sábado, 13 de outubro de 2012

Cigarettes black coffee and Coca- Cola




Botei este título no post, pois decidi colocar o set list para tocar a partir de Cigarettes and Chocolate Milk (e porque é o que estou consumindo agora [Coca-Cola no quarto aqui onde escrevo e café com cigarros no hall, onde fumo]). Tem que variar uma pouco, começar com I’m the Highway toda vez já tá cansando...

Escrever sobre o quê? Perdi a saída para o Tebas por falta de grana em espécie por parte de mommy. Ser vagabundo tem desses transtornos. Queria muito ir. Quem sabe paquerar. Eu é que não sei.

22h59. É Tão Lindo do Balão Mágico rolando. Amigo pode ter orelha de camelo, bigode de foca, nariz de tamanduá e bico de pato, já namorado...

Tô nessa deprê de que estou e sou horrível e quem nenhum anjo me desejará do jeito que sou. Que só sirvo de amigo mesmo. Antes era amigo dos bons, hoje acho que até nisso perdi a prática. Muito tempo interno, longe da sociedade faz da sociedade um lugar estranho para se estar.

Ah, fui ver meu sobrinho que está bem mais crescido, já balbuciando algumas palavras. Obviamente ele não me reconheceu, pois nos conhecemos quando ele tinha meses de vida. Ele me estranhou e eu o estranhei. Não sei que sentimentos aquele pequeno ser me desperta, não consigo entender ainda que lugar ele ocupa no meu panteão emocional. É estranho e triste que eu ainda não consiga amá-lo como Tio Benito me amava. Ele me causa estranhamento e perplexidade, mas não me sinto vinculado como deveria ser como tio. Isso me machuca e é inevitável. Me sinto insensível. E um pouco triste.

Rolando Björk. Pagan Poetry. Soa como um sonho entre o pesadelo e o sonho bom de sonhar. Eu gosto do sentimento indeciso e mágico, um clima ao mesmo tempo forte e soturno. Olhei para os pincéis agora e pensei que deveria deixar de frescura, botar Björk para rolar – o Vespertine – e pintar uma tela bem doida, uma tela foda-se tudo e melar do jeito que eu quiser, pintar sentimentos. Mas já sei que este rompante não passará disso. How scandinavian of me. Unfortunately, I’m not a Hunter.

É só Björk no set list por uns 40, 50 minutos. Não sei se estou na vibe. Queria ouvir um pouco de Little Joy. E é o que vou fazer. Aliás, vou começar a lista do começo, por incrível que pareça quero ouvir I’m the Highway pela enésima vez. Esta rotina musical me agrada, não sei por quê.
Mas antes, já que a Coca acabou e até para ter algum assunto que não apenas comentar o set list que estou ouvindo, vou tomar um café com um ou dois cigarrinhos.

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Duas xícaras de café e três cigarros depois, estou de volta (já com uma copão de coca cheio de gelo ao meu lado e ainda ouvindo Björk [It’s In Our Hands é uma das minhas favoritas dela, quem dera eu acreditasse que está tudo em minhas mãos...). Bom a única coisa em que pensei enquanto dava minhas baforadas é que na minha adolescência eu tinha uma fascinação mórbida pela morte, alugava aqueles filmes Faces da Morte, Traços da Morte, procurei pelas fotos dos Mamonas Assassinas dilacerados na internet, essas coisas. A feiura da morte, a fragilidade da vida me atraía profundamente. Hoje não, mas parece que atrai outras pessoas, pois o post morte é um dos mais acessados do meu blog. O que posso falar da morte agora, depois de ter perdido dois entes queridíssmos num curto espaço de tempo? Continuo achando que é o fim. O fim da mágica que essa dança de átomos organiza na forma de seres vivos que, por mais que troquem de células completamente a cada sete anos, continuam sendo as mesmas. Não acho que suas existências como consciência permaneça em outra esfera de existência inacessível a nós. Não, apenas acaba-se ali a organização mágica, sua memória, seus sonhos. Sobrevivem apenas na memória dos que delas se lembram e, à medida que o tempo e as gerações passam, mais e mais desaparecem dependendo do tamanho de seus feitos. Queria escrever Algo justamente para buscar esta imortalidade, para que minhas ideias sobrevivessem a finitude de mim. Algo é minha vontade de ser maior que a vida, pois acho minha vida tão pouco e pequena, tão desprezível e de tão pouca diferença para o todo que contemplo ao meu redor. Algo é minha vontade de ser grande. É óbvio que não conseguirei. Tão óbvio que não consigo enxergar e o sonho continua se concretizar nem se dissipar, sobrevive no limbo das minhas ideias e ideais. Está em minhas mãos e não consigo segurar. Quando eu sair do manicômio, eu vou ter que me organizar para vomitar ou desistir de uma vez disso. Aí cabe a frase mais do que batida: como alguém que não consegue se ajudar pode ajudar outra pessoa? Nunca concordei com esta frase. Como nunca concordei com aquela outra de que uma pessoa que não se ama não pode amar outra. Comigo nenhuma delas se aplica nem nunca se aplicou. Ou sou muito burro. Botar Little Joy para ouvir finalmente.

Little Joy, outro astral, lembra amigos numa casa de praia tomando uma cerveja e rindo (um pouco mais jovens do que somos agora [mas com esta idade que temos ainda serve]). Pena que isso nunca mais tenha acontecido. Agora cada um tem sua própria agenda e muitos já se reproduziram o que torna difícil a logística de um encontro assim. Quem sabe no final do ano?

0h06 Cansei de escrever por ora. Vou ver se faço a camisa do New Order. Antes um café, um cigarro e um refil de Coca.

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0h42. Se acabar a águia que estou redesenhando em vetor, posto aqui. A Coca acabou, é hora de repor o estoque de cafeína e nicotina.

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1h39. Não fiquei completamente satisfeito com o resultado, por isso não mostrarei a águia aqui. Vou comer alguma coisa.

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2h05. Tomei o Dalmadorm. Fiquei decepcionado com o resultado da águia que estava redesenhando (tanto que usei o próprio trace do Corel que ficou bem melhor). Botei I’m the Highway. Do começo da lista. O café acabou, tô só na Coca. Não tiro da cabeça a ideia de que tudo está em minhas mãos e que não consigo segurar nada. Não tenho mais nada que queira dizer hoje. Vou reler e publicar.

Mudei de idéia, vou postar a camisa.





3 comentários:

  1. Nenhum pássaro decola sem antes bater as asas. Queremos ser o ar para te fazer decolar, mas de nada adianta se a águia não usar suas próprias asas. O ar não define a direção que a águia vai voar, ela mesma decide onde ir. Talvez, a águia precise de mais ar para voar que o que consegue encontrar ao seu redor agora. Desculpe-me.

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    1. Deixe-me reiterar meu comentário. Você nao é uma águia, mas sim um dragão. Um ser mágico que está adormecido no momento. Já vi o poder desse dragão nos seus olhos miúdos. O poder de voar, como que por mágica, está inerte dentro de ti. Você é um ser tão especial, mas não se dá conta. Adoro sua companhia, seu sorriso, suas idéias, sinceridade e sua voz quando canta. Você é um dragão adormecido. Que quando acordar vai voar alto como nunca! Espero poder voar contigo nas suas aventuras mundo afora quando você despertar. Acredite nisso. Eu acredito.

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