Estou um pouco atrasado na data (problemas com a internet
ontem, além de ter dormido até as 20h50!), mas é sempre tempo de celebrar a
mulher e contar um pouco de como foi o meu passado recente. Na noite do dia 7,
fomos meu primo-irmão e eu para a Bodega do Eduardo no dia do “Melodia na Bodega”,
quando o DJ Pós traz um alguns (um bocado, embora que parte ínfima) da sua
extremamente eclética coleção de vinis para tocar em frente a dita bodega. Lá reúne-se
gente interessante, na mesma “vibe” que a nossa. É no Torreão, uma vez por mês,
numa rua supertranqüila perto do Portal da Picanha e vale a pena conferir. Eu
recomendo. Bom, a noite começou com um senhor tocando violão e cantando, depois
um jovem mexicano trouxe sua coleção de singles em vinil de música latina (não
sei se eram cúmbias ou rumbas ou sei lá, só sei que me mostrou o quanto eu sou
ignorante em música). Todas me pareciam iguais, então ativei meu modo autista
ligando o meu agora inseparável iPod. A primeira garota lindíssima que eu vi
estava – e ficou – muito próxima a nós. Tomei coragem (que a cada nova
tentativa me vem mais fácil/espontânea) e fui falar com ela. Propus um jogo:
ela me diria a primeira letra de seu nome e eu teria três chances para tentar
adivinhar. A letra era “L”. De - e pela - cara, tinha absoluta certeza que não
se chamava Luciana. Ficamos eu e meu primo elocubrando as opções de nome.
Fechamos em cinco: Lilian(e), Lívia, Luana, Laura e Luísa. Novamente, cheguei à
ela e pedi uma dica: se a segunda letra era ou não “i”. Ela disse que não,
eliminando duas das possibilidades, falei então as três que restaram e ela
disse que “eu tinha passado longe” e que, portanto, não tinha o “direito” de
saber seu nome (tudo em tom de brincadeira, era uma garota bastante simpática).
Quando voltei ao meu primo com os dados coletados, ele falou de estalo: “Laís”.
Na minha cabeça bateu na hora: “esse é o nome!”. Eis que ela entra na bodega (estávamos
ao lado da porta) e eu grito “Laís!”. Porém ela não se vira. Descartamos então,
esta opção. E ficamos sem nenhuma. Não resisto (a curiosidade matou o gato) e
chego até ela uma terceira vez e peço, “pelamordedeus” que ela elucide o mistério
para mim, ela ri e diz: “Laís”. Digo que meu primo tinha acertado e desejo um
feliz dia da mulher, afinal já passara da meia-noite e saio (antes disso,
precisamente à 0h12 , eu peguei o microfone e entre uma cúmbia e outra, desejei
a todas as damas presentes um feliz dia da mulher (pois é, estou ficando cara-dura
mesmo!). O mexicano deu lugar ao DJ Pós e finalmente conseguir reconhecer
algumas músicas (Chico, Mutantes, Caetano, Cartola, Reginaldo Rossi...), mas
confesso que, ao contrário do meu primo, desconhecia a maioria. Meu primo
engatou uma conversa com uma garota e me deu oportunidade de entrar no modo
autista de novo. Nesse ínterim, descobri que a bodega estava vendendo Coca de 1
litro (de garrafa de vidro vale muito salientar) a R$ 3,00. Foi o paraíso. Gelo
à vontade e Coca, da mais deliciosa, baratíssima. Quis logo comprar duas para
me garantir, mas o Eduardo disse pra eu relaxar que tinha mais. Relaxei então e
fiquei no meu autismo observando as pessoas. Ah, compartilhei com meu primo um
incômodo que tenho e que não tinha tido consciência plena até então: que eu
acho feia/desagradável a visão de uma mulher que usa uma roupa com as costas
nuas, mas bota aqueles sutiãs de plástico ou silicone (sei lá). É como se
quebrasse todo o encanto que há (e há muito encanto ali) da visão das costas
nuas de uma mulher. Meu primo, por outro lado, não via nada de mais no tal do
sutiã. Bom, mais sobre isso, em alguns parágrafos.
Já tinha avistado uma
loura platinada e bastante estilosa que já havia encontrado em diversas outras
saídas (numa delas, quando houve essa minha época, até cheguei a entregar um
papel com o endereço deste blog). Passei a observá-la e uma curiosidade me
surgiu: que tipo de profissão ela exercia? No meu autismo auditivo, a dúvida
foi crescendo e me consumindo. Assumi que certamente era algo da área de
humanas, se fosse chutar, algo relacionado a moda, arquitetura ou design. A
dúvida se tornou coragem e fui até ela perguntar. Quando cheguei dizendo que já
havia a visto em vários cantos e que sempre tive uma dúvida em relação a ela,
ela me interrompeu e disse “não, a cor do meu cabelo não é natural”. Repliquei
que eu já havia percebido isso e acresci que tinha percebido que o cabelo dela
estava ainda mais claro que no ano passado, no que ela concordou. Perguntei
então qual era o seu ofício: e ela respondeu que era figurinista de cinema.
Mencionei as alternativas que tinham me passado à mente e elogiei seu visual
por conseguir ser único/diferenciado, porém não ao ponto de ser aberrante e
destoar negativamente das demais pessoas, o que eu achava uma tarefa
extremamente difícil, posta a linha tênue que há entre ter um estilo único e
parecer estranha ou espalhafatosa. Ela gostou do meu elogio, desejei feliz Dia
da Mulher e voltei para o meu canto e para o meu autismo auditivo, sentado ao
lado do meu primo que matinha a conversa bem engrenada com a sua garota. Pedi
outra Coca de 1 litro e me entreguei a observar o movimento e escutar minhas
músicas uma vez mais. Eis que, faltando 1/3 da Coca, meu primo me convida para
irmos ao Empório Nordestino ou algo assim (é aquele bar no espinheiro que é um
dos últimos a fechar, onde todo mundo vai tomar suas saideiras e que, de frente,
tem outro bar minúsculo - Urupema ou coisa que valha -, que só toca Chico e que
abre quando o outro fecha. Bom quem já foi sabe de onde estou falando). Enfim,
concordei em ir, afinal tinha curiosidade de conhecer este tão falado local,
apesar de meu desejo íntimo ser estar na cama dormindo. Antes de pegarmos o
táxi, não resisti e voltei à loura estilosa e perguntei sobre a história das costas
nuas com sutiã de plástico/silicone. Ela disse que era mau, feio, brega. Fiquei
superfeliz com a resposta de uma entendida em moda dando respaldo ao meu incômodo!
Acho que, pela receptividade dela, da próxima vez que nos cruzarmos (o que
julgo inevitável), perguntarei seu nome e tentarei manter uma conversa mais
consistente/longa. Acho que já conquistei o mínimo de intimidade requerida para
isso.
Bom, fomos para o tal do bar. Sentamos e passei de uma Coca
de 1 litro (de vidro!) a 3 reais para uma lata por 4 e alguma coisa. Ainda bem
que meu primo bancou a primeira (e única). Enquanto ele e a menina conversavam,
eu ativei meu modo autista uma vez mais e tentei detectar os cocainômanos
presentes (ouvi dizer que rola muito cheirador por lá, o que acho verdadeiro,
posto que só quem aguenta beber a noite toda e raiar o dia bebendo é alguém
muito resistente ou alguém que tenha usado estimulantes). Na minha cabeça,
identifiquei (pelo movimento de sair da mesa, de coçar o nariz ao vir do banheiro,
pelos gestos irrequietos ou olhar esbugalhado) cerca 7 ou 8 usuários. Não que
eu tenha faro especial para isso, aliás não tenho nenhum, poucas vezes vi
alguém cheirado, então posso ter tido uma visão completamente equivocada das
pessoas. De qualquer forma foi um bom passatempo. Me ocupou até que avistei “ela”,
a dama da noite para mim. A vi primeiro de costas e seu porte, seus cabelos, a
cor da pele e a roupa me encantaram. Esperava uma decepção, como geralmente
ocorre, quando conseguisse ver seu rosto. Não poderia estar mais enganado,
parecia um anjo. Linda, linda, linda. Pedi ao garçom papel e guardanapo para
escrever-lhe um bilhete. Demorei tanto na elaboração do dito que ela sumiu do
bar. Não acreditei. Olhei, olhei, olhei. Me levantei, olhei e reolhei e nada.
Até que, do outro lado da rua, a vi dentro do outro bar (Urupema, sei lá)! Como
um robô fui lá, toquei seu ombro ela se virou, se espantou com o súbito
aparecimento de um estranho às suas costas, entreguei o papel em suas mãos, dei
meia volta e sem uma palavra nem um segundo a mais, voltei para a minha mesa do
outro lado da rua. No papel tinham todos os meus contatos (Face, telefone,
blog), mesmo que soubesse que não ia dar em nada. Garanti no bilhete que ela
seria mencionada no post do dia seguinte, infelizmente o post o dia seguinte só
veio hoje. Então não deu/dará em nada mesmo. De qualquer forma se ela/você ler,
me adiciona pelo menos no Facebook! :)
Depois de pouco tempo voltamos para a casa e para o começo
desse post onde dormi o dia inteiro até as 20h50 e não tinha internet para
postar nada, o que me desmotivou a escrever.
-X-X-X-
Dia da mulher (afinal acho que este será o título do post).
Não falei nada especificamente sobre isso. Bom, proporcionar as condições
necessárias para a existência da mulher é para mim a melhor razão de ser do
universo (não é a causa ou fenômeno inicial, mas o motivo mais sublime para
justificar a existência dessa coisa toda). Pois é, para mim, a mulher me basta
como motivo de existência de todas as outras coisas. Por mais que ame a lua e
as estrelas, a natureza selvagem, tigres albinos, pores-do-sol, nébulas,
vaga-lumes, Coca-Cola e cigarro. Eu amo muito mais as mulheres. Elas me
encantam, me hipnotizam, me trazem uma catarse que nada, nenhuma outra droga ou
coisa é capaz de produzir. Nem o PS3! A paixão. Ah, a paixão... que delírio
mais sublime, que sensação mais envolvente, enlouquecedora e totalmente
maravilhosa! Mulher é indissociável de paixão para mim. Me apaixono todos os
dias, mais de uma vez por dia até. Faço planos, elaboro sonhos e os faço
desvanecer assim que a mulher vai embora. Nem chego a trocar palavra na maioria
das vezes, só pasmo admirando aquele ser desfilar sua maravilha encantada pela
vida. As mulheres são tão mais que os homens, pois podem ser mães e por mais
que conheça vários pais prestativos, quem tem o leite e o seio é a mulher. É
dela que a cria precisa mais, é dela que aquele pequeno eu precisa para
sobreviver.
Eu amo todas as mulheres. E agradeço pela existência de cada uma por abrandar e encher de beleza e feminilidade, de coragem os meus dias geralmente covardes, de afoitas agruras e insosos. Queria uma de vocês só pra mim. Ou várias, se me fosse possível. Pois sou capaz de amar várias. Sou capaz de amar. E isso eu acho bom, principalmente no mundo repleto de mulheres. Obrigado por serem. Hoje e todos os dias e sempre.
Pronto, falei da mulher. Nem sei o que saiu, pois saiu assim,
meu que de enxurrada, sem eira nem beira, sem rédeas ou esporas. Saiu. Espero
que tenha saído amor, pois foi o que senti fluir em mim. Uma amor e gratidão
imensos por um mundo com mulheres. Por mais que eu saiba que essa é uma
preferência darwinística e sócio-cultural, nenhuma dessas cientificidades rouba
sua beleza-poema. Toda mulher é musa, flor em botão e merece todo apreço e
carinho do mundo. Sei mais não. É isso. Vou postar para dormir um pouquinho.
Meu caro, tou gostando de ver seu jogo de cintura com a mulherada, tem que ser cara de pau mesmo, porém sem perder a ternura jamais (eu falo na teoria mas na prática sou tímido pra cacete). Postei hoje o primeiro de uma série de dois textos, quando postei me lembrei de vc, acho que é o tipo de texto que vc vai gostar, olha lá no boraver, abs
ResponderExcluirhttp://www.boraver.com/2014/03/o-filho-corporativo-parte-01-de-02.html