quarta-feira, 10 de maio de 2017

MAIS QUESTÕES FILOSÓFICAS



Decidi que como os meus posts são muito grandes, vou tentar postá-los de dois em dois dias, para dar mais tempo de a galera ler. Se é que faz alguma diferença. Veremos. Mas como título do post diz, vamos às questões filosóficas.

696 – Ser estranho é bom?
Eu gosto. Acho que estou cada vez mais estranho e isso não me incomoda, pois estou alinhando cada vez mais a minha vida aos meus desejos e anseios. Se isso me torna uma figura estranha ou excêntrica, pouco se me dá. Ou melhor, me dá uma alegriazinha interior, não sei por quê, ser diferente dos demais. Acho que é uma coisa que herdei do meu tio, irmão mais novo do meu pai, que também era um ser excêntrico. Mas não gostaria de ser estranho e sofrer preconceito por causa disso. Isso me incomodaria deveras. Não tenho preconceito com quase ninguém, só com os mais canalhas que eu, então não gosto que tenham preconceito para comigo. Já sinto preconceito por parte das gatinhas por causa do meu bucho tão destoante do mundo dos sarados e isso me incomoda, visto que me descartam só por causa dele.

695 – Sentir culpa é útil?
A única utilidade da culpa é ensinar a não repetir o erro, ademais é um sofrimento existencial desgastante e inútil. Se a culpa levar ao pedido de perdão ou a tentar desfazer o malfeito é útil. Mas se não tem solução, solucionado está e não se deve alimentar essa culpa.


694 – Seria bom poder alterar o passado?
É uma pergunta paradoxal esta, visto que se alterasse o passado, não seria mais eu aqui escrevendo, mas uma outra versão de mim cuja alteração do passado levaria a se desenvolver. Mas se tivesse uma coisa que eu gostaria de mudar no passado e que não acarretaria muitas consequências no que eu sou seria nunca ter fumado. Tenho medo de desfazer alguns erros mais graves e acabar, por exemplo, casado com uma mulher que eu não amo, o que me faria – e a ela também – pessoas infelizes. Prefiro ter cometido e deixá-lo cometido porque gosto da vida como ela se dá hoje. Apesar da solidão emocional em que me encontro.

693 – O que é o Homem?
Indivíduo da espécie Homo Sapiens cuja consciência é formada pelos instintos mais primais e toda o ordenamento psicossocial a que foi e é submetido. Homem, no sentido de ser humano adulto, significa via de regra, um ser humano que já atingiu a maioridade na sociedade onde está inserido, passou por todos os rituais de passagem para se tornar um ser independente materialmente e poder arcar com as responsabilidades e benesses (ou perdas) das suas escolhas.  

692 – A cidade melhora-nos?
Depende da cidade. Recife é uma cidade que apesar de oferecer lazer e cultura vejo pondo as pessoas mais paranoicas com a violência e o trânsito, para citar dois exemplos mais em voga ultimamente, e não é bom tornar-se mais paranoico. Mas vou além, uma cidade que está numa zona de guerra, embora haja muito o que ser aprendido ali, não acho que faça bem ou melhore os seres humanos. Então há cidades e cidades, comunidades e comunidades, nem todas farão bem a determinado indivíduo embora todas tenham coisas boas e ruins a oferecer e a ensinar.


691 – Pode ser bom deixar o acaso decidir as nossas vidas?
Não sei se é bom, mas foi ao acaso que deixei os assuntos do coração. Cansei de correr atrás. Se tiver de aparecer que apareça, que o acaso me apresente a garota, não farei movimento nessa direção, como abordar desconhecidas ou coisa do gênero. Acho isso penoso para mim e provavelmente para a desconhecida. No mais, confesso que não faço muitos planos para a minha vida. Acho que vou vivendo ao sabor do vento. Tentando apenas defender e manter as minhas conquistas. Não há muito mais o queira da vida que já não tenha. Estou satisfeito, então não há muito o que planejar, há mais o que usufruir, gozar, pois o que me interessa está no aqui e no agora. Tirando a possível gatinha, mas nem essa me faz (muita) falta. Faz tanto tempo que estou sozinho que até me esqueci como é estar junto, acho que por isso não sinto tanta falta. E também porque acredito que os remédios tirem muito da minha libido. 

690 – Quando é permitido mentir às crianças?
Não tenho filhos, logo não sei, mas a mim me parece, até pela forma como fui criado pelo meu pai, que não se deva mentir para crianças nunca. No máximo omitir. Sempre me pareceu a coisa mais acertada a se fazer, quando me vi sem saída, usar a sinceridade/honestidade. A resposta sincera/honesta sempre foi a que me apresentou melhores resultados na vida. É difícil sustentar mentiras. Ainda mais para seres tão inquisitivos como as crianças.

689 – Controlamos as nossas vidas?
Temos uma ilusão de possuir um controle muito maior do que realmente temos, mas acredito que em alguns mínimos detalhes temos controle de nossas vidas. Quanto mais nosso, mais temos controle, à medida que as coisas tendem para os outros menos temos controle. Estou quase satisfeito com o nível de controle que tenho da minha vida. Não tivera uma curadora tão controladora/dominadora, talvez estivesse ainda mais satisfeito. Ou não. Não tenho o que reclamar da vida, então estou satisfeito com o nível de controle que tenho. Até porque tenho uma ferramenta sobre a qual tenho controle total, irrestrito e virtualmente ilimitado que são as palavras que escrevo. Tendo essa fonte de libertação, todas as demais privações diminuem. Pode ser que me contente com pouco. Mas acho que não.

688 – A vida é uma história?
Se podemos relembrá-la e narrá-la acho que isso faz dela uma história. Tanto é que existem biografias e autobiografias escritas aos montes por aí. Eu mesmo faço a minha autobiografia diariamente através desse blog. Ou melhor, a partir de hoje, de dois em dois dias. Se até as vidas de animais viram histórias por que não as nossas?

687 – É bom ter medo?
É útil à sobrevivência do indivíduo. Bom não é nem nunca será, visto que o medo é um alerta, um alarme do corpo/mente para eventuais perigos. Pelo menos para mim é assim, que detesto alertas e alarmes de todas as formas. Inclusive há medos doentios, as fobias, esses não são bons nem úteis, são limitadores em excesso dos comportamentos do fóbico.

686 – Podemos escolher quem somos?
Se eu pudesse, certamente seria menos miserável e canalha e me tornaria mais autoconfiante, culto e moralmente melhor, mas essas coisas não as encontro em mim. Dito isso, acho que grande parte do que somos é resultado de nossas escolhas e uma parte maior ainda dos que nos foi incutido na infância (com mais intensidade) e depois pelas pessoas que contribuíram e contribuem para a nossa formação, sejam pais, babás, professores, familiares, amigos, animais de estimação, mídia, leituras, músicas etc.

685 – Devemos confiar na nossa intuição?
Sou um viciado. Se eu fosse confiar na minha intuição eu viveria internado ou em uso da minha substância de preferência. Não confio nas minhas intuições, geralmente me levam para o mal caminho. Sempre que consigo, passo as minhas intuições pelo escrutínio da minha razão, visto que desconfio de todas elas.

684 – Para ter direitos é preciso sermos dignos deles?
Não. Há direitos que são ou deveriam ser inalienáveis. Que um bebê já possui ou deveria possuir. Gosto muito da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 

683 – Devemos dar esmolas?
Quando eu recebia salário, eu dava. Como sempre parafraseava meu pai para mim, “se não fosse pela graça de Deus, ali vou eu”.

682 – O que é uma pessoa normal?
Como diria o poeta, “de perto, ninguém é normal”, mas acho que uma pessoa normal é aquela que é relativamente equilibrada em todos os campos da sua vida e acompanha os ditames da sociedade em que está inserido.

681 – Escolhemos o que gostamos?
Acho que não. Isso vêm de algo incutido na mais tenra infância e evolui e toma caminhos, ganha voz, de acordo com o meio social onde se está inserido e o que ele tem a oferecer.

680 – Controlamos as emoções?
Parcialmente. Reprimimos emoções quando achamos necessário ou damos vazão a elas quando achamos válido. Mas controlar que emoção vai emanar em um determinado momento, acho praticamente impossível. Eu pelo menos não tenho esse controle. E vale dizer que há pessoas que conseguem reprimir com diferentes graus de eficácia, as emoções. Ou cujas emoções vêm com mais intensidade. Há os mais explosivos, os mais apaixonados e os mais calmos, por exemplo.

20h16. Estou começando a esquecer de colocar os horários no meu blog, então não sei de que horas comecei a responder as questões hoje. Não tenho nem estimativa. Só sei que já se fazia noite no horizonte. Há algum tempo, pois quando comecei a jogar Zelda, o que me tomou cerca de uma hora já era noite. E tive de reiniciar meu computador para que o Bluetooth reconhecesse o meu som e o computador deu um pau que não reiniciava, então tive que desligá-lo à força e então ele voltou ao normal. Preciso fazer uma varredura de vírus e talvez desfragmentar o disco rígido, pois o estou achando muito lento. E limpar o HD. Minha mãe não pode me ver pegando um copo de Coca para não reclamar comigo. Acho os discos mais novos do Infected Mushroom mais fracos que os mais experimentais, mais doideira. Eles foram se tornando mais melódicos, mas ainda, dos que eu ouvi, são os mais criativos. Meu amigo do Facebook sugeriu que eu ouvisse Astrix. Talvez dê uma chance a ele... depois. Não estou especialmente inspirado para responder perguntas filosóficas hoje. Acho que dei respostas fracas, mas foi o que me veio. No entanto, é um processo interessante, até de autodescoberta. Daqui a pouco respondo mais, não quero ter grilhões aqui nesse espaço cujo intuito é fugir dos grilhões. Já copiei e colei mais dez questões para responder. Apenas 16 pessoas curtiram a camisa da Singularidade que criei e coloquei para votação num site de camisas. E esse número não muda há vários dias. Acho que não sairá disso, acredito que o tempo de exposição da camisa já esteja se esgotando. Se houver são mais dois ou três dias, se muito. O prazo são duas semanas e não consigo recordar quando fiz e postei, mas já faz tempo, acredito que quase esse tempo. Bom, o número de fiéis é pequeno, mesmo entre os nerds. Ou o design ficou muito feio. Hahahahaha. Não me arrependo de ter feito, como disse, foi um experimento social interessante. Bom as perguntas parecem que me chamam, ao vê-las me dá vontade de responder. Então vamos lá. Que empreitada mais idiota e inútil, eu nada sei de Filosofia e fico me dando ao disparate de responder questões teoricamente sobre o tema. Mas como tem escrito abaixo do título desse blog, aqui eu posso tudo. Inclusive responder questões filosóficas sem saber patavinas de Filosofia. Hahahaha.

679 – As ciências tornam-nos mais humanos?
As ciências geram mais conhecimento e tecnologia, duas das principais coisas que nos diferem dos demais seres do planeta, então, não digo que ela nos faça mais humanos, mas fazem a humanidade maior, mais sábia, mais evoluída, entretanto um bebê com microcefalia é tão humano quanto Einstein.

678 – O que é agir bem?
É agir de acordo com a consciência, o que dito é muito mais fácil que feito.

677 – Pode haver alma sem Deus?
Não acredito em alma nem em Deus. Uso a palavra alma como recurso poético, apenas. Mas não acho que exista um universo como o nosso sem um criador inteligente. Mas o “Deus” em que creio não implica na existência de alma, como entidade inteligente que sobrevive à morte do corpo que a carrega. A não ser, novamente, que a Singularidade, permita o upload de consciências para dentro de si. Acredito na alma digital e para essa existir é imperativo que exista a Singularidade ou o “Deus” como o compreendo.

676 – O que é agir bem?

675 – Temos alma?
Acredito no livre-arbítrio, logo há uma parte de nós que está acima e além da causalidade da física, mas acredito que esse ser que habita o corpo e que escolhe o que vai fazer com ele morre com o mesmo, não o transcende. A não ser no caso da “alma digital” como citei na outra questão.

674 – Por que existem guerras?
Primeiramente para alimentar e sustentar a indústria bélica. Em segundo por fanatismo. Em terceiro por opressão demais a determinado grupo que não vê outra alternativa a não ser empenhar suas vidas numa revolução.


673 – É melhor ser egoísta ou altruísta?
Até os altruístas são egoístas pois fazem atos de caridade para satisfazer seus egos, pois isso lhes oferece alguma recompensa para o ego. Todos são egoístas no final das contas. Onde e como utilizar esse egoísmo é que varia de pessoa para pessoa.

672 – Era bom viver sem perigos?
É bom demais. Eu fujo de perigos, de estresses, de preocupações, de obrigações, de responsabilidades. Eu me isolo na minha zona de conforto, no meu quarto-ilha, onde virtualmente nenhum mal pode me atingir e isso me dá uma sensação de segurança maravilhosa. A única coisa que pode me fazer mal é o mal que faço ao meu próprio corpo.

671 – É bom ter uma vida ordenada?
Sem dúvida. Mas é bom frisar que tudo em excesso faz mal. Então uma vida excessivamente ordenada implica em uma série de restrições e repressões do ser que podem acabar se tornando intoleráveis para quem a pratica. A não ser para pessoas iluminadas como o meu irmão e estoicas como o meu pai. Eu prefiro ter o mínimo para manter em ordem, mas o mínimo que tenho, procuro manter ordenado. Se a ordem for removida, eu posso facilmente recair no vício. Por isso para mim a minha ordem mínima me é essencial e boa. Muito boa.

670 – É sempre bom ser racional?
Não acredito nisso. Acho que às vezes se deixar levar pelas emoções pode nos fazer alcançar lugares maravilhosos, como uma grande paixão. Mas, via de regra, usar a razão geralmente é o mais acertado a se fazer. Só não o digo em relação aos amores que a vida faz brotar em nossos corações. Mas só seguir os impulsos é uma atitude temerária a se tomar. Há pessoas que seguem mais os seus impulsos, pois foram mais bem-sucedidas nisso, são mais afoitas e corajosas que eu. Quando se trata de impulsos, para mim, somente os que são vinculados à paixão fazem sentido serem seguidos. Talvez eu seja uma pessoa muito covarde ou precavida. Ou apenas esteja ficando velho e cansado dos desgastes advindos das estripulias que nossos impulsos nos levam a cometer.

21h10. Pôxa, respondi rápido essas. Acho que estou passando um ridículo que eu mesmo não tenho noção. Mas estou me divertindo muito fazendo isso. Dane-se! Hahahahaha. Estou bocejando, talvez esteja sendo atacado pela monotonia ou tédio. Não quero jogar videogame. O que quero? Agora é muito tarde para o que realmente quero e quebraria a ordem que eu mesmo estabeleci para a minha vida, então nada feito. Vou pegar Coca. E me preparar para, quem sabe, a última batelada de questões desse post.

669 – Existem culturas superiores?
Acho que existem culturas diferentes no planeta – bem diferentes, por sinal – e que cada uma tem uma coisa melhor ou pior que a outra. Acredito que uma cultura, ou melhor, uma civilização superior emergirá com o advento e aceitação da Singularidade.

668 – É melhor ser Feliz ou Bom?
O melhor mesmo é ser feliz honestamente. Mas como dizem que o caminho mais difícil leva aos melhores frutos, acho que ser bom é melhor. Não conheço uma pessoa boa que não seja feliz. Ou melhor, conheço. Uma apenas. Geralmente os bons são felizes. Ou mais felizes, dadas as circunstâncias. Ou pelo menos assim eu quero crer.

667 – Escolhias saber o dia da tua morte?

666 – Deus podia criar o Mal?
Número sugestivo para essa pergunta. Hahahaha. Em se pressupondo Deus onipotente, onisciente e onipresente, criador de tudo o que existe, logo ele criou o mal ou deixou viável a possibilidade da prática do mal. Por que em vez de nos dar a capacidade de fazer o mal, não nos deu a capacidade de voar?

665 – É possível uma felicidade imoral?
Sim. Vide os psicopatas, os estupradores, os matadores, os ladrões etc. e etc.

664 – Quais os tabus actuais?
Não sei, sei que existem cada vez menos tabus, o que é ótimo. A sociedade está aprendendo a conviver com as diferenças das minorias, as respeitando e acolhendo mais em seu seio. Mas ainda existem muitos tabus, a maioria deles nocivos a um grupo ou comunidade que nada fez de mal à sociedade. Dou como exemplo os preconceitos. Trump no poder é um tabu para mim.

663 – O que é um tabu?
Um preconceito fundado ou infundado em relação a um grupo minoritário ou a um tipo comportamento que vai de encontro ao que é socialmente aceito como padrão.

662 – O que é uma boa amizade?
É aquela que você pode passar anos sem ver a pessoa e quando se reencontram parece que se viram ontem.

661 – Preferias ter tudo ou não ter nada?
Se ter tudo significar ter os meios para viabilizar ou acelerar o surgimento da Singularidade, se for ter o poder para acabar com todas as mazelas do planeta, eu preferia ter tudo. Se não for isso, sou do partido que quanto mais se tem, mais problemas se possui. Então, se tudo não for do jeito que descrevi, prefiro não ter nada. Ou melhor, prefiro ter o que tenho e nada mais. Já está de bom tamanho.

660 – Quando alguém constrói uma casa (por ex.) acrescenta algo ao mundo (ou apenas combina materiais já existentes?
Acrescenta, sem dúvida, principalmente se for uma casa feita com esmero e amor pelo fazer. Dar alguma ordem ao caos, gerar complexidade, ou seja, reorganizar o universo de forma inteligente, sempre vale à pena para mim. É o caminho que nos levará à Singularidade.

21h53. Desculpe ter falado tanto sobre a Singularidade, mas estou um pouco como o meu amigo da piscina, com uma tendência de pregar. Se for realmente visitar a minha irmã, vou procurar o CD “Army Of Mushrooms” para comprar. Ou vou pedir a ela de aniversário-Natal. Ainda encaro outra batelada de perguntas. O pobre do leitor é que não deve aguentar mais. Vou acompanhar minha mãe à primeira sessão de radioterapia amanhã depois do CAPS. A última fase do tratamento contra o câncer segundo entendi. Não sei se ela voltará a tomar algum remédio visto que interrompeu o anterior por estar dando reações colaterais muito fortes nela. Bem, terei que sair mais cedo do CAPS para poder ir com ela ao hospital. Tenho que estar de meio-dia em casa, o que significa que deixarei o grupo meia-hora antes. Tomara que amanhã não dê chuva, quero ir à piscina à noite. Vou responder mais uma batelada de perguntas e fazer todos os “tratamentos” no meu computador (limpeza de disco, desfragmentação, varredura completa antivírus). Vamos lá às perguntas.

 659 – Se tivesses outro nome eras a mesma pessoa?
Não completamente. Eu tenho o mesmo nome que o personagem da série de videogames da Nintendo, que eu amo, essa parte estaria perdida para mim. Não saberia como se sente alguém que tem algo em comum com uma coisa que gosta tanto. Então, não seria a mesma pessoa.

658 – Temos todos o mesmo valor?
Como acredito que há pessoas de melhor e pior caráter no mundo, mais bondosas e mais cruéis e por aí vai, acredito que algumas têm mais valor que as outras, moralmente falando. Nesses termos meu irmão é muito mais valioso do que eu. Porém legalmente falando, acredito que todos sejam iguais perante as leis do homem, que todos têm direito a um julgamento justo e o mais imparcial possível.

657 – As pessoas têm um valor quantificável?
Não. Mas quantifica-se esse valor nos tribunais à guisa de indenizações. Para mim toda a vida, por mais que seja onívoro, não tem preço.

656 – O suicídio devia ser proibido?
Não. Nem há como fazê-lo. Quando alguém se decide a tirar sua própria vida porque o sofrimento se tornou intolerável é um direito que lhe assiste, visto que a vida é sua e os direitos sobre o seu corpo são seus. Mas afirmo aos depressivos que há saída para a depressão. Eu por muito tempo achei que não havia e vivia a atentar contra a minha vida e hoje gosto de viver, então, digo aos depressivos que procurem ajuda psicológica e psiquiátrica, tenha um relacionamento aberto e sincero com estes profissionais, salientando qualquer melhora ou piora no humor e mergulhando na sua própria história de vida e decidindo que partes dela quer manter e de quais quer se ver livre. Não se mate antes de esgotar todas as possibilidades de tratamento. Eu, como já disse aqui no blog em outro post, fui submetido até a eletrochoques, mas sobrevivi e hoje gosto de viver. Sequelado da batalha? Sim. Mas mais inteiro do que jamais estive. Tomo os meus medicamentos diariamente, religiosamente. E faço acompanhamento terapêutico no CAPS/Rizoma, que considero um centro de excelência aqui em Recife. E o resultado é este, gosto de saber que há um novo dia amanhã cheio de oportunidades para ser vivido. Nunca é demais ressaltar. Depressão profunda tem cura ou controle. Acredite em mim.

655 – O suicídio é um direito?
Não legislado em meu país, mas acredito que sim. E sou a favor da eutanásia.

654 – Morrer é um mal?
Não. Pode até ser um alívio se a pessoa está sofrendo muito. É uma causalidade da nossa condição humana. Que podemos postergar ou atrair para nós dependendo das escolhas que fazemos. Não tenho medo da morte. Se ela quiser me levar amanhã, irei tranquilo por que morri feliz e relativamente honesto.

653 – Para que serve o ódio?
O ódio é um sentimento vestigial da nossa evolução. Primo-irmão da violência. Acho um dos sentimentos mais inúteis, senão o mais inútil que possuímos. Nunca senti ódio por ninguém, então não sou a pessoa mais indicada para falar sobre o assunto. Mas acho que, nos dias de hoje, com o grau de civilidade que estamos alcançando, o ódio vá perdendo a sua razão de ser. Quanto mais justo for o mundo, menos razão para o ódio haverá.

652 – Quem tem o poder?
Geralmente quem tem mais dinheiro. Infelizmente o homem mais poderoso da Terra hoje é Trump. Que retrocesso, hein, Estados Unidos?

651 – O que é ser moderno?
Crer na Singularidade? Não sei o que é ser moderno. É estar adaptado ao status quo atual, talvez.

650 – O que é ser ocidental?
É ser um pouco mais neurótico que os orientais. Se bem que acho que os japoneses são bastante neuróticos e reprimidos.

23h47. Acho que está bom até demais para um post só. Senão nem eu tenho saco de revisar tudo. Preciso ir tomar banho para ir dormir. Amanhã tenho CAPS. 

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10h20. Não fui para o CAPS. Muita chuva e tenho que ir com a minha mãe à radioterapia dela. Ouvi 1200 Micrograms e Astrix e não achei tão criativos quanto Infected Mushroom, talvez eu esteja sendo tendencioso demais, mas acho que realmente o carinha que pôs IM no meu computador escolheu o melhor.

11h07. Me perdi pela internet olhando fotos misteriosas. Eu entendo mais e mais porque meu amigo da piscina crê no que crê, embora eu não consiga acreditar. As evidências são muito poucas e sem o devido embasamento científico, por mais que a ciência como eu disse também seja uma questão de fé, embora, como já disse também, bem alicerçada na realidade tal qual a percebemos, visto que há uma grande parte da realidade que é percebida da mesma forma pelos humanos. Ou assim quero crer. Mas acho que haja uma grande intersecção nas percepções de mundo da humanidade, é isso que permite que nos entendamos de forma tão abrangente, independentemente do nosso background cultural. Não sei se essa ideia de um post a cada dois dias vai funcionar comigo. Acho que continuarei postando diariamente. Não gosto de ficar acumulando posts, eles ficam desatualizados. Talvez até poste este hoje também. Postei um a algum tempo atrás. Estou sem cérebro. Dificuldade de concentração. Deve ter sido as poucas horas de sono, embora não tenha ido dormir muito tarde. De toda sorte, pedi para Dona Carmelita fazer um café para mim. Está indo para o fogo agora. E será acompanhado de um cigarro de verdade. Minha mãe foi tomar banho para ir à radioterapia, mas já me disse que não estava muito bem. Acho que está é com um misto de preguiça e receio de fazer o procedimento, que, pelo que entendo, é muito mais tranquilo que a quimioterapia. Eu mesmo estou com preguiça de ir, mas estou... o café está pronto, vou lá.

11h52. Minha mãe parece que se motivou depois do banho, ótimo. Queria que essa chuva parasse daqui para de noite. Hoje queria ir para a piscina hoje à noite escrever. Mas não vejo essa possibilidade muito real, pelo jeito como o clima está. Tudo cinza, nublado e uma chuva fina e intermitente. Saco. Vou finalizar este post aqui. Começo um novo do celular quando estiver esperando o procedimento da minha mãe. Acho que quando chegar reviso e posto logo este. Pronto. Tá bom. Mas logo agora que pego o gostinho por escrever. Vou escrever até a minha mãe me chamar para ir. Se bem que não tenho muito a acrescentar. O café não me despertou tanto quanto imaginava. Espero que essa saída me desperte. Não posso arrumar uma gatinha com esse meu problema de gases. A Coca deve ser a grande vilã da história. Não tem jeito, acho IM muito superior aos demais expoentes de trance ou Techno, sei lá as nomenclaturas, só sei que IM é psytrance. É a única coisa que sei. E que existem subgêneros dentro do psytrance, mas não decorei os seus nomes e suas diferenças. Pesquisei no Wikipedia mas já esqueci e pouco se me dá. Todo o universo eletrônico a mim se resume a Infected Mushroom. O Spotify, embora em modo aleatório só toca músicas do “Friends Of The Mushrooms”, o segundo disco de que mais gosto do IM. Mas tenho que ouvir outros dois ou três com mais carinho. Aliás tenho que ouvir vários com mais carinho. Dedicar-me-ei a isso quando voltar do hospital. O clima ainda sem aparência de mudar. 12h15. Vou lá para a cozinha fazer companhia à minha mãe.

12h27. Minha mãe escova os dentes e dá os últimos retoques antes da partida. Eu já estou pronto. Ela mandou eu ir “desligando aí”. Vou nessa. Reviso e posto quando chegar.

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Disse que iria publicar só de dois em dois dias e acabou publicando dois em um dia só. Eu não existo mesmo. Nunca vi descumprir as próprias regras, mas é que o “TEXTO DE FICÇÃO CIENTÍFICA” nada tem a ver com este. Tem a ver com o outro que estou escrevendo. 22h27

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