quarta-feira, 11 de julho de 2018

BEZERRO BIZARRO, PORTUGUESINHA, FOTOS MUNIQUE

A Natureza às vezes... sei lá.



A todos os demais leitores peço perdão por estar escrevendo essa espécie estranha de diálogo com a portuguesinha, mas hão de entender que é o que de mais precioso tenho e por isso sinto a inescapável necessidade de fazê-lo. Não sei se estou perdendo os poucos que me leem. Se isso se dá, acho a troca mais do que justa, visto que sou lido por quem mais importa para mim. Tentarei incluir algo do meu cotidiano aqui, mas o tom dos meus posts enquanto essa troca se dá será de conversa com ela. Sorry.

E sorry de novo pela imagem do bezerro de duas cabeças, mas achei-a a mais chamativa e impactante que vi nos últimos tempos (contraditoriamente, como é às vezes do meu feitio, tento com essa estratégia atrair mais leitores, os mesmos que penso alienar com a minha nova postura na escrita, vai entender). Não procuro tais imagens, elas é que me encontram. Caso queiram saber do destino do animal, ele não conseguia se manter de pé e morreu cinco dias após ter nascido apesar de todo o cuidado dos criadores. Uma dessas aberrações que o acaso-destino opera nos genes.

22h24. Torci para a Bélgica, queria que o time que tirou o Brasil da Copa chegasse à final, mas a França foi mais eficiente, portanto mereceu o magro, porém decisivo, placar.

22h26. Sobre ser egocêntrica, acredito que todos nós sejamos. Acredito que o que nos move a todos é a satisfação das necessidades do ego desde as mais animais até as mais sofisticadas como a fé e a solidariedade. Acredito que se fazemos caridades as fazemos porque isso de alguma forma nos agrada o ego. Sei que você não acredita muito nessa história de ego, portuguesinha, mas você colocou o termo correlato no seu comentário e não pude me furtar a dizer o que acho que move nossas decisões e ações. Necessidade e/ou recompensa.

22h39. Sobre o biquíni, creio que você deva estar imaginando algo como o que chamamos de asa delta ou fio dental. Acho esse tipo de biquíni que entra no rego da bunda e mal cobre os mamilos, pavoroso e vulgar, assim como os excessivamente curtos. Pode ser um biquíni português, desde que com lacinhos na lateral. Hahaha. Acho os danados dos lacinhos o que há de mais sexy e nem todos os modelos revelam tantas carnes assim. Ou talvez esteja eu acostumado aos biquínis brasileiros, sei lá. Achei uma graça o seu pudor e de forma nenhuma gostaria de vê-la se exibindo de modo que a desagradasse. Só indo ao Brasil para ver os tipos de mulheres que ousam o fio dental. Basta dizer que o que têm a mostrar ou falta ou está em excesso, geralmente esse último caso. É dantesco. Hahaha. Ah, e é bom exibir as carninhas enquanto ainda estão jovens, duras e belas, a juventude passa num sopro.

22h47. Achei “John Wick: Chapter 2” simplesmente eletrizante, uma montanha-russa de adrenalina ininterrupta. Adorei milhões. Tanto que o vi duas vezes no intervalo de uma semana. E ao todo assisti três vezes, pois quis repartir o filme também com a minha irmã, que não se emocionou com a obra. Respondi o seu primeiro comentário sobre a franquia dizendo o nome, o porquê do nome e a data de lançamento do terceiro filme (vi que você acabou de responder! :P). Outra coisa que me chegou por acaso-destino, não fui eu quem procurou. Aliás veio no mesmo feed do bezerro que o Twitter me mandou por e-mail, eu acho. Vou fumar. Aproveito e levo o lixo reciclável para o depósito. Eis duas fotos de biquíni de lacinho que muito me agradaram. Dessas eu fui atrás. Pelo menos servem para agradar o público masculino, se leitores masculinos eu tiver. Creio que o público feminino se agrade mais da minha escrita, não sei porque cargas d’água.



Esse você teria coragem de usar, né?


23h27. Adoro quando calha de cair o meu número da sorte no horário. Levei o lixo reciclável e fumei um cigarro, quando fui interpelado por um alemão à procura da residência de sigla “R9”. Respondi que não sabia, afinal não há letras nos números dos apartamentos do condomínio onde a minha irmã mora. Espero que encontre, anyway. Estou me preparando para ver o que acredito ser o terço final do filme “The Girl With All The Gifts”.  





Acho imagem acima terrivelmente feia e tremendamente desejada. Queria envelhecer com uma companheira e continuar tendo carinho e amor por ela – e ela por mim – até o final. E a cada dia que passa me aproximo do final de mãos vazias. Sobre as suposições em relação à sua pessoa, você poderia ao menos indicar quais intuo corretamente, para que monte de você uma ideia mais precisa. Vou assistir o resto do filme, que me agrada até este ponto.

0h26. Drama com zumbis. É possível. E interessante. Boas atuações, só não entendi por que a pequena e talentosa Melanie ateou fogo em uma coisa em determinado ponto do filme. Ela explicou, mas não consegui entender o inglês. Deveria ter voltado para entender melhor, mas agora é tarde, já desliguei todo o equipamento. Bons filmes, o de ontem e o de hoje. Recomendo ambos. Acho que gostei mais de “Get Out” que de “The Girl With All The Gifts” por ser mais fora do comum. E ter ficado mais na minha cabeça. Não me arrependo de ter visto nenhum dos dois, valem o tempo investido. Acho que o de zumbis toca mais às mulheres pela questão da maternidade, do instinto maternal. Não sei, posso estar falando besteira agora. Geralmente estou. Hahaha.

1h44. Decidi que não vou ver filmes que me interessam sem legendas, a história do fogo foi um ponto crucial, que explicaria muito das motivações e da percepção de realidade da nossa pequena heroína e perdi completamente esse trecho. O sono vai batendo e, ao que tudo indica, amanhã é dia de Marienplatz com a minha mãe. Disse que se fosse acordar-me-ia cedo. Sempre com chantagens. Esse hábito me incomoda, mas já me incomodou muito mais. Nem o preconceito e a desconfiança me incomodam mais. De tão corriqueiras tais manifestações, acabei me acostumando e nem me ofendo como deveria. E se me ofendo é algo brando que passa ligeiro. Ela diz que quando voltar vai fazer terapia. Veremos. Hora da caminha.

-x-x-x-x-

13h49. Acordei e vou a Marienplatz e arredores com a minha mãe. Tentarei tirar algumas fotos com o celular dela. Até a volta, mon petit.

19h47. Voltei e ainda deixei minha mãe lá, dessa vez explorando a Galeria Kaufhof, enquanto estive lá ela ficou a fazer compras na Müller. Tirei fotos a rodo do Glockenspiel e de outras coisas do centro de Munique, este vai ser o post mais cheio de fotos que já publiquei. Acho até que vou reparti-las em dois posts. Ou mais.

23h38. Finalmente acertei quem ganharia um jogo da Copa! Não era possível que a aleatoriedade não pendesse para o meu lado. Mas errei o placar. Vi que você esteve ocupada hoje, portuguesinha, fazendo a resenha de “Fire Storm”, pelo que li da sua introdução não parece ser o meu tipo de filme, mas não quis saber mais por receio de vir a assisti-lo. Fui a uma lanchonete da Kentucky Fried Chicken aqui em Munique hoje e a coisa mais estranha se deu, para entrar no banheiro era preciso um código numérico para destravar a porta que dava acesso aos sanitários num corredor estreito e um tanto quanto sombrio na parte de trás da loja; 3571 era o código e só soube por intermédio da atendente. O mesmo vinha impresso também no cupom fiscal do pedido, achei estranho e me senti como num filme. Outra coisa curiosa que vi foi uma loja que vendia roupas no quilo, peguei dois broches da mesma para guardar de recordação. No mais, andei a tirar fotos pensando em repartir um pouco de Munique com você e quiçá algum leitor. Minha mãe achou de péssimo gosto a imagem que escolhi para encabeçar (pun intended. A bad one) o blog e me perguntou se você tinha dado algum sinal de vida. Contei-lhe que você comentava os meus posts e ela emendou dizendo que você era “uma garota muito educada”. Hahaha. Não que eu lhe ache mal-educada, muito pelo contrário, tem mais educação do que eu em todos as acepções da palavra, achei curiosa apenas a percepção dela a respeito dos seus comentários. Se os faz só para ser polida, o que acho que não ocorre – acredito mais na motivação egocêntrica, talvez porque me agrade mais –, não precisa responder, afinal, você não tem nenhuma obrigação de comentar, por mais que dizer isso me doa um pouco. Vou tomar uma chuveirada e ver se ainda tenho energia para pôr aqui mais algumas palavras.

0h42. Acho obrigações uma das criações mais chatas da humanidade. Quanto menos, melhor. Sei que existem obrigações que servem de degraus para alguma recompensa posterior e geralmente é isso que nos motiva a acatá-las e encará-las, mas aqui não há isso, há somente eu a despejar tolices pensando em você, em estar na Europa, em anomalias da natureza. Mas vamos ao que interessa, algumas fotos de Munique, tiradas por um fotógrafo que não tem o mínimo dom, a partir de um celular.


Glockenspiel 1 (lateral) - Acho de um estilo arquitetônico totalmente
diferente do que vi em Lisboa 


Glockenspiel 2 - Ali na parte verde da torre central há uma série de bonecos de metal que
ao badalar de certas horas se movem, cavalgam, lutam ao som de uma música, é interessante.


Galeria Kaufhof, lugar predileto de compras da minha mãe. E tome biquíni. Hahaha.


Lego!


Anjo matando demônio. A riqueza de detalhes me impressiona. Como a cena violenta
à entrada de uma igreja. Certamente uma cultura diferente da minha.



Mais anjinhos matando monstros no meio da praça principal.


Galeria que achei aprazível.

Gosto muito de te ver leãozinho... leões (e veados) não faltam em Munique.

Loja de chapéus para cinéfilos?

Prova de que estive em Munique e de que preciso emagrecer urgentemente quando retornar a Recife!



1h29. Acabei de redimensionar algumas das fotos que tirei na Marienplatz para postar aqui. As demais, coloco no próximo texto. Portuguesinha, uma dúvida, você escreve os seus reviews diretamente no Blogger ou faz em Word ou no editor de texto da Apple e depois coloca online? Pergunto porque meu hábito é escrever no Word e só depois passar para o blog, as letras ficam maiores e a autocorreção é mais eficaz do que burra, além de me alertar para certos deslizes gramaticais. E mesmo assim os textos saem cheios de erros! Hahaha.

1h35. O soninho está batendo. Você deve estar a caminho de casa na Lisboa que provavelmente nunca mais verei. Uma coisa que achei curiosa, quando da sua ausência do hotel no final de semana, foi que a moça que a substituiu deduziu que eu era o “senhor Mário”. Você tem algum dedo nisso? Fiquei surpreso. Positivamente surpreso. Me senti, por assim dizer, uma pessoa célebre no microcosmo do hotel. Hahaha.

1h50. Fico a me indagar que se fosse médico não passaria a olhar as pessoas com um aglomerado de órgãos, a imaginar-lhes as entranhas, como sistemas orgânicos que inevitavelmente cessam de existir, coisificando o ser humano. Da mesma maneira, em me tornando psicólogo, não sei se conseguiria me desvencilhar do hábito de perceber as neuroses alheias. Seriam profissões que talvez me fizessem ver o meu igual de forma diferente e não sei se melhor. Isso se dá contigo? Ou existe um botãozinho interno de liga e desliga e você só encarna o papel de psicóloga quando isso se faz necessário? Gostaria muito de saber. A terceira página acabou. A essa altura você já deve estar em casa. O que faz quando chega em casa? Nossa, como queria saber tudo ou o máximo de você. Por falar em saber mais... ainda espero um dia que me mande a entrevista. Bom meu tempo se esgotou, já entro na quarta página. É revisar e postar.

Adendo: instigado por um membro do Facebook que ficou indignado com a imagem do bezerro,  dizendo-a nada poética, quis mostrar a ele que ao poeta (que não sou) é possível extrair poesia de tudo.


A indecisão da Natureza
Toma um rumo incerto
Que mais parece desamor
À criatura
Pura
Mas condenada
Desde o primeiro momento
E não teve muitos depois deste
Três olhos, dois narizes, duas bocas
O excesso foi demasiado
Que se fez impróprio
E chocante
Quanta ingratidão, Natureza
Ó, mãe das mães,
Para que isso?
Um despropósito
Que agride por sua bizarria
E nos faz lembrar
Quão afortunados somos
Por sermos completos

Sem excessos ou faltas

Um comentário:

  1. Usaria aquele bikini e aceito a barriguinha da moça também xD
    Faço as reviews diretamente no Blogger.
    Não tenho nada a ver com o "Senhor Mário" e é a primeira vez que estou a ouvir falar disto xD
    Quando chego a casa vou ler para a cama antes de dormir.
    Não encarno nenhum papel de psicóloga pois não me considero como tal; em todo o caso, sinto que conseguiria desligar facilmente.
    Beijinhooo

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