentido ou conteúdo; em verdade, tudo é chato em digitar algo que já está escrito. Vale apenas por revisitar o passado e perceber as semelhanças e diferenças do eu de antes para o eu de agora. E quanto do eu de agora foi construído naquele período de internação. E muito do que era foi descontruído naquele internamento e reposto por esta pessoa pior e menor que vos escreve. Eu era um ser mais interessante e magnânimo do que esse poço raso de limitado repertório e profundo de egoísmo e acomodação. Eu me tornei quase o inverso de mim, ou melhor – ou pior –, o que não prestava em mim aflorou e dominou o que de bom e virtuoso um dia habitou meu ser. Sei que ainda habita, só não sei mais acessar essa parte bela de mim. O mais contundente disso tudo para mim é que não me faz a menor falta acessá-la ou manifestá-la, estou muito confortável como sou agora, embora a parte virtuosa de mim grita sei lá de onde na forma de culpa. E como grita a maldita-bendita. 23h45. Mais quinze minutos até ir para o labor, aos cadernos, ao lugar no tempo e espaço que me facilitou ser essa pessoa mais repugnante que sou hoje. Mais seco, menos amável, mais distante das pessoas, mais ensimesmado. Praticamente um Dom Casmurro. Saio com meus amigos como se eles não fossem tão mais meus, tão mais amigos. Ouço-os, presto atenção neles, mas faço o máximo para que não prestem atenção em mim, que não requeiram de mim uma participação de fato na conversa. Sou mais um mero e distante observador da experiência deles que parte da experiência em si, na qual de fato estou inserido tentando não estar. Não sei se me explico bem. É como se a vontade que minha alma tem é a de ser um fantasma, invisível do qual não fosse possível extrair qualquer coisa, qualquer opinião ou percepção. O pior é que acho que este comportamento começa a saltar aos olhos deles e não sei o que será de nossa amizade quando for desmascarado, quando quiserem puxar o lençol do fantasminha camarada que perambula com eles pelas noites pernambucanas. Tinha um cabelo meu em cima do teclado que estava me dando nos nervos. 23h54. Seis minutos para abandonar o fantasma atual e encarar os meus fantasmas dos tempos de internação. Minha psiquiatra disse que essa tendência a introspecção e ao isolamento seriam um crescendo no meu comportamento e preparou minha mãe para isso. Só não preparou o resto do mundo. Mas preparou a pessoa principal. Tanto é que minha mãe tem respeitado o meu espaço, sem fazer grandes exigências de presença ou reprimendas ao meu novo estilo de vida. Sou muito grato à Doutora por isso e mais ainda à minha mãe por tê-la ouvido e estar me respeitando na forma como hoje me manifesto. Ou deixo de me manifestar. 23h58. Posso me arrepender tremendamente disso, pois estou perdendo um tempo precioso com minha mãe. Tempo que não volta. Tempo que fica cada dia mais curto. Tempo que eu desperdiço comigo mesmo. 23h59. Vou pegar Coca e o caderno. Depois, talvez volte para cá. Quem eu serei eu, então, depois de mergulhar no meu passado no Manicômio?


Recife, 22 de janeiro de 2017

0h57. Não digitei uma hora. Digitei um dia. Ainda bem que peguei um dia curto. Haverá dias que passarão de dez páginas de caderno, eu acho. Digitei até as 0h45, mais ou menos e me dei por satisfeito por ter coberto um dia de internamento. Hoje à noite ou à tarde, encaro outra página. Fui matar, nesse ínterim entre os diários e a volta a este texto, a larica que o remédio me dá. A comida no bucho me dá sono. Mas eu sei que esse passa. Se não passar, vou dormir.

O que digitei hoje dos diários não teve nenhum impacto emocional ou de qualquer outra estirpe sobre mim. Foram coisas bestas e irrelevantes. Nem sei sobre o que escrever, estou com meu pensamento enevoado pelo sono da barriga cheia. Não me lembro bem sobre o que escrevia aqui, mas acredito que a síntese é que a internação no Manicômio contribuiu para eu me tornar a pessoa esquisita, arredia, isolada e egoísta que sou hoje. Penso que o Manicômio exerceu sua influência sobre mim, como exerce sobre todos os outros, só que eu me deixei influenciar mais talvez porque tenha feito um mergulho mais profundo sobre o meu eu através da escrita. Muito embora o que digitei hoje não aponte isso, sei que há partes de autorreflexão espalhadas pelos diários. E que sem a devida orientação terapêutica talvez, tenham me trazido até este aqui e agora que sou eu. Ou talvez eu tenha apenas tirado de vez a pele de cordeiro. Não estou com saco de escrever isso. Não estou com saco de nada. Nem de dormir. Maldita comida. E abençoada comida, sem você estaria todo me tremendo aqui, como comecei a ficar da metade para o final da transcrição do caderno. Será que o Wii U vai fazer essa diferença toda em minha vida? Ou será somente mais uma ilusão consumista? Eu acho que vai. Eu amo a Nintendo. Já pensei em tatuar o logo da empresa, para você ter uma idéia. Mas acho demais. Já pensei em tatuar tatoo de Björk. A única que idéia que persiste é o nome de Adeline, se soubesse onde está. E se tivesse dinheiro. O jogo que me bateu vontade de jogar agora foi Metal Gear Solid 4. Mas esse eu sei que dura mais de um final de semana e eu quero jogar numa sentada só. Não digo de uma vez, sem dormir. Mas pegar e jogar só ele. Não é que nem o Mario Kart e o Super Mario 3D que você pode ficar revezando entre um jogo e outro para desopilar. Se bem que quando pegar um deles, acho que pegarei o Super Mario 3D World primeiro, eu não vou descansar enquanto não zerar todo e completamente. Depois a mesma coisa com o Super Mario Kart 8 e, finalmente Splatoon. Confesso que foi um dos jogos que comprei mais pela hype e pelo ótimo preço do que pela vontade de jogá-lo. Espero que a Nintendo me prove errado. Mas no Metacritic, a nota foi 8,1. É uma boa nota, mas já joguei muito jogo média 8 no Metacritic e não gostei muito. Espero que Splatoon seja uma honrosa exceção. Acredito que se me dedicar o necessário, vou acabar viciado no modo multiplayer. Não sei, entretanto, se terei essa dedicação. Vou jogar o modo off-line, para uma pessoa, pegar o jeito do jogo e, uma vez zerado o este modo, me arrisco online. Um que estou bastante interessado e que adquirirei quando baixar de preço é Shentae: Half-Genie Hero. 8,2 no Metacritic e um platformer 2D com gráficos Full HD. Do jeitinho que eu gosto. Mas tenho outros para zerar, principalmente se a tia da minha cunhada trouxer os games dos EUA. E ainda dizem que vão lançar DLC (Downloadable Content) para Shantae, então vou esperar lançar a versão completa e deixar esta baixar de preço, daí compro. Tenho muitos jogos de PS3 para jogar para esperar que isso aconteça. A maioria gigante. Certamente com os de Wii U que ganharei conseguirei passar seis meses jogando. Fora os antigos de Wii (sem U) que pretendo jogar novamente. Aí é coisa para um ano. Três gigantes de PS3 levam com certeza mais seis meses. E tenho mais de três jogos gigantes para jogar. Vai dar para esperar o Zelda Wii U virar Nintendo Selects. Se virar. Senão até abaixar o preço. Só o Persona 4 são umas 200 horas de jogo, segundo o amigo do meu irmão que me recomendou bastante o jogo. Enfim, não tenho pressa para comprar novos jogos. Pressa nenhuma. Fiz uma boa coleção de Wii U, no precinho pelo eBay, tenho uma grande coleção de jogos de Wii e tenho uma enormemente gigantesca coleção de PS3 graças ao PSPlus. Tenho jogo pra jogar uns cinco anos. Ou mais. É porque tem muito jogo chato de PSPlus que ganhei e sei que nunca vou jogar. Mas há muitos que merecem ser jogados. Há jogos que são difíceis de entrar no clima – como o já famigerado Bioshock, do qual tenho a trilogia – e com tantos jogos para jogar, qualquer emperradinha que você dá no jogo, já dá vontade de pular para o próximo. O mesmo se deu com Fallout 3. Mas não vou me repetir nisso. Olhaí, o sono já tá passando. Ou já passou. Daqui a pouco vem é minha mãe aqui me mandar dormir. Saco. Vou logo encher meu copo de Coca.

2h07. Já enchi o copo. Agora é escrever até que ela venha fazer seu melodrama aqui comigo. O que não tardará muito. Estou ficando com a memória fraca. Isso é um mal sinal. Escrevi quase a mesma coisa sobre minha mãe no parágrafo anterior. A da minha mãe aparenta estar mais fraca ainda. Preciso fazer com que ela vá a um médico especializado nisso quando o tratamento de câncer estiver devidamente terminado e ela tiver reestabelecido completamente a saúde. Muitas vezes, a falta de memória dela vem a meu favor. Mas é desonesto usar isso para a minha benesse. Prefiro que ela mantenha a memória e se possível a exercite para melhorá-la do que eu me beneficie de seus esquecimentos. Sinto nela uma pulsão de morte, uma postura derrotista em relação à vida. Não sei se isso se dá pela consciência da perda de memória ou por causa do fantasma do câncer, só sei que tal posicionamento não é nada bom para ela. A mente é poderosa e o desejo de morte pode acelerar processos de degradação da parte física. Isso também me preocupa. Por isso é bom que ela vá à psicóloga do CAPS, o que ela disse que faria. Cobrar que ela faça isso até que se concretize será o meu primeiro passo para ajudá-la com esse problema de memória. Acredito que ela se abrindo com a psicóloga e falando que memória anda falhando, a própria indicará um médico especializado para mamãe ir. Sobre a reforma do meu quarto, espero que isso demore o máximo possível que, de repente só se dê ano que vem. Gostaria de trazer mais bonecos para o Brasil antes disso. Gostaria de ter todos aqui. A verdade verdadeira é que há muitos que eu queria vender ou me desfazer. Mentira, não muitos, mas alguns que estão na casa do meu irmão certamente eu revenderia. Não os grandões. Os grandões quero-os todos. Não são muitos. Mas os menores, estes, sim, têm um bocado que daria fim. Nossa e ainda tem um grandão que falta pagar o frete. Tinha esquecido deste. Este é um que certamente me desfaria. Se fosse fácil. Foi uma compra por impulso. Mas não me desfarei. É uma produção artesanal brasileira. Mas que o boneco não ficou lá essas coisas, isso não ficou. Quando aplicaram as cores nele foi que deu para notar. De toda sorte, vou valorizar o trabalho dos artistas brasileiros. E há um ângulo do boneco em que ele fica bem legal. É o ângulo que o exibirei, meio de perfil. A pintura é fantástica, por mais que ela ressalte os defeitos do boneco, ele é muito bem pintado. E é um Wolverine, um dos meus personagens prediletos e não tenho nenhum boneco dele. Mas minha coleção acaba com o Killer Croc, porque o meu dinheiro acabou. Agora só tenho a pensão e a pensão é para a minha sobrevivência mensal. Os remédios custam uma nota, a diversão também sai cara, e tomo um monte de Coca-Cola, além da alimentação, claro. E provavelmente vou ter que ajudar mamãe na reforma do quarto. E, se formos viajar para visitar algum dos irmãos, também sou eu que banco a maior parte da minha parte da viagem. Então, tendo tudo isso em vista, adeus bonecos, vou ficar com os que tenho e pronto. Provavelmente vender alguns que tenho por lá pelos EUA. Embora lá também não há muitos que não queira, pensando bem. Um vou ter que vender porque é intransportável. E é um dos que mais queria ver. É uma pena, mas não sabia dos limites de tamanho para bagagens de avião quando comprei. Nem sabia que seria tão grande assim. Comprei com um grande desconto e ainda consegui o frete grátis. E o frete sairia uma nota para um monstrengo desses. 2h54. Tô com mais saco de escrever agora não. Vou fumar um cigarro e ir dormir.

16h12. Acordei há mais ou menos uma hora. Minha presença mais assídua nesse blog significa apena uma coisa: não tenho assunto para colocar no outro blog e não tenho nada de mais interessante para fazer de acordo com os meus impulsos interiores. Fico me sentindo um pouco culpado por ter dado uma nota baixa a Brasil Games por não ter cumprido o prazo de entrega combinado e eu não ter recebido o meu Wii U ainda. Por falar nele, não acho uma boa idéia ligar na mesma entrada do estabilizador o Blu-Ray, que é bivolt, o gamepad do Wii U, que é 110. Isso pode acabar queimando a fonte do gamepad. Acho que o Blu-Ray vai ficar desligado até que se opere a tão falada reforma no meu quarto. Até porque o único lugar que achei para colocá-lo foi literalmente embaixo da TV, bem próximo a tela, o que pode, sei lá, danificar a TV por algum motivo, já que pedem na instalação que ela fique a 10 cm de distância em todas as direções de qualquer outra coisa. Então o Blu-Ray vai ficar de quarentena até haver lugar e tomada para ele. Não havia pensado ainda nisso de que plugar um aparelho bivolt e um de 110 V na mesma tomada poderia queimar o de 110 V. Não tenho certeza, mas o melhor é não arriscar de forma nenhuma. Ainda bem que ainda não recebi o Wii U, ou poderia tê-lo queimado logo de primeira. E, se aqui em Recife está difícil achar Wii U, que dirá fonte compatível para gamepad. Eu iria me lascar de verde e amarelo. Há males que vem para o bem. Ainda bem que pensei nisso agora. Ufa.

Hoje mamãe me deixou dormir bastante, até quando eu queria, eu diria, o que foi ótimo. Adoro dormir até o meu sono acabar. Obrigado mommy. Dormi até depois das 15h, aí fui colocar os pratos e talheres no lava-louças e encher a água das garrafas e do receptáculo da porta da geladeira. Depois vim para cá. Onde permaneço desde então. Dei uma olhada no Facebook. As meninas não entraram no Baile da Macuca. Meu primo-irmão não foi, então, caso eu tivesse ido, seria uma grande furada. Elas disseram que ficaram do lado de fora da festa, o que muita gente faz por aqui.

Meu quarto está escuro, pois já são 16h40 e as persianas estão fechadas, mas vi o sol agora quando fui colocar mais gelo e Coca no copo. O único jogo que me animaria jogar era Rayman Legends, mas por motivos citados no post anterior não o farei. Não dá para começar nenhum jogo novo hoje, pois o Wii U pode chegar amanhã. Não é possível que não chegue. Espero que chegue intacto, sem ter sido remexido pelos Correios. Não teria porque ser, visto que é uma entrega interestadual, não passa pela alfândega. É torcer. Meu irmão disse que os jogos que comprei aparentam estar em excelente estado e isso me anima. Comprar essas coisas usadas é meio que um tiro no escuro, mesmo que sejam categorizadas como “Like New” no eBay. Mas, parece que dei sorte. Conseguir preços super em conta, bem abaixo da média dos jogos novos e, pelo que tudo indica, todos vão rodar no meu vindouro videogame. Resta torcer para que a tia da minha cunhada, que dá a maior força para cuidar dos meninos quando está lá, traga os joguinhos para mim. Nem que seja metade nessa viagem e metade na viagem que fará novamente para lá em maio. Chegando os jogos para mim este ano está ótimo. Chegando o videogame em perfeitas condições já estará excelente, para ser sincero. Houve uma compra que não realizei no cartão de mamãe e que apareceu lá. Já ocorreu fato semelhante e muito mais extremado, foram dezenas de compras que não realizei, mas depois desapareceram da lista de despesas do cartão. Espero que essa desapareça também. Vai ver que foi mamãe. Sei lá. Se continuar aparecendo nos meses vindouros, uma medida vai ter de ser tomada. O pior é que as parcelas do último boneco que comprei estão sendo descontadas desse cartão. E isso vai até agosto. Espero que não ocorra mais nada dessa natureza. Vou até ver se sumiu.

É de um tal de Gaumont Opera 1 4542469. Um nome muito suspeito realmente. Esse Gaumont Opera 1 muito me intriga...

O “O” do meu teclado já está desgastado, a tinta prateada da tecla já deu uma boa descascada. Fica engraçado quando acendo a luz do teclado e fica claro que as teclas são em verdade transparentes e pintadas de prateado. Vai ver que o “O”, por seu posicionamento e alta utilização foi sendo arranhado pela minha unha e descascando com o tempo. Ainda bem que nenhuma das outras teclas apresenta nenhum tipo de desgaste semelhante. Gosto de marcas de como essas, são como cicatrizes de guerra, provas de que ali já houve muito uso. Menos nos meus videogames. Aí gosto deles o mais conservados possível. Lembrei agora, não sei por que, de que fiquei de pegar o DVD de Chico com uma amiga que mora aqui no prédio. E nunca o fiz e provavelmente nunca o farei. Mas não estou tão certo desse nunca. Entretanto, com a chegada do Wii U, não vou ter onde tocá-lo então se este empréstimo do DVD houver de acontecer vai ser só depois que o quarto for reformulado. Não sei o que farão com o amontoado de coisas que está nos armários daqui. Ainda mais quando quero trazer minhas HQs para cá. Talvez uma troca de lugares: as HQs vêm do quarto da empregada para cá e as tralhas que estão aqui vão para lá. Não sei. Acho que há mais tralhas que HQs. Bom, isso é para mamãe lidar com a arquiteta. Mas não gostaria realmente de ter meu quarto reformado esse ano. Mamãe já gastou muito dinheiro com esse tratamento de câncer. Espero sinceramente que deixem para o ano que vem. Mamãe, como está, indisposta para as coisas, pode acabar deixando mesmo. Principalmente se quiser visitar a minha irmã esse ano. Daqui que fique boa da quimioterapia, será abril já. Senão mais. E essas reformas demoram sempre muito mais tempo que o estipulado. Não queria passar meses sem poder jogar videogame. Ou ter o videogame e ter que utilizar o computador na sala, onde não posso baforar. Estou muito condicionado a baforar o tempo todo. Vai ser difícil mudar de hábitos. Inclusive se for levado nessa viagem para a Alemanha. Queria parar de vender bonecos de macumba pela internet. Acho que vou fazer isso, mas não ainda. Talvez depois do carnaval. Queria vender pelo menos a grandona, para poder pagar a pintura dos dois kits que estão com minha amiga Daisy lá na China. Pois é, tenho uma fornecedora de montagem e pintura de kits que mora na China. E temos uma relação quase de amizade. A internet realmente deixa o mundo menor. E mais interessante. A conheço há mais de dez anos. Mais do que muitas das amizades com quem saio hoje. É curioso isso. Ela inclusive me mandou fotos de seus animais de estimação e de si própria, mas com essa troca de computador que aconteceu ano passado, eu não sei onde foram parar tais fotos. Não quis encher o meu computador de coisas para não ficar carregado e lento. Embora já venha gradativamente enchendo esse, mas de forma muito mais lenta. Primeiro não tenho mais acesso ao banco de imagens e vetores da agência, o que consumia boa parte do meu HD. Segundo, tenho salvo a maioria, senão tudo o que produzo, no pen-drive de 124 GB, se não me engano, que comprei para poder ter tudo em qualquer lugar. Mas tenho baixado filmes e ele ocupam um espaço considerável, além mas milhares de músicas que transpus todas para esse computador, para poder colocar no iPod. Por sinal, as caixas de som do meu computador são Bang & Olufsen e têm um som bastante bom. Quando acabar de tocar o disco do Radiohead novo no som, vou colocar um shuffle aqui para ouvir músicas do meu computador, coisa que rarissimamente faço e que deveria fazer com mais frequência, para aproveitar que tenho um som tão bom no computador e tantas músicas disponíveis. Fiquei noiado agora de arranhar as outras teclas do meu computador, minhas unhas já estão começando a ficar grandes. Vou cortá-las amanhã. Visto que já as sinto roçar nas teclas quando digito. Deixarei o meu Blu-Ray desligado embaixo da TV ou o tirarei de lá? Eis a questão. Não sei se há algum tipo de magneto no aparelho que possa danificar com o tempo a tela da TV, então, por precaução o tirarei de lá. Onde colocá-lo é que se faz a questão presente agora. Acho que vou colocá-lo no quarto da minha irmã. Não acredito. Já vou com sete páginas deste besteirol?! Quando comecei a escrever isso? Ontem, às 22h e pouco?! Carai, tô escrevendo muita merda muito rápido. Como pode tanto conteúdo ser produzido de uma vida tão estéril de acontecimentos como a minha? Até eu fiquei abismado agora. De cara. O disco do Radiohead está na última música. O pior que a minha vontade é botá-lo de novo para tocar ao invés de botar o som saindo aqui da frente do computador no meu pé do ouvido e passando um bando de músicas que não vão me apetecer. E muitas que vão me surpreender, é verdade. Vou botar o som do computador. Se não gostar, volto pro Radiohead. Por sinal, acho que o som do Radiohead cada vez se dilui mais ou é preciso ouvir mais alto para pegar todas as nuances das músicas, coisa que não posso fazer, senão mamãe reclama. Só quando ela estiver fora. O que é raro nesses tempos de quimioterapia. Bom vou colocar o som do computador. One moment, please. 18h04. O tempo voa.

Finalmente entendi, eu acho, como botar o iTunes em modo aleatório. Estou ouvindo uma música do Jesus & Mary Chain que nunca ouvi na vida e que é bastante barulhenta. Por falar em barulhento, tenho que me lembrar de baixar a discografia do Nirvana qualquer dia desses. Poderia fazê-lo agora, mas não quero. Essa barulheira já está mais do que suficiente por hoje. É só altas microfonias e uma guitarra superdistorcida. Agora! Let’s Go To Bed, do Cure. Vou pegar Coca.

Há pouco gelo na geladeira. Gostei do novo sabor da Coca Zero, parece menos químico que o anterior. Não faço a mínima idéia do que esteja tocando agora, sei que é cacofônico. Que onda é a demo caseira de 10:15 On a Saturday Night do Cure! Que preciosidade. Como é diferente da versão finalizada. E pior. É só guitarra, teclado e voz. É como estar no quarto com Robert Smith no meio do processo de criação dele. Massa. All That Jazz (Live) do Echo & The Bunnymen. Parece uma versão caseira, por mais que não conheça essa música. Vou procurar a versão oficial. Mas a voz de Ian está muito boa, não detonada e frágil como é hoje, devido a muito cigarro, acredito. É, a versão de estúdio não é muito diferente, só mais bem equalizada e limpa. A música é que não é muito do meu agrado mesmo. É nisso que dá ter milhares de músicas. Outra do Cure, agora uma que gosto e na versão original. Out Of This World. Foi uma boa escolha ter dado uma chance ao computador. Ele está me surpreendendo com sua predileção por demos e lados B das bandas que eu gosto. Apesar de essa ser de estúdio mesmo. Tenho ela na versão remix, mais limpa e streamlined, por falta de termo melhor, que a versão do álbum, com arranjo mais complexo e rico. Quando for pegar mais Coca, preciso encher algumas caçambas de gelo. Umas oito, pelo menos. Queria jogar o Rayman Legends. Ou ainda tentar passar da fase de Limbo na qual estou empacado. É isso! Limbo. Até mais.

18h37. Não vejo solução para o desafio em que encalhei meses atrás. Vou ver na internet.

19h40. Acabei vendo o resto dos desafios todos, já que estava a menos de dez minutos do final do jogo. Não conseguiria sem ter filado na internet. Pouquíssimas partes eu deduzi. O final é tão estranho quanto o jogo. No bom sentido. Mas descobri que minha praia não são puzzle games. Não tenho o pensamento “out of the box” necessário para decifrar os enigmas. O local onde estava empacado foi sem dúvida a parte mais difícil do jogo. As outras eram mais uma questão de habilidade e timing. E de saber que as placas com setas mudam a gravidade! Fica a dica. Ou spoiler para os mais hardcores. De qualquer forma zerei mais um, muito embora considere uma zerada medíocre pelas filadas que dei na internet. Mereci só ganhar o troféu de prata. Não merecia mais do que isso. Acredito que joguei 77% do jogo por mim mesmo. O resto foi filando na internet. A Nintendo é menos cruel com seus fãs no que tange a puzzles. Os dela são mais fáceis e não precisa apelar para a internet para descobrir qual a solução, basta parar e pensar um pouco no que se tem e em como o que se tem pode ser utilizado. Descobrir que existe uma segunda caixa lá na pqp, num lugar que nunca se imaginaria é demais para mim. Só se só tivesse esse jogo para jogar. Talvez, talvez, talvez eu chegasse lá. Agora não sei se conseguiria tirar a caixa de onde estava se não tivesse olhado na internet. Mesmo sendo o único jogo que tivesse. Haveria uma probabilidade ínfima disso acontecer. Acho que abandonaria o jogo antes. Quando você vê a solução não parece tão absurda, mas sem pista alguma parece impossível. É um jogo que é muito centrado nas leias da Física: inércia, gravidade etc. Nunca fui bom em Física. Meu pai talvez conseguisse decifrar os quebra-cabeças. Ou tivesse mais paciência para isso. Por falar nele, comprei um jogo só porque foi o único jogo que ele demonstrou interesse em jogar: Myst. Outro puzzler. Eu não consegui passar do primeiro enigma e desisti. Deixa eu ver se ainda tenho ele instalado. Tenho não. Ele provavelmente caberia no exíguo espaço que resta no HD do PS3 para baixar jogos, mas confesso que não estou com saco de jogá-lo, só me motivei porque a tela do PS3 estava em modo de descanso e o controle desligado, mesmo assim, misteriosamente, ela se acendeu quando comecei a falar de Myst. Aí, como foi uma coisa meio inexplicável de acontecer, eu achei que, com as cinzas de papai aqui no quarto e tudo o mais, talvez ele quisesse que eu jogasse o jogo para ele olhar e quem sabe me guiar através de sei lá como. Olha que doideira da minha cabeça! Fui olhar na minha lista de jogos de PS3 e não tenho Myst comprado ou ganho pelo PSPlus. E como foi que joguei? Vai ver que foi uma demo ou um timed trial. Foi mal pai. Nem tenho como adquiri-lo, pois meu irmão não conseguiu pôr o PayPal dele na minha conta mais. Eu fiz a burrice de tentar colocar o meu, mas não aceitou porque é brasileiro e o meu videogame está configurado como se fosse americano. Aí quando ele foi colocar de novo, pediu para ele cadastrar o cartão de crédito também, aí ele estrilou. Não vai mais nunca colocar um cartão de crédito na minha mão, por mais que eu não saiba o código numérico que vem atrás do cartão, logo não possa usá-lo, ele não vai se arriscar depois do que aconteceu da outra vez que deixou os dados do cartão comigo. Foi o caos. Então pai, vamos ter que passar sem Myst. Mas como você disse que me olhar jogando era como ver o mar – era relaxante, você dizia –, então, isso você vê e verá bastante. Já uma linda mulher nua nesse quarto, está mais difícil que a paz no Oriente Médio. Só nos vídeos da internet mesmo. Por sinal, podemos ver um hoje, se bem que eu não estou muito animado no momento para tal feito e obviamente só quando mamãe e meu padrasto forem dormir. 20h23. Esse meu micro Spotify que é o meu computador me mostra várias coisas que nunca tinha ouvido de bandas que eu gosto. Está passando uma do disco Brotherhood do New Order que eu estou gostando muito. Está passando Milton. Acho que do disco que meu primo-ex-vizinho repartiu comigo e tem uma cantada linda na música algo como “agora vou tomar suas mãos, você não conhece o futuro que eu tenho nas mãos”. Pegar as mãos de uma garota e dizer que ela não conhece o futuro que tenho nas mãos é uma cantada massa. Se for muito cara de pau, emendo um “se quiser descobrir, eu te mostro”. Se eu tivesse realmente tal futuro para oferecer. Até porque um futuro a dois é construído a dois, não vem pré-fabricado por uma das partes. Mas que é uma cantada massa, é. É meu estilo de cantada. Se eu fosse de passar cantadas. Agora entendi porque a tela do PS3 acendeu! Porque um aviso de que um usuário amigo meu estava online ou tinha ficado off-line apareceu. Foi isso que ativou a tela agora e da última vez, aposto. É a única explicação. Não há nenhum outro evento que conheça que ative a tela a não ser ligar o controle. Ou mexer nele já ligado. Mas como desliguei o controle, esta é a razão da tela ter acendido quando escrevia sobre Myst. Fui pegar Coca e não enchi caçamba de gelo sequer. Na próxima ida, tenho que encher impreterivelmente. Everything Counts do Depeche Mode. Confesso que estava esperando por essa desde que botei o som do computador para tocar. Foi a única que me passou pela cabeça. Hoje é o dia das coincidências. Esse Green Goblin da Sideshow é muito invocado. Pena ser uma pequena fortuna... Tenho que introjetar que a minha coleção acaba com Killer Croc. E que não vou ter verba para mandar pintar os kits que estão na China com minha amiga Daisy. Não acredito! Eu tenho Skid Row no HD. Por isso tive dificuldade de descobrir o que era esse heavy metal aguado. Não me lembrava de ter baixado nenhuma banda de metal. Mas baixei a coletânea de Skid Row por causa de uma das baladas deles que fez muito sucesso na época que a MTV só passava clipes. Bons tempos. Que não voltam. Ainda bem que eu estava lá no começo da MTV Brasil e assisti muito clipe de muita banda boa. A música era outra coisa nessa época. Claro, tinha Skid Row, Vanilla Ice e quetais, mas eram 24 horas de clipes quase ininterruptas, tinham uns apresentadores, VJs que apresentavam os programas, mas no começo, começo, acho que nem isso tinha, eram só clipes atrás de clipes. Era muito massa. Não tinha propaganda, não tinha entrevista, não tinha programas, tudo era em torno dos clipes. E só. E era o que bastava, estava ótimo daquele jeito, mas aí a coisa toda mudou para como é hoje. Que nem sei mais como é, pois parei de assistir. Também não tem mais ninguém que eu queira assistir. Só quem ainda investe em clipes acho, que gosto e tenha visto são Björk e Radiohead. E Strokes. Se bem que não cascavilho o YouTube em busca de novos clipes de bandas que eu gosto. Talvez até ache. Mas não tenho o hábito ou o saco de fazê-lo. Parei de assistir TV, minha TV é um canal para o videogame aparecer. Nem Netflix tenho assistido mais. Estava acompanhando Daredevil e o que Kevin Spacey é um político escroto. Não me recordo o nome. Mas deve estar lá. House Of Cards, esse é o nome. A última coisa que assisti foi Stranger Things. Gostei. Principalmente da trilha. Sempre acabava com uma música que eu amo. Preciso tomar banho. O farei dentro em breve. Depois do próximo copo de Coca-Cola e de encher as caçambas de gelo. Amanhã é segunda. Nunca fiquei tão animado com uma segunda-feira em toda a minha vida. Tudo porque uma nova possibilidade de chegada do Wii U se afigura. Uma bem concreta. Pelo menos acho eu.

21h24. Coloquei o copo de Coca e enchi sete caçambas que coloquei para gelar. Minha mãe me mandou tomar banho. Mal sabia ela que eu já havia me planejado para fazer isso após esse copo de Coca. Ela mencionou sobre a possibilidade de chegada do Wii U amanhã. Até ela esta na expectativa. Lol. Aproveitei que estava na cozinha e fui ao hall de serviço ver se estava rolando alguma coisa na Vila Edna. Parecia ter gente lá, mas está muito tarde para eu aparecer. 21h27. Droga. Próximo domingo me organizo mais cedo.

21h37. Incrível. Uma olhadinha no Facebook e já perdi 10 minutos da minha vida. Ô buraco negro dos infernos.

21h56. Estava conversando com um primo meu a respeito de um projeto bem legal que ele estava desenvolvendo e que deu para trás porque os outros membros do grupo fuleiraram. Estava tentando motivá-lo a não desistir. Mas acho que ele já se deu por vencido. Uma pena.

22h10. Soltei a cantada da mão para uma menina do Facebook que nem conheço, mas para a qual já tinha passado outra cantada. Vamos ver se ela responde. Aposto que não. Mas pelo menos pelo Facebook sou mais saidinho. Não sei quem foi que me colocou num grupo de venda de móveis usados e aí fico recebendo as postagens desse grupo. Então apareceu essa menina bonita vendendo móveis e eu passei uma cantada. Ela riu. Embora tenha me dado uma cortada. Não tem problema, mandei uma cantada poética agora. Se ela me responder, será interessante. Mas não vai. É mais provável meu Wii U chegar bonitinho e intacto amanhã que ela me responder.

22h22. Não vou tomar banho agora. Vou pegar mais um copo de Coca-Cola, não esperava que a conversa com meu primo programador durasse tanto tempo. Foi bem legal. Mas quero escrever mais um pouco antes de me banhar. Gostaria de comer antes de tomar banho e acho que é o que farei.


23h31. Tentei encarar o Mirror’s Edge, mas cansei de morrer fazendo a mesma travessia correndo através de uma parede. Quando consegui passar disso fui morto pelos tiros da polícia. Fiquei puto porque não sabia qual era o caminho a seguir e fiquei que nem um pomba lesa até decidir um caminho que me levou à morte. Vou dar meu post por visto e publicá-lo.