domingo, 5 de novembro de 2017

QUALQUER TÍTULO SERVE


A Sideshow mandou um e-mail confirmando que vai mandar inspecionar cada item que me for enviado, entendo que isso inclua o Hulk. Saiu melhor que a encomenda. É uma garantia a mais que eu tenho. Fico me coçando para entrar no maravilhoso mundo dos bonecos do Facebook, mas me contenho. O escultor aparentemente me mandou uma resposta. Só que em teoria eu nunca mais a verei. Nunca é tempo demais. Mas a meta é essa. Continuo recebendo e-mails da Sideshow, entretanto. E a abri-los. Não me desvinculei completamente do mundo dos bonecos. Tenho curiosidade de saber o que o meu colega escultor respondeu. Talvez entre um dia só para ver isso, mas não hoje, não agora. Preciso tomar banho, mas antes preciso tomar coragem. Acordei por volta das 14h. São 15h40 já (como passou rápido), mas Tico e Teco ainda não se entenderam completamente. Já fui comprar as Cocas e o cigarro, recebi uma aluna da minha mãe lá embaixo para pagar o seu Uber e trazê-la até aqui em casa. Acho que depois do banho vou ver o final de “Cidade de Deus”. Não sei. Essas vontades me vêm tão fracas que é quase como não sê-las. Quase como não tê-las. Geralmente acordo assim, sem vontade de nada, a não ser suprir necessidades básicas, como a Coca e o cigarro. Hahahaha. E escrever me vem, mas escrevo agora sem muita vontade, quase que por obrigação, mas mais por falta do que fazer. Não estou sentindo o prazer que comumente atrelo ao ato. Acho que minha mente está muito vazia, por isso a dificuldade de escrever aqui. Há uma falta de estímulos externos que me gerem conteúdo. E de impulsos internos também.

16h29. Tomei banho e me sinto melhor. Alguém me perguntou da figura que botei para vender no Mercado Livre. Que milagre. Não estou nem a fim de vender, pois agora quem paga o frete sou eu. Mas, se vender, é uma caixa a menos no meu quarto e isso é bom. Não quero mais me meter com coisas de umbanda, pois não há mais nada que eu queira comprar e porque a regra de envio mudou completamente no Brasil, agora é por peso dimensional eu acho. E está mais caro e não sei de antemão que tamanho será a caixa. Deixa para lá. Foi bom enquanto durou. Bem, não foi tão bom, pois as pessoas realmente colocavam fé nas figuras e esperavam que eu fosse alguém que entendesse e tivesse fé também. Então, tinha que incorporar essa persona meio de pai de santo que não me agradava. Além do que o ML não permite mais salvar imagens de suas páginas, o que limitou o acervo de entidades que podia disponibilizar às que já havia salvo no meu HD. Bem, uma série de fatores corroboraram para que eu pusesse fim a esse comércio. E só quero ir aos Correios agora para pagar e talvez pegar o Hulk. Onde eu queria estar agora? Não sei. Ainda estou na fase de não querer nada e escrever para fugir desse tédio que me assola severamente. Apesar do tédio que agora sinto, não quero que a minha vida mude. Está muito boa do jeitinho que é.

17h08. Publiquei no grupo de relacionamentos assexuais perguntando se havia alguma garota de Recife e dizendo que não gosto muito de sexo, mas que gosto de todo o resto. Será que eu desencanto? Hahaha. Esqueci de dizer que sou extremamente seletivo esteticamente. Hahahaha. Vamos ver se alguém responde. Ter uma namorada que não faz sexo é melhor do que não ter nenhuma. Eu espero. Mas só se for gata. Meu deus, seria tirar a sorte grande, arrumar uma garota gatinha de Recife para namorar. Claro que seriam várias horas de Facebook até ver se dá pé para marcar um cinema. Ou um café na Praça. Seria melhor que viver de paixão platônica. Se bem que se for uma pessoa muito complexada, pode ser a gatinha que for, estou fora. E eu acho que essas pessoas – e isso pode ser mero preconceito – assexuadas são bastante complexadas. Eu mesmo tenho vários complexos. Hahahaha. Vamos ver. Joguei minha isca, quem sabe não pesque a sereia que me completará? Quase sereia mesmo, pois a parte de baixo não pode ser utilizada. Ou a pessoa não quer, não gosta de utilizar.

17h56. Me perdi pelo Facebook. E apenas uma curtida na minha publicação. De uma mulher que não me desperta o mínimo interesse. Pelo menos é de Recife. Acho que essa viagem de assexuais não vai render bons frutos. Estou achando que o negócio para mim é fazer uma camisa com “Demissexual?” escrito e sair na rua com ela. Pelo menos já deixo de sobreaviso e quem não souber pergunta. A camisa que postei no Qwertee com esse tema já recebeu nove votos. Obviamente não vai ser escolhida para produção, seriam necessárias centenas de votos e o público que sabe o que é demissexual e se sente como tal é muito restrito. Mas achei nove votos uma votação expressiva. E postei há poucos dias. Mesmo assim não vai vingar. Só tenho duas semanas de exposição até que tirem do ar. Se for para ter uma camisa assim, preciso produzi-la para mim e para mim somente. Mas acho que não farei isso. Por mais que sexo para mim só depois de amor, não sei se tenho coragem. Como a prostituta me disse “você não precisa de uma puta, você precisa de uma namorada”. Aquilo para mim foi transformador. Ela não poderia ter acertado mais em cheio. Saí do Facebook. Às vezes me sinto exposto com aquele negócio aberto, ainda mais sabendo que estou me queimando com todos os meus amigos com as postagens do grupo de assexuais. Que onda troncha. Hahahaha. Acho que vou trocar a minha foto de perfil. Finalmente tirar o arco-íris dela. Deixa pra lá. Que pensem o que quiserem pensar. Aos que vierem me indagar, explico. Acho que a camisa seria uma boa. Se demissexual realmente significar o que eu acho que signifique. Vou procurar na Wikipédia. O Wikipédia ainda não tem o termo, mas as demais definições corroboram com o que percebo em mim.

A demisexual is a person who does not experience sexual attraction unless they form a strong emotional connection with someone. It's more commonly seen in but by no means confined to romantic relationships. The term demisexual comes from the orientation being "halfway between" sexual and asexual.”

Quando minha cabeça vaga ou divaga um pouco vai parar direto no Super Mario Odyssey. É muito bom ver Mario novo de um console mais moderno. Só não imagino de onde os caras vão a partir daí. Talvez com um console mais potente, os efeitos de iluminação se tornem mais elaborados. Vi que vão relançar LA Noire para a nova geração de consoles. É um que preciso jogar ainda. Mas sei que os gráficos são absurdos. São atores mesmo, é uma proposta bastante inovadora. E é da galera da Rockstar (GTA, Red Dead Redemption) mas é um jogo fora dos padrões da empresa, pois não é um sandbox, até onde eu sei. O jogador é sobre um detetive que investiga casos cabeludos. É o máximo que sei do jogo. E poderia saber bem mais se abrisse a minha box da Rockstar e colocasse para jogar. Algo me impede. Vou ver se o Zelda me desencanta, pois nem para o Mario Galaxy eu estou com muita paciência. Adoro ver e dar pitaco, mas jogar não me instiga mais. Pelo menos não nesse longo momento que passo enfastiado de games. Peguei umas estrelas ontem, mas não senti a excitação, o encanto, talvez por já ter jogado tanto o jogo. God Of War não quero nem ver. É outro que joguei demais. E ainda esteja numa parte chata do II que não tenho a mínima vontade de tentar passar. O MGS4 talvez me cativasse. Não sei. Verdade é que não queria jogar nada, queria ver o meu amigo jurista jogando o novo Mario. Não, infelizmente do coração não tenho nada a comentar aqui. Da barriga, minha mãe vai trazer dois sanduíches do McDonald’s para mim. E uma torta de maçã. Do mais, o universo segue o seu curso e isso é bom. Pelo menos para mim que acredito na Singularidade. E que ela será boa e virtuosa.

19h17. Mamãe ainda não chegou. A fila do Mc deve estar infernal mesmo. Coitada. Não devia ter se dado ao trabalho. Se bem que não tem nada para comer aqui, eu acho. Vou comer o Caprese e deixar o Cheddar para a fome dos remédios.

19h40. Acabei de comer o Caprese e, como combinei comigo mesmo, deixei o Cheddar no micro-ondas para a fome dos remédios. Ah, estou satisfeito por ora. A torta de maçã estava especialmente boa, pois bem quente, recém feita. O Caprese também estava muito bom. Cada vez mais me afeiçoo por esse sanduíche, mas duvido que permaneça por muito tempo. É grande demais para os paladares mais sofisticados. Mas já está há bem três ou quatro meses disponível. Está tendo uma sobrevida longa. Mas quem sou eu para discutir as estratégias de mercado do McDonald’s? E de que me serve pensar nisso? Quando acabar, acabou. Pelo menos tive minha parcela de Capreses enquanto durou. Ainda bem que o molho pesto dele é beeem suave quando comparado com o que minha irmã nos presenteou, esse para paladares muito mais sofisticados que o meu. Comer me dá um sono. A vontade de um cochilo é forte, mas sei que isso resultaria em uma noite em claro mais tarde, possivelmente um virote e, consequentemente, a chateação da minha mãe. Então vou ficar aqui e resistir ao chamado de morfeu, que há de se cansar em algum momento. Mas vou ligar o ar, que o calor aqui está grande. Passou dos 27 graus, eu acho quente. Antigamente, o controle costumava mostrar a temperatura em que o quarto estava, mesmo quando ligado o ar, agora ele só mostra a temperatura selecionada na máquina, não serve mais de termômetro. Acho que resolvi o problema, havia um botão com o nome “temperatura” no controle, com uma casa e um termômetro desenhados, apertei e mostrou 28 graus que era a temperatura em que o quarto estava. Ótimo. Minha vida se tornou um pouquinho melhor com isso. Não precisa da redundância de informação do ar com o controle e acho divertido ver a temperatura ambiente do quarto cair, o que ainda não aconteceu, embora já sinta o quarto mais frio. E mais frio significa mais sono. Não sucumbirei, entretanto. Ainda vou ter que encher a caixa de remédios hoje. E talvez, quem sabe, encarar um MGS4 mais tarde. Baixou para 27. O termômetro é massa.

20h04. Sem nada para dizer, só vontade grande de me deitar um pouquinho, mas não farei isso, já disse, organismo. Eu mando em você. Não em tudo, claro, você tem vários processos que independem da minha vontade. Ainda bem, eu acho. Não seria um bom gerente seu. Já não sou com o que controlo. Procuro muito mais me satisfazer que lhe preservar. Desculpe o meu modo estragado de ser, mas a vida é uma só e eu prefiro usufruir do que ela tem de bom. Também não sou tão autodestrutivo quanto costumava ser, você há de convir que eu o trato melhor agora que em tempos idos. Isso talvez seja uma curva levemente ascendente e à medida que o tempo passa eu passe a tratar ainda melhor de você. Quem sabe? Vejo acontecer com muitos, quando o medo da morte vai se tornando mais e mais presente. O medo da morte já se apresentou para mim. Eu sei que o meu fim está se aproximando galopante. E isso começou a me amedrontar. Há um bocado de coisas das quais não gostaria de abrir mão ao deixar de existir. Há ainda algumas poucas coisas na vida que quero fazer ou possuir, não gostaria de abandonar a vida agora que gosto dela. Acho que o fato de gostar é que me mete medo em perdê-la. A vida, esse miraculoso acontecimento, obra da recombinação incessante dos elementos que compõem o universo. Nossa, como agradeço por não ter nascido frango de abate. Ter nascido humano, mesmo que não satisfeito afetivamente. Mesmo com todos os complexos e neuroses.

20h41. Minha mãe me chamou para pôr as medicações e guardar a louça limpa. Estou ainda sonolento, mas sei que se deitar agora, daqui a três horas acordo e não vai ter santo que me faça dormir novamente. E ainda tenho que traçar aquele Cheddar. E tomar os meus remédios. Não sei o que faça. Acho que vou para o meu projeto paralelo. Embora o arquivo já esteja muito grande. Vou revisar e criar outra entrada.

0h31. Acabei de assistir Cidade de Deus, daqui a pouco a Coca acaba e, quem sabe, o meu dia.

0h47. Fumei o meu cigarro da noite. Sempre é bom fumar depois de um filme e enchi o meu penúltimo copo de Coca-Cola. É um filme cinematograficamente perfeito, direção, atuação, ritmo, trilha, edição, história, direção de arte, fotografia, tudo. Não deixa a dever em nada aos americanos ou de quaisquer outros países. Orgulho nacional, mesmo tratando de um lado negro da sociedade, a marginalidade total e completa, uma um tanto romantizada vida de bandido, não fora pelo diabólico, psicótico e onipresente Zé Pequeno, a própria encarnação da maldade e crueldade humanas. Todos os outros bandidos parecem humanos como nós, ditos justos, honestos. Tirando os meninos da Caixa Baixa, que já são corrompidos desde a infância. Mas deixa isso para lá que não sou cinéfilo. Longe disso. Mas acho que assistiria o “Alien Covenant” agora. Vou botar.

1h21. Decidi botar o MGS4 e ele tem um update de meio GB para fazer. Só me resta esperar. Acho que não vou jogar hoje. Queria que mamãe visse a abertura. É, vou deixar para amanhã, já está tarde. Vou ligar o ar. 1h39. 71%. Dez minutos para acabar o download. Espero que role. Uma coisa que me dei conta é que as luas em Super Mario Odissey lembram a coleta de troféus nos games de Playstation, você ganha por grandes façanhas e por coisas ridículas. Lembram, mas não muito. Lembram só um pouquinho. Eu sei que o senso de recompensa é praticamente o mesmo. Adoro ganhar troféus nos jogos de PS3. Uma mecânica que não rola nos consoles da Nintendo.

1h47. 80%. Oito minutos. Vou pegar água.

1h53. 84%. Sete minutos. Eu queria me deitar. Mas vou esperar o jogo instalar. 87%. Sete minutos. Devagar se vai ao longe. Quanto tempo passo longe dos controles, pior me torno nos games. Tenho que ter isso em mente. E que talvez esses jogos tenham sido feitos para caras tão ruins quanto eu também, só que eles se tornam muito mais frustrantes porque gente que é ruim morre muito mais. E não tenho mais aquela gana de só mais uma tentativa. Pelo menos não nos jogos que ando jogando. 2h02. 91%. Cinco minutos. Preciso cortar o cabelo e fazer a barba. Mais a barba que o cabelo. Pedirei que a cabeleireira corte bem pouco o cabelo. Gosto dele assim. Gosto da barba também, mas para não parecer muito mais velho do que já sou. Pelo menos é o que dizem da minha barba. 2h06. 94%. Três minutos. Quero dormir. Vou fechar aqui o computador.

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14h46. Acordei e o que eu ia escrever nem vou, meu superego suprimiu para não ferir sentimentalidades. Estou é com vontade de voltar para dormir. Não queria viver as próximas horas. 16h54. O estresse se desenrola lá fora. Vou botar o som. Não estou a fim de ouvir som agora. Vou botar. Meu irmão JP aparentemente chegou.

15h18. Foram o meu padrasto, meu irmão JP e seu filho à piscina. Mamãe fala com minha avó pelo telefone. Pelo menos minha mãe entretém a minha avó, pois fala bastante. Vovó ainda está vivenciando o luto de vovô. Eu quero comprar Coca. Eu nem sei o que quero. Estou assim ultimamente. Instalei o MGS4 no meu PS3 ontem, mas nem comecei, fui dormir. Já não tenho a mesma convicção que tinha ontem sobre assistir o “Alien Covenant”. Talvez à noite. O MGS4 é uma incógnita. Não gostei de a minha mãe ter dado as cédulas antigas que meu pai e meu avô me deram para o meu padrasto, que coleciona dinheiro. Mas quer saber? Tanto faz, na verdade. É só porque tinha aquela caixa como a minha caixa de tesouros da infância e tudo lá era meio sagrado para mim. Mas sequer olhava o seu conteúdo de quando em quando. Bastava-me sabê-lo guardado e seguro. Espero que não tirem mais coisas da caixa. Além dela só me sobraram de recordações da infância os dois carros, um dos Comandos em Ação e um Mutante Master. Um dos presentes, que não videogames, que mais fiquei feliz de ter ganhado. E resistente, sobreviveu todos esses anos e, mais ainda, tem sobrevivido aos meus sobrinhos. Por sinal, não sei por onde os veículos andam. Será que guardaram junto com os brinquedos da gurizada. Preciso averiguar isso. Não os quero lá. Quero-os aqui, no meu quarto. Não sei como vão caber todas as minhas coisas no quarto, com a reforma, mas hão de caber. Eu acho que as colocações que fazia no maravilhoso mundo dos bonecos afetavam mais a Sideshow que os próprios colecionadores. Fiz uma pontuação sobre camisas quando comprei a minha e dois dias depois a Sideshow estava sorteando camisas no Twitter. Pode ser mera coincidência. Assim como pode ser mera coincidência o Swamp Thing ter sido lançado exatamente pelo mesmo valor que eu sugeri, não muito mais como muitos sugeriram. Sei lá. Podem ser coincidências mesmo e eu quero criar uma ilusão de poder que eu realmente não possuo. O pessoal voltou da piscina. Espero que não venham aqui. Estou antissocial hoje. Quero ficar aqui com as minhas palavras. Eu sempre quero ficar aqui com minhas palavras, eis a verdade. Cada vez mais verdadeira. Para infelicidade do meu eu social que fica extremamente prejudicado. Fiquei contente que meu primo-irmão foi a Natal por dois motivos: primeiro que havia uma razão para ele não me chamar para nenhum programa, segundo por não precisar participar de nenhum programa. Queria que meu irmão JP passasse da parte do God of War II que não tenho paciência de passar. Na verdade, acho a dificuldade das fases mais avançadas do GoW demais para mim. Não tenho paciência nem habilidade. Se Sandy, que escuto agora, virou adulta, por que não eu? Será que eu sou adulto e não me apercebo disso? Será que eu me coloco numa posição infantilizada por causa da minha mãe? Não posso culpá-la por tudo o que acontece comigo ou pelo pouco que sou. Sou muito pouco, mas o pouco que sou me é o bastante. Sou uma alma livre. Que mais poderia eu ansiar? Uma namorada seria algo que me amadureceria? Me tiraria dessa postura regredida em que eu acho que me encontro? Nem sei se me encontro, mas sinto que sim. Agora, com o pessoal aí fora, fico empulhado para pegar Coca e ser empurrado para uma interação social que me desagradaria no momento. Gostaria que meu irmão JP passasse da fase do GoW II, mas sei que ele não pode se ausentar da presença lá junto ao petiz. Minha mãe disse que o QI do meu sobrinho é extremamente alto. Curioso, parece-me um guri normal, um pouco superativo, mas vejo que a família não-nuclear já o trata como uma criança especial na pior acepção da palavra, visto que foi diagnosticado com TDAH ou sei lá como é a sigla para essa nova “doença”. Acho que isso só reforça o seu papel de doente dentro da sociedade, o que nunca é bom. Pelo menos eu não acho bom, me colocarem no papel de doente da família. O pior é que visto a carapuça muito bem. Aliás, aos poucos desaprendo cada vez mais a estar em sociedade. Tanto é que fui parar no grupo de assexuais, mas acho que não é a minha praia. Só tem gente frustrada. Se bem que afetivamente eu posso me considerar frustrado, mas não vejo utilidade em ficar me lamuriando disso no Facebook. Ainda na dúvida se continuo nesses grupos, o oficial ou o de paquera. Os caras no de paquera comentam que não rola nada de mais substancial com as pessoas do grupo. Nossa, como queria pegar Coca. Acho que vou encarar. 17h22.

17h26. Passei pela sala e dei oi para o meu sobrinho e fui para a cozinha colocar Coca. Na volta não falei com ninguém, estavam todos concentrados no guri e no Lego que mamãe deu a ele, aproveitei e passei rapidinho. Sou jovem para ser velho e velho para ser jovem, parafraseando Sandy que canta “Aquela dos 30” no som. Eu não consigo me enxergar como alguém de 40 anos. É muito triste ver os meus amigos envelhecendo. Ver que a minha geração vai deixando de ser a geração que acontece. O que era para acontecer com todos – ou praticamente todos – já aconteceu. Há o lado bom da estabilidade na vida e de uma sobriedade e maturidade no lidar com ela. Mas saber que em breve, pois como já disse antes, quanto mais o tempo passa, mais rápido ele passa, zune, eles estarão grisalhos e cheios de rugas. Isso me incomoda deveras, pois é um espelho do que está acontecendo comigo. Dá vontade de não ser eu, ao mesmo passo que quem eu sou, é a forma mais confortável/agradável que encontrei de ser. Principalmente porque me livrei da competitividade enlouquecedora do mercado de trabalho capitalista. O que será que falam de mim quando não estou? Nada de bom é o que imagino. Gostaria que não falassem nada. Quem são eles? Quem são esses que fofocam de mim? Todos os que me conhecem, eu assumo. Não que eu seja um assunto comumente trazido à baila, mas momentos devem acontecer depois dos encontros comigo, que conversas acerca do meu comportamento devam surgir, visto que cada vez me torno mais introvertido e esquisito para os padrões sociais. Pelo menos é assim que me percebo. Pode ser que tenham uma percepção diferente, ou melhor, que nada comentem. Como queria que nada comentassem. Que não fosse alvo dos interesses alheios, da escrutinização e da especulação dos outros. Mas acho isso meio inevitável quando se está inserido socialmente. Posso estar viajando e me dando mais importância que a minha insignificante pessoa merece. Tomara que assim seja. Fico pensando que a interação social mais confortável/agradável que tive nos últimos tempos foi com o meu amigo jurista no dia do Super Mario Odyssey. O primeiro dia de Super Mario Odyssey, espero. Pena que o jogo tenha fim. Mas virou o mês. Pode ser que role cinema, provavelmente o novo Thor nessa semana que vem ou na próxima, quem sabe. Mas preferia mais do que o cinema, mais uma dose de Mario, nas mesmas condições da vez anterior. Se possível mais prolongada. Ouvindo Nirvana agora. 18h10. Fui pegar Coca. Meu irmão JP educando minha mãe sobre os celulares que ela pretende comprar nos EUA. É um tanto mórbido ouvir o som de alguém que se matou, de um suicida, muito mais complexado do que eu. Principalmente sua última obra, quando talvez a ideia de morte já estivesse mais presente e enraizada. Foi alguém que chegou ao topo e não viu nada que valesse a pena lá. Alguém bem ferrado da cabeça, apesar de muito bonito, e, pior, viciado em heroína. Sei lá o que estou falando de Kurt Cobain. Não tenho aval para especular sobre as razões de viver ou morrer de outra pessoa. Acho que me verem como um doente tem suas benesses, me permite ser mais do jeito que eu sou, me dá a liberdade de mudar quando e se me apetecer. Minha mãe disse que voltaria à terapia na semana que vem. Espero do fundo do meu ser que sim. Sei que ela não está lendo o blog, pois me perguntou sobre o videogame que joguei com meu amigo jurista, o que foi esmiuçado da melhor maneira que pude fazer no post passado. Ainda estou com Cidade de Deus na cabeça. Acho que porque é tão raro ver filmes que eles me impressionam mais. Mas lembro que mesmo quando era mais assíduo a cinemas, à época de Cidade de Deus no cinema, o filme me causou forte impressão. Acho que é um filme marcante. Mas fiquei com Blade Runner na cabeça por um bom tempo também. Sei lá. Cada vez sei de menos coisas. Ou cada vez dou menos coisas como certas. Mas cada vez me importo menos em saber também. Minha curiosidade que sempre foi muita com o tempo diminui. Cada vez me importo menos com as coisas e me fecho em mim. Me basto. As bonecas são mais uma porta que se fecha. Agora que abandonei o maravilhoso mundo dos bonecos, não tenho mais um dos canais de informação (inútil) que me agradava. Mas, a não ser que a Sideshow me surpreenda, o que acho altamente improvável, só me resta o Swamp Thing, se as comissões se converterem. O difícil vai ser arrumar um local para expô-lo se o meu quarto já estiver reformado. Acho melhor desistir da ideia. Qual vai ser o futuro do meu sobrinho que agora brinca na sala e que agora tem um irmão aparentemente mais tranquilo que ele? Só de pensar me assusta. Espero que cresça feliz e amado e acolhido. Deve ser o suficiente. Eu não sei. Outra coisa que não sei e não quero saber. Não quero saber de ter filho. Só se fosse com a minha paixão platônica, depois de muita insistência dessa. Mesmo assim estou muito velho para ter filhos e não tenho paciência com crianças. Principalmente sobrinhos. Eles meio que me aterrorizam, pois eu posso ter uma influência direta em suas formações pelo grau de parentesco que ostento à revelia da minha vontade. Não quero influenciar nenhum deles. Não sou exemplo para ninguém. Eu levo uma vida muito peculiar e levei uma vida muito peculiar, que não sugiro ninguém levar. Principalmente os últimos 20 anos. Quando cheguei lá e não vi nada que me interessasse, como Kurt. Pelo contrário, o que vi me desagradou deveras e somando-se a isso o abuso de cola de sapateiro e transtorno bipolar com tendências depressivas e se tem um inferno existencial, do qual eu tive literalmente vontade de pular fora. Mas já contei isso tantas vezes aqui que já perdeu a graça.

18h57. A música de Clementine rola. É uma que... deixa para lá. Já a próxima que passou é uma. Haja sandice no (meu) mundo, viu? Aliás, o mundo anda muito louco. Eu é que estou alheio à maioria dos fatos. Pensar que nosso próximo presidente pode ser Luciano Huck. Que Trump está no poder da maior potência econômica e bélica do mundo. Não vou nem comentar, pois disso sou um completo alienado. Eu rezo (como se soubesse) pela Singularidade. Mas as tecnologias ainda estão engatinhando. Vamos ver se a Singularidade é uma criação do homem que demora muito pouco a caminhar. E daí a correr e então voar. Ela vai resolver todos os nossos problemas? Tenho muita fé que a imensa maioria. Nos tornaremos dependentes dela para quase tudo. Ela será como uma grande mãe. Vou pegar Coca. Não, não vou, pois estão todos na cozinha. Aliás, nem sei se estão mais, preciso ver. Vou checar.

19h21. Estavam somente o meu irmão JP e minha mãe agora pesquisando sobre carros. Pobre do meu irmão, sempre alugado pelos outros. O que eu queria era começar a jogar MGS4... será? Foi a vontade que me veio. Curioso. Talvez dê uma chance a ele mais tarde. MGS4, significa Metal Gear Solid 4 Guns of the Patriots, ou seja, um nome muito grande para ficar se escrevendo toda hora. Hahahaha. Todos os gamers de responsa sabem que o que MGS4 significa. Botei só para o leitor desavisado. Embora para o leitor desavisado, o nome por extenso não vá fazer a mínima diferença. Hahahaha. Bom é isso que intento jogar. Vi na casa do meu primo há muito tempo o começo do jogo e me pareceu acessível tal começo. Não requer grandes habilidades. Acho que eu consigo desenrolar. E gosto de jogo em que a melhor tática é evitar o inimigo, sou péssimo de confronto, troca de tiro etc. Prefiro ir na surdina. Vamos ver. Vamos ver primeiro se eu vou jogar mesmo. Me olhei no espelho agora há pouco e minha barba está realmente grande, preciso apará-la o mais rápido possível. Queria fumar um cigarro de verdade. Mas só quando o meu irmão JP partir. Preciso acender a luz do meu quarto para botar mais líquido no Vaporfi. Já está ficando com gosto de queimado. Péra. 19h37.

19h39. O processo é muito mais rápido do que julgava ser. Só é um tanto complexo porque esse tanque novo não fica em pé de cabeça para baixo, como o anterior, que tinha uma piteira que permitia isso. A Coca e o gelo já acabaram. Se for pegar agora vai ser estranho, mamãe pode reclamar, o meu irmão pode me achar muito arredio, só saindo para pegar Coca. Não quero nada disso para mim. Não agora. Vou dar mais tempo. Por algum motivo as letras vem me parecendo como vitrais ou coisa do gênero. Acho que tem a ver com uma sacola, acho que era sacola, que vi quando criança que tinha as letras grandes, pretas, com os buracos fechados das letras pintados de cores com verde e laranja. Vejo-as agora e as projeto pintadas nesses tons. É uma percepção estranha, mas não desagradável. Me desconcentra algumas vezes, mas afora isso, mal não faz. Não sei se quero que passe, talvez me dê ideia para alguma camisa. Mas não é uma percepção que está sempre presente é apenas em alguns momentos, acho que é isso que dá olhar tanto para letras. Hahahaha. Pensei fortemente em fazer um live stream de mim escrevendo agora. Mas desisti da ideia. Já tem o documentário do meu amigo cineasta, para o qual não captei novas imagens. Também, não faço nada que ele não tenha filmado. E o que faço que ele não filmou é da minha inteira privacidade. Inviolável. Uma amiga do CAPS me contatou, mas parou de se comunicar. Estranho. Mas deixa para lá. Voltou a se comunicar.

20h19. Agora ela está tendo um papo comigo.

20h27. Deixei a conversa no ar. Acho que tudo que tinha para dizer, disse.

20h33. Estava colocando dois filmes para baixar. Filmes que provavelmente não assistirei, mas não resisti. Eu não vi nem o Homem-Aranha novo ainda. Não vi nem o “Alien Covenant”! Vamos ver se hoje jogo MGS4 e assisto o danado do Alien. Ainda é cedo. Poderia começar agora. Agora ainda não. Por mais que a vontade de jogar o game esteja crescendo em mim. Meu Vaporfi com bateria recém carregada e com tanque cheio. Ainda estou na primeira Coca, a noite promete. Ainda mais com essa vontade crescente de jogar. 20h42.

20h52. Troquei uma ideia rápida com o meu irmão sobre videogames. Não vou relatar aqui pelo bem de quem lê. Mas ele não havia jogado MGS4. O que me dá ainda mais vontade de jogar. Estou quase, quase botando o jogo para rolar. Na verdade, eu não sei o que me impede, que bloqueio é esse. Chega a ser enervante. Eu me lembro com certa clareza do começo do jogo e ele não oferece nenhum desafio frustrante, é mais um tutorial. Lembro que me frustrou o personagem não ser capaz de pular ou subir em cima de uma caixa. Achei essa mecânica muito limitada, mas deve se prestar ao que o jogo se propõe. Enquanto eu divago sobre jogar ou não jogar um videogame idiota muitas outras pessoas têm preocupações muito maiores no mundo. Isso é tão injusto com elas. Todos deveriam levar a vida com a facilidade que eu levo. Algumas, e isso deve ser levado em consideração, se metem em confusões por escolha própria. Me apiedo delas da mesma forma. Seria bom um mundo sem problemas ou grandes problemas. Fome. Guerra. Miséria. Nada disso deveria existir mais na humanidade. A base da pirâmide social deveria ser colocada num patamar mais alto, todos os direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos deveriam ser providos a todo e cada ser humano. Essa deveria ser a meta de todos os governantes. Quem sabe quando a Singularidade chegar.

21h14. Me perdi nos meus próprios pensamentos, foram tantos e tão diversos que nem me recordo, nem me lembro do fio condutor que os desencadeou. A maioria, como de praxe, como os relatados aqui, dispensável. Vou limpar os óculos para começar a jogatina. Não ainda. Mas vou limpar meus óculos e pegar Coca.

21h23. Óculos limpos, nova Coca aberta (infelizmente) e... e? Não sei. Não estou com vontade de jogar agora. Parece que meu irmão já foi. Eu também não tenho obrigação de ficar escrevendo aqui. Só devo escrever quando me der prazer.

21h29. Dei uma namorada na minha estátua do Hulk e cá estou de volta. Sonho com o dia em que ela estiver exposta aqui do meu lado direito. Eita, uma que não passava há um tempão. “Mercy Mercy Me (The Ecology)” versão Strokes com direito a Eddie Vedder. Por que, por que, meu deus, eu não ligo a bendita TV e começo a jogar? Fui dormir de 2h30 da manhã instalando esse danado desse jogo. Bom, deixar a coisa fluir como deve ser. Não vou me forçar a fazer uma coisa que não estou a fim de fazer agora. Mas que definitivamente farei antes de dormir. Mesmo que por obrigação. Eu sei que vou acabar me divertindo, pelo menos no tutorial. Ao contrário do Zelda, que gostaria de pular o tutorial e, magicamente, de posse de todos os controles do jogo, entrar direto no mundão, o que não ocorrerá.

23h15. Joguei Metal Gear 4 até agora. Não posso dizer que gostei do jogo. Os gráficos para mim parecem datados em comparação a outros que o sucederam. Mas estou bem no começo do jogo. Eu gostaria que houvesse um método silencioso de derrubar os inimigos, se bem que há a pistola com silenciador, mas estou tendo dificuldades com a câmera do jogo. Coloquei no modo easy para não ter estresse. Senão já teria morrido um monte de vezes, visto que fui metralhado muito mais do que metralhei os oponentes brigando com a câmera. Hahahaha. Eu pensei que nesse jogo eu poderia zerar sem matar nenhum inimigo, mas não parece ser o caso. Ou então sou muito ruim de stealth. Joguei até a parte que meu primo jogou e parei. Encheu por um dia. Ou noite. Realmente não estou com saco nenhum para controlar videogames, gosto de assistir videogames. Isso me interessa muito mais. Acho que porque me tornei um jogador medíocre ou porque ache os controles frustrantes. A Singularidade dará um jeito nisso também. Mas acho que a criatividade humana, o senso de diversão, deve ser difícil para uma máquina apreender. Porém acho tudo possível. Tudo de miraculoso que aconteceu na tecnologia desde a invenção da roda até este computador em que escrevo corrobora para eu não limitar o meu ideário. O paradigma de papai vai ser quebrado. De que a ciência consegue destruir o cérebro de Beethoven, mas nunca criará um gênio como Beethoven. Veremos, papai. Veremos.

1h55. Estava pegando umas estrelas no Mario Galaxy. Mas confesso que, embora mais inventivo que o Odyssey, eu já vi todas as fases e o jogo está feio, com baixa resolução para uma Full HD. Feio é exagero. Mario 3D até que segura bem com o tempo. Havia coisas das quais não me lembrava, mas não gostei delas.  

2h11. Fui comer tortinhas de limão com Nutella. Delícia. Agora é me preparar para o banho. Vou tomar meu banho. Acabar a Coca aqui primeiro. 2h17. Estou comendo o gelo do copo para ir.

2h43. Tomei banho. Estou limpinho e cheiroso e bebendo o meu último copo d’água para ir dormir.

2h50. Prefiro jogar Galaxy a Super Mario 3D World. Acho mais divertido. Eu fiquei meio traumatizado com o 3D World, pois joguei tudo de novo também, pois já o havia zerado na casa da minha prima. E naquela época eu era secão mesmo de videogame, mergulhei com todo o gosto, mas foi um jogo que não me chamou tanta atenção nos gráficos quando Mario Oddyssey.

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14h57. Acordei ou fui acordado agora há pouco. Já guardei os pratos, fumei um cigarro, enchi a água da geladeira. Mamãe me indagou se eu havia avançado no jogo (MGS4). Eu disse que não muito. Não sei se avançarei mais. Não sei se estou com saco de tentar. Estou com calor. Vou ligar um pouco o ar. Acordo com um humor ruim hoje. Queria ter dormido mais. Estou com sede, mas não quero ir na cozinha com o pessoal comendo lá. Não estou com cabeça para escrever, acordei há muito pouco tempo. Ainda estou reativando Tico e Teco. Uma coisa que me marcou ontem, foi que mamãe me deu um beijo de boa noite na cabeça por livre e espontânea vontade. Achei bem legal. Bom. Gostei. Inusitado. Nossa, já está com dez páginas. Vou revisar para publicar.

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