terça-feira, 8 de maio de 2018

LIVRO ATÉ NA TERAPIA


14h27. Dentro em breve terei que me arrumar para a terapia. Estou meio vazio de conteúdo para repartir, mas na hora sempre vem. Percebi que Ju desenvolveu a complexa arte de bocejar sem que se perceba, ou quase não se perceba. É útil para quem tem que se mostrar sempre interessada nos papos chatos que os clientes lhe despejam pelo ouvido. O último post estava mais ou menos e resolvi divulgá-lo, continha alguns slogans que divisei para o livro a título de exercício. Criei até um arquivo em separado para agrupá-los, tão divertida me pareceu a ideia. Não sei a que se destina, mas em se tendo um canal para divulgá-los, acho que geram a expectativa correta quanto à obra. Meu primo urbano achou que era um livro grande e, ao saber que o ápice se dá no início do livro, me perguntou se não haveria como encurtar o que vem depois. Eu sinceramente não sei. O que posso cortar são os dias que passo em casa, mas acho que até esse agregam à narrativa. Porém pedi o senso crítico em relação a isso. Minha irmã não conseguiu a tão sonhada casa própria. Pelo menos não ainda. Minhas preces de quase nada valeram. Isso é que dar se ater a folclore. Bom, a vida segue. E pode ser que uma oportunidade ainda melhor se alevante. Quem sabe o que está na próxima curva do caminho? No meu não espero muito mais que mais palavras. A hora de ir à psicóloga se aproxima, vou degustar esses últimos momentos de escrita, que são os primeiros do dia, saboreando uma Coca com gelo.

14h44. Hoje espero o e-mail da moça da Cepe em relação ao meu comprovante de residência, tomara que valha um com o nome da minha mãe. Meu primo urbano e meus amigos da sexta acham que o da mãe vale. Torçamos que sim. Ela me responde mais ou menos por essas horas. Não foi o que se deu ainda. Quem sabe quando eu voltar da terapia não encontre a sua resposta na minha caixa de entrada. O copo de Coca acabou. Vou botar mais um pouco. Tenho mais 15 minutos até começar a me arrumar.

14h52. Não saio dos 95 quilos. Isso é bom e é chato por que queria estar e ser mais magro. Mas estou contente com a rotina que levo e não quero sair dela para perder peso. Por mais que os meus amigos tenham me incentivado a andar. Não vou mudar a minha rotina. Que a minha vida seja curta, não me incomodo. Palavras a mais, palavras a menos, pouco se me dá. Só não queria uma morte lenta e dolorosa. Mas se é o preço que pagarei, que seja. Se bem que há vários medicamentos para aplacar a dor. O que me dá um mórbido conforto. Não queria ficar com incontinência das minhas necessidades fisiológicas, acho incômodo e degradante. Acho que a coisa mais saudável que faço é viver uma vida com o mínimo de estresse possível.

15h00. Quase hora de me arrumar para a sessão de 16h00. Escreverei até as 15h05. Como a minha memória é fraca. Uma imagem que tinha muito nítida na minha cabeça, já não está mais assim. Isso me incomoda, pois era uma memória que tinha certo valor para mim. Tinha um significado, um simbolismo, mas que vejo que se perde, é mais uma criação da minha imaginação hoje, uma projeção, do que a lembrança de fato. Que pena. Pensei que seria uma parte indelével da minha história de vida, mas Tico e Teco não quiseram assim. 15h05. Vou lá encarar o banho. Até a volta. Estou escrevendo com um português horrível.

15h27. Já estou devidamente banhado e paramentado para o encontro com Ju. Vou esperar dar 15h40 para ir. Meu dedo arde, um calo estourou durante o banho, provavelmente de alguma queimadura que se deu quando fazia café.

15h30. Chegou um PDF do plano de saúde a quem primeiro pedimos um comprovante de residência em meu nome e, para a minha grande decepção, o documento dizia apenas que nada podia ser feito. Ozzy. Espero a resposta da editora agora. Como última medida, tentarei ir ao banco. Mas acho igualmente improdutivo. Está com cara de que vai chover, logo quando eu sair para Ju. Coincidência infeliz. Espero que não seja um toró como da outra vez. Não levarei o celular por precaução. Sem muito o que dizer. Espero que a terapia me traga novo conteúdo. Apesar da minha vacuidade para debater hoje. Já cai garoa, espero que não passe disso. Um bate-estacas da obra em frente ao nosso prédio incomoda. Deve incomodar mais ainda quem o segura. Mas esse já se acostumou com os ossos do ofício. Quem sou eu para reclamar? Melhor estar aqui do que lá no lugar dele. Pelo menos eu prefiro, por mais que ele possa ter uma vida feliz e modesta, como eu. E talvez, por me saber escrevendo a esmo, preferisse ele mesmo o bate-estacas visto que tão poucos gostam de escrever. Não sabem quão libertador é. O que meu pai acharia do meu Hulk? Puxa era uma coisa que eu gostaria de saber, que apelido irônico e cáustico ele daria a figura a diminuindo e ridicularizando. 15h40. Preciso ir.

17h18. Ju me aliviou tanto, mas tanto em relação ao conteúdo do meu livro. Estou menos receoso, mais relaxado. É a minha verdade. Uma vez jogada para o mundo, do mundo será. E cabe a cada um julgá-la como quiser. Eu tenho convicção das minhas verdades. E das minhas fantasias. Não queria perder nenhuma amizade por conta do meu sonho, mas não posso fazer nada a respeito disso. Acho que foi uma sessão que pediu muito de nós dois e ambos nos entregamos completamente à questão. Foi uma troca muito sincera e muito válida. Minha família materna vai ficar chocada. Vai ser estranho. Se é que algum deles vai ter paciência de ler. Hahaha. Mas Ju é uma verdadeira maga e muito humana também, além de ser muito mente aberta. Eu adoro trocar com ela. “Landlady” toca e me faz lembrar do muito que tenho. Eu tenho muito. Sou sincera e completamente grato pela vida que levo. Não poderia levar vida melhor. E ainda tenho um livro em gestação. Isso é grandioso para mim. Um dos meus dois maiores sonhos pode se realizar. E me sinto mais confiante para realizá-lo. Depois de Ju. Pelo menos uma pessoa me entende. E isso para mim já é suficiente. A possibilidade de estar fazendo uma tempestade num copo d’água, embora trate de temas bastante delicados, me parece mais plausível. É um livro polêmico? Eu diria que é. É um livro corajoso? É preciso ter muita coragem para me revelar dessa forma tão franca. Quando escrevi, não pensava nunca que chegaria a uma etapa tão avançada do processo de publicação. Estou com uma pulga atrás da orelha porque a moça da editora do concurso não me respondeu sobre o comprovante de residência. Ela geralmente me respondia no mesmo dia. Vai ver que a demanda aumentou pela proximidade do prazo de envio da inscrição. Bom, não adianta fazer conjecturas, me resta apenas esperar. E torcer para que possa ser um comprovante de residência em nome da minha mãe. Aí tudo estará resolvido. Sei que não ganho, mas pelo menos sou lido. E quem sabe, sei lá, a editora não se interesse? Tudo é possível. Mas já tenho coisas boas demais para ser meritório disto ainda. Mas que queria, queria. Mas queria tanto que Seu Raimundo me respondesse e nada. Não adianta. Acho que vou acabar tendo que publicar eu mesmo. Sobre ser bobo, como Ju me questionou. Acho que me faço de bobo para me poupar do estresse e desgaste com a outra pessoa. Acho que essa é a melhor resposta que tenho a dar sobre o assunto. Nossa, como saí de lá mais apaixonado. Delírio. Mas bom de sentir. Amar dá uma sensação muito boa. Mesmo que a esmo ou quase isso. E saí mais apaixonado pela vida e o melhor, com mais coragem de botar esse livro para o mundo. O que será, será. Estou muito curioso em como a vida se dará e no que farei dela. O Imperador da Casqueira não tinha medo de se revelar por inteiro, eu sigo seus passos, mas sem o vocabulário rebuscado dele em seus poemas, o que agora vejo como uma herança do meu avô, seu pai, que era dado a escrever poesias com um português altamente erudito, forma maior que encontrou de externar o fato de ter aprendido a ler e escrever sozinho e da maravilha que é a palavra. É uma pena que tão poucos dos seus escritos tenham permanecido. Do meu avô, digo. Meu tio imprimiu por conta própria uma série de livros. Eu penso maior, eu penso grande, eu penso em ter ISBN, eu penso em estar disponível na Livraria Cultura, eu penso em ter resenha nem que seja numa revista de nicho. Eu quero abraçar o mundo com as pernas. Pode ser que acabe por imprimir 50 exemplares. Sabe-se lá. Não queria ter essa viagem para a Europa no meio do ano. Ela atrapalha toda a minha logística, mas se é para ser assim, que seja. Minha irmã é outra que vai odiar o livro. Nossa, se a família da minha cunhada ler será um escândalo. Hahaha. Uma vez entregue ao mundo não tem mais volta. Toda e qualquer pessoa poderá ler. Acho difícil todas essas pessoas lerem, o que acho ótimo. Acho que minha divulgação não chegará a tanto. Hahaha. Se bem que o Facebook é uma plataforma poderosa. Posso atingir 527 pessoas e, se essas repassarem, sabe-se lá quantas mais. Embora eu ache que o que escrevo não seja literatura. Mas o que é literatura? Eu mesmo não sei. Não sei nem se eu tenho uma voz que seja diferente, única. Acho meu texto rasteiro e direto. Claro. Mas isso não faz do que eu escrevo algo com estilo próprio. Eu queria saber por que o escritor não me responde. Mas, como todos me disseram, relaxar é o melhor a se fazer. Então relaxo. Ou tento. O que poderia dizer mais da consulta com Ju? Ela foi toda em relação ao livro e aos dilemas que esse me traz. Que não são poucos. Mas saí mais confiante. Ela sugeriu a Livrinho de Papel Finíssimo. Achei legal a coincidência, por ter tido contato com uma das donas e ter me passado na cabeça como opção. Mas não sei que recursos oferecem, tipos de papel, de capa. Quando começo a falar sobre isso me bate um desânimo, a sensação de que o texto está uma porcaria. Sei lá. Torço para que na edição ele se torne algo mais apreciável. E que o desnecessário voe. Mas não posso só escrever sobre esse tema. Que outro tema posso trazer?

18h55. Mandei uma mensagem para uma das cabeças da Livrinho de Papel Finíssimo, que conheço, vamos ver no que é que dá. Acho que fui além do que deveria no momento. Acho que quero procurar primeiro o auxílio das grandes. Posso estar sonhando alto demais. Bom, fiz o contato. Não fechei nenhum negócio. Pretendo mandar para o concurso com o comprovante de residência da minha mãe mesmo se a moça da editora não se manifestar até quarta. Não sei por que o aperreio, o que mais Ju disse foi para eu relaxar... vou revisar de novo o texto do livro que vai para o concurso. Melhor que faço, em vez de ficar aqui andando em círculos como um animal enjaulado.

19h07. Descobri que não tenho mais saco nenhum de olhar para o conteúdo do livro. Achei uma merda a parte em que parei de ler e desisti. Sei que vou ter que olhar para o conteúdo durante o processo de revisão e isso me basta. Vai como está para o concurso. Que coisa mais esquisita essa saturação do que escrevi. Mas é o que rola. Revisei cinco vezes e meia praticamente seguidas em cerca de dez ou quinze dias. Não há cristão que aguente. Nem ateu. Nem singularitariano. Hahaha. Estou fazendo um auê tão grande desse livro que as pessoas ficarão decepcionadas. O maior drama, que novela, meu deus. Hahaha. De qualquer forma estou mais tranquilo em relação ao seu conteúdo. Santa Ju. Fato é que não angariarei nenhuma gatinha com seu conteúdo, logo permanecerei na minha solidão. Não vejo escapatória dela. Ela se acoplou a mim como um parasita. Ou fui eu quem se acoplou. Acho que nos abraçamos e não queremos mais nos largar. Abraço vazio esse, mas conhecido e confortável. Quantas pessoas não conseguem levar a vida na mais absoluta solidão? Sou apenas mais um entre milhões, quiçá bilhões. Não é a forma melhor de se viver, pelo menos para mim que conheci a vida a dois, mas é o que se me dá agora, não vejo perspectivas, não crio perspectivas. Se as crio são estapafúrdias. A Garota da Noite nem se digna a ler minhas mensagens mais. É caso perdido. Tenho que desencanar e seguir adiante, mesmo que sem ninguém. Não perderei mais tempo escrevendo textos para ela. Por mais que me divertisse, tenho que ter o mínimo de respeito próprio. Não está me dando bola, então bola para frente, por mais que jogue bola só, num campo vazio. Pelo menos tenho a bola nos pés. E tenho um possível livro, o que muita gente não tem. E um número enorme de gente tem. E não consegue vender. Não sei se o meu se destacaria desse mundão de papel e palavras. É preciso ser algo realmente especial para se destacar no mundaréu de publicações que inunda o mercado hoje. Por isso queria o atestado de qualidade de Seu Raimundo. Por isso queria ser aceito por alguma grande editora. Por isso meu livro vai cair no vácuo dos livros publicados apenas para satisfazer o ego do autor. Vou acabar vendendo livros na Casa Astral, se me abrirem espaço. Hahaha. Seria cômico se não fosse tétrico. Nada contra a Casa Astral, amo o lugar, mas não é o futuro que queria para mim e minha obra. E que talvez seja um canal, na falta de todos os demais canais. Mas não tomemos medidas drásticas ainda. Pelo menos Ju me deixou mais decidido a publicar. Quase que 100% decidido. Uns 85,7% decidido. Hahaha. É difícil jogar tão aberto, tratar de tabus, dar a cara a tapa e não se sentir intimidado. Sei não, viu, acho que depois desse texto vou dar um tempo no meu blog, pois só faço falar nesse livro. Fixação triste. É nisso e no que decorre disso que é a danada resposta de Seu Raimundo. Espero isso como quem espera a volta de Jesus. “À espera de um milagre”. Hahaha. Dá vontade de mandar Seu Raimundo plantar coquinho. Ao mesmo tempo ele pode estar nesse momento esmerilhando o meu texto, quem sabe? Eu não sei quem sabe, mas queria que quem soubesse me contasse qual é a real. Queria que amanhã a moça da editora me respondesse. Para eu me livrar pelo menos desse concurso. “Landlady” novamente reaparece. Vocês já devem estar de saco cheio desse lenga-lenga, né? Eu imagino. Mas é o que tenho a oferecer hoje. E acho que por um bom tempo. Por isso mesmo acho que vou dar um tempo no blog. Escrever no Vate que lá posso ser redundante e ansioso à vontade. Juro que pensei em mandar outro e-mail para Seu Raimundo. Mas não vou mais escrever nada para ele. Não é polido. Não é inteligente. É pura insensatez. Se a resposta vier, virá. A seu tempo. Acho que é essa coisa de ter tudo imediatamente na minha vida que faz com que eu me torne, bem, imediatista. Essa não é uma característica boa e Seu Raimundo é uma ótima oportunidade de domá-la. Que seja. Se o bom velhinho não responder até a revisão ficar pronta, vai de qualquer forma. Eu acho. Vi que a minha conhecida da Livrinho de Papel Finíssimo viu as minhas mensagens. Será que vai me responder? Sabe-se lá também. Está tudo entregue. O que poderia fazer era achar outro autor para aperrear. Não me parece cortês e muito menos uma boa ideia, pois aí teria duas ansiedades ao invés de uma. Negativo. É Seu Raimundo ou não é ninguém. Acho que vai dar ninguém. Contarei apenas com o auxílio luxuoso da incrível revisora, que me basta. Nossa, mas como queria o selo de qualidade de Seu Raimundo. Isso para mim validaria de fato a minha obra. Se ele não gostasse, não faria muita diferença, pois o seu silêncio a mim já sugere isso. Mas vou deixar isso para lá, pedir os dez cigarros restantes a mamãe e fumar um com uma Coca cheia de gelo.

20h30. Consegui enfim fumar o cigarro e a ideia toda do livro me pareceu ridícula, um ato de narcisismo. O livro não tem qualidade ou conteúdo para merecer tal qualificação. Acho que será revisado e engavetado para sempre. Vou pedir a opinião sincera de amiga e de revisora da incrível revisora. Acho que quando reler vou cortar metade do conteúdo. Sei lá. Deu tilt na minha cabeça. Mas a impressão que eu tenho é que é um conteúdo maçante, cheio de eventos insignificantes hipertrofiados pela condição de internamento, que não vai interessar a ninguém. Não é uma narrativa cativante. Não traz nada de novo. É tedioso, vazio, que só satisfará a mim ser publicado. Pelo que me lembro o livro é basicamente assim. Como o meu amigo Marinheiro disse enquanto estávamos internados, ninguém vai ler um livro tão grande. Eu escrevi para poder sobreviver da melhor forma no Manicômio e estando lá, longe da vista da sociedade, me vi livre das amarras da censura e narrei tudo o que me vinha. O que além de caudaloso tornou o livro comprometedor para mim. Não sei se só estou me lembrando das partes chatas. Mas estas abundam. E ansiedades por futilidades. Vejo que trouxe isso de lá para a minha vida.

20h42. Minha família materna é de direita retrógrada. Não chegarão a votar em Bolsonaro, espero, mas mesmo assim são muito conservadores. Vi um post celebrando e fazendo escárnio do primeiro mês de prisão de Lula. É, meu livro vai ser um choque para eles. Que estou dizendo? Acabei de decidir que o livro vai ser engavetado! Vai ser contraditório assim no raio que o parta! Eu, hein? Delego todo o poder de melhorar a minha obra às mãos da incrível revisora, se ela conseguir editar o livro de forma a torná-lo algo legível, eu considero a possibilidade. Mas acho que não é papel dela fazer tanto assim, senão se tornaria coautora. E acho que essa bomba ela não quer pegar. Hahaha. Se queimar por mim? O doido aqui sou eu, não ela. Hahaha. Pelo menos me divirto com a história. “A lenda”. Estou cheio de referências cinematográficas hoje. Preciso urgentemente lavar os meus óculos.

20h52. A fantástica faxineira lavou por mim. Estou com visão HD de novo. Ela é gente boa demais, a fantástica faxineira. Tenho muita estima por ela. Admiração. Mamãe deu muita sorte e eu e meu padrasto por tabela. Além de ser uma excelente profissional, infalível, dedicada, silenciosa, ainda é uma pessoa boníssima. É muito bom tê-la conosco. Se eu fosse minha mãe a contrataria para todos os dias e assinaria a carteira dela. Senão a pobre vai trabalhar até a morte para sobreviver. “Landlady”. Só para constar. É de longe a melhor do disco para mim. Voltando à incrível revisora, acho que não está no âmbito dela editar o texto ao ponto que imagino. Meu primo urbano me alertou sobre isso. Preciso manter os pés mais no chão. Se alguém vai ter que cortar ou acrescentar algo sou eu. Se bem que adoraria que ela me indicasse o que acha que pode ser cortado e o que necessita ser acrescentado. Fiquei orgulhoso quando Ju me disse corajoso por me repartir assim tão abertamente. Tão francamente. São, como disse em outro post, as duas qualidades do livro, a sinceridade e o ambiente peculiar em que estava inserido. Afora isso, nada se salva. E não sei se isso é suficiente para legitimar um manuscrito como livro. Ainda mais 232 páginas de Word em Calibri corpo 11, com os capítulos um emendado no outro. É fato que pulo uma linha a cada parágrafo, mas mesmo assim, é muita página. A verborragia comeu solta. Era isso ou o tédio completo, optei pelo ócio produtivo que é o que faço até hoje. Usar meu tempo livre quase de forma integral com a escrita. Peguei esse hábito, que se tornou quase uma necessidade. Sem isso, minha vida perde o sentido. Achei estranho quando me disse escritor a Ju, a palavra me saiu estranha e alienígena a mim. Como se não fosse realmente uma qualidade que possuo. E acho que não é. Me acharia escritor se Seu Raimundo se agradasse dos meus escritos. Acho que só assim acreditaria em mim como escritor. Mas essa aprovação ou repúdio está de rosca de acontecer. E já vi que a minha moral com Deus está baixa, pois a minha irmã não conseguiu a tão sonhada casa. O que me deixou frustrado com a divindade. E minha fé foi pelo ralo. Acho que já falei disso, estou ficando é caduco.

21h12. Nossa, passei uma cara tentando lembrar se havia colocado algo no texto que publiquei hoje e não consigo me lembrar de jeito nenhum. Estou definitivamente ficando caduco. Acho que já-já largo daqui e vou para o Vate. Estou redundando muito sem sair do lugar. Ah, fiz um estudo da capa do livro. Vou postar aqui. Já o vejo com essa cara talvez com o título um pouco mais para baixo para poder caber as cintas que pretendo colocar nele incentivando a leitura. Penso em eleger os três títulos mais impactantes e diferentes uns dos outros para fazer uma tarja da cor do título e escrever com letras brancas os slogans. E envolver as capas do livro com essas tarjas. Lá vou eu sonhando mais alto que Ícaro. Eu hein, para quem quer o projeto engavetado até que eu estou com planos bastante ousados, né, não? Hahaha. Ah, deixa a criança brincar.





21h27. Dentro em breve vou para o Vate, acho que isso aqui já deu o que tinha que dar. Ou posso ir para o meu projeto paralelo. Sei lá, qualquer lugar onde possa falar sem me sentir constrangido pela repetição. É ozzy me sentir constrangido no meu próprio blog. Isso não é legal. Mas estou remoendo essa temática há tempo demais. Por isso penso em entrar em um recesso do blog. Já sei o que vou fazer. O post, para esse domingo. Boa ideia. Xau. Amanhã reviso e posto.

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