quinta-feira, 1 de junho de 2017

DE VOLTA AO MEU COTIDIANO... E DESGOSTO PELA ESCRITA?

Indispensável ao meu cotidiano.


Acho que foi por causa do vídeo do velório que inseri no post anterior que me lembrei de quando fui escolher o caixão do meu pai, o corpo ainda deitado na cama de casal do apartamento dele, onde estávamos. Incrível como esses urubus aparecem rápido. Escolhi o caixão mais simples, mais “clean”, pois achava que esse seria o seu gosto, sem frases ou detalhes. Minha tia do meio, entretanto interveio e mandou colocar na tampa uma frase de um dos apóstolos de Jesus que não me recordo agora, tão acachapado estava com o que se desenrolava no momento, policiais dentro da minha casa fazendo a perícia, família inteira reunida e meu pai morto no quarto. Bem, essa é a minha experiência com escolha de caixões até o momento. Gostaria que ficasse por aí, não queria escolher caixões para mais ninguém. Não sei se a vida vai me agraciar com isso. A lista de Spotify que meu primo que morou aqui – que passarei a chamar de meu “primo urbano”, que é mais curto e diz mais – é a cara dele. Não muito a minha, não sou tão cool, gosto de coisa mais apaixonadas, vibrantes, mais cheias musicalmente. Mas não são ruins as músicas de jeito nenhum. Acho que ele quis fazer uma coletânea de artistas obscuros com leve inclinação para o eletrônico por causa da minha menção a Infected Mushroom em sua festa de aniversário. 10h44. Estou em casa, como pedi ontem, a chuva alagou a minha rua e me impossibilitou de ir ao CAPS pelo menos por ora. Foi bom porque acordei cedo e o dia me parecerá bem mais extenso. O clima de chuva, estando protegido dentro de casa, me agrada. Dá um ar paulistano a Recife. Realmente se meu primo vê isso como o que há de melhor em música eletrônica, nada tem a ver com o IM. Não é psytrance, seria talvez lounge. Ouvirei duas vezes o playlist para dizer que ouvi realmente e passarei para IM. Não estou totalmente concentrado nas músicas, visto que estou escrevendo. Ainda sem muita motivação de fazê-lo. Espero não estar entrando em depressão. Essa vontade de não fazer nada. Essa falta de vontade, em verdade, pode ser um sintoma de depressão chegando. Deus queira que não. Prefiro pegar abuso da escrita a cair em nova crise de depressão. Mas se pegar abuso de escrever, eu precisarei de alguma coisa para substituir o que me preenche o vazio existencial e só consigo pensar em uma coisa que substitua à altura, uma namorada.

10h58. A rua ainda está um pouco inundada, chove fino, mas de forma incessante, a água na rua diminuiu bastante e, embora ainda esteja alagada, não toma mais as calçadas. De qualquer forma, não sairei nessa chuva para o CAPS pois chegarei lá completamente ensopado. Há a possibilidade de a situação melhorar daqui para as 13h e talvez eu seja capaz de ir ao CAPS para o grupo AD. Veremos. São 11h02 ainda. O primeiro grupo deve ter acabado de acabar. O segundo vai até as 12h30, então vem o almoço e, depois de breve descanso, os grupos da tarde. Olho pela janela e a chuva se intensificou. Talvez hoje não seja dia de CAPS para mim mesmo.

11h11. Minha mãe disse que a rua voltou a alagar. Acho que o playlist que o meu primo mandou é uma coletânea do que ele acha de melhor em música eletrônica, pois embora usem instrumentos de verdade e vozes há um componente eletrônico em todas elas ou na maioria delas. Não sei se terei paciência para ouvir duas vezes seguidas. Mas ouvirei outra vez, mais para cumprir tabela com meu primo e honrar o esforço que teve em elaborar essa seleção musical para mim. Só não vou traçar um comentário faixa a faixa porque além de serem 23, a maioria me soou com um som ralo diluído, cool, lounge, que não faz a minha praia. Mas que como eu disse, é a cara dele que é super low-profile. Estou usando muitas terminologias em Inglês hoje não me pergunte por quê. Estou achando Terry Riley melhor hoje. Talvez uma segunda audição seja realmente necessária para me aclimatar mais com as músicas.

11h50. O CAPS ligou e minha mãe avisou da situação aquática da minha rua, a psicóloga do grupo AD que me ligou, falou que eu poderia compensar amanhã se quisesse. Obviamente não vou querer pois não há nenhum grupo que me interesse amanhã. Recoloquei o playlist do meu primo. Vou dar essa colher de chá e são músicas relaxantes, boas para escrever. Começo já achando melhor a primeira música. Aumentei o volume e é possível prestar mais atenção aos arranjos, muito bem elaborados, pelo menos da primeira música, o que não percebi na primeira audição. Acho que estou me tornando um garoto mimado. Intolerante com o que me desagrada. Mas mimado por quem? Só se for por mim mesmo. Estou muito satisfeito em não ir para o CAPS hoje. Se bem que gostaria de ir para o grupo AD. A chuva parece que deu uma trégua. Preciso perguntar a mamãe se vai haver o grupo AD.

12h03. Não vai haver CAPS à tarde. Que pena. Gostaria de ser o único a ir. Ter uma sessão de terapia com a psicóloga só para mim. Se bem que não tenho muito do que tratar, acho que o único tema relevante que traria seria essa minha súbita indisposição para a escrita. Que agora nem se manifesta muito. Estou gostando de escrever o que estou escrevendo nesse momento. Nossa, como é bom beber Coca. Gosto mais de segurar o Vaporfi com a mão esquerda, vai entender. Pena que não dá para colocar ele do lado esquerdo do meu computador, só se for em pé. Eureka! É o que farei. O perigo é derrubar. Tem algumas músicas que realmente não me tocam. E meu primo é mais puxado para o jazz mesmo. Se bem que a que entrou agora nada tem de jazz. Preciso criar coragem e enfrentar o mestre do dungeon do Zeldinha. Nunca mais fizeram bife à milanesa aqui em casa. Vi que Dona Carmelita fez um bife frito que poderia muito bem ter sido à milanesa. Se soubesse que havia bife a ser preparado hoje, teria pedido à minha mãe. Tem uma música só de vozes, com um toque meio árabe, que só me remete ao “Medúlla” de Björk.

12h35. Me perdi no Facebook para variar. Vi um vídeo hilário em que se perguntava a pessoas do interior o que eles fariam se descobrissem que o filho usa Twitter. É muito raro eu compartilhar essas coisas, mas não resisti. Vi com um misto de graça e desolação por descobrir o quanto ainda é preciso avançar em nosso país para alcançarmos a inclusão digital para todos. E vejo que isso é um trabalho para uma ou duas gerações, visto que os entrevistados nunca serão capazes de adentrar nesse mundo, são ignorantes demais para isso. Não que não sejam sábios em outros aspectos, mas em termos de informática realmente não vejo jeito. Também a maioria são pessoas de idade que nunca devem ter ligado um computador na vida. Nem sei como eles fazem para votar em urnas eletrônicas, tamanha a ignorância sobre o mundo digital. Me pergunto se sequer têm celulares.

12h52. Minha mãe veio me chamar para o almoço mesmo sabendo que não almoço. Mas sei que ela vai insistir todos os dias mesmo assim. A princípio me irritava com isso, hoje vejo como um gesto de carinho. Acho essa mudança de paradigma mais saudável para mim. E não foi algo forçado, um adestramento, foi uma mudança espontânea. Da melhor forma possível. É uma pena que não consiga ver as suas neuroses da mesma forma, visto que limitam a minha vida. Por falar em limites, agora não estou mais limitado no meu ir e vir na cidade. Tenho o Uber de novo, espero, pois ainda não o testei e posso marcar com minhas amigas programas nas Graças, onde moram. N’A Fazendinha, que me deu a entender ser um ponto próximo à casa da duas. E que costumam frequentar bastante. Pelo menos uma delas, que chama o dono pelo nome com a maior intimidade. Saudades das duas. Esperar passar esse período de chuva para marcar novo encontro. Quem sabe não poderei levar unzinho dessa vez? Elas pediram tanto da outra. Hahahahaha. Não sei de onde vem essa viagem delas de viajar. É algo novo para mim e uma admitiu que faz 16 anos que não fuma. Acho que não escapo de levar mamãe à radioterapia, o que realmente não é uma grande obrigação hoje que tive e estou tendo um dia grande para mim. Quem sabe não compremos um brownie na cafeteria do hospital? Achei bem gostoso o que ela comprou da outra vez. E se não tiver brownie, pelo menos fico ouvindo o meu iPod. Seria bom levar algo para ler. Ou não seria? Pois só tenho os Ensaios de Montaigne que me motive a ler. E não estou motivado a ler no momento. Não gosto de ler. Até de escrever acho que estou perdendo o gosto. Mas farei de tudo para não perder. Pois escrever tem sido a minha vida. Não concebo a vida sem palavras. Só se tiver uma namorada. Aí seria uma boa substituição para preencher o meu vazio emocional. Qual será a minha aparência daqui a nove anos? Será que terei perdido o bucho? Será que estarei todo grisalho? Meu pai teve cabelos relativamente escuros até a sua morte, aos 57. Sim, preciso pegar o documento da pensão desse mês. Já deve ter entrado o de junho no sistema, que droga. Vou checar.

13h39. Como previ, já é o de junho que consta lá. Vou ver se tem como ver contracheques mais antigos.

13h54. Consegui. E me perdi no Facebook novamente. Não sei se esse me perder no Facebook tem a ver com fugir da escrita. Realmente não sei. Mas vi um vídeo de um cara que disse para fazer o que se ama no trabalho e meu “trabalho” é escrever. É o que eu amo. Não há outra coisa que eu me veja fazendo para preencher o meu tempo. Não gosto deste dilema que se instaura dentro de mim sobre a minha escrita. Quero que isso suma. Quero voltar a ter o mesmo gosto pelas palavras que tinha na semana passada. Que tinha há dois dias. Acho que estou criando uma tempestade num copo d’água aqui, mas é o que sinto. Eu tenho que me reconectar com a escrita. Eu amo escrever. Tanto quanto eu amo Aurora. É uma paixão. Mas paixões não são feitas para durar. Então que seja amor mesmo. Acho que encontro dificuldade pela falta de conteúdo. Acho que ter respondido as questões filosóficas é que me modificou. Pois agora fico me cobrando escrever coisas tão profundas quanto aquilo e não é isso o que costumava escrever. Eis aí o dilema. É nessa hora que tenho que me focar no slogan do meu blog e escrever o que me der na telha, sem obrigações ou patamares de conteúdo. Eu preciso me desintoxicar das questões filosóficas. Embora não queira. É muito contraditório o que sinto agora. Sinto que meu blog seria muito melhor se abordasse temas mais profundos, mas a pergunta é: melhor para quem? Para mim não está sendo e escrevo exclusivamente para mim. Quase não tenho leitores mesmo, para que me preocupar com a profundidade ou rasura do meu conteúdo? Eu escrevo aqui para ter prazer, esse é o meu único objetivo. Preciso me focar nele. Não perder de foco o prazer de fazer. Reconquistar esse prazer. Retomar a liberdade de dizer o que me der na telha. Mesmo que fútil, inútil, imprestável. Mesmo que mal escrito. Da forma que sair, desde que me dê prazer, me cause bem-estar ao fazer. Que tenha gosto por digitar as palavras. Estou louco para voltar a escutar Infected Mushroom. Ainda bem que a segunda audição do playlist do meu primo está quase no fim. É um bom playlist e tudo o mais. Nada que tenha me aberto novos horizontes, é verdade, mas quero algo familiar, quero IM.

14h50. Acho que vou digitar uma parte do segundo caderno do diário agora. Não tenho muito o que acrescentar.

18h23. Digitei quase três dias do diário, o que é muito. O arquivo já vai com mais de cem páginas. Aí cansei no meio de uma promessa que eu fiz para me manter limpo da cola, mas que é uma promessa que não se sustenta em si pois é baseada no impossível, na reciprocidade do meu amor por Aurora, o que nunca vai acontecer. Elegi à época do diário isso como o meu “poder superior”, um dos pináculos da filosofia de NA (Narcóticos Anônimos), mas hoje vejo quão ridículo isso foi. Continuo sem poder superior. Dependendo de mim mesmo para qualquer episódio de fissura que porventura venha a ter. Talvez também do CAPS. Mas quando dou por minha fissura, já estou subjugado e com o modo psicopata ativado. Uma vez nesse modo, nada é, ou pelo menos foi até hoje, capaz de me impedir. Mas não quero falar sobre isso, pois não quero ficar com pensamentos sobre cola no meu subconsciente, pode se tornar a semente de uma recaída. E isso é o que menos quero. Não quero ir parar de novo no Manicômio. Não quero trocar o meu quarto-ilha por uma droga que só vai me dar apagão. Xô!

Mudar de parágrafo e de assunto. Provavelmente eu irei com mamãe à radioterapia, visto que o meu padrasto está combalido de uma gripe ou coisa que o valha. 18h36. E a hora se aproxima. Estou sem o mínimo saco de ir, mas já vou trocar de roupa.

18h44. Troquei de roupa, troquei a bateria do Vaporfi, enchi seu tanque e um copo de Coca para mim. Vi que tem alguém tomando banho na suíte do casal, provavelmente mamãe. Já vai sair gritando para que eu me arrume. Mas me antecipei a isto e estou pronto, como disse.

21h35. Cheguei da radioterapia, precisei atualizar o cadastro do Norton e divaguei pela internet, mas cá estou. Amanhã é a última sessão de mamãe. Finalmente. Bom para ela. Embora parece que vá ter que tomar remédio pelos próximos cinco anos ou coisa assim. Remédio que afeta, dentre outras coisas, a sua memória, o que é péssimo, pois não teremos como aferir se sua perda de memória, que já vinha acontecendo antes do remédio, é fruto da medicação ou de um mal maior, que é o que temo. Sua memória piorou bastante nesses últimos dias. Espero que seja resultado do remédio realmente. Senão o quadro é preocupante. Espero que pelo menos ela marque o psicólogo. Talvez ele possa aferir se a falta de memória é do medicamento ou não. Quem me dera a minha fosse. Mas minha mãe não troca a Doutora por ninguém, pois acha que ela descobriu a receita mágica para a minha depressão. Não conta os fatores psicossociais envolvidos. Não conta que mesmo tomando os remédios prescritos pela Doutora comecei a surtar no último emprego que tive e desisti antes de descarrilhar totalmente.

22h15. Pude confirmar agora. Além de desmemoriada, mamãe apresenta sintomas de confusão mental na minha opinião de leigo. Isso me deixa de cabelos em pé e não sei como se dará a viagem nessas condições. Ela pode se perder em Munique e não saber como voltar. Ainda bem que a área de compras é relativamente pequena. Se ela se perder, não será muito difícil localizá-la. Mas ela vai precisar indispensavelmente de um celular. Não sei se deveríamos viajar nessas circunstâncias, mas as passagens já estão compradas. Na verdade, sou eu que não quero viajar. Mas vamos. O que se há de fazer? Mamãe só não irá se o meu padrasto estiver se submetendo ele também a tratamento contra câncer, de próstata, o que acho bastante improvável. Tudo não passa de hipocondria e fatalismo da parte dele na minha opinião de leigo outra vez. Ele nem se submeteu aos exames ainda. E parece que houve uma querela com minha mãe, que iria marcar os exames para ele amanhã de manhã. Sei lá eles que são o casal que se entendam. Não deveria nem estar tratando das intimidades deles aqui. Deveria tratar das minhas intimidades. No que penso intimamente? Hoje pensei muito em Aurora, pois na transcrição do caderno da internação seu nome foi muito mencionado, isso me embriagou um pouco dela. Mas é quase tão impossível quanto eu namorar Björk. Pronto, eu iria para a Europa de boa se fosse conhecer a Islândia. Acho que é o país que tenho mais curiosidade de conhecer por causa da minha musa. Quem sabe eu não cruzaria com ela por lá? Hahahahaha. Eu a pediria em casamento. Juro! Hahahahahaha. Seria uma oportunidade única, eu iria direto ao assunto. Mesmo ela sendo uma coroa já, é a única coroa que desejo na vida. Mas obviamente isso são delírios. Como Aurora o é. Mas é ela que emerge do meu íntimo agora. “Aurora, Godess sparkle” como canta justamente Björk. É estou fazendo uma mistureba de fantasias agora. Perdoe-me. É a solidão que faz isso com este ser. O bom é que Aurora defenestrou Clementine do meu coração. O que por si só foi uma bênção sem tamanho. Ela era como um câncer, já que tratei tanto da doença, um câncer emocional que só me fazia mal e me machucava com seu desprezo e repúdio. Aurora foi minha quimioterapia da alma e é tão inatingível, tão inacessível que não tem como me ferir. Mas não quero tratar de paixões platônicas agora. Clementine, Aurora, Björk, foi bom pensar em quase todas vocês, mas chega.

22h46. Vejo jogos sendo lançados para Nintendo Switch que poderiam muito bem ser lançados para Wii U, como é o caso de Ultra Street Fighter II. Mas não quero falar disso também. Sobre o quero falar? Sobre o que quero falar realmente só cabe nos Desabafos do Vate, mas não vou criar um post do meu blog fechado agora, falta-me disposição e o assunto não está tão pulsante assim. Espero que continue dessa maneira. Voltando um pouco à viagem, não gostaria de sair de Munique e visitar outra cidade ou país (exceto a Islândia!), queria que o tempo passasse o mais rápido possível. Que minha irmã não leia isso e se ler que não me interprete mal. Não é porque desgoste dela, de sua família e da própria cidade. É uma cisma em deixar a minha zona de conforto. Sei que acabarei me divertindo, principalmente se rolar a Oktoberfest mesmo enquanto estivermos lá. Tem vários brinquedos em que posso passear. E muitas garotas bonitas para se ver. Reitero que o que não queria era ter contato com os vizinhos. Essa é a parte socialmente mais desconfortável para mim. Não queria mesmo. Mas estou achando que vai ser inevitável. Preciso avisar a minha irmã para não divulgar minha ida para eles. 23h18. Acabei de mandar um WhatsApp para ela alertando para que não comente da minha ida com eles. E pedi para que se rolar algum show de Björk, Strokes ou da filarmônica de Berlim tocando a Nona de Beethoven na época em que estaremos lá que ela compre os ingressos mais perto do palco possíveis. Claro que não vai rolar nada disso, não tenho tanta sorte assim. Mas não custa nada deixá-la de sobreaviso. Achei que depois que parei de vender bonecas de macumba no eBay minha vida melhorou, mas pode ser só outra ilusão fantasiosa minha. Ver se amanhã aparo a barba, mas embora seja um processo relativamente rápido, não estou com a mínima disposição de fazê-lo. De toda sorte me esforçarei para isso. Ela já está grande e sem jeito. Meu amigo cineasta ainda não mandou o link do seu curta para eu ver. Acho que pelo jeito não vai rolar documentário nenhum. Se bem que eu mesmo posso documentar o que quiser se comprar um celular novo com mais memória e espaço para cartão de memória. Não precisa ser nenhum celular top, só precisa filmar em 1080 por 720. Acho que até o meu filma, mas só tem 8 GB de memória não expansível. E ainda é obrigado a ter todos os aplicativos da Google, eles são inapagáveis e são inúmeros, o que consome uma memória danada do celular. Toda vez que tem atualização dos aplicativos é uma luta para conseguir mais espaço. A fome do remédio começa a bater. Farofa com feijão será a minha refeição. 23h31.

23h53. Comi. Bastante. Primeiro um pato de macarrão. Depois um prato de macarrão com farofa e ainda uma fatia de gorgonzola. E fumei o digestivo. Minha boca pede algo doce, mas não vou obedecer. Está bom de calorias por um dia. Há alguns games que quero jogar antes de morrer. Mas não muitos. Não são nem todos os que estão agora nas minhas prateleiras. Espero que minha preguiça para com os games não invada a minha escrita, como vem acontecendo neste post. Que preguiça é essa tão enorme que me acomete? Não sei. Mas gostaria de saber. Acho que já estou ficando com sono. Sempre depois de comer me bate sono. E a vontade de comer algo doce ainda me invade. Acho que vou dar essa brecha e comer uns biscoitos tortinhas de limão. Mas não agora que acabei de sentar. Por sinal, acho que essa cadeira não é tão durável como a anterior. Pelo menos o assento parece ser revestido de uma espuma mais mole, que tem me dado assaduras. Mas se é o que tenho no momento que seja. É muito melhor tê-la que não tê-la. Não sei como vou interagir com os meus sobrinhos. Não tenho o mínimo jeito ou paciência com crianças pequenas. Queria ter um porão para ficar lá durante toda a viagem. Se bem que sem gosto para escrever e sem nada para comprar, de nada adiantaria. Me vejo ficando em casa da minha irmã o mínimo de tempo possível durante o dia, embora não tenha nada na Marienplatz que eu queira desbravar ou revisitar. Mas a linha de metrô vai até a Allianz Arena, ou seja, bem longe. Enquanto mantiver referência do metrô posso descer em qualquer uma das paradas para dar uma perambulada. Em verdade queria passar o dia enrolado no meu edredom sem sair do canto, assistindo filmes na TV, mas isso será impossível de se cumprir, visto que dormirei na sala de estar. E que seria um comportamento deveras estranho e diria que até um pouco depressivo. Eu não sei se é porque estou com frio e sono aqui que projeto essa ideia maluca para a viagem. Só sei que não gostaria de viajar e que viajarei mesmo assim. É bom que com expectativas tão negativas eu posso me surpreender positivamente. Acho que toda essa rixa com a viagem é por causa de preguiça, de sair da minha zona de conforto, de onde faço de tudo para não sair. Amanhã continuo. Sem disposição nenhuma hoje.


0h53. Recebi um comunicado de uma pessoa daqui do meu prédio, muito bem quista por seus escritos, que está lançando um blog para divulgá-los para o mundo. Acho que mandarei um comentário no seu blog para que leia o meu e diga o que acha. Minha mãe é fã dela e podem se tornar amigas, visto que ambas têm carência nessa área. Um primeiro contato já foi feito, veremos se renderá bons frutos para ambas. O que eu queria mesmo era publicar o meu livro sobre os internamentos e, não sei por quê, acho que um dos caminhos mais sólidos seria através do contato com esta escritora. Mamãe está com livros dela aqui, mas posso agora ler seus conteúdos pela internet. Que coincidência. Uma que não deixarei passar em brancas nuvens. Bom amanhã escrevo mais ou termino por aqui e deixo apenas a revisão e a publicação para amanhã, sabe-se lá como acordarei, que impulsos me dominarão.    

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