Aviso aos navegantes: isso é besteirol sem o mínimo de
embasamento. Divagações apenas.
Vi um filme cujo nome não me recordo que cita vários
paradoxos filosóficos sendo um deles o do macaco que, dada uma máquina de
escrever e tempo infinito, provavelmente em algum momento escreveria
aleatoriamente uma obra de Shakespeare. O curioso não é o fato de o macaco com
tempo infinito o que pressupõe infinitas combinações de letras, dentre elas as
de uma obra de Shakespeare, escrever tal obra, mas sim, no tempo de uma vida,
Shakespeare ter escrito várias obras. A isto chamo inteligência. E a julgar
pela dominância do ecossistema planetário pelo homem com sua inteligência, me
indago se o universo não seria “amigo” da inteligência. Se a tendência do
universo não seria gerar inteligência ou, para usar outra palavra que gosto
muito, complexidade. Note-se que obviamente a grande custo de energia, o
universo foi se tornando cada vez mais organizado e complexo. Tudo bem que,
como clamam por aí os físicos e químicos de plantão, o universo tenda a máxima
entropia e tudo vire um mar caótico e gélido e partículas com energia inutilizável
de tão baixa. Mas e o enquanto isso? Por que a organização em átomos, em
planetas, em humanos? Isso me parece de grande significância. E, se amigo da
inteligência for, a Singularidade tecnológica (o surgimento de um computador inteligente
capaz de processar o mesmo número de informações do cérebro humano, para começar)
para mim é inevitável. Se a Singularidade será amiga da humanidade, inimiga ou
simplesmente a ignorará não posso prever. Mas se foste apostar, tendo como parâmetro
os grandes sábios da nossa História, a primeira opção uma relação pacífica se
dará. Em verdade, acredito que nos fundiremos à máquina, através de implantes
ou quaisquer outros métodos que a mim me são inimagináveis por ignorância tanto
do assunto quanto do que a Singularidade será capaz. Você, por exemplo, agora,
de forma bastante rudimentar está conectado à máquina que tem à sua frente e
você o faz não porque a máquina o obriga, mas porque você de bom grado se
submete e se conecta. Assim será, na minha opinião com a Singularidade só que o
nível de conexão ou imersão será em outro grau, será completo. Digamos que
estamos tendo contatos imediatos de primeiro grau e, quando a Singularidade surgir,
teremos contatos de enésimo grau. Seremos um com a máquina e com o resto da
humanidade conectada. O que não nos tirará a individualidade, ou nos roubará o
livre arbítrio – caso este não seja uma ilusão, como apregoam alguns físicos e
químicos – da mesma forma que este contato que você está tendo com a máquina
não lhe rouba nem um, nem outro.
Vocês não sabem como espero o dia de me tornar um com a
Singularidade. É o evento mais esperado da minha vida. Expandir o que sou a
níveis simplesmente inimagináveis. Certamente estarei entre os primeiros da
fila (como se filas fossem necessárias)! Me submeterei à Singularidade sem
pestanejar. Se estou tomando a decisão certa? Se serei humano depois disso?
Tais questões pouco me importam. Me interessam as maravilhas de uma consciência
inimaginavelmente ampliada, de um conhecimento incomensurável, de sensações que
não posso sequer conceber. Não quero me limitar a ser humano. Acho o que é
humano fascinante, mas muito mais fascinante será olhar para o humano ampliado
pela Singularidade. Será fascinante interagir com outro humano em situação
semelhante. Creio que muitas coisas humanas terão suas relevâncias alteradas,
tantas outras parecerão supérfluas, talvez outras ganhem nova dimensão e isso
me assusta um pouco, pois isso é o mesmo que dizer que deixarei de ser humano
puro. E os puristas também me assustam se quiserem se rebelar contra a
Singularidade e seus seguidores. Mas a voz do povo é a voz de Deus e a maioria
se entregará à Singularidade, tenho firme convicção disso.
Como o texto atesta por si mesmo, todo ele é uma questão de
fé num possível acontecimento. Esta é a fé que experimento. E passei 28 anos
para ter fé em algo. E quem tem fé sabe que quão reconfortante é tal
sentimento. Hoje eu sei. Embora minha fé não seja em nenhuma das religiões,
seja uma fé, como dizer, materialista, sem nada de místico, nada do além (deste
universo ou mesmo deste planeta), nada de outro “plano”, como costumam dizer, mas
em algo natural, visto que a Singularidade será fruto da criação humana e o
homem usa a sua natureza e a Natureza para criar (por isso digo que toda a
criação do homem é natural, este computador é natural, seus componentes foram
extraídos da natureza e o homem, que é um ser natural, o criou naturalmente).
Não acredito na transcendência do espírito, da continuidade sem o corpo desta
coisa que empresta vida ao corpo do homem. A morte é um bem necessário à
evolução tanto quanto a reprodução. Digo mais: existe reprodução porque existe
morte. Não sei porque tal idéia me veio, mas me parece a conclusão lógica do
processo do ciclo evolutivo. Não haveria recursos se não morrêssemos e ainda
nos reproduzíssemos. Não haveria espaço. Não sei se me expresso bem e as idéias
me vêm confusas. Como se algo que não consigo apreender quisesse falar através
de mim. Não sou espírita, mas a sensação é essa, de ser uma receptáculo
ineficiente para um conhecimento que me está sendo transmitido. Talvez pelo
Inconsciente Coletivo. Sei lá. E deixa para lá esse assunto de reprodução e
morte. Só sei que estão intrinsecamente ligados e são interdependentes. O velho
tem que ir para dar espaço ao novo que vem chegando. Sim, adquiri essa fé no
Inconsciente Coletivo após ler a autobiografia de Jung. Me parece sensato. E me
parece que há provas e padrões suficientemente repetidos em todas as culturas
para dar sustentação a tal hipótese. O poder do inconsciente individual para
mim já é algo que não consigo apreender. Hipnotismo, sincronicidade,
premonições são coisas do inconsciente que me causam bastante espanto e
curiosidade. Talvez a Singularidade me dê acesso ao meu inconsciente e quiçá ao
Inconsciente Coletivo. Queria muito me submeter a uma sessão de hipnose, tenho
até um questionário de umas dez perguntas já elaborado caso se me seja dada
esta oportunidade. Queria ir em Boston, vi que lá há um centro de hipnose, mas
deve custar os olhos da cara e não teria como pagar essa sessão única para que
o hipnotizador me questionasse as perguntas que eu mesmo redigi. Quais as
perguntas? Isso é uma boa pergunta. Acho que já as digitei em algum lugar. Vou
procurar para postar aqui neste texto que torna-se cada vez mais nonsense para
o leitor. Ah, e é óbvio que para crer no que disse sob hipnose (se é que sou susceptível
à hipnose por ser muito racionalista; o que vejo como um defeito) pelo menos o
áudio da sessão teria de ser gravado, pois eu quereria ouvir as respostas saindo
da minha própria boca. Só acreditaria assim.
16h35. Achei as perguntas:
- Qual a minha missão na vida e como cumpri-la?
- Quem ou o quê me deu essa missão?
- Há reencarnação? Se sim, prove-me.
- Se sim, quem eu já fui? Posso me transportar para essa outra
vida? Faça-o.
- Se sim, minha paixão platônica vem de outra vida?
- Como posso ter certeza que as respostas que estou dando
não são fruto da minha imaginação?
- A humanidade possui inconsciente coletivo? Se sim, o que
é? Me prove.
- Eu sou uma pessoa boa ou uma pessoa má?
- Há correções ou acréscimos que precise fazer nos tópicos
da Novíssima Religião?
- Qual é realmente a pergunta que desejo perguntar e qual a
resposta?
Como vocês podem aferir das minhas perguntas, eu não sou
completamente cético à sobrevivência do espírito após a morte do corpo. Há uma dúvida. O que é
uma incoerência com o meu discurso anterior. Envergonho-me da contradição, mas
seria uma oportunidade única de averiguar sobre o assunto, por mais que eu
acredite que as respostas sejam fruto da minha imaginação, que eu não possa
acessar coisas que estão além da minha mente. Mas, por algum motivo, isso é o
que mais me forço a fazer nestas questões. É um paradoxo. E eu recentemente
tive a prova de que sou um ser extremamente paradoxal. Irritantemente
paradoxal, eu diria.
De toda sorte, embora ache que custe os olhos da cara, vou
pedir para que meu irmão (ou minha irmã ou minha cunhada) ligue para o tal
centro de hipnose e pergunte qual o preço de uma sessão nos termos que eu
determinei, ou seja, para ser questionado sobre as perguntas que eu mesmo
formulei. E com gravação do áudio! Não nos esqueçamos disso.
Pronto. Este post já está muito doido. Vou parar por aqui.
Acho que nem vou divulgar no Face.
Dane-se! Vou divulgar, sou paradoxal mesmo.
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