quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

CASA DA TIA V – TAMBORES SILENCIOSOS E SESSÃO NINTENDO SWITCH


20h41. Em tese vou para a Noite dos Tambores Silenciosos em Olinda daqui a pouco. Já tomei banho e me arrumei. Espero o meu primo. Ambos estamos com preguiça de ir, mas a mim me parece o clima perfeito para paquerar sem o tumulto ensandecido de Olinda durante o Carnaval de fato. Haverá muita gente, mas creio que será mais tranquilo, é segunda-feira e não é Carnaval. É uma apresentação de Maracatus, eu acho, com um ritual religioso afro no final. Pelo menos é assim que me lembro do último que fui. Vamos ver no que vai dar. Em nada, muito provavelmente. E nem levarei o meu celular para fotografar, o que é uma pena, pois mamãe me fez prometer que não levaria o aparelho para Olinda temendo que esse fosse usurpado de mim.

20h52. É interessante como as vozes dos filhos(as) geralmente lembram a dos pais(mães).




1h37. Voltamos de Olinda há cerca de uma hora, um pouco menos. Não olhei no relógio para saber. É um ambiente mágico Olinda na Noite dos Tambores Silenciosos. O casario antigo iluminado por luzes amareladas e o ritmo repetitivo e meio hipnótico dos maracatus, cada um com a sua batida, desfilando no meio do povo. Povo de todas as nacionalidades e cantos do país, Olinda já está repleta de turistas. Demos a sorte de, ao chegar, darmos de cara com o maracatu mais antigo de Pernambuco, o Estrela Brilhante, que data do século XVIII, esquentando os tambores na entrada da Cidade Alta. Os tambores deles diferem dos demais por serem feitos de uma madeira escura, a macaíba, e por serem tocados em uma mão com a baqueta normal e na outra com uma vareta, se bem entendi, de goiabeira. Informações dadas pelo meu primo-irmão e pelo amigo-que-sofre-de-amor-por-uma-estrangeira que encontramos por lá. Por falar em estrangeira, a garota que me marcou na noite era certamente de outro país. De pele clara, olhos azuis, cabelos castanho claros alourados, tinha traços fortes, mas harmônicos, o que lhe emprestava uma beleza singular, era baixinha e tinha a carne firme para uma pessoa de sua tez. Trocamos alguns olhares, não era jovem, devia ter mais de 30, marcas de expressão já se faziam visíveis nos olhos, mas me agradou. E enquanto meus amigos conversavam sobre o fato de certos personagens do folclore brasileiro serem negros como resultado da segregação racial da época em que surgiram, fiquei a admirar a sua existência e acho que suas amigas perceberam. Bom, não sei por que cargas d’água se aproximou de mim, se estendesse um pouco a mão poderia alcançar a dela, porém isso não se deu, pois ela veio justamente quando minha turma resolveu subir a ladeira da igreja para ver os desfiles de perto. Eu poderia, claro, ter pedido para esperarem, ou dizer que ia ficar um pouco ali e tentar travar algum contato com ela. Fiquei por alguns segundos paralisado pela dúvida e me acovardei, virei as costas para ela e segui com os meus amigos. Novamente uma raríssima oportunidade de interação com uma garota que me interessava que perdi. Maldita coincidência de eventos. A dúvida que fica é, tivessem os meninos ficado onde estavam, teria eu coragem de abordar a dama? Não sei o que ela foi fazer por lá, pertíssimo de mim, poderia somente ter ido comprar alguma coisa, mas, fosse eu uma outra pessoa, mais desenrolada, poderia educadamente puxar um papo e dizer que havia gostado dela. Tenho inglês para isso, só não tenho coragem. Ou não tive. Pelo menos dessa vez houve um momento de hesitação, de quase ação. Quem sabe se outra raríssima chance se apresentar, eu não tome a iniciativa. O autoengano é as vezes saboroso. Hahaha. Fomos então para bem perto da área restrita aos maracatus, no topo da ladeira que desembocava na igreja onde acontecia o ápice do ritual e pude ver o Estrela Brilhante desfilando inteiro com suas roupas reluzentes das mais diversas cores e poderosa percussão. Fui incensado pela fumaça do espetinho que faziam ao meu lado, o que foi bastante desagradável. Outras coisas desagradáveis sucederam comigo, atiraram uma garrafa plástica de água na minha cabeça e uma barata enorme pousou e ficou agarrada ao meu pescoço, sensação asquerosa. Tenho uma certa fobia de baratas que acho que é cultural. Enquanto na ladeira, incensado pelos espetinhos e torcendo para que o grupo da moça estrangeira aparecesse entre as gentes que subiam a ladeira para ver o final do desfile, assistimos duas nações de maracatu desfilar. Ou três, não me recordo bem. Deveria ter levado o celular, não estava tão perigoso assim, poderia ter tirado lindas fotos para ilustrar esse post, quem sabe até da nossa estrangeirinha. Não foi, não deu. Achei a experiência válida apesar dos percalços. Meu primo-irmão também viu uma moça interessante, mas seu gosto é bastante diferente do meu, ele gosta de mulheres ao estilo das personagens de Robert Crumb, voluptuosas e fartas, no limiar entre a obesidade e a fartura, na minha opinião. Não me agrado de garotas assim, o que significa que nunca brigaremos por causa de mulher. Hahaha. Respeito e admiro o que o atrai no sexo oposto porque vai contra os padrões midiáticos de beleza, isso demonstra uma personalidade bem desenhada, eu creio.




2h14. Foi muito bom sentar no carro depois da longa caminhada pelas ruas e ladeiras do Sítio Histórico de Olinda, com ar condicionado e um reggae americano rolando. Meu primo pegou um caminho curioso para casa, onde seguiu por uma mesma rua, ou ruas que desembocavam umas nas outras até chegar aqui, percorrendo um longo trajeto sem fazer nenhuma curva. Não entendi o caminho e só me localizei no trecho final, que me é conhecido. Passei vergonha por me dizer ignorante em relação à geografia de Olinda e só não passei mais porque me calei em relação à minha ignorância em relação à geografia de Recife também. Sou um completo desnorteado. Sempre fui, é uma incapacidade que me acompanha desde sempre. Seja nas cidades, seja nos videogames, como o Zelda, que é imenso e não consigo me localizar. Não gosto nem de lembrar do Zelda, me dá um desgosto achar que nunca vou pegar o espírito do jogo. Meu amigo jurista captou completamente a ideia, mas eu acho que a ideia tal qual ele enunciou é muito distante do que eu esperaria de um jogo da franquia. Infelizmente para caramba. O Mario Odyssey também se torna mais chato porque mais difícil e demandante. Mas isso não apaga todas as horas de pura diversão que tive com o jogo. Não desistirei dele ainda. Há power moons divertidas de se capturar, como comprovei na sessão que joguei hoje à tarde. Amo o jogo de coração. Mas não quero falar de amor nesse post.

2h29. A pessoa que ficou de tirar uma foto de Poeira agora veio com uma história de que a dona disse que ela morreu de velha... deixa para lá. Só é difícil de acreditar em meio a tantas histórias diferentes que ela vinha me contando. Não importa, a parte importante é que ela foi criada com amor. Essa parte da história não mudou com a suposta morte dela. Nossa, é muito bom fumar cigarro (para quem é um idiota viciado como eu). Não sei se o vício do cigarro – ou qualquer outro vício – é psicológico ou físico, sei que não consigo me desvencilhar dele pelo prazer que me proporciona. Tenho algum problema com a fase oral, eu acho. Hahaha.

2h38. Capturei duas imagens da internet do evento que fui hoje. Postarei aqui. Uma acho que é de um tal de Passarinho, a outra não consegui identificar de quem era. Preciso publicar o meu post anterior. Já está mais que atrasado. Vou fazer isso agora. Tirei a camisa, não aguentei o calor. O ventilador está no máximo arrefecendo as minhas costas. Talvez tome até um banho agora. Veremos. Vou publicar o outro post.

2h57. Publiquei. Acho que vou dormir. Amanhã continuo esse. Ah, pensei em tomar banho. Acho que o farei. Será melhor dormir limpinho depois daquela fumaceira engordurada com que fui defumado. O problema é que não estou com o mínimo sono agora. Tampouco quero acordar na hora do almoço como um zumbi, comer e voltar a dormir até as quatro, cinco da tarde. Hoje foi de lascar, dormi de quatro horas da manhã e acordei às oito com a dor no cóccix que talvez seja proctalgia fugax, segundo o meu padrasto. É uma dor chatíssima no cóccix que dura uns 15 minutos. Doeu bastante hoje e me fez ficar acordado até às 10h00 porque pensei em acordar cedo, mas estava com muito sono e dormi até a hora do almoço, 12h30. Depois voltei a dormir até às 16h e pouca. Foi ozzy. Acho que cigarros dão uma certa ressaca, tenho percebido isso nos últimos dias. Acordo mais morto que o normal. Esse vai ser o lado bom de voltar a fumar quase que exclusivamente o Vaporfi. Sim, tomar o meu remédio!

3h08. Tomei. Falta agora tomar banho. Botei meu último copo de Coca e vou fumar um cigarro com ele que eu mereço.

3h30. Tomei um gostoso banho, lavei bem os cabelos e espero ter tirado o cheiro de churrasquinho do meu corpo. Tirar da minha roupa que fui são outros quinhentos. Olinda estava quente, aglomerações com muita gente respirando são quentes por natureza, o literal calor humano. Me deu vontade de ir ao Carnaval lá no sábado, para ficar em frente à casa do amigo do meu primo-irmão na esperança de ver a garota estrangeira ou qualquer outra que me encante. Talvez seja um desperdício de tempo e esforço (hercúleo) como sempre Olinda foi. Pensarei sobre o caso. Só sei que amanhã não quero sair para lugar nenhum.




3h37. Procurei no Google “uma imagem qualquer” e dentre as primeiras surgiu essa acima, interessantíssima. Se fosse interpretá-la – longe de mim falar de física –, com o egocentrismo que me é peculiar, diria que a bexiga é o meu ego (ou seria id? Acho que o id seria a parede) e que o prego é o meu superego e que isso é uma imagem que representa a minha psique. Tenho um superego supercrítico, que vive a me rebaixar e oprimir. Meu primo-irmão, lendo o antepenúltimo post achou que eu realmente precisava de uma terapia. Estou considerando a possibilidade. Em verdade já a considero há bastante tempo, mas algo em mim não se sente confortável com a ideia, por mais que vá fazer com uma pessoa em que confio, que eu acho que me capte e que tenha insights pertinentes. Além de ser mulher e jovem, o que me é mais convidativo, não porque vá desenvolver uma transferência romântica em relação a ela, mas porque acho que o papo flui mais fácil e o papo fluir é meu grande problema. Ou a falta de fluidez do papo é um dos sintomas da minha atual situação. Preciso ir dormir. 3h48.

3h55. Esse negócio de dormir à tarde está ferrando o meu relógio biológico. Tenho que fazer o máximo para, independentemente da hora em que for dormir, ficar acordado após o almoço. Já-já boto o último copo de Coca, tomo com um cigarro e vou dormir.

-x-x-x-x-

15h08. Acordei e, como sempre, o despertar é o pior momento do dia. Daqui a uma hora vou jogar o Mario Odyssey.

15h27. Pensamentos cruzam a minha cabeça, enquanto “Pictures Of You” do Cure rola.

15h36. Minha mãe acabou de ligar. E eu finalmente liguei para o RAID para me informar sobre as ligações para o meu amigo internado lá. Pediram para eu retornar às 17h00.

15h53. O horário estipulado para jogar se aproxima, mas não estou com disposição. Eu sou um chato quando acordo. Não tão chato como quando bebia, um chato diferente. Não vou ficar me colocando para baixo nesse post. Dar um tempo nisso que é chato de verdade, para mim e para o leitor, creio.

16h06. Peguei um café agora, estava tomado Coca. O café me anima mais. Por que um bebê morre aos nove meses de gestação sem causa aparente? Isso me faz pensar no Espiritismo. Tanto no carma dos pais, que receberam uma dura lição da vida, como no espírito que iria nascer com o bebê e desistiu de reencarnar e enfrentar outra existência na Terra. Não sou espírita, entretanto. A única forma de existência sobrenatural, no sentido de estar além da natureza, do natural, em que creio (com um pé atrás) é na talvez vindoura Singularidade Tecnológica. Acho que precisarei de mais umas duas xícaras de café para me animar a encarar o jogo. O café está muito bom. Adoro café. Especialmente com cigarros. Queria saber escrever com frases curtas sempre, torna o texto mais dinâmico. Mas isso vai muito da minha vontade na hora. Há coisas que pedem frases mais longas, eu acho. Pelo menos não sou nenhum Proust. Hahaha. Meu ombro agora dói mesmo sem fazer o movimento para cima. Estou cada vez mais confortável com a minha postura curvada, meu corpo pede essa posição mesmo sem estar digitando. É algo que tento combater, pois não quero ficar corcunda. Vou pegar outra xícara de café.

16h23. Tem uma fase ozzy no Mario com o sapinho. Não estou com a mínima paciência para encará-la. Há power moons que só se consegue pegar usando os controles de movimento que são muito difíceis de executar com os dois Joy-Cons acoplados ao grip, que é como jogo. Quando penso numa pergunta para me fazer, a primeira que surge sempre é sobre o sentido da minha vida. Não vou responder de novo. Acho que vou jogar o Mario agora. Não, vou protelar um pouquinho mais. Mas não muito. Daqui a pouco é a hora da janta aqui. “The Unforgettable Fire” é um dos melhores discos do U2 para mim. Gosto bastante. E gostava mais ainda na adolescência. Lembro de viajar em Areias ouvindo “Bad” e “A Sort Of Homecoming”. De me tocarem a alma profundamente, mudando o meu estado emocional para um superiormente belo. Hoje as músicas não me causam tanto, infelizmente, e sinceramente não entendo por quê. Acho que me acostumei com a sensação e ela já não me tem o mesmo impacto. A idade e suas repetições de estímulos que causam a diluição da percepção dos mesmos. O preço da experiência é alto e é a única coisa que se ganha com a idade. Em todos os outros campos se perde, na minha opinião. Vou jogar quando acabar “April In Paris” com Ella e Louis. Fico em dúvida se deveria mesmo ter divulgado o post anterior nos grupos do Facebook, ficou muito deprê e autodepreciativo. Já foi, passou. Ainda gera visualizações. Mas ninguém curtiu dessa vez. Meu celular está prestes a descarregar. Tomara que descarregue logo para botá-lo na tomada. Felizmente o celular não é a minha principal porta para o mundo virtual.

16h47. Já está na segunda música após “April In Paris”. Stone Temple Pilots, “Interstate Love Song”. Não sou particularmente fã dessa banda, foi sugestão do Spotify e, como conhecia essa canção específica, a adicionei à lista 6. Nossa, já está na quinta página de Word. É surpreendente sempre essa capacidade de discorrer sobre o nada. Vou jogar o Mario antes que seja tarde demais.

17h50. Peguei umas luas desafiadoras agora. Estou satisfeito e quando fico assim, acho o jogo maravilhoso. E quando vejo que ainda não revisitei os mundos que mais gostei ainda é que fico mais satisfeito. Vou ter que filar como pega algumas luas do mundo onde estou, mas deixarei isso para a raspa do tacho. Vou seguir pegando as que consigo. Depois revisito novamente os mundos para pegar o restinho. Vou sem filar primeiro. Filei só três luas das 536 que possuo até agora.

Objeto de desejo.



 17h57. Gosto muito de estar aqui na casa do meu tio. Estamos só nós dois em casa, eu e ele. Ele não é muito de conversa, eu também não estou muito conversador, então não interagimos. Estou pensando em guardar o resto do Mario para o meu quarto-ilha. Vi que um novo mundo que não visitei se abriu. Ou então pulei ele quando da primeira vez, talvez por ter luas suficientes para passar ao próximo. Está passando na lista 6 a música clássica do Zelda o que me lembrou que tenho ainda esse para jogar, embora o ânimo seja zero. Não chega à ponta do pelo do bigode do Mario. Está quente hoje. Amigos meus, mais do meu irmão que meus, estão voltando do Japão, 40 horas de traslado. Não sei se teria disposição para isso, por mais que tenha curiosidade de conhecer o Japão. Aliás, não iria, pois não gosto de viajar. Estou cada dia mais como o meu pai, fechado e confortável em sua rotina. Eu tenho a escrita, ele tinha os filmes de Steven Seagal regados a cerveja. Eu tenho uma saída ou outra, ele tinha encontros esporádicos com as meninas que foram da extensão acadêmica. Encontros aos quais eu o acompanhava e que também eram as minhas saídas quando passei os dois anos de prisão domiciliar praticamente em sua casa. Foi a forma encontrada para me manter longe da droga. Até descobrirem as internações, uma descoberta que mudou completamente a minha vida. Tenho que ligar para o Raid novamente. Ninguém atendeu, acho que é hora do jantar. Tenho só 5% de bateria restante, espero que dure até as 19h20, quando pretendo ligar de novo. Se não der, ligo amanhã. Foi a melhor decisão que meu amigo podia ter tomado, havia perdido o controle de sua droga de preferência completamente. Nossa, prefiro o tédio do meu quarto-ilha a uma internação. Cansei de internações. Só quem já passou sabe como é. O curioso é que, queira ou não queira, a conversa sempre acaba por cair em drogas lá. Porque alguns ainda recaídos psicologicamente, ou pelo repertório reduzido de quem vive pesado o mundo das drogas. Contam suas histórias de exagero como atos heroicos praticamente. Nota-se um orgulho intrínseco nas narrativas. É um ambiente curioso e singular que me lembra o Big Brother. Várias pessoas de realidades completamente distintas, confinadas em um mesmo espaço, convivendo diariamente. Lógico que há conflitos, desabafos, alegrias, uma intimidade compulsória, um tipo de amizade que é bastante sui generis e que, em praticamente todos os casos, se encerra com o internamento. Raros os casos são como o meu com o meu amigo Marinheiro ou com Nina, que continuamos, mesmo fora, a nos comunicarmos. O Vaporfi me dá crises de tosse que me deixam zonzo e dormente por alguns segundos. É um sentimento bom, por mais que algo me diga que não é dos mais saudáveis. Fazer o quê? É a forma que tenho de reduzir danos, quando comparado ao cigarro. Pelo menos em teoria. Mas acho que é um dano menor que me causo. Acredito nisso. Pelo menos não sinto a ressaca do cigarro. E minha tosse não vem com secreção. Ouvindo remix de “Inbetween Days” do Cure. Pense num álbum de remixes que gosto. À medida que o tempo passa, venho me engraçando mais por remixes, é como ouvir velhas conhecidas com um sabor de novidade. Isso me agrada. Por mais que alguns remixes seja bastantes intrusivos, mexendo com a própria estrutura da música, mesmo assim me atraem. Björk tem remixes muito bons e muito loucos. Me sinto culpado por ter ido onde minha tia-mãe guarda os meus cigarros e pego uma carteira. Acho que ela vai ficar decepcionada comigo. Mas fumei todos os meus cigarros durante a noite e madrugada e precisava muito do primeiro cigarro do dia, o mais importante de todos. “God Part II” do U2. Gosto muito da letra. Foi uma transformação radical pela qual o U2 passou de “Rattle And Hum” para o “Achtung Baby”. Prefiro o U2 do “Rattle And Hum” para trás. Embora goste dos álbuns mais recentes até o “How To Dismantle An Atomic Bomb”.  Estou de astral bem melhor do que quando acordei. O bode do despertar passou. Mallu Magalhães toca na lista 6. Estava com uma saudade danada de ouvir. Foi bom dar um tempo em Björk. Só parei de jogar o Mario para poupar. Vou comunicar logo à minha tia do meu ato. Ela chegou.

18h42. Eu comuniquei e ela não se incomodou nem um pouco, disse que havia esquecido e só lembrado quando já estava no hospital. Que diferença, não estou acostumado a esse grau de compreensão e liberdade. Acho o justo. A medida certa. Mas me causa ainda estranhamento. Sinto saudade de uma diretora de arte com quem trabalhei na minha última ingressão no mercado de trabalho. Nos dávamos bem. Houve apenas um desentendimento entre nós, causado mais pelo atendimento que por nós mesmos. Em verdade, a culpa, embora deteste essa coisa de culpado, já carrego culpas demais, foi dos três. Minha, porque dei a ideia muito fechada, com indicações da direção de arte que mais se adequava ao conceito; dela, porque fez uma coisa totalmente diversa do que o que havia concebido, e do atendimento por aprovar o meu conceito e depois aprovar o layout que nada tinha a ver e pedir que eu adequasse os textos de todas as peças ao novo conceito, mais pobre e menos chamativo, na minha opinião. Ossos do ofício. Em verdade, agora me bateu certa saudade do clima de agência de publicidade. Se minha função fosse só fazer títulos, eu gostaria muito mais. Até se fosse só fazer textos. Não, textos, não, pois isso incluiria VTs, não gosto de fazer VTs, prefiro até folders do que VTs. Um tipo de peça que sempre me agradou bastante, talvez a que tinha mais prazer em fazer, eram spots de rádio. As possibilidades são praticamente infinitas e o custo é mínimo. Afinal se eu quiser colocar uma explosão no spot, uma manada de cavalos em disparada é só o cara da produtora pegar os sons no seu banco de dados e pôr, é simples e barato e dá uma liberdade criativa muito grande. A solução ideal para mim, seria eu ir escrever esses meus textos lá na agência em que trabalhava e que fica perto de casa. Seria uma forma de socialização, de ter uma rotina, de ver e estar com gente. Seria bem legal, mas estou muito antissocial e não sei se no “hub” onde a agência está agora instalada se paga por pessoa, o que não seria um problema em verdade, porque eu poderia pagar pelo meu lugar. Só para sentir o clima de estar entre pessoas queridas e me socializar. Dá até vontade de mandar um e-mail perguntando ao meu ex-chefe. Não tenho coragem ainda e se não tenho coragem quando o impulso ainda está fresco, recém brotado, não terei depois. A única coisa ruim é que não teria como fumar o meu Vaporfi lá, só saindo para a rua. E não teria Coca-Cola ou café. Não sei se a troca é válida. Vamos ver se a ideia se torna um tema recorrente, daí penso em materializá-la. Não sei como a imersão nesse cotidiano afetaria a minha escrita e não sei se seria certo narrar os bastidores da agência aqui no blog. Se o fizesse, teria de ser de forma publicitária, ou seja, só felicidade, só o lado bom. Acho que essa ideia é incompatível com a realidade. O que diria no e-mail ao meu ex-chefe? Algo assim, Gabri, gostaria de lhe perguntar algumas coisas e gostaria que me respondesse com sinceridade. Estou numa fase muito antissocial, com dificuldade de me comunicar com as pessoas porque passo a maior parte da minha vida enfurnado no meu quarto escrevendo. Esse comportamento alienante tem me deixado cada vez mais incapaz de lidar com as pessoas o que não acho saudável para mim e me tem sido penoso. Foi aí que me surgiu a ideia, estapafúrdia talvez, você dirá, de ir escrever aí na agência, onde pelo menos estaria cercado por pessoas queridas. Eu levaria o meu notebook e ficaria escrevendo o meu blog durante o período de expediente, sem muito horário para chegar ou sair (saindo sempre ao final do expediente, claro) ou dia certo para ir, mas me esforçando para transformar isso em rotina. O que gostaria de lhe perguntar é se você paga o hub de acordo com número de pessoas que o utilizam, qual seria o valor se esse for o caso, pois eu arcaria com a minha permanência aí. Finalmente, o mais importante, gostaria de saber se você se incomodaria com isso. Não quero atrapalhar de forma alguma o dia-a-dia da 3Pontos, mas acho que me faria um bem danado estar aí. Se não der, não tem problema. Foi que me bateu uma saudade do clima de agência, da 3Pontos especialmente, que é a minha alma mater profissional. Sei que é uma ideia tresloucada, meio sem nexo e nada a ver, mas, como me dizem, o não eu já tenho, não custa nada tentar materializar, mesmo que a sua resposta seja negativa. Por favor não se sinta pressionado a aceitar, só quero tentar isso se for tranquilo para você (e para equipe). Bom, é isso.

Abraço saudoso e tudo de bom, velho amigo.

Mário.    

P.S.: a TV que você comprou para mim ainda está me dando muitas alegrias. Foi o melhor investimento que fiz na vida. Hahaha.

19h31. Bom, acho que a carta sairia assim. Ou já saiu assim. Basta copiar e colar no e-mail e enviar. Daí para o envio vai uma grande distância. Preciso conversar com a minha mãe, que acho que vai adorar a ideia, e voltar para o meu quarto-ilha. Talvez, se for o caso de pagar, tenha que esperar as bombas do Hulk passarem. Vamos ver. Acho que essa ideia me veio porque me meti no LinkedIn ontem à noite e isso ficou no meu subconsciente. Acho que ter uma rotina de ir a um local de trabalho, sem me envolver de forma nenhuma com os estresses do mesmo, me daria a sensação de profissão ao que produzo. É uma sensação ilusória, mas uma ilusão benéfica mesmo assim. Se bem que não tinha pensado nos estresses da profissão que transbordariam e poderiam me afetar. Acho, entretanto, que conseguiria abstrair tais coisas. Poderia botar na minha pauta voltar a digitar o diário do Manicômio e talvez tivesse um contato com a Consultexto (birô de revisão) que me proporcionasse um valor especial pela revisão do diário. Sei lá, já estou sonhando demais. A ideia me animou e não me parece ruim. Teria mais orgulho do que faço dessa maneira. Resta saber o que o meu ex-chefe acha da ideia. Ele pode odiar, o que não mudaria em nada a minha vida e, como não mudaria, não custa nada tentar a mudança. Só coragem. Espero não estar entrando em surto de mania tendo ideias loucas assim. Mas acho que me sentiria até mais confiante em me dizer escritor para as garotas que porventura venha a abordar. Seria terapêutico, acho eu.

20h32. Conversei com o meu primo-irmão sobre a ideia da agência e ele achou boa. Pelo menos ruim não achou. Ele falou uma coisa que me deixou intrigado, quando comentei da ligação que fiz para o albergue de drogados e do meu alívio em não estar internado, disse que pelo menos internado eu interagia. O intrigante é, será que eu me condicionei a só interagir assim? Isso seria o fim da picada e não creio que seja verdade. Até na internação eu me alienava na escrita, interagia pouco e principalmente com o meu amigo Marinheiro. Mas interagia muito mais do que interajo aqui fora, por mais que na maioria das vezes ficasse como figurante, ouvinte, como faço aqui fora. 20h38. Hoje, quando titia acabar de assistir TV, vou tentar o jogo do Mario. Tive uma ideia para pegar a lua que ia filar na internet. Me veio de supetão quando conversava com o meu primo-irmão. Abstraí ouvindo o som da banda de Lajedo que ele me mostrava e tive o insight. Pode ser que não funcione e pode ser que dê certo. É só o que concebo que pode faltar. O último recurso disponível na fase, que eu tenha conhecimento. Estou muito curioso para tentar. É a última lua das especiais que faltam para eu pegar na fase. Consegui até a da corrida. De primeira. Que milagre. A facilidade de pegar a lua da corrida nessa fase me leva a crer que cada fase, ou grupos de fase, foi desenvolvido por um time diferente. 20h58. Que pena, a novela que titia assiste vai começar, queria tentar o Mario. Não tem problema, tento depois. A noite, mais do que nunca, é uma criança para mim.

21h02. Para ajudar a promover a banda de Lajedo que meu primo-irmão está incentivando, In The Sisos, aqui vai um vídeo do YouTube com o som deles.




21h03. Estou meio sem assunto. Já vejo a ideia da agência como algo mais distante, acho que me desmotivei. Por isso digo que voltar ao meu quarto-ilha é uma etapa necessária do processo. As crises de tédio lá poderão me forçar a fazer o movimento. Aqui está tudo às mil maravilhas, vivo como pedi a deus, com liberdade e companhia. Lá em casa as coisas são um pouco diferentes, até por uma escolha minha. Prefiro deixar minha mãe e meu padrasto à vontade, respeitar sua privacidade conjugal e cultivar a minha. Ademais eu tenho muito mais assuntos em comum com o meu primo-irmão que com eles. Meu celular é chique, pisca de quatro cores diferentes, azul, verde, vermelho e branco. É um recurso fútil e útil. Sei que tipo de mensagem chegou só pela cor da luz. Agora, ele pisca vermelho por causa da bateria fraca. Não vou enumerar para que serve cada luz, é besteira demais até para esse blog, quem tem celular assim sabe e quem não tem não precisa saber, em nada acrescenta. Se bem que o que eu escrevo em nada acrescenta a ninguém da mesma forma. Hahaha. O grande absurdo é esse blog. Eita, bom nome, vou tentar registrar. Momento. Desisti. Circo do absurdo é melhor, já que a imagem é de um macaco. Vou tentar esse.

21h15. Registrei, vou prepará-lo para ser redirecionado para cá. Mais um momento.

21h33. Demorou mais tempo que o esperado. Fiz um cabeçalho levemente mais elaborado que o dos demais. Hoje não saio de casa nem a pau. Não quero. Amanhã já vou sair, será o dia da sessão Nintendo Switch, se tudo der certo, então hoje quero relaxar aqui com as palavras e o Mario. Talvez passeie pelo Desabafos do Vate, não tenho produzido nada que me apeteça lá, quero reverter isso.

21h42. Uma garota de um dos grupos de escritores onde divulgo o meu blog me incentivou a digitar o diário que escrevi no Manicômio. Achou a proposta interessante ainda mais porque real. E acha que por estar reescrevendo, isso ajude a melhorar o estilo, embora permaneça fiel ao que escrevi. Sei lá, fiquei mais animado com os meus cadernos, por mais que ache um saco digitá-los e, por conseguinte, acho que acharão chato de ler. Mas me prometi isso quando internado, preciso cumprir essa promessa comigo mesmo. E se, por uma ventura muito grande eu resolver contatar meu ex-chefe e o negócio da agência rolar, pode ser que tenha desconto na revisão, sabe-se lá. Tudo é possível. Inclusive nada disso se concretizar. Hahaha. Vou pegar café e fazer xixi. Não necessariamente nessa ordem.

23h16. Estava olhando o meu primo-irmão jogar Mario Odyssey. Ele aos poucos vai pegando o espírito do jogo, embora não tenha muita paciência para explorar. Entendo agora porque há os que preferem o Galaxy. E entendo ainda mais porque amei tanto o Odyssey. O Galaxy é muito mais straightfoward que o Odyssey. O caminho é bem mais óbvio e geralmente só existe um caminho a ser seguido por vez. O Odyssey tem um mundo em aberto que permite várias soluções (power moons) de uma só vez, alguns mundos são acachapantes, muito grandes, chega a dar preguiça pensar em desbravar cada um e na quantidade de coisa que está escondida neles. Mas, de lua em lua, quando se vê o mundo foi (quase que) totalmente explorado. Eu não tenho palavras. Talvez a melhor seja terapêutico. Me fez bem à alma jogar o Odyssey. Me faz bem. Me sinto, bem, alegre, contente, feliz. Acho feliz uma palavra de um significado muito forte, mas enquanto absorto no mundo do jogo, me sinto sinceramente feliz. Cada lua é motivo de pequena celebração. Seja um gesto, uma palavra, uma pausa para umas baforadas.

23h37. Conversei com o meu primo-irmão e ele relembrou as partidas de Smash Bros. Melee que jogávamos ele, o ex-marido da minha tia caçula e eu. Disse ser um dos ápices da diversão em videogames. Disse-lhe que não havia ainda para Switch e que não sabia o que iríamos jogar na casa do meu primo urbano amanhã, talvez o Mario Kart. Sei que não quero jogar, prefiro olhar. E conversar, se conseguir. Em verdade, acho que o meu amigo jurista deveria levar o PS4, pela quantidade de jogos que tem para o sistema, mas não direi isso a ela até porque os gráficos devem ser tão superiores aos do Switch e do PS3 que me desestimularão um pouco a jogar os meus consoles. Não quero ver o PS4 por um bom tempo. Talvez nunca. Se bem que os que vi rodando de fato no sistema nas lojas, que foram jogos bem no início do ciclo de vida do sistema, não me pareceram carregar a evolução gráfica que se deu do PS2 para o PS3, por exemplo. Achei tudo mais nítido e num frame rate mais elevado, mas não me impressionaram muito. Embora tenha visto jogos mais recentes e esses me deixaram sinceramente impressionado, mesmo os vendo em vídeos de dimensões pequenas na tela do computador. Não quero ver esses jogos numa TV grande rodando no console com medo de ficar mal acostumado. Acho que vou postar o meu post anterior. Não, não vou fazer isso agora. Vou fazer durante a madrugada. Nossa, já vou em nove páginas, como foi rápido. Da última vez que vi estava na quinta página. Nunca deixa de me impressionar a minha capacidade de extrair tanto do nada. Acho que em todos os posts me surpreendo com isso. É como entrar por um cano no jogo do Mario, em todos os games da franquia tem que ter essa passagem. Hahaha.

23h55. Acho que vou ficar por aqui. Não sei. Acho que quero ir para o Vate. Mas não ainda. Sou muito mais peludo do que gostaria de ser. Gostaria de ser tanta coisa que não sou, mas não trocaria de vida com ninguém. Talvez com um ator ou um cantor de rock, talvez não, gosto de ser um estranho na multidão, mas a aura da celebridade me encanta. Eles (e elas) parecem ser tão confiantes e plenos. Acho que seria um Kurt Cobain se fosse famoso, teria um fim rápido e deprimente. Não saberia lidar com a fama e com a necessidade de cantar os mesmos sucessos para agradar ao público.

0h07. O celular descarregou, eita bicho guerreiro. Resistiu muito até se dar por vencido. Vou colocá-lo para carregar. Preciso dele amanhã para combinar a sessão Nintendo Switch. Ainda vou tentar pegar a lua que divisei a solução provável antes de dormir. Sim, botar o aparelho para carregar, esqueci.

0h12. Meu primo se cansou do jogo. Também não aguento jogar mais de duas horas, fico saturado. O que é bom, a delícia dura mais tempo. Está vendo “Easy Rider”, não decorei o nome em português, acho que é “Sem Destino”, mas não tenho certeza. Nunca vi, pensava até que era em preto e branco para você ver a minha ignorância a respeito da película. Vou abrir um novo documento para o Desabafos do Vate. E ficar lá e cá. Ou só lá, veremos.

0h52. Estou escrevendo no Desabafos do Vate, me sinto completamente livre lá, trato do que nunca trataria aqui. É divertido. Voltei só para dizer que acho que o fato de ter publicado o endereço do meu blog num post que está ou estava em evidência em um dos grupos deu um boom de leitores na minha última postagem. Pulou de 33 para 42 visualizações. Ótimo. Mas vou voltar para o Desabafos do Vate, só queria registrar isso aqui. Um cheiro perfumado tomou o meu quarto, curioso. De onde virá e quem o estará produzindo? Muito agradável o odor. Bom, vou para o Vate.

0h58. O perfume que invadiu o quarto pode ter sido a minha tia saindo do banho. Ela veio me perguntar se tomei o remédio. Acho que deve ter sido ela.

1h08. Vou revisar isso para postar.

4h56. Criei um conto lá no Vate. Preciso reler. Se valer a pena, posto aqui, mas só quando acordar.

8h40. Tentei fazer outro post de ficção científica, mas achei, relendo, que o primeiro ficou muito fraco e o segundo muito confuso. Vou ainda tentar reescrever o segundo e tentar dar uma ajeitada no primeiro. Vou dormir, estou que não aguento de dor no ombro.

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18h03. Acordei há cerca de uma hora. Esse negócio de dormir de manhã e acordar a essa hora não está com nada. Acordo muito detonado ainda. Se bem que sempre que acordo é assim. Mas não gosto de ter um horário tão fora do usual assim.

18h10. Relembrando os contos, não gostei de nenhum dos dois, pelo menos na forma em que se encontram. Não vou publicá-los. Ficam como exercício no Desabafos do Vate mesmo.

18h11. Parece que hoje vai rolar a sessão Nintendo Switch mesmo. Falta o meu amigo jurista confirmar tudo agora. Ele deve estar ocupado e por isso não responde.

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Dezenas, ou centenas de pitocos, botões, plugues teclas, uma visão complexa e acachapante para mim. Não sabia que o meu primo urbano tinha um equipamento tão rico e sortido em sua sala de sons, é o nome que dou ao seu quarto musical, o primeiro lugar que quis conhecer da casa. Ele mostrou o funcionamento básico, mas não quis me meter a operar pois a parafernália toda, fiquei intimidado, me pareceu complicada demais para operar. Meu amigo jurista, sempre muito sociável, começou a brincar lá. Meu primo fez uma demonstração que resultou num som cósmico e viajante. Foi bem legal. É fácil perceber que um aficionado pode gastar infinitas hora calibrando e descobrindo sons e ritmos ali. Meu primo urbano disse que aquele era o seu “videogame”. O meu videogame é o Word, mas não senti falta de escrever na companhia deles. Meu primo urbano comprou uma providencial Coca para regar a noite. O negro líquido estava geladíssimo, no ponto ideal, delícia. A varanda de seu apê é legal com uma vista bonita e arborizada, tem plantas e um banco de madeira o que torna o lugar ainda mais aprazível, a brisa leve e as cores da noite davam o clima e me deixei a cismar olhando para a cidade. Enquanto isso, meu amigo jurista plugava o Nintendo Switch para a nossa sessão. O que jogamos – e não conseguimos parar de jogar por um bom tempo, mal dando tempo para ver os outros jogos – foi o Snipperclips. É uma diversão jogar com três pessoas, duas delas sem fazer a mínima ideia dos comandos. Cada desafio conquistado gerava uma verdadeira sensação de recompensa. Engraçado como o comportamento no jogo reflete um pouco do estado de espírito de cada pessoa. Eu fiquei, como sempre, mais como figurante, agindo pouco e quando era requisitado. Dei a lá minha participação, pois só é possível passar com a participação de todos e achei o conceito muito criativo, simples e inteligente. Só jogando para entender. E acho que fica tanto mais divertido quando mais jogadores há, pois o jogo fica mais caótico. Até eu ri em certas situações esdrúxulas pelas quais o time passou. Hahaha. Depois do Snipperclips vimos um pouco de um jogo de sobrevivência procedural com iluminação muito bonita, que foi para mim o ponto alto do jogo. Percebi como a iluminação é importante para dar clima a um game e como esse recurso é subutilizado nos videogames em geral. Limbo é um caso raro e a prova viva do que eu falo, toda a sua beleza está na iluminação pouco ortodoxa e inventiva. Depois passamos para o Mario Kart 8 Deluxe onde jogamos uma copa, mas confesso que não tenho mais paciência para Mario Kart. O que fiz foi apenas guiar meu carro até o final do percurso, sem me importar muito em que colocação eu estava. Não empolgou. Finalmente passamos para o Zelda que também não me tocou nem um pouco. Confesso que fiquei pensando no Mario, jogo mais sensacional que já joguei. Nenhum se compara a ele, embora em termos de multiplayer não tem muito a oferecer como a diversão da interação entre nós três no Snipperclips que foi tão boa quanto uma partida sozinho do Odyssey. Nós jogamos na vibe perfeita, eu acho e isso ajudou.

1h22. Já estou na casa da minha tia a escrever, como se percebe, mas vou revisar o outro texto para postar. Ah, duas curiosidades da sala de sons do meu primo urbano, ele tem um equipamento que capta as ondas eletromagnéticas e as transforma em som e outro que vibra de acordo com o som de um dos canais. O experimento que ele fez com esse último foi colocá-lo dentro de uma lata cheia de clipes e microfonar o som no interior da lata vibrando de acordo com as batidas e então o distorcendo. Foi inusitado e curioso. Mas gostei mesmo da jam que ele fez com o meu amigo jurista. Vou publicar isso agora com o outro post, já que está curto. Quero dormir mais cedo hoje. 1h44.

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