É estranho se apaixonar por uma coisa, mas aconteceu. Me
apaixonei por “Pitanga” terceiro CD de Mallu Magalhães. As músicas não me saem
da cabeça e eu não vejo a hora de chegar em casa para ouvir o disco. “Pitanga”
é um disco que foi me conquistando devagarzinho e, quando eu vi, já me
encontrava completamente apaixonado por ele. Todas as músicas, em sua
suavidade e delicadeza que não sei classificar, pois não sou bom em gêneros
musicais e acho que o disco passeia por vários estilos, mas a sensação é para
mim da leveza descompromissada da Bossa Nova, embora ache que não haja nenhuma
bossa no disco. Talvez a décima primeira “Ô, Ana” seja a que mais se aproxime
de uma bossa. Não é um disco carioca, sinto muito São Paulo nele, mas há em
algum lugar uma pitada de Rio, principalmente nas menções sobre o mar.
O disco acabou, vou colocar Coca Zero e colocar de novo para
ouvir.
Pronto. Me apaixonar por coisas não é uma novidade para mim,
materialista que sou. Por exemplo, sou apaixonado pelo meu PS3, por mais que
ele ande meio encostado. Sou apaixonado pelo meu boneco do Demolidor, que, por
sinal está colocado ao lado do PS3 e bem perto de mim, para que possa
contemplá-lo sempre que a vontade bater. Não me canso de admirá-lo. Mas a
paixão que se sobressai agora é a do disco de Mallu. Tanto que eu paro de
escrever para ouvir. Não podia ter me dado melhor presente que a idéia de dar
ao disco uma segunda chance. É uma pequena pérola, delicada e bela,
descompromissada como se tivesse sido fruto do acaso, mas se se reparar bem e
isto eu percebo a cada nova audição, que embora os vocais parecem descompromissados e descontraídos,
o disco é bem produzido, cheio de barulhinhos e de um arranjo leve e delicado de fundo; é um disco rico, embora esparso, porque sua
principal qualidade é a leveza que cai muito bem com a voz de Mallu. Aliás a
voz dela é o que está em primeiríssimo plano e sua forma imperfeita de cantar é
perfeita para o disco, dá um clima de improviso, de ser o que saiu na hora, ou
de uma cantora que não busca a perfeição ou ser uma grande intérprete, coisa
que ela nunca vai ser, para ela, a voz é só um meio de transmitir a sua mensagem
da forma mais pessoal possível, pelo menos é assim que percebo. Pense no oposto
de Sandy, que é pura técnica vocal e aí você entenderá a voz não adestrada de
Mallu. E esse descompromisso com a perfeição vocal dá um charme especial ao
disco, que não é longo; pelo contrário, é extremamente curto, apenas 32 minutos
e alguns segundos, tamanho perfeito para ouvir de novo e de novo. Ela mistura Português
com Inglês nas músicas simplesmente porque deve ter lhe dado na telha fazê-lo.
Tenho certeza que tudo saiu do jeitinho que ela queria, por inspiração e
intuição, sem muito esforço, com naturalidade. E a naturalidade de Mallu é
deliciosa, cativante, apaixonante.
Posso estar babando demais; mas não é isso o que fazem os
apaixonados? Me deu até vontade de jogar PS3 agora, não é, Demolidor? Mas acho
que vou ver um pouco de Evangelion, pois o disco já vai acabar. Mas depois eu
jogo. Tô a fim de dar uma pause em Fallout. 3 e jogar Diablo Ultimate Edition.
Pelo que me lembro, em Diablo eu estava conseguindo sobreviver mais tempo.
Aliás, era difícil eu morrer, eu estava até me garantindo no jogo. Quero jogar
um jogo assim, não um em que sou incapaz de matar, com um revólver com 12 tiros,
dois cachorros sarnentos e eles me morderem até a morte. Ridiculamente ozzy.
-x-x-x-
18h14. Queria escrever algo poético, nunca mais consegui.
Algo do tipo: alma minha, que é tão somente sua, faça com que o tempo e o
espaço que existem entre nós se desfaçam num enlace perfeito, nó cego de
ninguém desatar. Que nossos olhares se encontrem e se percam um no outro, que
nossos braços se transformem em abraços e nossas bocas se conheçam e se
desvendem todos os dias e sempre que for preciso a saudade espantar ou o desejo
querer. Amor, que esta palavra derive em verbo sempre conjugado por nós, para
nós. Que a liberdade exista e cada um possa voar os vôos benfazejos que a vida
há de trazer e que nós havemos de buscar. Mas que depois de cada vôo, as
asas cansadas venham repousar no nosso ninho por não haver melhor lugar. Ninho
este construído de intimidade, afago, afeto, de brigas bobas e alegrias
imensas. Ninho de dormir e de acordar e de tudo que vem no meio, conversas,
transas, risadas e lágrimas, poucas lágrimas e nenhuma mágoa, pois no nosso
ninho não se guarda isso, tudo é posto em pratos limpos e cada um limpa o seu
prato, pois o ninho é democrático. Não é machista ou feminista, é humanista,
respeito é bom e os dois gostam tanto disso quanto um do outro. Vixe, tô fraco
de poesia mesmo. Começou meloso e virou quase um acordo nupcial! Hahahahahaha.
Assim vai ser difícil arrumar uma “boyzinha”.
Abaixo dois links sobre Pitanga e Mallu Magalhães:
Mário estou com Mateus conhecendo seu blog. Legal, linquei no meu que é só política e caretice. Mas eu sou um careta mesmo. Um grande abraço e vamos conversar.
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