segunda-feira, 10 de abril de 2017

VIDEOGAMES E MAIS UM MONTE DE BESTEIRA

Eu não sei o que é “gamification” mas acredito que a forma mais rudimentar, facilmente implementável e com resultados interessantes de gamification é oferecer uma pontuação por cada tarefa realizada a ser revertida em algum benefício real no final do período. Isso daria sensação de recompensa imediata a cada tarefa feita e talvez gerasse um clima sadio de competição que talvez aumentasse a produtividade da empresa. Eis tudo o que queria dizer sobre gamification. Eu acho. Videogames são a epítome da gamification, pois nos é dada uma série de objetivos que não são nossos, da nossa vida, e a gente os incorpora como nossos uma vez que nos comprometemos em jogar o game. O jogo nos apresenta um conjunto de leis e regras através dos controles e do mundo apresentado e, de mão desses artifícios se tenta completar as obrigações impostas pelo jogo. É a gamification elevada a forma de arte ou ciência. Trabalhamos de graça, aliás pagamos para nos submeter a esse trabalho porque a recompensa em forma dos prazeres que a operação desses comandos no mundo em que nos inserimos é satisfatória para nós. Nos videogames, a recompensa realmente está na jornada não no fim do caminho. Essa parte é muito interessante. Por mais que visemos chegar ao fim do game, objetivo maior dos jogos, o que nos diverte e entretém não é saber o desfecho da história, mas desfrutar da jornada que nos leva até lá. As adversidades e obstáculos impostos pelos jogos são vistos como divertidos. Veja só, adversidades e obstáculos sendo visto como divertidos. É uma completa inversão de valores quando comparado à vida real. Talvez pelo videogame nos dar a garantia de que é possível passar de todo e qualquer empecilho que nos é imposto, isso gere um acréscimo de autoconfiança e motivação para enfrentar tais desafios. Não sei. Eu mesmo, gamer desde o NES, jogador desde o Atari, estou meio desencantado com os jogos, o que vem me incomodando bastante. Talvez porque eu tenha visto este outro lado dos games que narrei, mas acho que não é isso. Acho que tenho jogos demais e isso se torna acachapante para mim, o jogo tem que ser muito bom para capturar a minha atenção. Desde que saí da internação, só me cativaram “FarCry Blood Dragon” e “FarCry3” (acho que escolhi a ordem certa para jogar essa série, ainda tenho o FarCry4 aqui me esperando, mas vontade zero de jogar) e Super Mario World 3D (que não consegui fechar as fases pós zerada normal). Zerei “Rain”, o que quase não conta, pois é um jogo fácil e curto. Terminei “Limbo”, filando na internet, pois houve quebra-cabeças que foram além da minha capacidade de dedução. Incrivelmente não fiquei fissurado por “Mario Kart 8”, o que é quase inacreditável, então não zerei em todas as modalidades. Ainda. Mas confesso que não tenho vontade nenhuma de jogar. Não tenho vontade de jogar nada. Isso me causa uma aflição grande. Agora mesmo sinto o sentimento ruim em mim quando me pego com repulsa a Mario Kart. Ou aos demais. Só quero jogar o novo Zelda provavelmente porque não o tenho. Quando e se o tiver, é bem possível que fique pegando poeira na prateleira. Espero sinceramente que não. Espero que esse fastio de jogos passe em algum momento. Talvez depois da suposta viagem à Europa – que eu tenho ainda menos vontade de fazer do que dos games – meu desejo por jogar videogames volte, visto que estarei privado deles. Mas não sei se isso vai realmente ajudar e surtir algum efeito. Acho que meu repertório está muito limitado mesmo. Acho escrever tão mais fácil e divertido que me submeter às regras e leis dos jogos de videogame que não me animo. Prefiro muito mais estar aqui tecendo a minha teia de palavras.

18h03. Estou sozinho em casa, não sei até quando. Mas é sério, essa repulsa por jogos me incomoda deveras. Me dá uma sensação ruim, uma angustiazinha, uma frustração grande e um sentimento de impotência, de não saber como solucionar ou contornar a situação. Está passando o set de Sandy e Nirvana no Spotify. Fazia até um tempo que não ouvia. Desde que desenvolvi uma fixação por “Poses” de Rufus Wainwright, tenho ouvido a pasta em que esta música está. E ontem ouvi a do Depeche Mode inteira, para você ver como a noite foi longa. Eu queria ser vocalista – e principal letrista – de uma banda. Mas queria isso com a mesma apreensão de arrumar uma namorada, pois seria uma mudança radical no meu cotidiano me expelindo da minha zona de conforto e de repente me jogando num lugar superintimidante para quem é/está tão isolado socialmente que é um palco. Mas se houvesse a oportunidade acho que me despiria de todos os meus receios e encararia. Até mais facilmente do que encararia um jogo de videogame, o que é tremendamente perturbador no que tange videogames. Eu estou realmente com um problema sério com eles. Sei, como já disse, que este é um problema menor quando Donald Trump é o presidente da maior potência econômica e bélica do planeta, mas aqui é o lugar dos meus dilemas e delícias existenciais, não um local de debate político, até porque, como também já disse, sou um alienado político e estou confortável com isso. Apesar de todas as mazelas do mundo, da crueldade com animais até ataques com armas químicas na Síria, me incomoda particularmente e particularmente apenas – que é do que trato aqui, do que me é particular – o dilema com videogames. É um grande problema para mim, pois eles costumavam ser uma grande parte do meu cotidiano. Agora meu cotidiano todo é praticamente tomado pela escrita. Não sei se isso é saudável ou não. Só sei que é o que me apetece a alma nessa fase da minha vida. E não gosto de me impor coisas que me são desagradáveis ao meu cotidiano. Sigo a lei no pain is a gain.

19h15. Acabei de criar uma camisa com a frase “No pain is a gain” e publicá-la para votação no Qwertee. Vamos ver quando e se aprovarem no site alguém vota nela. Mas não guardo grandes expectativas. Nunca submeti nenhuma que angariasse muitos votos, não será essa, tão simplória.

19h22. Minha mãe voltou, aparentemente satisfeita com a visita que fez a vovó. Acha que ela está recuperando um pouco o gosto de viver após a perda do meu avô.

Ainda não me sai da cabeça o que a minha prima me contou na sexta. Eu no lugar dela não seria tão forte. Acho que é porque ela não demonstra. Pois me disse que, por dentro, estava “fodida”. Não é para menos. Era até para bem mais se fosse comigo. Se bem que foi em novembro. Como ela disse “o tempo é senhor de todas as coisas”. Então, seis meses já dão para digerir uma boa parte do acontecido. Embora eu tenha passado três anos para superar a perda de uma namorada. Ironicamente, a única a quem fui infiel. Ironicamente também, foi a minha relação mais duradoura. O que acontece comigo que não arrumo namorada? Só quero crer que seja a atual conjuntura social em que me encontro. É difícil arrumar uma namorada de dentro do meu quarto. Só se tivesse um aplicativo com Tinder ou algo assim. Mas parece que no Tinder as pessoas estão mais interessadas em sexo casual, que é justamente o oposto do que estou interessado. Não sei, se trocar o meu celular por um com mais gigabytes, eu instale o Tinder se nada aparecer antes. Mas ontem, se tivesse dinheiro e disposição e tivesse seguido o meu primo e suas amigas, quem sabe eu não conseguiria alguma coisa com a menina que achei interessante? A probabilidade existe ou existiu, mas não sei quão provável ela seria. Acho que ela me descartaria pelo bucho. Acho que ela é de malhar, notei as pernas bem trabalhadas. E quem valoriza o próprio corpo dessa maneira acredito que deva valorizar o dos homens da mesma forma e eu com o meu bucho não estaria de acordo com os seus padrões estéticos, por mais que se diga que mulheres valorizam isso menos que os homens. Mas hoje em dia nem sei mais. A cultura ao físico está muito disseminada e arraigada em ambos os sexos. Por isso quero perder o meu bucho. Quero muito perder o meu bucho. Mas do meu jeito, com a dieta somaliana leve. Nada de academias, nada de nutricionistas. Nada do que todos me recomendam. Hoje acordei com 92,5 kg. Estava com 96 e alguma coisa. Aos pouquinhos eu chego lá. Ou quero acreditar que chegue.

Realmente não queria ir para a Europa. Preferia ficar na casa da minha tia, mãe do meu primo-irmão. Estou ouvindo “Nevermind” e são 20h03.  Preciso cortar as unhas em breve. Tanto dos pés quanto das mãos. As das minhas mãos crescem mais ou menos no dobro da velocidade das dos meus pés. Curioso isso. Pode ser que esteja enganado, mas acho que não estou. Já vou cortar as das mãos pela segunda vez desde que cortei a dos pés pela última vez. Isso é que é falta de assunto, viu? E dizem que, depois que a pessoa morre, as unhas continuam crescendo. Isso, sim, é muito curioso se for verdade, o que acho que é. Algum tipo de metabolismo ainda existe e ocorre após a morte. Imagine se só enterrassem uma pessoa depois que suas unhas parassem de crescer? Isso causaria um problema social de alguma ordem. Mas se fosse parte das tradições socioculturais de um povo, certamente estariam conformados em lidar com a morte desta forma. Mas acho que isso não ocorre em nenhum lugar do mundo.

Publiquei uma frase idiota no Facebook e ela gerou muito mais curtidas que qualquer post daqui que eu tenha escrito. Também são amigos que veem. Não são desconhecidos como nos grupos de escritores e leitores de que participo. E a concorrência de textos lá é muito maior que no meu Facebook pessoal. Talvez volte a criar coragem para publicar meus posts na minha página pessoal. Mas não esse. Eu acho. Vamos ver como ele se desenrola. Coloquei o “In Utero” de novo. Já estava na penúltima música do “Nevermind” e não tinha pretensão nenhuma de ouvir “Bleach”, o disco do Nirvana preferido do meu primo-irmão. Ele tem um gosto musical bastante distante do meu, eu diria que quase diametralmente opostos. Embora eu goste das coisas que ele curte, não me empatam o ouvido, mas certamente não colocaria no meu iPod. Mas gosto de ouvir para ampliar os meus horizontes musicais. Algo que os tem expandido muito são as jams que rolam na CiBrew. Improvisação pura, mas com entrosamento completo entre os músicos. É de ficar pasmado como conseguem. Não é jazz, mas tem o experimentalismo e a liberdade criativa do jazz. O som é inclassificável. Se fosse colocar uma trilha para esse blog, acho que colocaria o som dessas jams por terem a mesma liberdade criativa que tenho aqui. O som que produzem realmente desafia categorização. Há uma brasilidade no som, eu acho e às vezes desacho. Vale conferir. Ainda mais para quem viaja em cervejas artesanais. Lá há uma série de sabores de cervejas, de diferentes tipos que não decorei, pois são nomes estrangeiros e não bebo. Levo duas Cocas Zero de dois litros para beber lá. Sai barato para mim e me divirto com a música e com a companhia dos meus amigos. É um bom programa altogether. A camisa “no pain is a gain” está online para votação no site da Qwertee. Vou lá ver se já recebeu algum voto.

20h45. Até agora nada. Era de se esperar. Eu não sei porque ainda insisto em fazer essas camisas. As minhas são uma porcaria comparadas às que há lá. Há lá, meu bom há lá! Hahahahaha. Mas essa sendo só uma frase, o conteúdo da frase é o que importa, a diagramação é o de menos. Resta ver se alguém se identificará com o meu ponto de vista.

21h04. Até agora nenhum voto. Coloquei o “Delta Machine” do Depeche Mode para ouvir. Conhecer o disco sem estar misturados com o de Dave Gahan & Soulslavers e com o “101”. Não vou gostar de tudo de primeira, mas como é uma banda com a qual já estou familiarizado, entra mais fácil.

21h13. Fui pegar uma Coca. Estou reprimindo um desejo meu para manter a concordância com os parâmetros que estipulei para a minha vida. Como todo disco do Depeche Mode é muito bem prouduzido, cheio de barulhinhos e camadas eletrônicas. Acho que vou tentar o Yoshi. Vou não. Não estou com o mínimo saco.   

21h39. Fui perguntar da ida a Porto na sexta-feira que vem à minha mãe. Há um plano de talvez dormir lá. Se vovó aquiescer. Senão voltaremos no mesmo dia. Por via das dúvidas levarei o computador e tudo o que é necessário para esticar as ideias lá. Preciso localizar alguma bermuda que sirva para tomar banho de piscina ou praia, muito embora não pretenda entrar nem em uma nem na outra, pode ser que haja muita pressão social para que o faça. E serei dobrado pelas convenções sociais, para não parecer tão anômalo diante da minha família. Como acho que vovó também não vá entrar na água, talvez isso me dê respaldo para evitar me banhar. Principalmente porque acho que não tenho bermuda adequada para banhos. Já tive, mas não sei onde estão. Foram engolidas pelo tempo. Não ter bermuda adequada, por sinal, é o argumento perfeito para me esquivar desses possíveis banhos em família. Mas vou procurar mesmo assim, não me pergunte por quê. Acho que por desencargo de consciência, para tê-la limpa por ter me esforçado para estar mais com a família. Preciso perguntar quem estará lá. Espero que não seja a família inteira, para que não seja tão constrangedor ligar o computador e criar minha ilha social portátil e me debruçar sobre ela. Com o iPod, claro, senão fica impossível me concentrar no que escrevo. Se bem que escrevia no manicômio, então nada é impossível, mas o iPod é muito bem-vindo. Não posso esquecer dele. Principalmente se formos dormir lá. Até gostaria de dormir lá. Em verdade, passar a noite escrevendo no clima de praia, que é um clima gostoso, com um astral diferenciado, mais alegre e dinâmico, mais verão que o meu quarto no seio da urbanização. Um local perfeito para esticar as ideias. Como fiz da outra vez em que passei alguns dias lá. Fiquei escrevendo na varanda da casa, foi muito astral. Gostaria de repetir a dose.

22h15. Estou ficando com sono. Acho que é por causa dos remédios. Tenho dormido melhor esses dias. Não sei se o pessoal da casa já se retirou, mas a julgar pela luz do corredor acesa, que vejo pela brecha da minha fechadura, assumo que não. Será que as caçambas de gelo que coloquei para congelar já viraram gelo? Temo que não. Mas ainda há umas três ou quatro caçambas com gelo velho que se espatifa quando se vai tirá-los. Gelo novo é que é uma beleza, não precisa nem forçar a caçamba que já se soltam todo inteirinhos. Vou tentar uma fase do Yoshi. Vou não. Que ozzy. Que chato esse repúdio a videogames. E estou muito sem cérebro para começar “Persona 4”. Não sei se o “Metal Gear Solid 4” seria mais fácil, mas tem muitos diálogos também. Grande parte da experiência de um jogo “Metal Gear” é a história, eu acho. Como a maioria dos jogos de hoje em dia para Playstation e Xbox. Não consigo pensar em nenhum jogo que queira jogar. Acho que já-já vou dormir. A fome dos remédios está batendo. Acho que vou é atacar a geladeira dentro em breve. Vou me forçar um pouquinho e jogar uma fase do Yoshi.

23h21. Joguei. Não doeu nem me deu angústia. Foi até divertido. Joguei uma fase e um pouco mais de meia. O jogo está ficando difícil. Mas a fase em que estou é divertida, lembra Super Mario. Só acho o sistema de colisão um pouco falho, pois algumas coisas atingem o Yoshi quando estão próximas, mas não tocam efetivamente no boneco. Não vejo tocar, pelo menos. Estou me preparando para tomar banho.  Preguiça monstra, para variar. Vou pegar mais um copo de Coca quando “Poses” acabar.

23h39. Vou pegar a Coca ou tomo logo banho? Acho que vou é fumar um cigarro.

23h49. Fumei e peguei um copo de Coca. Acho que vou preferir tomar banho amanhã. Acordar meia-hora mais cedo do que tomar agora. Estou com sono e vou aproveitar. Senão o sono passa e eu fico sem conseguir dormir. Vai ser um pequeno inferno a minha noite se não dormir agora. É capaz de eu emendar até o outro dia. E não tenho nada de relevante para escrever. Vamos ver sobre o banho. Estou tomando mais coragem para encará-lo. Não estou é com a mínima disposição de CAPS. Menos do que de banho agora. Estou cheio das comparações negativas hoje. Fiz uma em relação à viagem, que me lembro bem. Isso é que é falta de assunto mesmo. E sono. 23h59. Coloquei o último copo de Coca da noite. Com banho ou sem banho. Mas acho que vai dar banho. Me sinto sujo. Quero dormir limpinho cheiroso. Estou pensando seriamente em publicar um post na minha página principal do Facebook contendo link para este post. Mudei de ideia. O dilema sobre videogames vai ser visto como uma coisa ridícula pelos meus amigos que porventura lerem. Deixarei para divulgar o post da terça. Se houver post na terça. Para mim, a potência excelente do Vaporfi, meu cigarro eletrônico é quatro. Começa em três e alguma coisa e vai até quatro ponto oito. Então é mais ou menos a potência intermediária. Não sei ao certo, pois os números indicativos dessa bateria se apagaram com o uso. Dei pausa na música, estou cansado de ouvir as mesmas playlists, tenho que criar outras. Hoje não. Hoje vou acabar meu copo de Coca, tomar banho e ir dormir. E a vida o que é, diga lá meu irmão? Acho que é uma luta perdida contra o acaso. Ou uma prova de que este universo foi criado de maneira inteligente. Ou uma probabilidade miraculosa e temporária que se manifestou no caminho do universo em direção, teoricamente, à entropia absoluta. Caramba, eu não consigo me lembrar o rosto da artista de “Interestelar”. Que coisa. Gosto tanto do filme e só me lembro do rosto do protagonista. E de toda a estória, é claro. Vou procurar na net agora. Anne Hathaway. Nunca me lembraria que era com ela. Vou tomar banho. A Coca acabou.

0h47. Banho tomado. Foi bom e relaxante, como o jogo foi divertido. Preciso deixar de ser tão ranzinza e cabeça fechada e experimentar mais as coisas, fugir da preguiça física e emocional, pois em se fazendo isso, coisas boas podem acontecer e o que eu guardava receio de fazer se torna surpreendentemente um prazer. Não uma obrigação – embora se pareça com isso a priori – mas que se torna um momento divertido. Foi o que aconteceu indo para a Casa Astral ontem, jogando o Yoshi e tomando banho. O problema é que agora estou desperto. Vou me dar um prazo. O fim do CD do U2 que coloquei. Vou abrir outra Coca para tomar um copo.

0h55. Pois é, me permitir mais. Tenho que pôr isso em pauta, dentro das prioridades das revisões do meu eu. Aliás, devo começar a praticar desde já. Há tantos entraves, tantos bloqueios que nem sei por onde começar. Me aventurar fora da zona de conforto causa desconforto a princípio, mas pode trazer coisas boas posteriormente. Tenho que manter o meu foco nisso. E ser mais otimista. Estou sendo muito negativo com o que existe para além de onde hoje me situo, onde hoje me escondo. Claro que não vou fazer tudo o que me convidam a fazer, até porque os bloqueios ainda são grandes demais e porque há coisas que realmente não possuem nenhum elã para mim. Não vou entrar num grupo de maracatu como já me convidaram. Não tem nada a ver comigo. Muito embora eu consiga acreditar que uma vez dado o passo inicial a coisa pudesse me despertar prazer e paixão, como ocorreu com a tia da minha cunhada que me fez o convite. Também não começarei a ir para as oficinas do CAPS que usam o corpo. Não me sinto bem nelas, já experimentei e não gostei. A Ioga é o mais aceitável, mas aceitável não é atraente o suficiente para que me faça participar. Por mais que precise me alongar, estou completamente entrevado e enferrujado. Não sei por onde começarei. Mas tem que ser algo pequeno. É, não sei. Mas saberei quando vir a oportunidade de me permitir, acredito que vá bater uma vontade misturada com receio e que o que tenho de fazer é virar a cara para longe do receio, olhar para a vontade e encarar o desafio. Seja ele qual for. Isso me parece meio vago, mas é o melhor que posso oferecer agora. Por enquanto. Quando penso nessas fugas de zona de conforto, em verdade, penso em abordar garotas. Mas esse é um passo gigantesco. Vamos ver. Para a maioria dos homens não é. Preciso deixar de ser uma criança insegura perto de uma mulher e me pôr em pé de igualdade com elas, pois afinal é o pé em que estamos. Eu que me coloco vários degraus abaixo. Degraus de um pedestal que eu mesmo crio, imaginário. Não condizente com a realidade. Só com a minha realidade interior, mas não coma realidade social onde estou inserido. Preciso me adaptar a ela, experimentá-la, vivenciá-la como o meu primo-irmão e tantos outros fazem. Poderia começar perguntando se a loirinha da CiBrew tem namorado. Me preparei todo para fazê-lo nessa sexta que passou, mas não consegui. Espero que na próxima consiga. Ou não. Preferia ter mais uma chance com o trio de garotas que estava na Casa Astral com o meu primo. Tentaria me aproximar obviamente da química, que foi quem me despertou interesse. Vamos ver quem estará na CiBrew se formos realmente para lá na sexta. Eita, na sexta estarei em Porto. E vai ser feriado, a CiBrew não deve abrir.

1h20. Está tarde, preciso ir dormir. Vou acabar de comer o gelo do copo e me deitar. Vou tentar revisar este texto antes. Não, não vou, isso vai me tomar muito tempo. Deixo para revisar amanhã e já incluo o CAPS aqui.

1h31. Falta pouco gelo e o sono foi totalmente embora. Mas acho que se deitar, eu durmo. Falta agora só uma pedra de gelo a outra está na minha boca. Estava. Preciso comprar pilhas para o controle do ar. Para poder recolocar as pilhas de volta no controle do som e, assim, poder controlar o volume e as funções do som daqui. Amanhã é um dia que promete. Espero que promessa se cumpra. Fico por aqui. Inté amanhã.

2h23. Estava rolando na cama até agora sem conseguir dormir. Deveria ter pulado o banho e ter vindo me deitar quando o sono me pegou. Que saco. Não acredito que vou passar outra noite em claro. E logo uma noite antes da segunda-feira. Vou estar ozzy no CAPS. Vou escrever até as 3h00 e tentar me deitar de novo. Não. Vou tentar me deitar agora. Vou só ouvir “Poses” de Rufus Wainwright.

2h33. Não dá para ouvir, fico achando que está muito alto e muito baixo não dá para eu escutar quase nada, então xapralá.

2h42. Dei uma olhada na internet. Nada de interessante. O concurso para marca do Patrimônio Cultural Brasileiro já fechou suas inscrições. Estou curioso para ver a marca ganhadora. Se é melhor ou pior que a minha. Que não enviei por medo de perder a curatela, se porventura ganhasse.

2h56. Vou me preparar para me deitar de novo, mas acho que vou fazer uma boquinha antes.

3h52. Nada de dormir. Vai ser dia de virada, então. Ou de dormir muitíssimo pouco. Caso não durma, tentarei dormir à tarde, para ter a noite livre para abusar da privacidade que só a madrugada me proporciona ou a ausência dos habitantes desta casa. A ausência é até melhor porque posso pôr o som alto. Estou com medo que mamãe resolva se levantar e me pegue aqui escrevendo. Vai achar que passei a noite escrevendo e que não tentei dormir. O que não poderia ser mais distante dos fatos. De 4h30 vou tentar deitar de novo. Estou sem o mínimo sono agora. As deitadas acho que serviram como cochiladas e agora me encontro plenamente desperto. Estou baixando “Fragmentado”, está indo bastante rápido. Talvez espere ele acabar de baixar para me deitar. Melhor não. Pode demorar até mamãe acordar para ir ao médico, que é às 7h00. Que ozzy. Queria muito ter uma boa noite de sono hoje. Ainda não sei se divulgue esse post na minha página pessoal, mas acho que não vou fazê-lo. Vou esperar até terça-feira. Publico o de terça. Se sair algo que preste. E este post está muito longo. O que posso fazer se minha mãe chegar aqui? Dizer que tive um sono quebrado, que me acordei agora há pouco e que não consigo dormir por ora. Vou tentar me deitar de novo, mas deixar o computador baixando o filme. Estou marcando de ir ver “Logan” com a Gatinha. Tomara que role.

-x-x-x-x-

12h45. Já estou de volta do CAPS. Foi bom hoje. É sempre bom ir, por mais preguiça que eu tenha na véspera. Ainda bem que renovaram o acervo de figuras da oficina de colagem. Mesmo assim, embora diga muito, meu postal não ficou muito legal.



A dinâmica da oficina foi diferente hoje. Havia uma série de envelopes distribuídos sobre um pano e cabia a cada um escolher um sem abrir para ver o que havia dentro. Depois trocávamos de envelope com a pessoa ao lado e este segundo envelope era trocado com a pessoa à frente. No caso, abríamos o terceiro envelope para ver qual imagem havia chegado a nossas mãos. Quando puxei o meu eu vi primeiramente o verso, um pedaço de uma propaganda da prefeitura. Do outro lado havia a bela imagem, um close de um velho tocador de pífano de olhos fechados no seu momento de catarse com o instrumento. Depois de recebidos os envelopes definitivos, a terapeuta removeu o pano e revelou as demais imagens a serem usadas no postal que podia ou não conter a imagem recebida no envelope. Embora a imagem do tocador de pífanos fosse bela, o que me marcou mesmo foi o pedaço de propaganda da prefeitura e resolvi usar o verso da imagem para compor o meu cartão que junto com a imagem que escolhi de algumas pessoas no mundo conectadas através do computador compunham para mim um panorama da minha vida, o passado hoje tão odiado e o presente em que faço o que realmente gosto, que é escrever sem destino e publicar isso mesmo que para um pequeno grupo de leitores. Era pedido para que a imagem mais significativa do cartão se apresentasse a nós e dissesse quem era e nos desse um conselho. Escolhi a segunda imagem, que retrata o meu cotidiano hoje, e sua apresentação foi mais ou menos a descrição que fiz dela acima. O conselho foi que não desistisse de publicar o(s) e-book(s).

13h35. Fui agilizar a assinatura do documento para os e-books com mamãe e tirar uma dúvida sobre um campo que precisaria ser preenchido abaixo da assinatura com o meu padrasto e este disse que mamãe não poderia assinar, por ser funcionária pública, e que usasse a minha conta conjunta com mamãe e colocasse os meus dados para eu mesmo assinar. Acho até melhor. Assim não dependo de ninguém. Gosto disso. Um pouquinho de independência no meio de tanta dependência, da química à emocional à jurídica.

No grupo de redução de danos, falamos exatamente sobre isso: redução de danos. Cada um falando de suas estratégias para administrar ou evitar o uso das suas drogas de preferência. Alguns com melhor ou pior resultado. Como estou abstêmio das minhas drogas de preferência, estava bem e não falei muito. Assim que o grupo acabou, zarpei para casa. Onde me encontro agora. Tá bom, este post já está para lá de enorme. Vou revisar, escanear o postal e publicar.


14h41. Devidamente revisado e imagem escaneada, calibrada e redimensionada. Publicar. E divulgar. Acho que vou ser afoito e publicar na minha página principal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário