domingo, 20 de agosto de 2017

ACHO QUE PASSOU

O surto de popularidade do meu blog passou. Bem que eu achava que era algo artificial. Sei lá. Agora não estou chegando a vinte leitores, mas alcançá-los já é muito bom. O meu texto, embora não considere complicado de ler, revolve em muito poucos assuntos, mãe, bonecos, inépcia social, CAPS. É basicamente isso. E minha apatia para todas as coisas que não o computador. O que mais acho que passou? Deixe me ver, me aventurei nos videogames ontem, mas não me deu muito tesão, por isso nem joguei hoje. Nem pretendo.

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12h23. Já voltei do CAPS e do cabeleireiro. Não gostei da ideia de ser incentivado a pintar, acho que o melhor incentivo é não incentivar. Deixar a coisa fluir. Se fluir. Me sinto também menos antissocial, mas não tive prova de fogo em relação a isso ainda, então não posso dizer com certeza que o ápice desse mal passou. Estava torcendo para haver festa de Clementine e ela me chamar. Aliás, me convidei para isso nas felicitações de aniversário que dei a ela. Não vi “Ghost in the Shell” ainda e não joguei mais Super Mario Galaxy. E perdi a vontade de pintar depois de exprimi-la. E de me sentir ligeiramente pressionado a produzir pela terapeuta. Essa ideia de incentivo me soou como uma forma de pressão. Foi como partir um fino e tênue fio, que era essa vontade de pintar. É uma pena, mas tenho que respeitar os meus limites e desejos, não vou pintar para agradar os outros. Se o faço é para agradar a mim mesmo. Senão, não faço. E sob “incentivo”, sinto como se uma plateia ansiosa esperasse por resultados e essa para mim é uma visão que me desagrada deveras. Como se pintar me provasse mais sadio, o que não acho que seja o caso. Aliás, pintar sob qualquer tipo de estímulo externo me adoece. Sinto já de novo ojeriza pela pintura, uma agoniazinha, um desagrado, um desprazer por pintar. Foi bom enquanto durou. Não deveria ter trazido isso à tona. Minha mãe quer almoçar comigo. É cozido. Pretendo agora falar do Malavestros. Agora que já desisti dele. Vou contar a ela. Eu acho. E falar que dentro em breve eu terei as informações sobre a Red Sonja. Não sei se falarei nada disso. Veremos o clima e a minha disponibilidade. E a disponibilidade dela, principalmente. Mas nem me preocupo muito mais com Malavestros, acho que aceitei a ideia. Mas perder mais de 180 dólares ainda não me desceu. É muita grana para ser jogada fora assim. E preciso desabafar isso com ela especificamente que dá tanto valor a dinheiro e que me motivou a cancelar a compra em primeiro lugar. Meu último post teve mais visualizações que os dois anteriores, 30 em vez de 20, é uma grande diferença, como é grande a diferença para as 60 visualizações que vinha amealhando. E que achava estranho ter tantas. O aumento súbito. De qualquer forma, é um papo muito chato esse. Eu estou convencido que estou me tornando um cara muito chato, por isso na maioria das ocasiões sociais, eu prefiro calar. As minhas chatices guardo para cá, onde posso quase tudo.

13h57. Não consegui trazer o assunto das estátuas durante o almoço. Outras oportunidades hão de vir.

18h19. Dormi à tarde, mas o sonho já me escapuliu. Foi um sonho bom eu acho, não acordei particularmente perturbado, mas de bom astral. Minha mãe ainda não voltou do médico. Foi pensar isso e ela me ligar dizendo que tinha ido ao shopping e que toda a demora se deveu ao trânsito cada vez mais conturbado de Recife. Vai tentar comprar Havaianas para mim e meu cunhado. Deve querer fazer outras coisas também, se divertir e sentir viva um pouco. Ela precisa e merece perante todas as agruras físicas que vem passando por conta da medicação de prevenção ao retorno do câncer. E por ter deixado a reposição hormonal. Eu acho. Eu acho também que vou tentar fazer outra entrevista com um cara que é a maior limpeza, só não tem tempo para muita coisa, sobre a sua nova empresa. Então, me permitam, abrir uma nova página e elaborar as questões.

20h56. Acabei de elaborar as perguntas, 22 no total, e navegar um pouco no maravilhoso mundo dos bonecos. Ele, o entrevistado, Erick Sosa, concordou em responder à entrevista. Ele disse que teria a próxima semana livre. Veremos. Prometeu até me mandar imagens exclusivas. É um bom recomeço. Há outro que quero entrevistar, mas acho que só depois de uma feira aí em Singapura é que ele vai poder responder. Pelo menos esse é o tempo que vou dar até importuná-lo de novo. Hahahahaha. No mais, minha mãe ainda não chegou do shopping. Eu fico na esperança que a companhia aérea não reclame da caixa do Hulk se ela for só um pouco maior que uma bagagem normal. Por pouquinho maior eu digo 40 cm distribuídos em todas as dimensões. Acho que é demais. E só daria para trazer quando não houvesse neve. Vou ligar para o meu irmão perguntando. Embora nem saiba o tamanho da caixa... quando souber, eu ligo e pergunto. Espero que não seja maior que a do Deadpool, mas acho que vais ser. Se for, aí lascou. A do Deadpool é que é 40 cm maior que a norma e é um busto menor. Acho que a caixa vai ser sensivelmente maior baseado na imagem abaixo.




21h17. Eu poderia ter feito o queria fazer se não tivesse dormido, dava tempo demais. Que pena, mas a noite é uma criança. Mamãe deve chegar exausta. Eu penso em bater um Mario Galaxy logo mais. E, quem sabe, ver “Ghost in the Shell” hoje. Ou durante a madrugada. Já disse a mamãe que não tenho hora para a acordar amanhã. É sábado, afinal. Acho que ela chegou, acho que ouvi um barulho de porta. Era mamãe, sim. Ela já disse que está cansada. Imagino. Na rua desde às 16h e são 21h24. Mas parece feliz. Contente ao menos. Deve ter feito coisas que gostava no shopping. Comprou um vestido para a boneca da minha sobrinha, veja só. Ela está falando com o meu padrasto que viajou para o Rio para um encontro dos amigos de colégio. Massa, né? Depois de tantos anos. Acho que queria participar de um evento semelhante com os meus amigos do colégio onde estudei mais anos. Eu penso. Seria curioso vê-los adultos, com mais de 40, pois eu era um ano mais novo que eles. Me pularam um ano no colégio. Algo que não gostei nem um pouco. Acho que é um trauma de infância, pelo menos da forma que eu me lembro. Hoje é dia. Tem que ser. E pensei numa alternativa melhor que a piscina. Por falar nisso hoje choveu. Ainda bem que não desci. Nem me passou pela cabeça descer, em verdade. Mas quando olhei pela janela do hall de serviço enquanto fumava um cigarro, vi a rua e tudo o mais molhado. Descer, só quando esse tempo louco passar e as nuvens derem lugar novamente ao causticante sol. Tem um leitor, já senhor, pela sua foto de perfil, que gosta vez por outra de um post meu. Me sinto engrandecido por isso, principalmente por ser alguém de mais idade e provavelmente com um português bem melhor que o meu e uma vivência bem maior que a minha, visto que não vivo muito ou muitas coisas diferentes. Busco ao menos escrever com clareza. Transmitir exatamente o que me passa na cabeça com o mínimo de censura possível. Mas certa censura há, senão não precisaria do Desabafos do Vate. Há coisas que só cabem a mim saber. Como acho que deva ser com a maioria das pessoas. Há o incomentável. Há segredos na alma de cada um de nós. Indizíveis pelo menos por ora. Talvez a maturidade me liberte de certos pudores. Vejo a velhice como me livrar de todas as máscaras, pois eu passarei do tempo de esconder coisas que ficaram para trás. Por enquanto não sinto essa abertura. Então mantenho certos assuntos fora daqui. Acho mais sensato por enquanto. E os textos do outro blog são tão mal construídos, tão desabafados e não revisados que nem ouso. Acredito que ousarei um dia, quando tiver mais maturidade e aprender a aceitar o meu ridículo que é maior que o ridículo dessas linhas. Eu sei, não há limites para o meu ridículo. Ou assim me parece, pois acredito que já me exponho ridículo aqui. Por isso esses textos ficam longe dos meus amigos e conhecidos. Por isso não tenho limites para a quantidade de texto por post. Porque essa é a minha libertação e meu palco. É aqui que se desenrola a tragicomédia da minha existência, onde a registro e onde existo registrando. É o meu recanto, meu verdadeiro lar. Não moro no quarto que me rodeia, moro nessas palavras. Preciosas palavras, mesmo que vãs. Mesmo que fúteis. Mesmo que redundantes. Poucas são às vezes que mudo um móvel da alma de lugar. Cada vez menos. Cada vez mais me agrado do meu eu. Me sinto confortável dentro dele. Por mais que isso gere um desagrado maior das pessoas ao meu entorno. Não posso ou não quero evitar isso. Ouço o que a minha alma pede e ela pede que seja assim. Então, que assim seja. Viver para escrever parece tão limitado para muitos. Mas é uma vida muito rica para mim. Claro, gostaria de namorar bem muito Aurora. Ou alguém que amasse de verdade e arrebatadoramente. Mais enquanto esse arrebate não acontece, vivo e sobrevivo aqui das palavras. Me agarro a elas como me agarraria a uma amante, elas me são receptivas e quentes como os lábios da pessoa amada. Elas me são e me vem fáceis como um bom dia num dia bom. Elas são as minhas melhores amigas e embora meu repertório seja limitado, é o suficiente para compor o show da minha vida, este posto aqui que agora você lê e do qual mesmo sem perceber participa. Pôxa, não sei nem se o que escrevi faz sentido, mas me soou melhor do que falar de bonecos. Desculpem-me, estátuas, de estátuas. Mas vou continuar a chamar de boneco mesmo que é mais fácil para mim, os dedos já estão habituados a digitar e não tem acento, que no meu teclado americano fica num lugar meio chato de acessar e mais das vezes me confundo. Mas foi só pensar nelas que as danadinhas tomam a minha mente. O entrevistado disse que recebeu o e-mail e que trabalhará na semana que vem para responder. Se rolar massa, senão, não tem problema. Mas ele cumpre o que promete, mesmo que demore. Pelo menos essa é a imagem que tenho dele. E como ele já deve ter passado um olho nas perguntas e não reclamou acho que vai responder.

22h34. Mamãe já vai se retirar, já me deu os meus (seis) remédios da noite. Já tomei mais. Aliás, quando estava com ideário suicida muito forte me punham tão dopado que minha própria família estranhava a minha lentidão em ações e no falar. O interessante é que eu não percebia diferença alguma, para mim estava falando e agindo na velocidade natural. Acho que foi um pouco depois dessa época que a minha mais querida psiquiatra até hoje desistiu de mim e me passou para uma que, não vendo solução, apelou para o tratamento último: eletrochoques. Ou pelo menos, essa é a sequência que me lembro. Talvez tenha passado por um psiquiatra que fazia psicanálise e que foi a terapia mais improdutiva da qual já participei. Eu ficava repetindo que não suportava o meu trabalho, que odiava trabalhar e odiava a vida e ele não me dizia nada. Era muito doido, eu deitado no divã, repetindo a mesma cantilena sessão após sessão e ele mudo ficava, calado permanecia. Até que ele disse a meu pai que se eu quisesse me suicidar era uma escolha minha, foi quando decidiram trocar de médico uma vez mais. Acho que aí fui cair nas mãos da Doutora, que conseguiu controlar a minha depressão, que já havia cedido bastante desde que eu tinha decidido parar de trabalhar, e desde então estou com ela. Talvez supermedicado, mas gostando de existir que é o que importa, por mais que a minha vida se limite muito a esse computador. Sei que há muitas belezas na vida. E que as perco quase todas ficando aqui. Mas o que ganho em troca, que é paz de espírito, não tem preço. E aprecio as belezas da vida quando se me apresentam. Ou quando as busco. O busto do Hulk é para mim uma fonte de indescritível beleza. É algo que me gera um encantamento tremendo. Sei que pouquíssimos compactuam desse sentimento, mas minha vida e o que ela me tornou e o pouco que escolhi ser, me fazem achar beleza nele. Acho uma visão poderosa e impactante. Acho um trabalho artístico fenomenal, por mais que todos só vejam um boneco feio e mal-encarado. Eu transcendo isso. Eu sei como é demorado e laborioso o trabalho de esculpir uma peça como essa. A inspiração que vejo em cada pequeno detalhe escolhido, eu vejo arte num produto que será reproduzido por chineses e pelo qual eu pagarei um preço enorme por mandar direto para o Brasil, como tudo indica. Mas para mim é um investimento. Acho que nunca me cansarei de olhar para ele. Por isso o quero na entrada do meu quarto. Para sempre olhar para ele nas várias vezes que entro e saio do quarto para pegar Coca, mas acho que não vou pô-lo mais de frente para a porta, pois posso assim ocultaria um de seus ângulos que ficaria virado para a parede. Colocando-o de costas para a parede eu posso observá-lo enquanto escrevo, pois não pretendo que o meu local do computador mude. Nem da TV. Mas quero que o lugar onde ficará exposto me permita girá-lo de frente para a porta sempre que me aprouver para dar um sobressalto em algum desavisado. Queria ver minha babá dando de cara com ele. Ele será a minha “carranca”, o protetor espiritual do meu quarto. Hahahahaha. Em conceito, não difere muito de uma carranca, um ser poderoso representado em forma de busto ou totem, que espanta os inimigos. Será que minha mãe já foi dormir? Não quero perder tempo. 23h04. Arrodeei, arrodeei e acabei fazendo uma dissertação sobre um boneco. Mas serviu para dar uma dimensão do amor que tenho por essas imagens. Algumas mais, outras menos. O Hulk, sem sombra de dúvida, é o amor da minha vida. Acho que nenhum boneco me encantará tanto quanto ele. Talvez em segundo lugar ficarão empatados o Monstro do Pântano e a Red Sonja. Se bem que eles têm o frescor e o sabor da novidade e essa “juventude” dentro da minha cabeça talvez os faça especialmente deliciosos. Gosto muito do Man-Thing também. E do Wolverine custom feito no Brasil. Preciso montá-lo qualquer dia desses. E tirar uma foto para mostrar no maravilhoso mundo dos bonecos. Com a cabeça do Logan ou com ambas. Duas fotos não fazem muita diferença num post. É uma figura que vai ficar muito bem na diagonal em que pretendo posicionar os meus bonecos, uma leve diagonal, talvez uns 15 graus, no máximo. Talvez deixe apenas as garotas de frente para quebrar um pouco a simetria. Os homens e monstros ficarão na diagonal.

23h16. Mamãe ainda está acordada ou dormiu com a luz acesa. Vamos esperar mais meia-hora. Quero jogar e ver o filme ainda hoje. Mas que está gostosinho escrever aqui, está. É um prazer que nem sei como descrever. É tão fácil e requer tão pouco esforço. Acho que isso se deve ao meu pai ter tentado me alfabetizar tão cedo. Essa parte deve ter ficado mais acesa no meu cérebro por causa disso, as ligações dos neurônios mais fortes, sei lá. Só sei que é gostoso escrever besteiras. Escrever sobre mim. Criar ficção requer um esforço que não me agrada, gosto das coisas leves, sem esforço. Sem estresse. Eu fujo do estresse como o diabo foge da cruz. Estresse, embora seja inevitável, eu faço o máximo para não ter. 23h27. Acho que mamãe não vai estar com as luzes apagadas até as 23h30. Só posso assistir e jogar do jeito que quero depois que ela for dormir e tiver a noite só para mim. É assim que me sinto e é assim que será. Eu mereço, eu acho. Não que eu mereça muita coisa. Principalmente já tendo tanto. Eu sou realmente abençoado. E agradeço sabe-se lá a quem ou a que quase todos os dias. Pela minha curatela, pela minha paz de espírito, por gostar de existir, passei tanto tempo sem ter essas coisas que cheguei a desacreditar delas. Achei que minha vida seria um eterno inferno existencial. E hoje me encontro no quarto que eu amo, com as palavras que eu amo e quem sabe até fevereiro com o Hulk que eu também amo. Pena que não poderei expô-lo de pronto, pois não há espaço adequado no meu quarto para tanto. A cama definitivamente vai ter que ser girada e a TV baixada e posta mais para a esquerda. Acho que descobri porque o pointer do controle do Wii não estava pegando, a bancada estava atrapalhando a captação do sensor, botei-o mais para frente, vamos ver se funciona melhor hoje, pois mesmo assim, devido a uma diagonal da bancada um dos lados do sensor fica obstruído. Teria que jogar mais longe da tela e do computador para funcionar perfeitamente e não quero fazer isso, só se o problema persistir. Eu espero que seja isso e não bug do emulador do Wii U. Isso foi uma das coisas que me fez não aproveitar tão bem o jogo. Se usa muito a função de apontar no jogo. E com ela falhando fica muito mais chato jogar. Veremos. Dentro em breve, espero. Tomara que quando for pegar o próximo copo de Coca, a luz do quarto de mamãe esteja apagada. Estou comendo o gelo para pegar mais. 23h46. Quem começa a ficar com sono sou eu. Mesmo tendo dormido à tarde. Que ozzy.

0h07. Acho engraçado quando cai esse número. Acabei de me sentar. Estou pensando muito em assistir “Ghost in the Shell”. O som do New Order me parece muito alto. Queria que tocasse “Superheat” e acabou de começar a tocar. A Coca está divina. Gelada e dissolvida na medida certa. Muito refrescante e borbulhante. Terei que sair para pegar mais dentro em breve. 0h11. Eu quero ver quanto produzo num intervalo menor. Para que eu saiba da minha produtividade. Que agora não está tão fluida como estava no parágrafo anterior. Não estou tão em paz com as palavras agora, elas não me vêm com facilidade. É necessário mais tempo para digitar. Mas enfim, tenho que tomar coragem para ver “Ghost in the Shell”. Vou ver o filme. 

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Fui acometido por um sono muito forte e não vi muito mais que dez minutos de filme. Precisarei recomeçar do zero, mas a premissa me pareceu interessante. Dá margem para muitos dilemas existenciais por parte da protagonista. Vamos ver se o filme vai explorá-los. Não estou com saco de escrever agora, acabei de acordar, faz uns 40 minutos. 14h16.




Eu queria comprar esse pôster do Zelda Wind Waker, mas eu sei que mamãe reclamaria e que seria consumismo da minha parte, pois eu não tenho nem parede para exibi-lo. Estou com a página dele aberta há três dias, mas finalmente me conscientizei ser puro consumismo, por mais que a imagem seja joia. Pelo menos ela fica eternizada na parede desse blog, que é onde há espaço para ela. Queria pegar mais Coca, mas mamãe vai estrilar com o meu consumo. Há pouco gelo na geladeira, preciso colocar mais para fazer, quando mamãe for descansar, pois uso água da torneira que é mais rápido e acho que ela condenaria tal escolha. Preciso trocar o botijão de água, mas também só o farei quando mamãe for cochilar, pois não costumo lavá-lo quando troco. E mamãe demanda isso. Se ela fizer a limpeza, eu coloco antes. Fiquei impressionado como dormi ontem. Foi muito rápido, nem liguei o ar, estava fazendo um friozinho gostoso com uma brisa agradável entrando pela janela, até que acordei de 3h30 mais ou menos, para comer e daí liguei o ar e voltei a dormir. Cogitei ficar acordado quando despertei às 3h30, mas depois concluí que perderia o meu sábado ou passaria o dia com sono e desisti. Ainda pensando sobre o senhor que curte os meus posts. E pensando que não tenho a maturidade para ser chamado de adulto. Tenho-a, em verdade, em alguns poucos aspectos, que nem saberia nomear quais são. Mas intuo que tenha. Posso estar enganado, entretanto. Não sei, quem ler isso aqui pode julgar melhor que eu. Eu acho que os adultos de hoje são ligeiramente mais infantilizados que os de outrora. Tenho essa impressão. Tanto que me dou bem com os meus colegas e amigos. Não me sinto muito distante de suas maturidades. São menos caretas que a visão arquetípica que tenho de adultos, minha mãe, meu pai, meu padrasto, meus tios. Mas sempre haverá essa lacuna de idade e consequente maturidade, eu creio, entre eu e eles pela diferença de idade. Gosto de “Superheated” do New Order. Acho que já dá tempo de pegar outro copo de Coca sem muito alvoroço por parte da minha genitora.

15h18. Ela não reclamou da Coca, mas me questionou o que eu iria fazer e eu disse que talvez fosse jogar. Ela indagou o que estava fazendo até agora, respondi constrangido que estava escrevendo e navegando na internet. Não sei por que me constranjo em dar essa resposta. Acho que porque ela acha que é um comportamento adoecido. Seria adoecido se me sentisse mal fazendo isso. Mas é justamente o oposto, é como me sinto melhor na vida. O copo de Coca praticamente já voou. Tenho que fazer gelo com certa urgência, mas novamente só quando ela for se deitar ou sair, como ela sugeriu que fosse fazer. Acho que vou fazer-lhe companhia à mesa, quem sabe falar o que vinha ensaiando sobre Malavestros. Não sei. Sei lá se em algum momento eu trarei esse assunto à baila, se ele se faz pertinente ou se faria pertinente em alguma ocasião. Acho que passou-se a oportunidade de falar dele com a minha mãe. Não traria nenhum benefício para mim, a não ser o desabafo.

16h12. Almocei com mamãe, mas não tocamos no assunto bonecos. Ela só perguntou se eu havia comprado mais alguma coisa, seria uma boa deixa para inserir Malavestros na conversa ou o lançamento provável da Red Sonja nas próximas semanas, mas não tive coragem de trazer nenhum dos dois assuntos. Ela vai ao shopping comprar uma calça.

Eu não sei exatamente como me sinto usando antisséptico bucal. New Order toca. 16h50. Tentarei levar esse texto sem fazer menções. Um pouco de vontade de ver o filme. Mais vontade de estar aqui. Aqui é o lugar mais fácil e que faz mais sentido estar. Aqui eu compreendo melhor. Eu domino melhor. Eu existo de forma mais fácil. Fluo. Uma brisa flui agradavelmente pelo quarto. Temperatura agradabilíssima. A cidade ecoa lá fora e a tarde cai, já desmaiando em noite. 16h53. Pensei que estaria produzindo mais lentamente. Não vou medir mais para não me decepcionar. Vontade de ver o filme aumenta. Mas um sentimento ruim sobre ele vem e me atrai de novo para cá, meu lugar seguro. Meu espaço, meu controle mais completo. E onde realmente me solto e me abro como ave que plana. “…love is the air that supports the eagle”, “Thieves Like Us”, New Order. Linda. Vou colocar para escutar. Será que minha mãe vai demorar? Gostaria que sim. Pensamentos randômicos e de situações fictícias com a mãe da minha cunhada, à casa de quem mamãe ou mamãe e eu precisamos ir para pegar uns CDs que meu irmão me mandou pela tia da minha cunhada que estava há dois ou três meses nos EUA. É o máximo que trazem, não trazem mais figura nenhuma. É melhor eu trazer figuras que eu quero exibir aqui ou figuras para tentar vender aqui? Mas já vi que vender aqui é impossível. A galera só compra coisas baratinhas. Vou ter que vender no eBay. Está passando uma música que adoro do New Order, “Run 2”, mas algo em mim tem vontade maior de ouvir SugarCubes.

17h15. Ouvi “Hit” do SugarCubes e me veio uma vontade de ouvir “Vespertine” de Björk. E pensar no impacto que ela tem para a cultura, a paixão que desperta, capaz de transformar uma de suas obras em cadeira de uma instituição de ensino de um país europeu aí. Poucos devem ser os artistas que têm essa capacidade. E não falo em curso de música, foi num curso todo outro. Meu amigo da piscina liga para mim, mas não estou para ninguém hoje. Que acontecimento inoportuno. Perturbou minha alma. Me sinto culpado pelo desprezo. Mas tem dias em que eu não estou para ninguém. Nem para a Casa Astral eu vou mais. Hoje estou antissocial. Mas voltando a Björk. E fazer um disco complexo denso e, por vezes, até incômodo, só de vozes? Acho que há um piano em uma. Na mais incômoda de todas. “Vespertine” tem momentos etéreos. É a primeira vez que ouço Björk nesse som. Eu não boto porque mamãe não gosta, acho que ela relacionou Björk a “Medúlla” e a uma fase de forte depressão minha. “Vespertine” é fantástico, talvez meu disco predileto dela, por mais que considere “Medúlla” a obra-prima. Putz, “Pagan Poetry” é mágica, hipnotizante. 17h40. Resolvi o problema das ligações. Desliguei o celular e botei para carregar. É mágico esse disco de Björk, putz grilo. Parece cheio de cristais num ambiente róseo bem clarinho e branco, furta-cor e brilhante na música que passou. Agora, a mais amada do disco, “Aurora”. Linda, linda. Tão linda que daria esse nome à minha filha, ou Francisca, não sei, ou Maria, não sei realmente. Sei que ela também serve de codinome para a minha paixão platônica que me curou do câncer emocional que era Clementine. Caramba fiz uma com Clementine, no elevador, eu subi e deixei a coitada esperando o elevador no térreo. Mas eu tinha certeza de que iria parar no térreo. Por isso não o apertei o “P”, até porque não sabia se minha estratégia de puxar a porta iria funcionar. É muito branco “Vespertine”, como a capa sugere. E induz. Capas de disco induzem a minha percepção do disco, a imagem dá um rosto a alguns discos. A todos eu acho. E foi muito pertinente a escolha do branco como cor predominante da capa desse disco. 17h59. Estou viajando no som do disco. Quem sabe eu não crio coragem e assisto “Ghost in the Shell” com mamãe? Acho que não. Acho que vou assistir aqui. Daqui a pouco. Espero que ela não chegue antes de eu começar a ver. Quando acabar “Vespertine”, eu coloco o filme. Eita, acabou “Vespepertine” e botaram logo “Hyperballad”. Depois de “Hyperballad” eu coloco o filme. 18h17.

18h24. O interfone tocou, aposto que era o meu amigo da piscina. Não atendi. Vou tomar banho para ver o filme.

20h41. Aparentemente meu amigo desistiu de me importunar. Aparentemente o “Ghost in the Shell” tinha em vista o mercado asiático e foi produzido em parceria com a investidores chineses. Achei o filme melhor do que o esperado e os dilemas existenciais até que bem explorados. A interpretação de Scarlett Johansson deixa muito a desejar, na minha opinião. Quiseram fazê-la robótica demais. Mas você que veja e tire suas conclusões. Gostei da densidade psicológica da personagem principal. Era mais do que esperava por conta de um review que vi por cima, o que foi bom, pois me preparou para uma coisa um pouco mais boba. O visual do filme é bastante interessante, as cenas de ação são fracas, depois de ver John Wick Chapter 2 talvez tenha ficado mal-acostumado. Um filme que eu acho que veria agora é “Guerra dos Mundos” em 1080 p. Vou ver se tem. Tive 53 visualizações do post anterior, realmente não sei o que acontece. Já é tarde para ir para a Casa Astral. E não estou no astral de ir. O que quero? Ouvir música e escrever. Vou fechar a porta e botar “Vespertine” para rolar meio alto de novo.

20h58. “Vespertine” é muito bom. Melhor que “Volta”, que acho menos inspirado, mais tradicional, eu diria. Eu gosto do “Volta” também. Eu gosto de todos ou quase. Mas acho ainda que o que mais gosto é esse que agora ouço. Tem dois que são meio inacessíveis para mim que são “Biophilia” e “Drawing Restraint 9. Lançaram um boneco novo e eu só descobri agora, então perdi a boquinha de divulgá-lo nos meus recantos. Que foram tomados por outros. Dane-se. Acho que é o fim dos tempos para links afiliados no mundo maravilhoso dos bonecos. Tentei uma última tática para divulgar o boneco, dei entrada na página de fãs do game ou sei lá o que seja, em que o boneco é baseado. Mas acho que não passarei no teste das perguntas que me mandaram para poder entrar no grupo. A última era onde vou encontrar o “Golden Throne” e eu respondi “in heaven” que é o único lugar onde eu acho que tem, mas obviamente é uma pergunta baseada no universo do jogo ou do que seja lá o que for. Então, não passarei e não poderei divulgar o boneco lá. Veremos. Dei entrada no segundo mais popular também, com astronômicos 20 mil fãs. O primeiro tem 40 mil usuários. Não é possível que, se aceitassem a minha publicação, alguém não comprasse. Mas talvez os tubarões tenham tido a mesma ideia. Novamente, veremos. Não tenho pressa. Minhas mãos estão geladas. Estou com frio nas mãos. Que coisa mais estranha. Hahahahaha. Tem um disco ao vivo de Björk no Spotify que nunca ouvi. Não sei se uma recordação minha existiu ou foi um sonho. Que não sei quem disse para outro não sei quem que soluço pode ser problema cardíaco e não sei quem respondeu que precisava de uma notícia boa não de um problema desses. Não consigo dar rostos às pessoas que disseram isso e por ser tão vaga a memória não sei se sonhei isso ou presenciei de fato a cena. Minha memória anda péssima. O que é um ponto crucial do filme que assisti, mas não faz duvidar da minha humanidade ou das minhas origens, tenho ainda um bom arcabouço de memórias que dão para traçar um arco geral sobre a minha vida. Pena que haja tantas lacunas nele. Talvez se tivesse tirado mais fotos na vida eu me recordasse de mais coisas. Mas sempre fui avesso a elas por desgostar da minha aparência. Sempre não, desde a adolescência. Mas não escapei de algumas. E agora sou filmado, fazendo o que faço que é isso que você lê. Como o mundo dá voltas. Não, não estou sendo filmado agora. Mas nova oportunidade se dará, não tenho dúvidas. Eu levarei a câmera para filmar na Alemanha. Nossa, a data para partirmos galopa em nossa direção, menos de um mês, vinte e dois dias, eu acho. Hoje a minha porção antissocial está bastante acentuada. Mas não temo a viagem mesmo assim. Tampouco quero pensar nela. Hoje tem um evento que começa dentro de 11 minutos, que é o aniversário de sete anos da banda do meu amigo baterista. Mas meu primo urbano disse que não iria. Então sozinho também não vou. Ainda mais para aquele local. Parece que há usuários robôs no Facebook, que coisa curiosa. Não imaginava que o código do Facebook permitisse algo assim. É o preço da sofisticação e do sucesso. Por isso estavam me pedindo quando postei a mesma coisa duas vezes que me identificasse. Isso é um incômodo. Pelo menos para mim. Letras superdifíceis de decifrar para serem digitadas. Um saco. E preciso divulgar no máximo de locais possível os meus blogs, pelo menos. Por falar em Facebook saí dele, estava me sentido exposto com ele aberto. Alguém poderia me contatar. Estava na minha página brasileira e não quero estar em nenhuma no momento. A Red Sonja vai ser mostrada no próximo Sideshow Live. Isso não é bom. Só é bom pois mata a minha curiosidade de ver a boneca se não for só um vídeo de preview, que já dá uma ideia, mas não é como quando levam a peça para o programa. Estou ouvindo “Volta” ao vivo. Incrível que não se ouve plateia. Isso é tão estranho. Como será que eliminaram a plateia? Bom, tecnologia é isso aí. Gostaria de ouvir a plateia aplaudindo entre as músicas. Parece até que estão gravando o ensaio. Acho tão estranho isso. Não parece um disco ao vivo, mas um com arranjos e interpretações diferentes. Pode ser que tudo tenha sido tocado ao mesmo tempo, mas não sei se foi ao vivo, na presença de público, ou não. Mas Björk é dada a essas esquisitices. Fiquei com vontade de ver outro filme. Talvez “Alien Covenant” ou “Guardiões da Galáxia Vol. 2”. Mamãe bem que poderia querer ver algum comigo. Gostei do “Volta” “ao vivo”. Mas sou fã, é difícil ser imparcial. Estou ouvindo “Drawing Restraint 9”. A primeira música é cantada por um homem, até muito bem. O arranjo é meio doido e não parece em harmonia com o vocal. Mas parece uma sequência do “Vespertine” de alguma forma. Não sei se veio realmente depois. Vou descobrir. Foi depois do “Medúlla” e agora na segunda música percebe-se isso claramente. Parece retirada do “Medúlla”, da parte agoniante do “Medúlla”, com uma mulher que faz uns sons meio guturais, animalescos com a voz, meio desesperadores mesmo. Não colocaria nunca no meu iPod. Vou ouvir algo mais palatável, “It’s In Our Hands” do “Vespertine Live”. Dá vontade de ouvir a original, mas irei até o fim. Pelo menos nesse se ouve a plateia. Pelo menos entre músicas. O que já dá uma vibe. É uma música que tem muito a ver com as viagens boas de cola que eu tive. Quando ainda me lembrava dos delírios e tinha prazer em vivenciá-los. Traz uma memória ou sentimento bem vívido do que sentia sobre o efeito da cola, o que via. Não me dá saudade de usar. Aliás saudade me dá, não dá vontade. Lembro que já foi bom. Não mais. E me vem logo a cara de um dos internos perenes do Manicômio. A versão de “Hyperballad” com o Brodsky Quartet é fabulosa. É muito louco esse disco de remixes dela. A música ficou irreconhecível. “Enjoy”. Nunca saberia que era ela.

23h00. Tomei os meus remédios. Perguntei a mamãe se ela queria ver “Alien Covenant” ou “Guardiões...” e ela optou pelo segundo. Talvez, só talvez, assistirei o Alien hoje. Estou com mais vontade de jogar um Mario Galaxy. É o que vou fazer agora.

23h43. Joguei e peguei duas estrelas no jogo. Me bastou. Não consigo muito mais que isso. Não tenho paciência ou disposição. Não sei nem se veja o filme, está tão tarde.  

0h03. Mamãe pediu para eu comer. Determinou que eu comesse na minha cabeça. Ainda não estou com fome. Talvez em breve. A noite é uma criança e hoje não estou acometido do sono que me assolou ontem. Meu ombro direito está exausto de tanto esforço repetitivo de digitar e de jogar Wii. Será que terei o mesmo problema de mamãe e terei que por parafusos nos ligamentos do ombro? Espero muito que não. Revisei esta parte do texto. Rapidamente. Vou pegar Coca.

0h11. Não tenho muito mais a escrever, mas não quero fazer outra coisa. Tomara que esteja certo e a estátua da Red Sonja tenha mesmo um sorriso de Mona Lisa. Essa foi a parte mais incrível que achei na figura. Verei na quarta, possivelmente. Foi triste cancelar o Malavestros. Mas acredito que necessário também. E acho que é necessário também compartilhar o meu luto com mamãe. Ou não? Basta compartilhá-lo aqui? Acho que vai ficar contido apenas nessas palavras. Mas chega de choramingar sobre isso. Já o faço há uns dois posts.

0h17. Mesclei os textos. Deu exageradas nove páginas de Word. Fico por aqui e começo outro. Vou revisar para postar.


1h11. Postarei amanhã. Hoje acabei de comer, liguei o ar, o quarto já está geladinho me convidando a dormir. Penso na Red Sonja. E no Hulk. Vou dar uma olhada neles antes de dormir. Boa noite.

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