quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

QUALQUER COISA




15h57. Mais um texto parido. Dá uma sensação de alívio e de missão cumprida. Pena que os meus posts angariem cada vez menos leitores. Mas se é assim que vida se me afigura, não há nada que eu possa fazer além do que faço. Divulgo em sete ou oito grupos e já percebi que não adianta, o quanto eu tente apagar, sempre aparece o aviso que eu postei em algum desses grupos na minha página principal, então meus conhecidos também são avisados que eu publiquei um texto novo, que era tudo o que não queria. Mas, novamente, se a realidade se dá assim, só posso aceitar e acolher, não vou deixar de divulgar o que escrevo. É a única forma de ter alguns leitores.

16h06. A últimas mensagens do meu amigo Marinheiro, enviadas às 5h30 da manhã, contam que ele ainda não comeu. Isso me põe bastante preocupado. Se eu morasse sozinho e fosse dono do meu dinheiro, eu faria uma feira para ele, mas a vida mais uma vez não se dá assim. Estou de mãos atadas em relação a isso, o que me deixa muito mal. Me sentindo culpado e egoísta. Acho que vou revisar e publicar o texto que fiz para o Desabafos do Vate.

16h41. Não tive paciência para revisar. Meu primo urbano está por aqui pelas Ubaias e me convidou para uma partida de Snipperclips, declinei, pois estou acordando e quando estou acordando, sou muito chato, antissocial. Ele disse que entendia perfeitamente. Assim espero. Ademais, eu nem instalei o Nintendo Switch ainda. Acho que não vou divulgar esse texto, só postar. Quero dar mais tempo de vida ao outro. Esse parece que vai ser um post meio vazio.

16h44. A turma do meu primo-irmão se mobiliza para ir para a, deixe-me ver, Terça do Vinil na Galeria Joana d’Arc. Se meu primo-irmão for, eu vou. Mas não vou pressioná-lo a ir, vou deixar que se manifeste e, caso demonstre interesse em ir, me comunico com ele. Acho que o post anterior ficou bom e com um título chamativo. A palavra “perseguição” acho que desperta curiosidade. Não sei se foi a palavra ou o horário, mas o post já está com dez visualizações. O último teve apenas 18.

16h50. Coloquei “Utopia” para rolar. Começando da minha queridinha “Arisen My Senses”, que calha de ser a primeira do álbum. Mas estava em “Body Memory”.

16h57. Meu primo-irmão acaba de declinar da saída. Disse que de segunda a quinta não rola para ele. Eu não queria continuar a terapia. Mas continuarei à minha revelia. Não é possível que não me acostume com ela. É um momento de adaptação, eu espero. O que queria agora? Não muito, que o texto saísse com mais fluidez, principalmente por ser um que não vai ser divulgado, posso tratar só de futilidades. Mas não tenho muito o que dizer, tudo o que me aconteceu de relevante desde que acordei já foi dito, mas como falei no meu post anterior, mesmo numa realidade restrita como a minha, a vida não para de ser dinâmica e os pensamentos se sucedem, infalivelmente, porque continuo pensando e não sei como parar de pensar, só se fechasse os olhos e tentasse meditar. Não me angustia o fato de não conseguir parar de pensar, me angustia mais quando não tenho o que dizer. É aí que o grande tédio bate. Acho que esse grande tédio tem muito a ver com os níveis de cafeína no meu sangue. Como bebi três xícaras de café já hoje, não há sinal do tédio. Por mais que eu não tenha muito assunto posso dizer o que está me vindo à cabeça, é só prestar atenção. Ouvir os pensamentos mais sussurrados que passam em minha mente. Como quem ouve os canais de som mais baixos de uma música com rico arranjo como é o caso das de “Utopia”. Ainda estou soando meio chato por ter dito não ao meu primo urbano quando este me chamou para uma partida de Snipperclips, mas não tinha, como ainda não tenho disposição nenhuma de interagir com ninguém, ainda estou antissocial. “O antissocial”, taí um bom nome de blog para eu registrar.

17h13. E endereço já está registrado, mais um blog abandonado. Em 2011. Uma prova da persistência dos blogs no Blogger. Isso me deixa mais tranquilo, me dá confiança que o meu blog continuará depois de mim. Acho que estou com um pouco de confusão mental desde ontem. Vejo os meus textos muito truncados. O que fiz para o Vate chega dá agonia, por isso parei de revisar. Mas marquei de vermelho onde parei, para, quando me der na telha, continuar a revisão, que é mais frouxa que a daqui, deixo as coisas mais cruas e doidas mesmo. Se bem que aqui também não interfiro muito. Se acho que o texto está fluindo bem, conserto os erros que descubro, mas não altero muito a estrutura e muito menos o conteúdo. Parou em dez visualizações e uma curtida o meu post. Vou olhar de novo, para ver se houve alguma evolução. Nada. Acho que vou pegar uma Coca.

17h23. Essa foi o cúmulo, perdi a coragem de ir à cozinha para não precisar interagir com a minha mãe e meu padrasto que estão na sala. Peguei água da torneira. Hahaha. É tragicômico. Mas não quero interagir com ninguém. A não ser que minha mãe venha ao meu quarto, aí a interação é inevitável. E não é uma interação ruim. Aparentemente, pelos tons das vozes, estão discordando de algo. Meu padrasto entrou em seu quarto, vou pegar a Coca agora.

17h29. Peguei. O chocolate que meu amigo cineasta levou para a sessão de games, amargo com pedrinhas de flor de sal, me abriu a percepção para a presença de sal em coisas doces. Percebi o sal no Bono de chocolate ontem e na Coca Zero agora. Não foi uma percepção agradável no caso da Coca Zero. Por sinal já tomei o copo de Coca todo, que ozzy. Queria mais, mas minha mãe vai reclamar comigo. 11 visualizações e uma curtida.

17h41. Tirei uma foto do meu boneco do Coisa para fazer um jogo de palavras com o título e descobri qual é a parte mais chata do meu ofício, colocar as fotos no post. Mais até do que revisar. O método que uso para me mandar fotos do meu celular para o computador, as enviando por e-mail, é demorado, além de ter que redimensionar, cortar, achar lugar minimamente pertinente para colocá-las, ir buscá-las na imensidão de documentos que compõe os arquivos do Jornal do Profeta, tudo é chato. Mas as fotos têm o papel de quebrar a narrativa e tornar o post mais atraente, além disso é um prazer tirar fotos com o meu celular novo. Ele capta muito bem imagens com pouca luminosidade, meu amigo cineasta gostou da câmera o que é um bom indício. Disse até que poderia filmar com ela para o projeto dele sobre um ano da minha vida.

17h54. Seria muito curioso se eu me metesse a ir para a Galeria Joana d’Arc encontrar com a minha amiga filósofa e meu amigo bonitão. Não sei nem se eles me consideram amigo. Amigo acho que é coisa mais íntima do que a relação de que privamos. Gostaria de reverter isso, construir mais intimidade com eles, mas estou muito antissocial. Queria sair hoje. Não sei se minha mãe concordaria. Indo sem o meu primo. Mas ela tem que ter mais confiança em mim. Deixa para lá, vou passar por um estresse desnecessário, para enfrentar um estresse necessário que seria essa interação com a filósofa e o bonitão. Se ele for. Acho que vai, tem um gosto por programas inusitados. Mas isso é só palpite. Não o conheço a fundo para saber.

18h07. Se fosse a Boa Viagem, poderia talvez ajudar o meu amigo Marinheiro. Sinto um impulso de ir e, ao mesmo tempo, forte rejeição à ideia que se sobrepõe ao impulso, invalidando-o. Muito chato isso. É preciso botar certas coisas em movimento algumas vezes. Essa não será uma delas. Já basta a terapia. Me senti muito desconectado de Ju. Não sei por que isso. Aliás, sei, porque estou cada vez mais distante dos demais. Eu penso que me distancio da minha própria humanidade vivendo esse monólogo comigo mesmo na maior parte do meu tempo desperto. A esmagadora maioria do meu tempo é voltada para a escrita desse texto e parece que à medida que me aproximo mais de mim, me distancio do todo. Acho que dei boas indicações do meu processo na terapia. Disse que se fosse privado de meu computador para escrever, minha vida seria privada de sentido. Será que seria bom eu dar férias ao meu computador, tirar férias da escrita? Só de pensar me bate uma curiosidade do que se daria e uma forte ansiedade da privação tremenda que isso seria. Mas poderia me privar disso por essa noite e ir à Galeria Joana d’Arc? O impulso cresce em mim, será que sobrepujará a repulsa? E enfrentar a minha mãe e todas as suas preocupações a respeito da minha saída? Não sei, o impulso tem que crescer muito.

18h26. Finalizei o parágrafo acima porque me senti aprisionado nele. Dando voltas atrás do meu próprio rabo. Consigo me projetar saindo para a Galeria Joana d’Arc daqui a uma hora e meia. Boto o celular para carregar pensando nisso? Está com 25% e não gosto de carregar quando a bateria está assim, acho que lasca a vida útil da mesma. No entanto, não me sinto seguro para sair com apenas essa quantidade de carga. Dilema besta. Vou deixar para decidir isso, se falar com mamãe antes das 19h00 e ela concordar com ideia. Estou achando que não farei isso acontecer. Finalizei o parágrafo anterior e continuo a tratar do mesmo assunto, não deu em nada. Hahaha.

18h35. Acho que ficarei aqui em casa mesmo por pura falta de coragem de enfrentar mamãe.

18h41. Falei com mamãe antes da 19h00 e ela foi até receptiva à ideia. Estou incrível. Agora só depende de mim. Agora que fiz o mais difícil, esfriei. Perdi a motivação de ir. Não imaginava isso. Não esperava por essa. Vamos ver se me reanimo.

18h46. Esqueci de contar, acabei de saber de uma ozzy, minha mãe quer viajar de novo para a Alemanha em junho. Não posso crer. Eu disse a ela que não queria viajar esse ano. Que merda. Que saco. Não acredito nisso. Porque não vai com o meu padrasto? Bom, pelo menos o meu Hulk está vindo. Isso me alegra a alma. E eu tenho uma saída para hoje. Eu não sei o que fazer mais em Munique. Acho que vou passar o dia em casa escrevendo. Nossa, todo o estresse da viagem, do translado, digo. Não aguento mais isso. Não quero mais isso na minha vida. Estou de saco cheio de viajar. Não gosto de viajar. É muitíssimo ozzy ser obrigado a fazer uma coisa que não quero, que tenho quase aversão sem ao menos ser questionado sobre a minha vontade. Vou colocar o celular para carregar. Sem saco para ir, vamos ver agora se o impulso cresce novamente. A ansiedade é que cresce pensando nisso. Saco. Às vezes é um saco ser eu. Vou botar o celular para carregar, enfim.

19h04. Coloquei. Mas não sei se vá ainda. Estou 50/50. E essa é uma posição muito chata. De indecisão, de vergonha, de achar que a minha amiga filósofa não vai ficar contente com a minha presença lá. De qualquer forma, eu tenho o mesmo direito de estar lá que qualquer outra pessoa. Não sei, a sensação de ser rejeitado me desestimula. Talvez eu seja uma pessoa desestimulante. Certamente sou uma pessoa desestimulada a qualquer coisa que me tire da zona de conforto. Por outro lado, terei o que contar aqui se for, não vou ficar apenas na masturbação mental em que agora me encontro. Santa dúvida, Batman. Será que se tomar banho me animo mais? 14 leitores do meu último post até agora. E uma sempre bem-vinda curtida. Agora que vi, a entrega estimada do Hulk é dia 27 de fevereiro. Rápido, não posso crer. E a data é um dos meus números da sorte.

23h02. Voltei da Galeria Joana d’Arc. Não encontrei ninguém, vi o movimento e vim para casa. Dei um passeio, pelo menos, vi gente. Mas me pareceu que a minha energia diferia completamente da do ambiente e não consegui me sentir à vontade lá. Fiquei mais tempo do lado de fora que do lado de dentro. E dou por visto.

23h13. Já tomei os remédios. Estou de volta instalado no meu quarto-ilha. Acho que amanhã ligo o Nintendo Switch.

-x-x-x-x-

13h56. Estou feliz de estar no meu quarto-ilha hoje. Não há lugar outro em que quisesse estar. Dormi relativamente cedo, antes de 1h00. Vi que o Hulk já está no Brasil, em Viracopos “em processo de liberação alfandegária”. Só espero que não danifiquem o meu precioso busto. O envio está sendo muito rápido. Acordei pensando que não estou disponível para a terapia. Não houve conexão, não houve da minha parte, digo. E quando não há da parte de um, não há da parte do outro, acredito eu. Sair sozinho para uma noite é algo que me causa profunda aflição, pude perceber ontem. Estou muito antissocial. Quando penso que cheguei ao pico, percebo que o negócio pode piorar ainda mais. E piora. Nesse exato momento, não gostaria de sair da minha casa por nada. Também ainda estou no pior momento do dia que é o despertar. Como já disse em outros textos, é quando me encontro mais chato e mais fechado.

14h30. Foi uma experiência ruim ir para a Galeria Joana d’Arc ontem. Tão ruim que foi marcante e acho que foi ela que aumentou a minha fobia social. Queria continuar a seguir a minha vida sem terapia. Mas estou vendo que isso é minha resistência à mudança. O meu lado racional diz que eu vou acabar me beneficiando com a terapia. O resto de mim não queria voltar lá.

14h53. Tive que reiniciar o computador.

14h59. Me peguei pensando na decoração do meu quarto-ilha. Em pregar a bandeira do Brasil no teto, visto que não haverá lugar nas paredes para pregá-la. Não sei se é uma ideia muito doida, mas é um desejo. Não sei como fazer com os meus gibis. Não quero pensar nisso agora. Embora a minha mãe quer que eu já vá pensando e elaborando um croqui de como vejo o meu quarto. Não vou fazer isso no momento. No momento não quero fazer nada. Só ficar sacando a internet e escrevendo. Sem muita vontade para ambos tampouco. Mas é melhor do que não fazer absolutamente nada. Acho que vou abrir as persianas para não me sentir tão enfurnado aqui. Embora a janela fique atrás de mim, a claridade se faz visível no quarto inteiro. Esse é um post que definitivamente não vou divulgar.

15h20. As horas se sucedem rápido. Dentro em breve será noite e outro dia findará para mim. Vou reler o que produzi ontem para os meus outros projetos e possivelmente apagar, pois não me agradou. Depois volto para cá. Momento.

16h15. Revisei e achei que só dava para o Desabafos do Vate mesmo. Estava muito truncado e ruim, como o que geralmente produzo para lá. Hahaha. É o meu depositório de liberdade. Inclusive das normas da escrita. 16h16. Só para marcar a hora bonitinha mesmo. Hahaha.

16h16. Minha mãe voltou de onde quer que ela tenha ido. Acho que da universidade. Parece que ainda vai ou foi para a massagem. Não sei, não entendi. Acho que o que eu queria era me resignar e me entregar por completo à solidão. É um pensamento que me traz certa paz de espírito. Não deveria ser assim. Será que será assim? Não sei. Sei que todas as interações sociais me são sofridas. E o quase pânico que tive ontem em meio às pessoas da Galeria Joana d’Arc foi um sentimento forte e ruim. Que interações não eliminaria da minha vida? Por ora, só os games na casa do meu primo urbano. E as estadias na casa da minha tia-mãe. Ah, e as filmagens do meu amigo cineasta. A menos difícil dessas interações é sem dúvida a casa da minha tia. Não acredito que eu vou viajar de novo. Minha mãe não tem jeito. Espero não ser obrigado a interagir com os vizinhos da minha irmã. Espero escapar deles como da outra vez. Caramba, não sei o que diabos vou fazer lá. Qualquer coisa fico só escrevendo. Nossa, só de pensar na viagem já me dá uma coisa ruim. O Hulk já passou pela alfândega, o próximo passo é Recife, segundo o muito informativo site da DHL, que inclusive informou que falta informações do importador. Que eles tentariam me contatar ou que eu poderia me adiantar e contatar a central de atendimento. Não o farei. Não estou com saco, me dá um frio na barriga que não me apetece. Eles que tomem a iniciativa de entrar em contato comigo. Vamos ver se o serviço é bom mesmo.

16h55. A vida segue rumo a seu fim. Eu sigo rumo ao nada ou a uma realidade expandida na forma da Singularidade Tecnológica terrestre. Por incrível que pareça minha fé me leva a achar que há uma possibilidade de 50% de a Singularidade acontecer e acontecer dentro do meu ciclo de vida. Se esse não for interrompido por nenhum percalço. Será que depois que eu me for, alguém irá descobrir esses escritos e se fascinar com eles, como, sei lá, o retrato de uma época? Se bem que não narro os acontecimentos mundiais ou locais que seriam a matéria de algum historiador. Realmente não sei a quem isso poderia interessar. Sei que meu post anterior teve até agora, 27 visualizações. Já considero um post vencedor.

17h17. Tirei uma foto para o Vate de um recanto esquecido do quarto que diz muito dos meus hábitos e hobbies.




17h19. Acho que esse post vai ser curto, não ando muito inspirado para a escrita. Snipperclips é um jogo simples e ao mesmo tempo complexo, pois os personagens podem assumir praticamente qualquer forma nas mãos de um jogador habilidoso. Preciso pensar com mais seriedade em ligar o Nintendo Switch. É só colocá-lo no dock. Não tenho ânimo nem para isso no momento. Este é o post do desânimo. Hahaha. Não estou hoje com vontade de fazer absolutamente nada, por fazer nada entenda-se escrever, que é o que há de mais fácil e agradável a se fazer. Não sei exatamente para que serve essa facilidade de me dizer em palavras e mesmo se há utilidade ou não. Sei que produzo e me regozijo quando atinjo mais de 20 acessos. E a isso se resume a maior parte da minha existência. Estou empolgado com a chegada do Hulk. Depois dele só há a Red Sonja. Fora as que estão na casa do meu irmão. Estou tão sem o que dizer. Tenho que comer antes de mamãe chegar. Vou fazer isso agora. 17h37.

17h53. Comi peito de frango e arroz com molho rosé. Grande informação. Hahaha. É a falta de assunto. Está começando a me dar uma vontade de jogar Mario Odyssey. Foi só escrever a frase que a vontade passou, que ozzy. E o Zelda Breath Of The Wild, hein? Ainda na casa de titia e sem me fazer falta alguma. E a terapia? Vou com as expectativas mais baixas possíveis, quem sabe assim não me surpreenda positivamente. O problema não é Ju, sou eu. Ela continua a mesma pessoa. Eu é que só fiz acentuar o quadro que apresentava no CAPS. Eu é que estou avesso a interações. Eu é que estou sem saber como me comportar na sessão. Bom, é sinceridade e abertura completa, não tem muito erro se seguir por aí, que é como geralmente sigo em terapias. Embora não me ache tão disponível como dantes. É um movimento que vem se desenhando há anos, uma curva rumo ao isolamento social que vem sendo traçada por mim há bastante tempo. E que agora chega a níveis totalmente anormais. Mas não quero falar nisso. Já bati nessa tecla tantas vezes que estou saturado. Sei que baterei muitas mais pois a situação não se resolve do dia para a noite. É um processo. Espero que mais rápido do que foi chegar aqui. O caminho de volta sempre parece mais curto que o de ida. Por falar nisso, minha mãe fica me estimulando a voltar a andar. Não estou com saco para andar. O que queria fazer era a barba. Quem sabe amanhã. Mas estou empulhado até para encarar a cabeleireira. Ozzy. Do jeito que me sinto hoje, agora, a vontade que me dá é não sair de casa para nada, só para a terapia. Não posso continuar assim. Mas disse que não iria falar nisso de novo. Estou são e salvo no meu quarto-ilha com as minhas palavras agora. O futuro não é agora. Então não preciso me preocupar com a viagem ainda.

18h19. Me perdi vendo uma coisa virtual ou outra. A Red Sonja está marcada para ser entregue no mês da viagem, logo não estarei aqui e provavelmente não poderei enviá-la para o Brasil. Se bem que posso negociar isso com a Sideshow, eu creio. Peguei o case e o grip do Switch e não liguei. Realmente hoje minha maré não está para peixe. Vou abrir o case para me dar mais um passo e ver se isso me dá vontade de encarar o game.

18h25. Montei tudo, mas não me veio vontade de jogar. Suspiro... é, não vou me forçar a nada. Ontem fiz um esforço hercúleo para ir à Galeria Joana d’Arc e foi horrível. Suspiro... o que fazer? Escrever, é o jeito.

18h31. Tentei tirar duas fotos, uma do Demolidor e uma do Ursinho que ganhei da minha segunda namorada há mais de 20 anos. Não ficaram boas, mas sem muito conteúdo, vou postá-las aqui. Deixa eu me enviar por e-mail.









18h38. Vi que tirei uma da rua, voltando da Joana d’Arc que vou postar também. Só de pensar no nome do lugar já me sinto mal. Que ozzy. As fotos foram enviadas. Foi rápido dessa vez. Não sei se acabe esse post por aqui e comece um novo. Não. Vou jogar um Mario Odyssey antes.




19h17. Saí do mundo em que estava e fui em outro, o anterior e bem mais fácil. O único em que peguei todas as luas até agora. Será que algum dia alguma mulher que eu deseje e que me deseja entrará no meu quarto? Tenho sérias dúvidas. Voltar para cá está baixando o meu astral. Estou num mato sem cachorro, então. Eu tenho que ter pensamentos mais positivos. Mas que pensamentos, o que me cruzou a cabeça foi chamar a turma do meu primo-irmão para uma cervejinha na Praça, mas numa quarta-feira e sendo um programa desanimado, sem agito, provavelmente ninguém se animaria. Eu não vou sozinho também tomar duas ou três Cocas, de repente um pastel, e voltar. Talvez outro dia. Seria um local curioso para sentar e escrever com o computador. Causaria estranheza aos locais e correia o risco de ser assaltado na volta, mas posso sempre escrever no celular. É uma ideia que precisa ganhar corpo dentro de mim. E talvez eu não fosse no horário de pico, mas no final da tarde. Sei lá, seria alguma coisa para adicionar um sabor especial à minha vida. Tenho um amigo esquizofrênico que mora perto e sempre está pela Praça. Ele é muito bem-resolvido com a sua doença e, mais das vezes, se passa por uma pessoa normal. Tem lá seus papos viajados, é solteiro também e está mais conformado com isso do que eu. Se apaixonou por uma vampira sanguinária sei lá de que século. E sei lá de que recanto da internet ele desencavou essa história.

20h27. Minha mãe está se esforçando muito para me aceitar. Estou impressionadíssimo. Obrigado, mãe. Minha gratidão só cresce em reconhecimento ao seu esforço.

21h05. Estava conversando com o meu amigo Marinheiro até agora. Guarda um grande rancor, várias mágoas da mãe. Enquanto eu fico cada vez mais em paz com a minha, ele se distancia mais da dele. É uma pena. É quase como se tivéssemos vidas e aspirações opostas. Eu gosto de paz e ele de estar sempre pronto para a guerra. A vida é mesmo curiosa.

21h23. Não acredito que passei esse tempo todo olhando o Instagram. O negócio é sem fim. Tremendo buraco negro de atenção e tempo. Acho que vou revisar para postar.

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