sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

NITENDO SWITCH? NINTENDO SWITCH!





14h50. Dormi bastante. Estava precisando. Fui checar o status do Switch e deu “out for delivery”! Estou aqui só esperando o meu filhote chegar. Também estou saturado de escrever. Escrevi demais ontem. Sem saco nenhum para isso. Fui fumar no frio e o vento gelado no meu brinco fez o furo no ouvido ficar doendo. Que inusitado. Vivendo e aprendendo. Brincos não combinam com inverno. Bem, sou todo expectativas hoje. Pior que TV agora, só quando o meu irmão chegar do trabalho, se ele chegar com paciência para tanto. Tomara que chegue. Ou que arrume. Um tantinho de nada. Só para conectar o Switch na TV da sala. Acho que descer a TV do quarto vai dar muito mais trabalho.

16h23. O Switch chegou! Tudo ao mesmo tempo. Quando vi, o status havia mudado para “delivered”, Abri a porta e não vi nada no batente, quando olhei mais adiante, os pacotes estavam em cima da neve perto da passagem de carro. Fiquei chocado e fui logo pegar. Achei a caixa muito pequena para ser o Switch, mas pesada o suficiente para ser. No envelope senti os contornos do Super Mario Odyssey, então na caixa só poderiam ser o Switch e os joy-cons adicionais. E eram! Urrú! Finalmente tenho o meu tão aguardado Nintendo Switch! Falta testar. Fiquei chocado novamente com o tamanho dos controles, de tudo, mas resolvi desencucar com isso.

17h04. Almocei e me dediquei até agora a configurar o sistema. Está carregando para que o meu irmão desenrole uma TV para que eu possa testar um jogo nele. Não vou jogar na tela pequena, eu mereço o melhor. Não tirei ainda o grip nem o dock da caixa. Não preciso deles agora. Como supus, o cabo HDMI do Switch é muito curto. Não sei como conectarei a tomada do Switch no meu estabilizador, visto que é como a de um celular, não como as antigas cuja caixa transformadora ficava no chão e um fio como uma tomada normal saía dela. A Nintendo tomou todas as medidas para garantir a portabilidade do console, realmente a parte de ser um console de TV ficou em segundo plano. Não interessa, esse é o meu plano principal e só não é o único, pois pretendo jogá-lo durante os voos de volta, eu acho. Mamãe já concordou em me dar o case para o Switch. Estou novamente dividido entre o amor e a repulsa ao console. Deve ser a “depressão pós-parto” ou anticlímax da aquisição do meu novo filhote. Preciso escolher o melhor case para ele. Tem um que é a sugestão da Amazon, tem outro que é licenciado pela Nintendo e há um terceiro que diz que cabe a tomada. Preciso escolher entre esses 3.

18h25. Os meninos estão fissurados com o videogame, mesmo sem estar ligado. Prevejo problemas.

19h07. Vou pedir para o meu irmão ligar o videogame só depois que os meninos forem dormir, senão estou lascado. E meu irmão não permite videogames durante a semana para os filhos. Só no domingo. Espero que no domingo o Switch já esteja devidamente embalado para a viagem. Só preciso testar um dia, ou melhor, uma madrugada, para saber se está tudo funcionando ou não. Seria melhor duas madrugadas. Ou três. Hahahaha. Veremos. Tenho que esperar meu irmão chegar para debater com ele qual a melhor solução. Se ele quiser ligar a televisão de seu quarto aqui no escritório-ilha, certamente não me incomodarei. Hahahaha. Mas tudo de acordo com o dono da casa. Se ele não quiser ligar em nenhum TV, é a vida. Mas queria testar na TV, queria muito ver na TV. O Zelda, principalmente, pois o Mario eu já vi. Preciso saber se os Joy-Cons amarelos estão funcionando. Estou todo animado de novo com o meu console.

19h31. Enquanto isso, meu sobrinho mais velho está se divertindo a valer com mamãe fazendo experimentos de química. Isso é que é diversão educativa. Ele está chamando o experimento de “the best” e “supercool”. Nunca um videogame daria esse senso de maravilha ao guri. Só se o guri fosse eu. Hahahaha. Estou risonho hoje porque ganhei o meu presente predileto, um videogame. Da Nintendo, mais especificamente. Se bem que pirei também quando ganhei o PS3. Fiquei muito impressionado com os gráficos à época. Do God Of War Ascension. Mas tinha uma recaída de cola planejada e foi terrível. Estraguei a felicidade do PS3 ou a protelei longamente. Ozzy. Meu passado foi tétrico. Meu presente livre das drogas é muito melhor. Que continue assim. E vai continuar. Pensei ter ouvido a voz do meu irmão, mas foi o tio da minha cunhada. Estou com saudade do meu irmão. Vai ser chata essa parte de ficar longe dele em Recife. Fico até me sentindo culpado por não estar aproveitando tanto a sua companhia quanto poderia. Mas acho que amanhã ele vai passar o dia no escritório-ilha. Então talvez possamos privar um da companhia do outro. Embora não queira atrapalhá-lo em seu trabalho.

21h00. Mamãe comprou o case para o Switch, o MGS V e o cabo de HDMI. Não há mais nada que eu queira dos EUA. De não consumível, pois seria ótimo ter uma Coca-Cola aqui para beber. E mais uma carteira de cigarros, por precaução. Aparentemente deu uma bronca no trabalho e meu irmão vai chegar em casa mais tarde hoje. Não terei coragem de pedir que ligue o console na TV. Seria cara de pau demais da minha parte. Poderia pedir para eu mesmo tentar ligar, mas acho que isso o deixaria com uma pulga atrás da orelha. Não sei o que vai ser. Veremos. Eu sei que eu poderia jogar os games em modo portátil, mas simplesmente não aceito isso. Eu tenho que testá-lo na telona. Senão só testo no Brasil. Acho que está tudo funcionando. Não é possível que os games venham com mau contato. Ou que os Joy-Cons amarelos estejam com defeito. Ou que o dock não esteja funcionando. A probabilidade de qualquer uma dessas coisas acontecer é mínima. Mas que queria jogar no dia em que ganhei, isso eu queria. Será o primeiro videogame com o qual não farei isso, provavelmente.

21h54. Não faria. Liguei o dane-se e comecei a jogar o Mario em modo portátil com os Joy-Cons amarelos-limão. É muito massa. Um deleite. Agora entendo porque o meu amigo jurista queria poupar ao máximo essa delícia. Percebi também que estou com o meu ombro direito meio detonado mesmo. Ficou dolorido depois de jogar. Nossa, que bom que gostei do jogo. Adorei para ser mais preciso, só faltou ser na tela grande. Embora a tela do Switch tenha uma excelente resolução. Fiquei feliz com o modo portátil, estou me coçando para mexer nele de novo. Reconfigurar o meu nome para Mário. Ou Mário Barros. Que é quase Mario Bros. Hahahaha. Agora o Zelda, só na telona. O Zelda para mim equivale a uma experiência cinematográfica. Aliás, ambos equivalem. Só que um é um filme tipo Senhor dos Anéis e o outro uma animação da Pixar. Meu pé fica coçando dentro do tênis, não sei por que isso. Será que estou com alguma coisa nos pés? Alergia ao sapato existe? Não acho que seja isso. Quero que os meninos vão dormir. Quero tentar ligar o Switch na sala. Mas sem a aquiescência e supervisão do meu irmão não rola. Sobre a câmera do Mario, o jogador é incentivado a controlá-la desde o início do jogo, então ela se tornou parte dos controles para mim. Intuitivamente eu já ajeito a câmera sempre que julgo necessário. É parte da experiência, não é como o Mario Galaxy, que possuía uma câmera superinteligente. Acho que nesse jogo nem cabe porque ele é um jogo de exploração, então é impossível prever qual o caminho que cada jogador vai seguir, isso é muito variável, errático. Eu, por exemplo, quis jogar o chapéu e acender todas as luzes da fase introdutória do jogo. Acredito que poucos jogadores tentaram isso, ainda mais sem saber as propriedades do chapéu de antemão. Estou ainda na segunda fase, mas já estou cativado pelo jogo. Estou muito satisfeito com o Switch so far. O tempo que passei jogando, cerca de meia-hora, consumiu, junto com o tempo que passei nas configurações, 20% da bateria, então ela segura mais do que imaginava. Não sei se o Joy-Con amarelo drenou energia do console, não sei se ele vinha carregado ou não. Não atentei para esse fato. O cartucho, que julgava pequeno, é ainda menor do que eu imaginava. Deve ter no máximo 2,5 cm por 3,5 cm. É minúsculo. Tudo no Switch é minúsculo, agora comprovo. Só a diversão é gigante. E nem joguei o jogo do ano ainda. Mas Zelda é um tipo de diversão diferente do Mario. Mario é diversão em estado puro. Delícia, delícia. Zelda é um pouco mais sério, mais maduro, mais cabeça. Acho que a comparação cinematográfica que fiz resume bem os estilos de diversão dos dois jogos. E o Mario está cheio de personalidade, tem várias expressões novas e diferentes.

3h08. Estava jogando o Zeldinha, que de “inha” não tem nada, o jogo é imenso, lindo e misterioso. Desisti porque morri duas vezes. Aí fui jogar um pouco do Mario e cheguei na bendita cidade em que meu amigo jurista estava e que também servia de demonstração nos gabinetes da Nintendo na Gamestop. Aí parei com a jogatina e desmontei tudo da sala menos o dock do Switch. À noite, quando as crianças estiverem dormindo e ninguém quiser ver TV, eu plugo o Switch e vou jogar. Pelo que entendi, as armas do Zelda se quebram, então tenho sempre que pegar uma arma nova das que os inimigos deixam cair no chão. Por sinal, os inimigos são bastante inteligentes e percebem desde longe a minha presença. O jogo é muito grande, não tenho nem ideia de como vou explorá-lo todo. Mas tentarei. Não notei serrilhado e os gráficos todos são de desenho animado. Bem, eu parei de jogar porque estava com sono. Então vou dormir logo, porque senão vou jogar mais um pouquinho do Zelda e então lá se vão mais duas horas de jogo. Prevejo que vou ter muitas e muitas horas de jogo pela frente. Espero que os inimigos não renasçam quando desligo o console. Ou de nenhuma outra forma. Vamos ver se o Zelda barra o FarCry 3. Estou impressionado com os gráficos me pareceram bem melhores que na Gamestop. Ei, xau, vou dormir. Senão é melhor ligar o console e jogar mais um pouco que é o que estou quase fazendo.

-x-x-x-x-

12h23. Acordei, vi meus e-mails e não, não joguei mais ontem. Preferi dormir. Hoje, me arrependo, pois não posso jogar enquanto os meninos estão acordados. Minha mãe já disse que eles ficaram olhando o dock do Switch e me sugeriu tirá-lo de lá, o que prontamente fiz. Descobri que as caixinhas dos jogos do Switch são quase que exatamente do tamanho da tela do console. Será que há uma conexão? Não duvido. Meu irmão trabalha hoje no quarto. Queria muito ver a tela ou as telas, visto que ele tem três monitores acoplados à sua frente, do seu trabalho. Não sei se ele me permitiria e estou cheio de dedos para perguntar. Mamãe disse que hoje é dia de banho, avisei que não tenho toalha. A minha coloquei para lavar, mas algo aconteceu com a máquina, minha cunhada acha que a água congelou dentro do cano, que ela não está lavando. O encanador já foi acionado, parece que vem hoje. Estou na secura de jogar o Zelda. O Mario nem tanto, pois cheguei naquela fase que já vi e revi. O Zelda é ou está, com três mistérios para eu desvendar. Três locais para eu acessar, mas não faço a mínima ideia de como acessar os locais. Morri numa travessia que pensei possível escalando as montanhas. É interessante como é fácil para Link ultrapassar obstáculos nesse jogo com essa nova habilidade de escalar, o jogo fica muito mais gostoso e acessível assim, eu sinto que eu tenho a capacidade de explorar qualquer lugar que o meu fôlego ou estamina permitir. Meu irmão deixou eu ver as telas do seu trabalho, interessante que ele pode puxar as telas de um monitor para o outro elas meio que “grudam” e se adequam ao tamanho do monitor em questão. Vi o que achava que iria ver, muito código, letra, e nenhum gráfico. Programador trabalha com as coisas por trás dos gráficos, não precisa deles para fazer o seu trabalho. Mamãe vai passar o dia no outlet, seu maior desejo quando em terras americanas. Quer ficar das 11h00 às 17h00 lá. Engraçado, quem mais atrapalha meu irmão não são as crianças, mas a própria esposa. Ela entra praticamente de cinco em cinco minutos. Mas hoje é um dia sui generis, havia uma série de coisas a serem combinadas. Não estou com saco de escrever, eu queria era jogar o Zelda. Mas acho que em modo portátil, atrapalha o meu irmão. A não ser que coloque o fone. Boa ideia, acho que vou fazer isso já-já. Meu irmão perguntou se o Sansar estava rodando no meu computador. Eu disse que não, mas que iria tentar mais uma vez.

13h21. Não funcionou de novo. Ele acha que é porque o meu computador não aguenta o tranco. Eu acho mesmo. Minha tela está muito suja. Estou com vontade de jogar o Zelda e sem vontade de jogar o Mario, achei que se daria o contrário. Legal, pois eu sei que o Mario eu vou ter vontade de jogar depois. O Zelda, eu quero jogar, mas ainda não estou totalmente cativado pelo jogo. Gostei muito das inovações em relação à história e a mecânica do Sheikah Slate. Não sei se Link vai adquirir novos poderes como nos demais jogos da franquia visto que praticamente todos os botões já têm funcionalidade. É um jogo bastante complexo e penso que, se não avançar nele aqui, recomeçar lá em Recife. Não sei. Sei que faltam sete dias em terras americanas para nós. Estou adaptado com o tamanho dos Joy-Cons, mas ainda não peguei como é que se joga com um controle em cada mão, como sugere o Switch em relação ao Mario. Esse post decididamente não divulgarei. Está muito chato e vazio. Quando a minha cunhada voltar de onde quer que ela tenha ido, peço uma toalha nova a ela. Eu pedi logo que acordei, mas estava tudo tão atribulado e apressado por aqui, que a toalha ficou em terceiro plano. Na volta, com a maioria dos problemas resolvidos, eu volto a pedir. Acho que vou jogar Switch com fone de ouvido.

15h01. Joguei o Zelda até agora, sem contar com o cigarro que fumei. É um jogo muito grande. Perfeito para esticar as ideias. Peguei mais uma orb. Ainda faltam duas para sabe-se lá o quê. O velho que me auxilia nesse começo de jogo me parece muito com o rei de Wind Waker. Mas isso para o leitor leigo não significa bulhufas. E pode nem ser ele, mas minha intuição diz que sim. O jogo é monstruoso. Estou na primeira zona dele e esta já é enorme. Os gráficos são lindos, mas gostaria muito que o próximo Zelda fosse realista, na medida em que o Zelda pode ser realista. Mas sem ser cell-shading. Eu sei que os gráficos como são oferecem um frescor raro nos dias de hoje em que tudo tende ao hiper-realismo. É um estilo único e talvez o único estilo gráfico que o Wii U ou o Switch segurem para um mundo tão gigante. Também é o estilo gráfico que dá menos trabalho, ou seja, consome menos mão-de-obra e tempo para ser produzido. De toda sorte, acredito que o próximo Zelda, se houver, será com gráficos realistas. Para o próximo console da Nintendo, digo. Se próximo console houver. O Mario, eu não vejo mais como evoluir. Não consigo imaginar o que mais podem inventar para a franquia. Depois da mecânica do chapéu e dos gráficos mais detalhados do Odyssey, fica difícil imaginar como o Mario possa surpreender. Estou totalmente aclimatado com os Joy-Cons. Essa noia já superei. Com o a secura do Zelda saciada, me dá vontade de jogar o Mario. Meu irmão está num astral bom hoje. As crianças o fazem feliz. Parou para almoçar agora e brinca e conversa com os filhos. Pela voz sente-se feliz. É muito bonito isso. Me dá até vontade de ter filhos.

15h26. O filho do meio do meu irmão, segundo ele, é o mais secão de videogames. Já veio aqui olhar se eu estava jogando. Coitado. Não estou muito a fim de deixá-los jogar. No modo portátil é impraticável, não deixo de jeito nenhum, se derrubarem é adeus para o meu console. E não vai ter ninguém que me console dessa perda. Na TV, com os Joy-Cons amarelos, eu até que posso deixar jogarem um pouco de Mario. Eu preciso criar uma nova conta no Switch para Guests. Meu amigo jurista comemorou que estou “switchado”. Hahahaha. Estou feliz com o videogame, é verdade. Talvez tenha criado expectativas altas demais para o Zelda e ele ainda não as alcançou, mas estou ainda no começo do jogo, ainda não aprendi coisas básicas como cozinhar e planar. Estou ainda na ponta do iceberg e mesmo assim já acho massa, não tão massa quanto esperava, mas nem sei direito o que esperava. Só sei que não posso entrar no gelo senão o meu herói morre de frio. Agora entendo isso, tendo passado pelo frio daqui. Meu personagem está com uma roupa velha e fina, pelo menos assim foi descrita quando as adquiri em dois baús do lugar onde despertei. O grande mistério para mim é por que eu estava hibernando numa água mágica trancado numa caverna no início do jogo. E por que eu sou o que recebe a Sheikah Slate, objeto de uma tecnologia muito antiga do povo que uma vez habitou a terra de Hyrule. Muito legal é que tudo o que eu carrego de armas, ou quase tudo fica à vista, pendurado em minhas costas. E tem a novidade de Link ter um botão para pular, um pulo muito mequetrefe, se comparado ao nosso amigo Mario, mas algo que acontece pela primeira vez em 30 anos de série. Não sei para que os pulos, sendo tão pequenos, vão servir.

16h53. Peguei mais uma orb no jogo. Só falta uma para conseguir o paraglider. Se bem que eu não sei como o velho vai tirar as orbs de dentro de mim (pois é, as orbs entram dentro de mim quando são me dadas por uma espécie de monge mumificado ou em transe profundo, sei lá). O problema agora é que a última orb está em um local frio e, como disse, não tenho roupas apropriadas para frio. As dicas do jogo dizem que seu eu cozinhar algo quente, eu poderei resistir ao frio, só não sei por quanto tempo ou o que cozinhar. Sei que pimenta ajuda. Todavia, o velho me deu a dica para eu caçar ao norte do platô onde estou, para tentar pegar carne e tentar reproduzir a receita que ele esqueceu, aí ganharei uma panela e acho que poderei cozinhar em qualquer lugar, desde que eu tenha como fazer fogo, o que ainda não sei como farei. Pois é, é um jogo complexo. É botão que não acaba mais. E combinações de botões também. Mas, mesmo assim é divertido e diria até que acessível dada a complexidade da coisa. Existem jogos bem mais complexos. Eu já não posso reclamar de Catan ser complexo. Hahaha. Mas não tenho a mínima inclinação para Catan. Estou abismado com o meu interesse pelo Zelda, de longe o Zelda mais profundo que joguei, em termos de mecânicas. A primeira coisa que cozinhei na panela e no fogo do velho, ficou tão ruim que a imagem do prato no menu ficou toda pixelada, o que achei uma jogada de mestre, me divertiu muito, ver que o que preparei estava tão ruim que até a imagem do preparo perdeu resolução. Hahahaha.

17h25. Não sei se volte para o Zelda ou arrisque um Mario. Estou com mais vontade do Mario, mas a troca de cartuchos é algo que não quero ficar fazendo muito sob pena de estragar ou o console ou o cartucho. Ficar trocando o tempo todo acho uma atitude temerária.

18h20. Mas troquei mesmo assim e joguei o Mario até agora. Não sei se porque eu morri, eu perco as sementinhas que plantei no jarro. Espero que não. Estou mal de Mario, viu? Morri umas cinco vezes, por isso resolvi dar um tempo. Acho que a tela pequena prejudica mais o Mario que o Zelda, pois o Mario necessita de movimentos mais precisos e na tela pequena essa precisão é diminuída, acho eu. Não vou botar a culpa da minha incompetência na tela, estou jogando mal mesmo. Estou com sono. Acho que jogar games me desgasta mentalmente. Será? Sei que estou com vontade de enfrentar uma caça ao norte no Zelda. Mas não agora. Minha vista está ardendo e estou querendo fumar um cigarro.

18h59. Resolvi tomar foi um bom banho, senão ia ouvir um monte de mamãe. Melhor assim, limpinho, cheiroso, bonito e gostoso, como vozinha diz aos meninos depois que tomam banho. Estou para ter a tal da proctalgia fugax, que ozzy. Espero que não. Fiquei espantado como os meus cabelos grisalhos se multiplicaram desde a última vez que me vi no espelho.

20h18. Estou numa crise de proctalgia fugax. No meio dela. Deve passar dentro de 5 minutos. Já a estou sentindo há quase 10. É muito incômodo. Ô, dorzinha chata. Está ficando mais intensa. Ozzy. A melhor parte é que dura pouco. Vi o Sansar funcionando. No computador do meu irmão, é claro. O meu nunca rodaria. Ainda falta muito a ser implementado, não há muito o que fazer no simulador, mas algumas das possibilidades impressionam, por exemplo se o chat for ligado... a dor está passando, graças... se o chat for ligado, o avatar da pessoa emula a expressão facial e os movimentos da boca de quem está falando. Outra funcionalidade impressionante é a da roupa. Você pode puxá-la, esticá-la, deixar uma alça mais caída que a outra e por aí vai. É muito realista. E os modelos são bem detalhados, assim como a iluminação dos cenários, para quem tiver computador para rodar o programa com configuração top. Meus sobrinhos entraram no quarto para me ver jogando o Switch em modo portátil. Eu não deveria sair do jogo toda vez que vou desligar o console. Certamente não farei isso quando o tiver devidamente instalado em casa. Vou deixá-lo no sleep mode. Sair do Mario é algo que atrasa o jogo e acho que se eu não sair, começo exatamente do mesmo local em que estava. Esse Mario é mais surreal e bem-humorado que os anteriores. Há momentos psicodélicos, como gosta de dizer meu irmão, como por exemplo estátuas que remetem às cabeças da Ilha de Páscoa com óculos escuros e brincos dourados. E elas têm uma funcionalidade no jogo, isso é que torna a coisa toda estranha... e pertinente. O tiranossauro com chapéu e bigode do Mario também não deixa de ser inusitado. E só estou na terceira fase do jogo. A dor passou por completo, estar sem ela é um alívio. A outra parte boa, a sensação de alívio depois da dor. Fazia tempo que não tinha. Essa foi a parte boa dessa vez. Acho que mais de mês que não sou acometido por ela. Tomara que role um Zeldinha na TV da sala hoje. Ou mesmo a fase do Mario em que parei. Ou os dois. Os dois me parece a melhor opção. Queria ter Coca hoje. Chegou uma coisa grande para mamãe. Espero que seja a mala. Por falar em mala, acho que era para pegar a mala hoje lá no cara que está consertando a minha. Meu irmão e eu nos esquecemos. Estou satisfeito com o Nintendo Switch. Com o console e com os jogos. O console não desaponta. É uma pequenina maravilha. Não gosto de jogar em tela pequena, mas na do Switch é até aceitável. Prefiro a telona, entretanto e sempre. Mas vai ser um bom passatempo durante a viagem. O melhor passatempo possível. Melhor, muito melhor do que escrever no celular. Pena que só dure três horas. Três horas no universo de 24 horas é muito pouco. Meu deus, ainda bem que é só uma viagem de volta. Se bem que, se fossem duas, poderia levar mais bonecos. A parte pior da viagem é mamãe entupida de muamba que nem faz ideia se caberá nas malas ou não. Já estou vendo que não vou levar boneco nenhum para Recife. Pouco se me dá. Isso me lembra que mamãe vai cobrar a venda do boneco. Mamãe chegou, por coincidência. Está muito imersa nas compras. Mas lembrou do encanador que não veio. Voltou à falar de compras. Parece que a coisa grande que chegou foi a mala mesmo. Mas não é uma mala muito grande, por falar nisso. Nossa, como queria uma Coca-Cola. Vou pegar água, na falta do líquido negro. Como desativei o Mario, acho que vou de Zelda agora. 21h23. Ainda falta tempo para as crianças irem dormir e pode ser que queiram ver coisa na TV hoje. Vou pegar água.

21h29. Levei as compras de mamãe para cima e me lembrei, amanhã vai ter snow storm aqui, tanto é que os meninos não terão aula amanhã. Estou curioso para ver. Talvez dê para filmar alguma coisa diferente.

22h21. Jantei e joguei um pouco de Zelda, até a bateria do Switch arrear. Ele entrou no “sleep mode”. Vou deixá-lo assim. Os meninos vieram ver o Zelda, já achei menos adequado para idade deles, ainda bem que não me viram caçar, o objetivo que tinha a fazer a norte da nossa região, me viram só lutando contra o gigante de pedra – sem sucesso – e fugindo dele encontei um animal noturno, um morcego ciclope, cujo nome no jogo me esqueço e aí a bateria pediu penico.

22h57. Os meninos foram dormir, meu irmão e sua esposa me liberaram para jogar o game na sala. Uêba! Estou só felicidade. E vou encarar o Mario também. Meu irmão disse que vai dar até 33 cm de neve amanhã. Segundo o tio da minha cunhada, começa a neve às três da matina e segue pelo dia todo. Vou fumar um cigarro, para instalar o Switch na sala. Quero ver como vou fazer para fumar amanhã.

3h57. Estou morrendo de sono. Joguei um pouco do Zelda e bem muitão do Mario. Ainda na mesma fase em que estava, tem muita coisa para fazer numa fase só, não podia nunca esperar tanto. Eu só peguei 70 e poucas das cem purple coins que há na fase. As luas não sei se peguei todas, mas peguei um bocado. No Zelda estou meio perdido. É muito diferente dos anteriores. Ainda estou na parte de fazer uma receita para o velho, mas esqueci o que ele tinha anotado em seu diário na cabana, achei a cabana ao longe, depois me perdi dela completamente. Estou lá no meio do mundo caminhando contra o vento, sem lenço sem documento e sem destino certo. Como dei por vista a fase do Mario, estou pronto para partir para a próxima, é hora de jogar o Zeldinha. Porém, dou um tempo aqui para ver se o Switch carrega mais rápido sem ninguém jogando. Talvez se eu fechar o jogo do Mario vá ainda mais rápido. Está apenas com 62%. Quero ficar acordado para ver o início da tempestade de neve, que em tese começa às 3h00 daqui, ou seja, daqui a uma hora. São 4h06 no meu relógio e 5h00 nele equivale às 3h00 daqui. Vou fechar o jogo do Mário e colocar o Zelda. Mas não vou jogar agora.

4h15. Coloquei o Zeldinha. Mas não estou com coragem de jogar agora. Está em 67% o carregamento. Nessa velocidade só vai acabar lá para as 5h30 da manhã daqui. O chato do Zeldinha é que as armas não muito escassas, especialmente as flechas. E é muito diferente dos predecessores, a Nintendo realmente quis revolucionar nesse. O personagem do velho pelo menos é interessante. Ele “lê” o cartão de memória e por isso sabe de todos os meus passos. Sabe, por exemplo que eu entrei na cabana dele sem ele estar lá, peguei o seu machado e espiei o seu livro de anotações. Ou então sabe que eu já peguei três das quatro orbs que me deu como missão. Eu acho o gráfico do jogo mais belo a cada vez que o visito. O do Mario é muito bonito também, meu irmão ficou impressionado, mas o jogo é tão frenético que não percebo isso direito, por isso gostava de assistir o Mario na casa do meu amigo jurista ao invés de jogá-lo. Não sei se peguei mais moons do que ele nessa fase do deserto. Deserto de brilhantes areias vermelhas, diga-se de passagem. Estou com sono, muito sono, mas quero ver o Switch carregado para amanhã. Não gosto de carregar uma bateria pela metade para continuar depois.

4h33. Está em 71%. Não sei se aguentarei até os cem. E ainda tenho que desmontar o game todo, por mais que esteja pensando em deixar o dock do Switch lá de novo. Se cada um por cento dura três minutos e faltam 28, então são mais 84 minutos, ou seja, 1 hora e 24 minutos. São 4h38 lá pelas 6h00. Vou tentar aguentar. Estou me coçando para jogar o Zelda, tentar localizar a cabana do velho. Ele ainda deu a dica de onde o ingrediente que tinha esquecido estava, é algo que podia ser achado perto da torre. O pior que eu fui na torre, peguei uns dois ingredientes, que nem me lembro quais são (acho que foi um peixe e a erva de Hyrule ou qualquer coisa assim). E nem peguei tão perto da torre porque não havia ingredientes que eu tenha localizado perto da torre. Dá vontade de filar na internet qual é a receita para o frio, mas logo no comecinho do jogo ir filando é maus.

5h06 (ou 3h06) aqui em Franklin. A nevasca ainda não começou, minha mãe apareceu para me mandar dormir, mas só vou depois que o Switch carregar. Está em 78%. Além de que quero ver o começo da nevasca. É uma vez na vida que se tem uma oportunidade assim. Pelo menos para mim que moro em Recife. Merece uma fugida do horário para contemplar a coisa se dando. Esse Zelda é quase diferente demais para o meu gosto, mas acho que ainda estou na ponta do iceberg.

5h22. Nada de neve ainda e 82% carregado. No celular já está acusando pancada de neve. Deve começar em breve. Aproveitei e perguntei a quem de direito da foto da minha cadelinha Poeira, agora chamada de Princesa pela nova dona. A pessoa a quem perguntei inventou uma história mirabolante. Espero que não seja enrolada. Quero ver uma foto de Poeira para ter certeza de que está viva e bem.

5h35. Nada de neve ainda e 85% carregado. Vi daqui que o Switch entrou no sleep mode. Espero que continue carregando mesmo assim. Vou sacar se a luzinha verde do dock ainda está acesa.

5h39. Tinha apagado, então, por via das dúvidas ativei de novo o Switch. Está em 86%. De 6h00 vou olhar se a neve já começou. Enquanto isso, do que posso falar aqui? Estou curtindo mais o Mario que o Zelda. Mas o Zelda também é invocado. Só achei que teria mais coisas para fazer por quilômetro quadrado de jogo. Acho que no começo é mais simples. Depois é que a coisa fica aberta mesmo e complica, ou seja, rolam várias atividades ao mesmo tempo. Ou quero crer que seja assim. 5h45. Estou pensando no Zelda, em Poeira e, porque pensei no que estava pensando, me veio a garota da noite também, aquela linda dama a quem eu quero me entregar.

5h48. Nada de neve e 88%. Ô bichinho devagar para carregar. Aposto que se tivesse desligado, tirado do dock e deixado carregando em modo portátil a coisa se daria mais depressa. O lado bom é que os controles que carreguei e pouco usei estão ainda no nível máximo de bateria. Se bem que usei um monte agora com o Mario e o pouco de Zelda que joguei. Isso é bom. E o Switch está carregando tanto o console quanto os Joy-Cons amarelos. E estes levam três horas e meia para carregar. Estando no zero. Quero ver se ainda bato um Zelda antes de dormir e depois de experimentar a tempestade de neve. 5h52. Vou dar mais uma olhada da porta envidraçada de trás.

5h54. Nada de neve e 90% carregado. Acho que uma coisa vai acabar coincidindo com a outra. Nossa, já estou na oitava página de Word. É o meu superpoder. Encher páginas e mais páginas de abobrinha. Sim, dei uma filada na internet. Se chegar a um lugar específico, o velho me dá um casaco para enfrentar o frio. Que lugar é esse ou como chegar lá é um mistério. É no topo do monte Hylia. Mas sei lá onde é isso e se é depois ou antes de entrar na zona fria. Pelo menos como tinha anotado – e isso eu também vi – pimentas aquecem o corpo. Acho que vou procurar a cabana do velho, copiar as dicas do prato dele aqui no documento que criei para o jogo. Zelda eu só sei jogar anotando os pormenores que são muitos para eu me lembrar. Até agora só anotei propriedades de comidas, pois os objetivos estão muito claros para mim e são bastante simples com o marcador de mapas que o jogo disponibiliza. 6h02. Vou dar uma outra olhada na neve.

6h04. Até agora nada e 92%. Vou pegar água. Acho que quando carregar vou jogar meia horinha de Zelda e ir dormir, com ou sem neve. Meu computador está gelado.

6h10. Nada de neve e 94%. Acho que liguei o alarme da casa do meu irmão por engano. Fui tentar acender a luz da garagem para ver se tinha alguma Coca-Cola ou suco por lá, para saber se podia detonar um dos sucos da geladeira e acabei apertando num botão que acendeu uma luz azul de um mostrador de alguma coisa. Agora ao lado da porta da frente, o que eu imagino ser o alarme está com uma luz vermelha acesa. Não lembro se ela sempre fica acesa ou se realmente ativei o negócio. Quando for sair para fumar o último cigarro da noite descobrirei da forma mais barulhenta possível. Espero que não tenha sido isso. Muito, muito. Outra coisa que percebi é que existe uma luz lá na parte de trás da casa acesa, luz essa que nunca percebi antes. Posso ter acionado ela acidentalmente, ao invés do alarme. Ou o alarme faz isso, sei lá. Só há uma maneira de descobrir que é abrindo a porta da frente para ir fumar. Vou esperar dar 100% no Switch. Ou a neve começar, o que vier primeiro.

6h19. Nada de neve e 96%. Acho que vou começar a minha meia-horinha de Zelda. Sei que vai carregar mais lentamente, mas acho que essa nevasca não vai se dar agora. É melhor ver de dia que dá até para filmar. Suquinho de uva é bom demais. Para quem só estava na insipidez da água, é realmente uma delícia. Vou pegar o próximo copo de laranja, que gosto menos, acho muito ácido. Mas não quero acabar com o suco de uva.

6h53. Joguei minha meia-hora do Zeldinha. Não progredi nada, morri e quando desisti do jogo, o Switch estava carregado 100%. Cada vez acho o jogo mais bonito. É muito detalhado e bucólico. Fantástico. Quem não é fantástico é o jogador que roda, roda, roda e não faz nada. Mas já tenho o objetivo amanhã. Esquecer a cabana do velho e ir procurá-lo perto do gigante de pedra, que talvez consiga destruir com flechas explosivas. Tenho só cinco, então não posso desperdiçar nenhum tiro. Embora não precise enfrentá-lo agora. Só preciso cozinhar para o velho e daí partir para a montanha de neve. Farei um prato de carne, peixe e pimenta e talvez algum dos cogumelos, senão um de cada tipo e pronto. Só posso colocar cinco itens por preparo. Seja o que deu quiser. Tomara que saia algo que aqueça o corpo, no caso de não encontrar o onipresente velho para me dar o casaco no lugar onde imagino que esteja. Se não tiver, o walkthrough sugere que só comendo pimentas, eu consigo chegar lá e, onde pretendo encontrar o velho, há dois pés de pimenta. Nossa, queria jogar tudo isso agora, mas se minha mãe me pega, levo o maior esculacho. E queria jogar na telona. Na telinha não tem a mesma graça. Mas se for o jeito, será o jeito. 7h08. Vou dar uma última olhada para ver se a tempestade começou. Vou dar uma última jogada em Zelda na telinha aqui no meu quarto. Não, melhor eu ir dormir.

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13h27. Acordei com mamãe me dizendo que estava rolando a tempestade de neve. Tentei filmar com a GoPro, mas a desconfigurei de tal forma que agora ela tira fotos com timer. Ozzy. Ontem joguei ainda o Zeldinha e consegui fazer uma receita que me protege do frio por cerca de 12 minutos, de posse de tal sucesso, resolvi salvar e parar o jogo. Acho que precisarei fazer mais uma dose da receita, se tiver pimentas suficientes, para a volta do local da última orb, quiçá para a ida. Mas o jogo não pode ser tão punitivo a ponto de permitir que eu chegue ao local e não consiga voltar por falta de recursos. Seria um design de game estúpido. E o game ainda tem uma função de “autosave”, logo ficaria preso na neve para sempre, por mais que haja muitos múltiplos save points, cerca de oito ou dez até onde eu vi, então poderia em teoria voltar de uma etapa anterior à minha entrada na neve, se não passar muito tempo explorando o dungeon da última orb, o que geraria talvez muitos saves, o suficiente para eu ficar para sempre preso na neve. Só há uma maneira de descobrir, enfrentando. Que é o melhor que faço, em vez de ficar elucubrando possibilidades congelantes aqui. Sim, falando em congelante, saí na snowstorm para fumar um cigarro e não gostei muito da ideia. É difícil caminhar na neve, ainda mais com as pesadas botas para neve do meu irmão, que calça 44. Eu calço 41, 42. A neve é muito fofa e quase perdi o equilíbrio umas três vezes. A neve abundante e pequena é incômoda quase como uma chuva, pois, quando bate na pele quente derrete, mas de uma forma diferente, mais leve, a neve é leve, mais leve que gotas d’água. Já está bem alta a camada branca que recobre o mundo. Conclusão. É mais bonito de se ver de dentro da casa que do lado de fora. Meu sobrinho mais velho está totalmente aclimatado ao frio. Ficou brincando sozinho, deitado na neve no meio da tempestade. Ele se diverte mais do que se estivesse numa praia. É curioso. Minha cunhada diz que ele não se dá bem com o calor, fica com placas de alergia pelo corpo, uma novela. Mas voltando ao frio, não está tão frio, mas a neve incomoda, pois vem com o vento. Não gostei. Pensei que seriam flocos grandes caindo na vertical. E o pior, nem pude filmar para o meu amigo cineasta. É uma pena. Seria um acontecimento interessante para ser filmado.

17h34. Consertei a câmera, eu acho! Vou filmar a snowstorm enquanto há um resto de luz.

17h55. Filmei. Não sei se prestou. Fumei dois cigarros e a câmera ficou toda molhada. Acho que está filmando, pelo menos. O comportamento da máquina pelo menos indica isso. Mas não vou tirar ela de dentro do case porque, apesar de tê-lo enxugado com a toalha, acho que está ainda úmido e não quero estragar a GoPro do meu amigo cineasta. Me filmei, o que sempre acho constrangedor e narcisista, mas imagino que o meu amigo quer que eu apareça nas cenas, portanto faço isso. A neve na cara é um tanto incômoda. Mas pensei que o frio seria mais cruel comigo. Também só saio o tempo de fumar um cigarro. Sofri mesmo no dia do esqui e no dia do estádio dos Patriots, quando fiquei períodos de tempo bem mais extensos ao gelado relento. Tudo valeu a pena, entretanto, essas férias me saíram muito melhor do que poderia sequer imaginar. O frio não incomodou (muito), as crianças são muito mais doces do que esperava, os tios da minha cunhada são uma simpatia e os anfitriões são superlegais, para dizer o mínimo. Além disso, tenho Switch e acho que vou para ele agora, jogar um pouquinho de Zelda. Finalmente consegui passar do frio e pegar o paraglider como o velho e ele me contou a minha história e a história da lenda de Zelda em linhas gerais. Há duas coisas que tenho que fazer na floresta do lugar que acabei de deixar. Mas volto lá depois, tenho só que anotar no meu documento de Word sobre o jogo, senão me esqueço. Vou anotar logo.

19h31. Joguei Zelda até agora, andei para caramba, morri outras tantas vezes e ainda não cheguei em Kakarico Village, é muito gigantesco o mundo, chega cansa andar tanto, principalmente segurando o console e olhando para a tela pequena. Não posso encher o saco dos jogos logo nos primeiros dias. Isso seria ozzy. Mas é o que sinto. Não vou esmorecer ainda. Pode ser que o jogo comece a esquentar agora. O Mario já esquentou, mas não estou com a mínima vontade de encará-lo. Quando penso na tela grande, a situação melhora um pouco e a minha vontade de jogar reaparece. Não gosto de jogar em portáteis. Nunca gostei. Mesmo que o Switch tenha uma tela maior e de maior resolução do que qualquer portátil que eu já tenha visto. Fora os controles serem um tanto melhores que os de consoles portáteis. Pelo menos os sticks, se comparados com os do Nintendo 3DS ou 2DS. Mas os botões são pequenos do mesmo jeito. O incrível é que, mesmo pequenino, o negócio funciona muito bem e já me sinto completamente aclimatado aos controles. Há tantos lugares a serem explorados no Zelda que chega a ser acachapante. No pior sentido. Acredito que nunca passarei por todos os desafios do jogo. Isso levaria centenas de horas. E o que mais me incomoda é que o meu personagem está muito fraco, morre com a maior facilidade. Morri algumas dezenas de vezes no jogo, das formas mais esdrúxulas. Pelo menos Link não fala no jogo, ainda bem. Ia ser muito estranho se ele falasse. Diferente demais do jogo original. Mas o fato as armas quebrarem e de não saber arrumar corações no jogo me incomodam. Vou até filar isso na internet, tenho a sensação de que estou fazendo alguma coisa errada. O jogo não pode ser frustrante assim. Eu sou um herói muito fracote para o meu gosto. Não ocorria isso nos demais Zeldas.

20h34. Li, algumas dicas para iniciantes e descobri que no mundo não há corações (vida, life, health), a única maneira de conseguir mais corações e completando shrines, pegando as orbs e rezando nos locais apropriados, que foi onde, quando consegui as primeiras quatro orbs, em vez de pedir um coração, pedi mais estamina. Burro, burro, burro. Ganhei um tiquinho de estamina, quando podia ter ganhado um coração inteiro, que me ajudaria muito mais. Vou ver se ainda tem um save game mais antigo de repente posso retroceder na minha escolha.

21h28. Minha mãe tomou umas e outras e se instigou para arrumar as malas. E se predispôs a levar alguns bonecos meus na mala. Levou dois fora da caixa. Espero que cheguem inteiros. Escolhi os dois mais resistentes em sua compleição. Acho que chegarão inteiros, as malas dela são revestidas de um material plástico, resistente. As minhas são de nylon ou coisa que valha apenas. Mamãe em teoria vai levar quatro figuras, acho que o Thing pode ir fora da caixa, desde que bem enrolado. Ele pesa. As outras são leves. Isso tudo se o case do meu Nintendo Switch chegar, senão há um grande perigo dos planos irem por água abaixo, pois terei que levar o console na caixa. O dock e o grip terão que ir na mala de qualquer jeito. Se bem que poderia botar na mochila se não levasse o casaco lá. Ou até levando, quem sabe. Mamãe é que dará um jeito. Mas na hora da alfândega vai ser uma complicação, melhor levar na mala mesmo. Só o case com o Switich e os Joy-Cons e o cabo de força na mochila. Porque desembrulhar o casaco e reembrulhá-lo no aperreio que são as alfândegas não dá. A não ser que o meu casaco vá na mala. Embrulhando o Thing. Veremos. Só não vou passar 10 horas de voo vestindo ele no calor. Tô fora, o voo já vai ser desconfortável demais sem isso. Estou com fome. E com vontade de jogar Zelda. O Mario não estou com tanta vontade. Aliás, não estou com vontade. Só se fosse para investigar a esfinge. Pois é ainda há uma pequena réplica da esfinge na fase do deserto vermelho. E certamente ela tem algum segredo a revelar. Só por isso e para achar a outra semente de lua que falta. Quem sabe até a esfinge não me dê a semente? Com esses dois mistérios solucionados eu darei a fase por vista. Se solucioná-los.

23h10. Meu irmão deve ter removido bem uma tonelada de neve da passagem do carro e da passagem das pessoas, fora o que ele fez lá atrás que não vi. Foi muita neve acumulada. Impressionante. Agora eu vi todo o poder do clima daqui. Tem quase 40 centímetros de neve acumulada. Impressionante. Mais ainda meu irmão, depois de ralar o dia todinho se dar ao trabalho de fazer isso. O pior que, se ele não fizer, não tem quem faça. Coitado. É uma vida ao mesmo tempo cheia de confortos e extremamente árdua. Eu não conseguiria. Só de pensar nisso, me aterrorizo com o prospecto de ter alguém e vir a me reproduzir. Ainda bem que no Brasil não temos neve. Ainda, pelo menos. Com esse clima cada vez mais louco nunca se sabe, mas acho por demais improvável. Pelo menos enquanto eu estiver nesse corpo que agora habito. O copinho em que guardava os cigarros virou história soterrado por uma gigantesca camada de neve. Talvez quando for fumar mais tarde, eu tente resgatá-lo. Meu irmão não existe. Minha cunhada é uma mulher de muita sorte. Eu sou uma pessoa de muita sorte. Qualquer pessoa que o tenha ao redor tem muita sorte. É um ser humano único. Ímpar. Sei que ninguém é igual a ninguém, mas ele está acima da média, muito acima. A mim, que estou talvez me equilibrando para não cair para a segunda divisão da humanidade, vejo o seu exemplo como inalcançável, inatingível. Ele é o meu mito e ter a sorte de partilhar a minha vida com ele não tem preço. Além de ser uma pessoa divertida. É verdade que anda mais estressado que de costume, mas como não ser? Ainda bem que ele alcançou tudo o que sonhou na vida, tem a mulher que ama, três filhos lindos, uma ótima casa, um emprego que não desgosta. Só falta agora alcançar o milhão de dólares que quer juntar. Hahahaha. Se bem que não duvido. É de uma disciplina e de uma vontade adamantinas. Que seja, que alcance o que intenta e que a vida sempre lhe dê mais, como singela retribuição a tudo o que oferece à vida.

23h31. Reli a carta do meu irmão e me emocionei. Eu que sempre fui torto, sempre fui o outro, nunca estive em pedestal. Pelo menos agora estou no nível do chão, não num buraco escuro e sombrio qualquer.

23h47. Meu irmão disse que está todo doído. Não é para menos...

23h49. Coloquei meu Switch na dock, que está na sala desde ontem, sem estar ligado (com a luzinha da dock acesa. Quero ver em quanto vai estar a bateria quando eu ligar o console, assim descobrirei se carrega desse modo ou não. Acredito que carregue. Provavelmente bem mais rápido que ligado. Estou desaprendendo a escrever. Mamãe tem uma autoestima muito boa, se ela tem necessidade de falar, ela fala, com quem estiver com o ouvido à toa. Eu, por outro lado, dei vazão à minha necessidade de fala, calado escrevendo. Não consigo nem passar um tempo com a minha família lá fora, que ozzy. Vou lá. Tomar a iniciativa. Nem repeti os comandos desde que o Switch chegou. É ainda estou aqui. Mas vou lá agora.

0h02. Fui, mas rapidamente voltei. Não estou sociável hoje. Mas estou me coçando para jogar o Zelda na TV. Vou esperar ou vou me meter na sala na maior cara de pau? A secura chama. Parece que minha cunhada vai botar um seriado para o meu irmão ver. Só não sei se na sala ou no quarto. Ligaram a TV na sala.

0h21. Estão vendo o seriado na sala. Que pena. Não se pode ter tudo. E eu já tenho praticamente tudo o que eu quero. O que não tenho está encomendado. Só falta a namorada mesmo. E a imagem que me vem dela é sempre a da garota da noite. Mas isso é um delírio. Uma completa idiotice. Algo que sem pé nenhum na realidade. Melhor voltar a realidade alternativa dos videogames para não apertar o já comprimido peito. Acho que minha sina é ficar mesmo para titio. Bom, reitero o que disse, não consigo conceber para onde as séries de Mario e Zelda podem ir depois disso. Não faço ideia. Só se o Zelda tiver gráficos realistas e lançarem Mario o Odyssey 2 e pirarem ainda mais na batatinha. Fazia três dias que não ouvia o “Utopia” que agora ouço e estou tendo uma nova visão dele. Estou achando um disco mais alegre. Algumas músicas ao menos. A que estou ouvindo agora, por exemplo, “Courtship”. Estou sem nada a dizer, cismando com a garota da noite e a minha imensa covardia em relação a ela. Eu nem sei mais trocar afeto. Tenho intenções e ideias de afeto, mas não sei se tenho mais a desenvoltura para pô-las em prática. A garota da noite teria que me dar uma mãozinha. Coisa que ela nunca vai fazer. Embora eu seja dos que nunca dizem nunca. Ou sempre. Que seja o que tiver que ser até quando tiver de ser. O problema é que não vai ser. E minha cabecinha dura não conseguiu assimilar isso direito. Não consegue perceber que eu mesmo hei de me sabotar. Realmente preciso rever os comandos.

0h45. Repeti 30 vezes “eu tomo a iniciativa”. Não me sinto muito mais confiante por conta disso. Também não me sinto tão derrotista quanto no parágrafo anterior. Algum efeito faz, não posso deixar de sentir. Eu o percebo dentro de mim. Não posso ter medo de uma garota. Não posso ter medo de levar um fora. É que será o fora da única garota quase possível que me despertou algo. Quase possível porque me desperta algo e porque semi-inserida no meu círculo social. Sou encantado por ela. Jogarei Switch na sala quando as pessoas se retirarem. Vou tirar uma foto da caixa do Nintendo Switch para guardar de recordação.

3h26. Que babaquice tirar fotos da caixa de um videogame. Hahahaha. Mas fã é assim. Estava jogando o Zeldinha até agora. Ficou mais parecido com o Zelda agora que encontrei o primeiro vilarejo. Eu pensei que tudo seria deserto, sem pessoas para interagir, como a área inicial do jogo. Ainda bem que Kakarico Village me trouxe um pouco mais para perto do Zelda que eu conhecia. Está bem legal o jogo agora. Tenho vários afazeres, há as main quests e as side quests, adoro fazer essas últimas, mais até do que as da história mesmo, que sempre acabam revolvendo matar algum mestre. Queria jogar um pouco mais na telona, mas o sono está demais. Fui dormir muito tarde e acordei muito cedo.

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14h55. Mamãe comprou um elefante branco. Um colchão pesado e gigante. Acho uma caixa que, colocada em pé, fica quase da minha altura e, segundo ela pesa 31 quilos. Eu já havia visto que o aeroporto de Guarulhos não aceita bagagem com excesso de tamanho, só precisava de uma confirmação que consegui achar. Mamãe ainda não se aclimatou com a ideia, vai querer levar de qualquer maneira. Espero que o meu argumento prevaleça e ela devolva o colchão. O meu argumento, não, os fatos. Não vai nem caber no carro quando chegarmos a Recife com quatro malas mais o elefante branco. Eu simplesmente não acredito que mamãe comprou isso. Vai dar muita dor de cabeça ainda. Ela vai insistir. Talvez leve até o aeroporto. Espero que meu irmão consiga a dissuadir da ideia. Só falta a caixa estar dentro dos limites do tamanho de bagagem normal, mas acho praticamente impossível. Queria jogar Zelda na telona, mas, em não podendo, vai na telinha mesmo.

15h51. Ainda não joguei. Continuo aturdido com o elefante branco. Essa viagem de volta não vai ser nem um pouco divertida. Nunca é. E não estou a fim de jogar na telinha. Queria ver o jogo grande, ele pede isso. Está começando a cair a ficha da minha mãe. Ou assim espero. Nossa, meu maior desejo agora é que ela devolva o elefante branco. É simplesmente inviável. Foi por isso que não cogitei enviar o Hulk para cá e tentar levá-lo de avião. Me lembrei agora que cancelei o Malavestros para poder adquirir o Hulk. Foi a melhor coisa que eu fiz. O boneco vem todo desmontado, uma miríade de peças que quebram o encanto da figura para mim. E a pintura deixa muito a desejar. Ainda bem que não mantive a encomenda da peça. Não preciso de mais nenhuma figura. Tenho todas as que desejo. Embora as novas da DC estejam maravilhosas. Mas superei isso. Não terei mais nenhuma figura, ponto.

16h56. Tomei um bom banho e coloquei desodorante pela primeira vez desde que cheguei aqui. Não tinha e não se fez necessário. Só coloquei porque achei o de mamãe. Às vezes acho uma enorme perda de tempo escrever isso. Por outro lado, se é algo que me agrada, me dar prazer e ocupa meu tempo, não há porque achar necessidades outras além dessas. E me dá a sensação de que trabalho em algo, por mais que seja um produto que não tenha apelo comercial algum, nem qualidades outras que o ato de escrever em si. Escrevo. E seguirei escrevendo enquanto isso me apetecer. Espero não deixar de escrever nunca. Pelo menos enquanto faculdades mentais e físicas para isso eu possua. Não vou divulgar esse post, pois está cheio de spoilers das primeiras horas com o Zelda e por ter falado única e exclusivamente de videogame. 90% do post é sobre o Switch e seus jogos, eu creio. Não vou dar esse fardo a ninguém. Por falar nisso, tenho que arrumar mais 50 rupees para poder então procurar a grande fada que vive perto da Kakarico Village. Gastei o meu dinheiro numa side quest e comprando uma roupa que me protege do calor intenso. Sei que terei que enfrentar um deserto mais adiante no jogo, ou presumo isso, baseado nos demais jogos da franquia, então é melhor já estar preparado. O pior que eu tenho que voltar lá onde comecei o jogo para achar a cabana do velho e pegar o seu tacho de cozinhar, para que possa cozinhar onde quiser. Espero em algum momento achar algum item que me permita produzir fogo, pois a lenha já tenho. Com a panela, só me faltará o fogo. Sem fogo os demais itens são inúteis. Vou comer. Falei tanto em cozinhar que meu fome. Hahahaha.

17h31. Comi um delicioso purê com um porco igualmente delicioso, muito bem temperado feitos vozinha e por minha cunhada, respectivamente. O interessante que eu como já pensando na minha refeição madrigal, que é a minha principal refeição do dia. A Doutora disse que eu me viciei em comer nessa hora, não acredita que seja fome causada pelos remédios. Se ela entende dessa forma, talvez seja, não sei. Sei que não gosto de comer em companhia de pessoas, acho um ritual quase tão privado quando ir ao banheiro. Gosto de comer arrodeado de solidão, poder procurar as coisas que me agradem na geladeira. É uma invenção legal, ainda mais no frio, mas não só por causa dele, a escada coberta por carpete. Aquece além de dar mais aderência a um lugar muito passível de acidentes, principalmente para pessoas de mais e menos idade. Como o meu sobrinho caçula ou minha mãe. Pensando bem, escadas são invenções perigosas, por mais que não haja solução mais prática para unir dois andares ocupando o mínimo de área possível. Pensando bem, é uma invenção incrível. Ainda mais com a adição dos corrimãos, que dão a dose de suporte, apoio e equilíbrio necessários a uma travessia com segurança. Mas não vou transcorrer mais sobre as minhas impressões sobre escadas. Nossa, estou temendo muito que o Hulk estoure o limite do meu cartão de crédito. Ainda mais porque a compra do kit Switch foi transferida para janeiro, segundo os cálculos de mamãe e o que vi na hora do pagamento. Certamente vai estourar o limite. Não sei o que acontece quando isso se dá, mas vou descobrir. E minha mãe vai ficar indignada. Meu deus, e não há nada que eu possa fazer. Não vou desistir do Hulk. É a estátua que mais quero e quis na minha vida. Vou ver se consigo mudar a data do pagamento do Hulk para o dia 25 de janeiro, que aí já vira para o mês de fevereiro.


17h58. Ufa, consegui. Espero que o mês do cartão já tenha virado mesmo. Acho que vou jogar um Zeldinha. Não, não estou com vontade de jogar agora. Não sei por quê. Eu não me lembro direito o que tenho que fazer. Lembrei. Acho que vou encarar. Mas primeiro vou revisar e postar essa inutilidade textual.

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