quinta-feira, 21 de junho de 2018

SOFRENDO POR ANTECIPAÇÃO (TÍPICO)


19h27. Às 19h30 vou fumar. E ver se minha mãe quer que eu leve o prato e traga alguma coisa.

19h42. Ouvi narrativas de mamãe. Algumas que meu padrasto não pode ouvir para não se zangar. Besteira. Tomei uma decisão mais prudente e divertida que talvez encontre eco neste texto. Meu deus, amanhã a incrível revisora vai vir aqui. A existência me cutucou no WhatsApp. Respondi. Ainda está muito cedo, meu deus. Acho que foi porque acordei às 10h00. Dei um belo arroto de Coca, vantagem de se estar sozinho, dentro do meu quarto-ilha, fechado e rolando U2. Hoje estou me sentindo meio que na Garagem do Manicômio. Para entender a referência você tem que torcer para que o “Diário do Manicômio” seja publicado e lê-lo. Aí vai conhecer A Garagem. A realidade me cutucou de novo e eu concordei.

19h56. Estou repensando a minha estratégia de hoje. Por que será isso? Um certo desconforto com o agora. Será a realidade nua e crua se apossando de mim? Será que estou deprimido mesmo? É só tensão do livro. “Loucura é não ler.” Esse foi o slogan óbvio que criei para o livro. Há outros mais impactantes. Esse eu não vou nem usar, eu acho, por mais que seja pertinente, é muito clichê. O WhatsApp de novo. Acho que foi a troca de emoticons que fechou esse diálogo.

20h06. Com a cabeça vazia. Acho que me acostumei ao formato três páginas. “O problema ambulante”. Isso é uma imagem que faço de mim mesmo. Uma das muitas. Como ridículo, inútil, fracassado, medíocre. Eu tive uma ideia, eu vou fazer uma reportagem sobre a minha vida. Melhor do que isso, eu já fiz isso e já publiquei no Kindle. Posso inscrever aquele. “50 Páginas em 1 Semana Inútil”. Hahaha. Talvez o faça mas para isso eu preciso ter KDP Select. Preciso, sim, e não sei se consegui ou não. E não sei onde colocar a palavra-chave pedida. Agora o meu livro foi novamente para aprovação e não tenho acesso a mais nada.

Eu devia escrever outro daquele... meu deus, o que vou escrever na Alemanha? Espero muito que me venha algo. Um momento, vou me tocar.

21h04. Estou de volta. Penso em alguém dizendo, eu sou feito touro, eu sempre tenho que estar com os chifres apontados para algum canto, para alguém.

21h11. Acho que chega uma hora que cansa escrever. Eu me sinto meio cansado de escrever. Mas eu também acho que eu não consigo mais viver sem escrever. Porém, posso dar intervalos, ver um filme, a hora é essa. Está cedo. Não quero agora. Mas vejo umas pegadinhas de João Kléber. Imaginei do nada uma cobra enrolada, venenosa, procurando em que dar o bote, nalgum lugar da Índia. Evento mais curioso. Que cadeia de pensamentos levou a isso, não sei. Por que há certas pessoas que cultuam cobras ou a iconografia da cobra? Por que há gente como eu no mundo é uma pergunta talvez mais pertinente. Um completo vagabundo, alguém que passa o dia a escrever abobrinhas que ninguém lê. Porque acha que a obra vai ser, aliás, pode ser, publicada e isso atrair leitores para o blog. Eu já posso publicar o outro post? Não, eu vou ter que revisar primeiro e não será hoje. Não será agora pelo menos. Estava vendo que na bilheteria para entrar na Casa Astral não teve lista amiga e é mais caro que comprar pela internet. É um óbvio movimento de direcionar as vendas para o modo online. Caramba, eu me esqueci de responder para a menina do ateliê na China. Vou responder.

21h37. Respondi que a Asuka na moto ficou fabulosa e que a base é incrível e perguntei qual o próximo passo. Acho que eu vou ver “Homem-Aranha Homecoming”.

23h26. Assisti o Homem-Aranha até agora. Eu ia dizer o que queria que o meu tio dissesse mas fiquei com vergonha de botar aqui. Amanhã a incrível revisora vai vir e provavelmente vai me entregar a revisão. Terei que encarar o meu tio de qualquer forma, eu acho.

23h38. Eu respondi à minha amiga do ateliê chinês. Não queria pensar sobre as dificuldades sociais que preciso enfrentar para ver a minha obra publicada. Talvez com uma AT eu tenha mais coragem de enfrentar o meu tio. Se ela for, estiver disponível, existir em primeiro lugar. O que significa que eu vou ter que deixar isso para a volta. Seria curioso e menos intimidante chamar o meu tio para o forró da Casa Astral, mas acho que ele não iria concordar. Bom, que seja. Eu só sei que preciso de mais Ju para enfrentar o meu tio. Ou de uma AT. Que seja uma das duas que eu sugeri a Ju. Muito mais uma do que a outra. Mas qualquer uma serve. Ou vou sem ninguém. Mas isso no momento me intimida e assusta. Uma etapa de cada vez. Primeiro a opinião da incrível revisora, para a qual estou já apavorado.

23h58. Fui fumar. De todos o encontro que mais desejaria ter e que menos me intimidaria era com a Garota da Rabeca. Mas seria muito ozzy se ela fosse ríspida comigo ou de alguma forma antipática. Significaria que o meu texto a desagradou, o que seria muito frustrante. Mesmo assim acho que reuniria forças para perguntar por que desagradou. É uma chance em alguns milhares de eu ter o feedback de alguém que me encanta. Coisa curiosa essa minha bravura e ousadia em relação à Garota da Rabeca. Quero ver se se materializará. Estou sendo redundante de novo. Saco. Mas é melhor que pensar no que vai acontecer hoje mais tarde. O nervosismo está crescendo em vez de diminuir. Isso não é bom, mas acho que uma boa noite de sono me fará bem. O que me lembra que preciso pôr e tomar os remédios. Momento. Passa num piscar de olhos (para você).

0h20. Viu? Um amigo está voltando da Europa. Gostaria que ele se tornasse ministro da economia. Eu não sei o que dizer. Com o filme do Homem-Aranha na cabeça. Posso assistir o restante, mas não vou. Prefiro ficar ruminando ideias que engulo e regurgito. Apreensão, esse é o meu nome em relação ao encontro que vai se dar amanhã. Gostaria de fazer uma série de perguntas à incrível revisora, como acho que não terei coragem, posso elencá-las aqui e mostrar para ela ler. Mas para isso, tenho que revisar e postar este e o outro texto e publicá-los. Lá vai.

1) Se publicado, você acha que vende?
2) Você acha que é polêmico? Você ficou impactada com coisa além do impacto maior do livro?
3) Você acha que os personagens têm alguma profundidade/densidade psicológica?
4) O que você achou do personagem da Doutora?
5) Você acha que, em caso sendo publicado, eu deva abrir o jogo antes com quem de direito?
6) Você achou a leitura interessante ou há muitas partes monótonas?
7) Você sentiu sinceridade no texto?
8) Você erradicou todos os erros de português?
9) Eu estou lhe devendo um sorvete ou você está me devendo uma carteira de Marlboro KS Vermelho?
10) Você pode escolher quatro slogans da lista que eu elaborei? Os que mais têm a ver com a percepção que você teve da obra?
11) Você se sentiu transportada para o ambiente?

0h34. Eu não sei mais. Se me vier mais algo à cabeça, eu coloco. Puxa, pensava que tinha mais coisas a perguntar.

12) É um bom texto? Entretém?
13) Há alguma parte engraçada?
14) Você acha que o leitor médio me terá... perguntar na hora, não quero spoilers do livro.
15) O livro do nosso amigo é muito melhor do que o meu?
16) Você consideraria um livro-reportagem?
17) Você acha que alguma editora se interessaria em publicar? Tem alguma sugestão?

0h46. Estou sem mais criatividade. Estou é me pelando aqui de encontrar com ela. Mas é um passo crucial na minha vida, eu preciso dar. A fome do remédio já está batendo. Tomara que haja charque e arroz na geladeira, vou lá.

01h11. Comi, sonhei acordado. E me lembrei do que terei que enfrentar amanhã e que não me sai da cabeça. Não é nenhum filho que vou perder, mas se a minha amiga revisora me desacreditar será o mais próximo disso que posso chegar. Não adianta mais esquentar a cabeça com isso hoje. Quando acordar amanhã eu começo a noiar mais forte. Que ansiedade ruim. Medo mesmo, de enfrentar a vida e o que ela me revelará amanhã. Tentar revisar e postar isso quando acordar, senão abro o arquivo e mostro a ela.

-x-x-x-x-

13h42. Minha amiga revisora disse que vem às 16h00. Está muito próximo. Estou mais tranquilo em relação ao encontro. Não acredito que vou ter que reler a obra toda. Sem a mínima disposição para isso. Pelo menos é uma coisa para me ocupar na Europa. Eu não queria reler aquilo. Aquilo é a obra da minha vida e não posso medir esforços para que se concretize. Será que é livro-reportagem? É uma boa classificação. Eu gosto. Vamos ver o que a minha amiga revisora irá dizer.

13h52. Mudei para o novo Gmail e não sei como voltar ao antigo. Acho que vou ter que me acostumar com esse. Já vai dar 14h00. Em breve tudo sobre o meu livro me será revelado. Será que deixo espaço para a incrível revisora responder as perguntas aqui, se ela concordar? Acho que é viagem demais. É, é viagem demais. Vou revisar isso e postar.

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