Faz tempo que não venho aqui, dedicado que estou ao meu
outro blog, em parco e porco Inglês. É meio chato digitar em Português com o
meu teclado (com disposição de teclas americana) e isso meio que me faz
rejeitar um pouco este espaço na língua pátria. Preciso do adesivo com as
teclas no formato ABNT para grudar aqui e saber onde cada acento e outras pontuações estão. Sempre pensar na hora de colocar um tio ou um “ç” (ou aspas) é incômodo,
mas decidi que só com a prática, eu vou dominar este obstáculo. Pois pronto, hei-me
treinando, como sempre sem assunto ou tema prévios.
Fui a um chá de fraldas de uma
amiga minha com meu primo-irmão e ele levantou um assunto interessante. Uma
teoria de um cara aí de que todo ser humano precisa de um sentido
(direcionamento) para se sentir (mais) completo na vida. Até que concordo com
isso. Vejo que é esta falta de direcionamento, de objetivos, o que leva muitos
dos usuários do CAPS a permanecerem adoecidos (a outra parcela grande é por
causa do trabalho e o restante é por causa de álcool e outras drogas). A
depressão da maioria deles vem desse vazio, de não saber o que fazer com as
próprias vidas e de estarem tão acostumados com este incômodo que temem a ação,
a mudança, achando que ela vai ser mais dolorosa que o doloroso estado em que
estão. Foram de tal forma tomados pela inércia que qualquer forma de
direcionamento parece ameaçadora e negativa. Como convencê-los do contrário, eu
não sei. Eu estou aposentado, mas preencho minha rotina de pequenos afazeres
que me dão prazer, não me sinto paralisado ou desanimado, estou sempre a fazer
algo. Tudo coisas fúteis, mas que preenchem meu tempo e me fazem, em alguma
instância, me sentir produzindo, ou seja, com algum(ns) sentido(s)
direcionamento(s) na vida. Acredito que se não tivesse minhas coisinhas para
fazer – coisinhas que me dão prazer, é bom ressaltar – talvez estivesse tão
adoecido quanto eles, pois os medicamentos ajudam até certo ponto. Em uma
palavra, acredito na teoria de que uma vida desprovida de sentido é uma vida
miserável e adoecida. Espero que sempre ache coisinhas para fazer para que não
me sinta sem direcionamento e adoeça. Esse blog é uma das coisinhas
fundamentais, dentre as coisinhas que faço, para você ter idéia de como são
fúteis as tais coisinhas. Uma coisinha que preciso voltar a fazer é jogar
videogame. Não sei por que mas não tenho sentido vontade nenhuma ultimamente.
Mas planejo encarar Fallout 3, que dizem ser um dos melhores jogos do PS3. Mas
não agora, se tenho outras coisinhas que me dão mais satisfação ao fazer.
22h19. Vulnicura de Björk acabou, não
sei se ponho ele de novo ou se volto para Maria Rita. Acho que vou dar mais uma
chance a Björk. Depois, acho que vou ligar meu iPod no som para ouvir coisas
mais variadas (porém deveras conhecidas, pois acabo sempre colocando as mesmas
músicas no iPod, mudando duas ou três, cinco, se muito).
Pronto Björk volta a ser a
trilha da minha noite. Gosto deste álbum, gosto de álbuns em que o artista se
desnuda e se revela, como é o caso deste, totalmente dedicado à separação da
cantora. Comprei, pelo mesmo motivo, Blackstar
de David Bowie, mas confesso que só ouvi umas três ou quatro vezes e ainda não
consegui digeri-lo. Seria uma boa pedida depois de Björk, em vez do iPod. O
iPod pode vir depois de Blackstar. É
um disco curto, o que desgostei dele foram as letras, por demais herméticas
para mim e pouco reveladoras de seu sentimento frente à morte iminente. Mas o
tom do disco é sombrio e pesado, o que o torna uma experiência difícil, pelo
menos à primeira vista. Pronto, é isso: Blackstar
depois de Vulnicura. Depois iPod.
Será que quando tiver minha
morte declarada, caso ela seja deste tipo de morte eu vou trazer diferentes
insights? Certamente, eu acho. A chegada da morte deve ser uma experiência
transformadora sobre valores e visões de mundo. Ao que realmente eu darei
importância quando a indesejada das gentes vier bater na minha porta? Que
arrependimentos virão? Certamente o de não ter aprendido a dançar forró será um
deles. O fato de ter sido tão envergonhado perante o sexo feminino será outro.
Eles já me incomodam agora que acho que tenho muito tempo para resolvê-los,
imagino às portas da morte, então. Seria bastante satisfatório se resolvesse esses
dois assuntos o quanto antes, pois sabe-se lá o dia de amanhã. Principalmente
para alguém que maltrata tanto a máquina-corpo como eu.
Mudando de assunto, vocês sabiam
que não revelo tudo neste blog? Revelo 90%, mas há esses 10% que não consigo,
nem acho cabível tratar aqui. Principalmente porque tais assuntos poderiam me
prejudicar de diversas maneiras, creio eu. E não falo em recaídas. Recaídas são
assuntos que trato abertamente aqui, mas, graças, estou limpo desde que saí do
internamento. Mas, voltando ao assunto, ninguém é 100% transparente, não é?
Todos têm seus esqueletos dentro do armário. Eu tenho os meus e com eles lido
apenas com meus terapeutas e olhe lá. Com eles, sou 97,8 % transparente, então
vocês, comparativamente, têm acesso a uma grande parcela de mim. Mas admito,
até eu meço palavras, por questões de autopreservação. E para que algumas das
coisinhas que me dão sentido frutifiquem. 23h04. Fui à cozinha fumar e procurar
por comida e acabei comendo um pastel de natas que eu nem sei de quem era que
encontrei na geladeira. Ainda bem que havia três, logo penso que, em sendo três
aqui em casa, um era para mim. Tomara. Senão amanhã vou ouvir. Já vou ouvir
mesmo sendo um meu, eu acho. Mas só encontrei o resto do almoço depois. E já
aviso que irei devorá-lo dentro em pouco. Talvez quando o disco de Björk
acabar. Vamos ver. Ainda bem que, devido à maravilha que é a escrita, vocês não
precisarão esperar eu comer para ler o que escreverei a seguir, se ainda
estiver escrevendo isso até lá. Estou finalmente assistindo o anime Evangelion, pois comprava as bonecas do Evagelion, mas sem nunca ter assistido
episódio sequer. Confesso que minhas expectativas eram grandes e confesso que
não cheguei nem na metade da série, mas confesso que, até agora está aquém das
minhas expectativas. Embora haja vários pontos que espero que sejam explicados
e as personagens das quais eu compro bonecas Asuka Langley e Rei Ayanami têm as
personalidades mais ou menos como as imaginava, só que elevadas a enésima
potência. Acreditava que Rei era mais reservada e séria e Asuka mais expansiva
e emocional. O que de fato é, mas Rei é tão apática que parece quase um robô e
Asuka tão expansiva que beira o histerismo, quando não chega de fato a ele.
Curioso como os artistas que fizeram as bonecas conseguiram transmitir as
personalidades das duas para os modelos, me dando uma vaga, porém certa,
percepção de como elas são no anime. A fome pode esperar.23h22. O CD de Björk
acabou. Vamos para Blackstar.
O disco é extremamente bem
produzido, misturando eletrônico com elementos jazzísticos e definitivamente
não é um disco feliz, não é melodicamente acessível, eu diria até que é meio
amelódico tirando um trecho ou outro mais leve. Mas aí estou analisando apenas
a primeira música. E não vou fazê-lo com o disco inteiro porque não me
interessa. Sinto uma pitada de Radiohead no disco, não sei por quê. Preciso me
acostumar com o teclado. Tudo na disposição de teclas dele é pior. As setas
direcionais, os botões “fn”, “delete”, “home” e “end” dentre outros, são
minúsculos. Definitivamente não foi um teclado pensado para pessoas que gostam
de escrever. Os tamanho e as localizações das teclas “home”, “delete” e “end”
são um crime. Até me acostumar com elas vai levar tempo. Com elas e com as
setas direcionais. Com a localização dos acentos, pontuações e o que mais
comumente se usa, eu já estou me acostumando, ainda bem. Já me sinto mais
confortável com o teclado e digitando quase tão rápido quanto antes. Realmente
o disco de Bowie é difícil de escutar e acredito que ele fez assim
intencionalmente. Não há hits ou baladas stricto sensu. É um conjunto de
músicas estranhas com arranjo criativo e estranho. Eu gosto. Mais do conceito
que das canções, mas acredito que as canções são uma questão de costume.
Algumas são quase dissertadas. Há duas exclamações no botão da HP na barra de
tarefas que estão me incomodando. Vou ver que diabos é isso. 23h43. Acho que
acabei de fazer merda no meu computador, mas dessas que dá para desfazer.
Coloquei 20% do HD como parte utilizável para backup. É um pedaço grande do HD,
mas achei que era o necessário. Qualquer coisa diminuo de novo.
00h39. Facebook me tirou do
foco. Vou comer.
00h53. Blackstar acabou faz
tempo, mesmo antes de eu ir comer. Vamos para o iPod.
00h55. Pronto. Legião, Leila. Pensando se assisto Evangelion ou fico aqui com você, quem
quer que você seja. Ou vou dormir. Depois de comer, o sono sempre bate em mim.
Eu fiz o que o “HP Assistant” pediu e mesmo assim as exclamações não
desapareceram. Descobri que tinha que apagar a mensagem para elas
desaparecerem. Finalmente. Pô, duas exclamações o tempo todo na sua cara fica
parecendo que o computador está com um superproblema. Negócio chato. Mas,
enfim, resolvido. Esse negócio da exclamação, por exemplo, já é uma coisinha
para eu ocupar meu tempo, usar um pouco a cabeça. É simples e besta, eu sei,
mas enquanto estava focado nisso, esse era o meu sentido. Eu tinha um
propósito. E a sensação de realização aparece. É um sentimento gostoso de
sentir. Sentirei o mesmo quando acabar este post e publicá-lo. E quando acabar
o terceiro DVD de Evangelion. São
coisas banais, mas que na minha existência banal e fútil, dão um sentido, uma
direção e um senso de realização. Por falar nisso, Fallout 3, pelo que me
disseram vai me dar uma grande sensação de realização, pois parece que o jogo é
enorme. Gostaria de me prometer que vou começar a jogá-lo amanhã, mas não tenho
tanta certeza disso. Até porque pode ter Vila Edna amanhã. Que é outro dos
prazeres que tenho na vida. Adoro o pessoal de lá. Adoro, não, amo. Acho que
vou ficar por aqui para ver o resto do DVD.
Eu sei que é uma data comercial, mas quem tem pai, deseje feliz Dia dos Pais e dê um abraço bem apertado nele. ;)
Mario, lendo tuas divagações sobre a morte, lembrei de um texto que me marcou muito, chamado "A morte como conselheira", de Rubem Alves. Lê e me diz o que tu acha!
ResponderExcluirMario, lendo tuas divagações sobre a morte, lembrei de um texto que me marcou muito, chamado "A morte como conselheira", de Rubem Alves. Lê e me diz o que tu acha!
ResponderExcluirAna H (de Holder?) eu odeio ler! Infelizmente, acho improvável ler esta obra, só se ela cair em minhas mãos e for fina, O que é bastante improvável. Fico devendo esse favor.
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