sábado, 25 de fevereiro de 2017

MEU AVÔ ESTÁ NA UTI

Meu avô está na UTI, mas aparentemente mais por precaução que para a cura de algum mal, o que me alivia bastante. Provavelmente irei visita-lo às 17h com mamãe. Não queria ir, para ser estritamente sincero, mas vejo como uma obrigação familiar inescapável. O Vaporfi não estava fazendo fumaça, a bateria não estava fazendo contato com a parte do filtro e do líquido. Limpei todos os pontos de contato com um cotonete e ele voltou a fazer fumaça que é uma beleza. Ainda bem. Já estava preocupado de que houvesse algum problema mais grave com a bateria ou o tanque. Acho que vovô vai gostar de me ver. Ele geralmente gosta. Estou curioso, depois da ida ao CAPS hoje, em como me sentirei digitando o diário. Afinal o carnaval começou e me pus como meta adiantar a digitação do diário. Ontem fiz um dia inteiro. Espero seguir nesse ritmo até o final do carnaval. Ou mais. Se conseguisse fazer dez dias durante o carnaval, seria perfeito. Espero que meu avô saia ainda esta semana da UTI. Dizem que a priori não é problema do coração, mas um cardiologista ainda vai examiná-lo. Tomara que não seja nada. Que não seja sofrimento para ele, pelo menos. Ele há algum tempo deseja a morte, dizendo a cada evento familiar que não verá o próximo deste ou daquele. O controle do Wii U pisca, o que significa novidades, mais especificamente propagandas para tal ou qual jogo. Não estou com saco de ver o que é agora, embora guarde alguma curiosidade. Não queria ver vovô. Detesto hospitais e nunca estive numa UTI. Deve ser um lugar particularmente deprimente caso os leitos sejam conjugados. Mas irei ver vovô por motivo de força maior. Me terão por desumano se não for. Por uma pessoa extremamente fria, que foi o que me tornei. Não queria sair do meu castelo. Mas farei isso por uma obrigação familiar de poderosa gravidade. No final, sei que me fará bem a alma ter contribuído com a minha presença nesse momento delicado. Pior me sentirei se não for. Aí a culpa que já sinto será multiplicada. A luz do Wii U piscando começa a me irritar. Odeio padrões de alerta como luzes piscando, toques de despertador ou telefone. Foram invenções úteis, mas muito desagradáveis. Coloquei no meu celular o toque mais alarmante e estridente possível, no maior volume do aparelho para poder ouvir minha mãe ligando durante as minhas saídas, o que não surte muito efeito na maioria das vezes e que sempre me assusta quando recebo chamadas dela – visto que não as recebo de mais ninguém, a não ser de operadoras de celular – no silêncio pacato do meu “quartelo” (junção de quarto e castelo, neologismo inventado agora). Quartelo soa como um diminutivo de quarto, mas na verdade é uma ampliação da sua concepção, visto que castelo é algo muito maior que um quarto. E o meu quarto, como já disse de outras vezes, é o meu castelo, desde que haja energia elétrica e internet. Porém ficar muito tempo encastelado torna-se entediante. Como o foi para Rapunzel e uma série de princesas à espera do resgate de seus príncipes. Eu não tenho princesa para me resgatar. Vamos ousar e dizer “ainda”. Quem sabe eu não a encontre numa curva qualquer da vida? Já dei muitas curvas nessa quase ou mais de uma década de solidão e até agora nada. Em verdade há uma eleita, mas esta é deveras impossível. A segunda candidata, bem mais plausível, parece que não se encantou pelo sapo aqui. Terei a confirmação disto na próxima semana. E não espero outra coisa senão a confirmação do desinteresse da dita princesa. Que, reitero, não é tão bonita, mas que faria um bom par comigo. É uma pena. Ainda bem que o encantamento por ela não está assim tão forte a ponto de me gerar grandes frustrações. X, como a nomeei aqui e da qual muito já foi dito, não virou uma paixão platônica enraizada, não chegou a vingar, cortou as asinhas da minha fantasia antes que ela pudesse se lançar em pleno vôo. Bom, desta vez, sinto que quem sai perdendo é ela, não eu. E isso é um sentimento deveras raro e novo em mim, essa autovalorização, mas é assim que me sinto em relação a X. É uma pena, reitero. Só que dessa vez mais para ela do que para mim. E isso me faz sentir bem. É bom ser descartado, achando que quem me descartou fez uma péssima jogada. Mas nada is set on stone. Vamos ver como ela reage na semana que vem. Pode ser que me procure para conversar, pode ser que não.

13h58. Mamãe chegou e pelo seu astral e pelo que disse, vovô aparentemente está bem. Deram-lhe apenas sedativos pois se mostrava muito irrequieto. Privar uma pessoa de estar irrequieto sedando-a me parece um tanto quanto abusivo, mas deve ser procedimento de UTI e deve ser procedimento de UTI com quem acham que não podem argumentar, por exemplo, alguém com diagnóstico de Alzheimer. Acredito que o efeito da palavra poderia acalmá-lo e nisso sinto falta de um psicólogo lá. O trabalho que X irá fazer, caso realmente siga o destino que escolheu, será de grande valia para muitas pessoas. Pensei em tirar um cochilo, mas acho novamente que não vou gostar de me deitar na minha cama. Embora esteja aparentemente arrumada. E gosto de inaugurar, por assim dizer, camas arrumadas. 14h06. Se minha mãe quer sair de 16h, eu teria duas horas de sono. Seria uma boa soneca, caso conseguisse dormir de pronto. Não sei se comece a digitar o meu diário agora ou quando voltar. Lembrei-me agora de como consegui minha cicatriz no nariz, mas é uma longa história que não estou disposto a contar agora. Naquela época eu era muito mais leve e bem-humorado. Lembro que ficava fazendo piadas com os médicos enquanto costuravam o meu rosto, mas também estava completamente embriagado. Acho que já vai fazer uns cinco anos que não bebo. Não tenho certeza disso, mas não devo estar errando por muito. Fato é que não gosto de beber. Primeiro, porque não tenho limites, segundo porque sempre me torno inconveniente e, terceiro, por causa da infame ressaca, que sempre tive. Moral e física. 14h16. Aparentemente mamãe não vai mais para o hospital ver meu avô. Meu padrasto a proibiu, devido ao estado fragilizado de saúde dela por causa da quimioterapia. Isso significa que posso tirar um cochilo e depois digitar o diário. Ou continuar a escrever aqui, sei lá. Só não preciso fazer o que não queria, enfrentar o trânsito caótico da cidade em clima de carnaval para ir ao hospital. E olha que nem era eu quem iria dirigir, pois não dirijo. Nem carteira eu tenho. Não sei também se na condição de inválido civilmente eu tenho o direito de dirigir ou não. Se não tenho o de votar, é muito provável que não tenha o de dirigir também. Eu preciso resistir à vontade de trelar nesse carnaval. Eu me pus numa situação muito difícil, mas resistirei. O tédio não vai me dominar. Meu problema com videogames é que fico estressado em fases difíceis. Digamos que fique imerso demais no jogo e aí, com a adrenalina a mil começo a agir desesperadamente em vez de encarar os desafios com frieza e precisão. Esse é o meu calcanhar de Aquiles. Eu sei o que é para fazer, sei como fazê-lo, mas sou tomado por tamanha inquietude da alma que acabo por trocar os pés pelas mãos. Ou seja, não sou um grande gamer. Sou um lambe, em verdade. 14h28. Vou pegar mais Coca e depois que acabar o copo, considerar seriamente um cochilo. A psicóloga do CAPS me sugeriu, em se faltando o meu primo para ir comigo às baladas, eu contratar um acompanhante terapêutico para me acompanhar. Ou uma acompanhante terapêutica. A ideia não me agradou muito. Só o faria se fosse alguém do CAPS, uma estagiária do CAPS, especialmente X. Mas não só ela, o carinha ou a ruivinha também seriam ótimas opções. Mas isso deve sair caro, se bem que talvez a minha pensão cubra. Não sei se a pessoa já precisa ser formada para ser acompanhante terapêutica. Talvez não. Perguntarei – talvez – mais detalhes à psicóloga do meu grupo depois do carnaval.




14h43. O Wii U acendeu a tela do controle para me mostrar uma propaganda. Inacreditável. Isso é que é publicidade invasiva.

15h05. Estava falando com o Marinheiro no Facebook. Vou tirar um cochilo agora.

15h20. Ainda não fui me deitar. Mamãe e meu padrasto debatem sobre meu avô aqui à porta do meu quarto (e do escritório dele).

15h27. Minha mãe veio me dizer agora que meu avô vai ser submetido a uma operação de altíssimo risco na vesícula. Mas estou esperançoso de que vá correr tudo bem. Como mamãe disse, o coração dele está bom. Minha bisavó morreu numa operação assim, segundo ela, mas já estava com o coração ruim e não aguentou nem a anestesia. Vovô será operado hoje à tarde. Espero que dê tudo certo. Por mais que meu avô queira partir, como já mencionei anteriormente. Ela disse que iremos amanhã de manhã ao hospital sem falta. Não é lá o começo de carnaval mais animado do mundo para a minha família materna. Eu incluso. Mas é a vida. Mais tarde comunico aqui o resultado da operação.

16h02. Estava escrevendo para o outro blog. Vou tentar tirar um cochilo agora.

16h30. Não estou conseguindo dormir. Fiquei divagando sobre diversas coisas, mas dormir que é bom, nada. Não estou com saco nem conteúdo para escrever agora. Vou me deitar novamente. Pensando bem, vou tentar digitar o diário.

18h25. Digitei até agora e não consegui acabar o dia. Minha mãe acordou, ouço-a conversando com o meu padrasto, e sua presença me inibe a continuar os trabalhos, pois ela julga que digitar os diários seja algo nocivo para mim. Acho que vou assistir um pouco de “The Walking Dead”, mas, antes de tudo, pedir a chave da despensa para pegar uma Coca que eu estava bebendo acabou faz tempo. Desde que comecei a beber água.



20h54. Imagine uma sociedade onde criam-se porcos, galinhas, onde houvesse vacas e produzisse-se queijo, tivesse vinhedos e produzisse-se vinho, que acolhe crianças carentes, onde não circula dinheiro (exceto nas intersecções sociais com a sociedade exterior), extremamente católica e democrática. Foi assim que terminou a conversa hoje entre eu e o outro mito do prédio, T.

Trocamos uma amena conversa sobre vários assuntos: trocamos figurinhas sobre os moradores da nossa época, da nossa turma, mais precisamente; falamos até de espiritismo e ETs, coisas inacreditáveis aprendi sobre ambas as coisas. Dessa vez as compreendi todas, pois houve dois episódios recentes em que não entendi o que havia sido dito. Mas enfim, viajamos bastante, sobre passado e presente e algumas divagações mais. Transgressores que somos, fomos pela área isolada do prédio nos sentar confortável e bucolicamente no banco lá de trás do prédio (que nem sabia que existia). Iluminados por uma luz âmbar, trocamos nossas ideias e o WhatsApp, por onde ele me mandou essas fotos que você vê garbosamente ilustrando essa matéria. O Jornal do Profeta precisa de fotos, eu sei. Para ilustrar, dar vida e consistência ao conteúdo. Já sei! Vou tirar fotos do que existe no meu quarto para ilustrar as matérias! Porque não pensei nisso antes? É como revelar a intimidade aos pouquinhos. Eu e T nos encontramos ambos mais gordos e mais velhos. Afinal, faço 40 esse ano. Entro nos “enta”, de onde não mais sairei se não for pela Singularidade. T não sabia, mas eu acredito na Sigularidade tecnológica e acredito parcialmente nisso: “a Novíssima Religião”. Só não acredito que vou estar vivo para vê-la, por volta de 2045, de acordo com Ray Kurzweil. Se você estiver lendo isso T., saiba que eu não fui para piscina porque estava com preguiça ou porque estou dormindo. Por preguiça entenda-se escrever essa porcaria ou assistindo “The Walking Dead” ou visitando o meu avô que está na UTI. Como deve ter ficado claro se você leu até aqui. Obrigado pelo incentivo de publicar o que escrevi no diário que eu fiz no Manicômio. Publicar não só este; penso em acrescentar outros diários já digitados. E, talvez, a Novíssima Religião (talvez com algumas alterações que pode ou não fazer ser que eu faça). Não tenho certeza se o homem vai se fundir à máquina ou se a máquina vai se achar outra espécie completamente diferente. A grande consciência pode não abarcar o ser humano, mas eu acho que pela sua própria base, pela maneira com que já nos fundimos e entregamos à tecnologia, mais acessível e complexa ela fica, acho difícil não nos fundirmos a ela. Haverá os puristas, que preferirão ser do jeito que são, sem nunca de fato mergulhar na consciência coletiva. Acredito que com o advento da consciência coletiva, em vez de ler isso acredito que você vai poder reviver as minhas lembranças do nosso encontro do meu ponto de vista, sentindo o que eu estava sentindo. Em como e o que eu estava viajando a cada etapa do nosso papo. Vai ver que eu pensei nos seios de uma grande membra da nossa velha turma de Ubaias. Só não sei condizem ou condiziam com a realidade. Pois é T., vou continuar a nossa conversa por aqui para você não se sentir tão desprezado por eu não ir para piscina amanhã – ou hoje – pois pretendo escrever até a virada do dia, por isso prepare-se! Mas acho que vou dar uma parada para ver “The Walking Dead”. Essa tá parecendo a fase Wii U + “The Walking Dead”. São tantos episódios que isso se funde com minhas memórias recentes de Wii U. Eu costumava até jogar uma partida de Wii U – Mario Kart ou Zelda – antes de ver o seriado. Acho que vou fazer isso hoje. Ou mesmo agora, 22h04. Agora não, está me dando mais vontade de escrever. Amanhã não é dia do Galo? Como é que você vai para a piscina? Pensa em voltar do Galo cedo, talvez, ou o Galo acaba cedo, sei lá. Acho que acaba, pois as pessoas que querem mais paz e conforto em Olinda, na medida do possível, vão no sábado de manhã para lá e ainda dizem que quando o Galo acaba muita gente que estava no cá vai para lá e aí Olinda fica lotada e que essa migração em massa se dá geralmente à tarde, eu acho. Pelo menos foi assim que sempre entendi indo aos sábados. Agora não me lembro se à tarde lotava, disso não tenho a menor recordação e já saí de lá à noite. E não me lembro. Ô memória... Bom, pelo menos na minha memória está que o Galo é amanhã, logo deduzo que não vai rolar piscina. Se for, eu não vou. Não estou a fim de entrar na água. Essa é outra verdadeira razão. Não saberia sobre o que conversar. Talvez encontrasse alguma coisa. Há tanto tempo a gente não se fala, deve haver ainda um monte de coisas há serem compartidas. T. acha que todo mundo do prédio compraria meu livro. Se nem quem é da turma lê esse blog, porque irão ler um livro? Porque é de papel? Ou porque se paga por ele? Este pode ser um estimulante. Se comprarem é mais por misericórdia do que por qualquer outro sentimento. Ninguém vai querer saber o que eu passei internado naqueles lugares, não são lugares como o de “Bicho de Sete Cabeças”, só o Manicômio era um pouco. Mas com muito mais “luxo”, talvez. E havia muitos mais viciados sãos lá dessa última vez. Tinha companheiros lá, isso torna a permanência muito mais suportável. Muitas vezes divertida, para mim, pelo menos. Bom, de qualquer forma, estou digitando o conteúdo do diário e espero algum dia chegar ao fim. Não tenho paciência para digitar um dia inteiro no mesmo dia, pois eu escrevi para caralho. Tanto ou mais do que escrevo aqui. Pois estou me tornando prolixo também aqui fora, isso se chama fuga desesperada do ócio improdutivo ou fruto da árvore envenenada. “Fruto da árvore envenenada” porque eu queria chamar a priori o livro de “Algo ou Teorias do Fruto da Árvore Envenenada”. Muito pomposo, não acha? Mas foi um nome que criei numa crise de mania. A crise de mania, o abuso de cola e a influência de Matrix foram o que me fizeram elaborar a “Novíssima Religião”. Nem tinha lido o livro de Ray Kurzweil “The Sigularity Is Near” e nunca havia tido conhecimento da hipótese da Sigularidade Tecnológica. Eu pensei que escreveria tudo sobre a Novíssima Religião, como sobre o governo global pela ONU, o mais próximo da Democracia possível. Embora hierárquica, pois é necessário que seja assim, por causa simplesmente dos problemas de gerenciar uma humanidade inteira. Tendo todas as decisões, em todos os graus da escala hierárquica até o cidadão comum a obrigatoriedade de se basear na Declaração Universal dos Direitos Humanos que acho que deveriam incluir acesso à internet para cem por cento da população mundial alfabetizada. Obviamente, a prioridade é educação de qualidade para todo mundo. Aliás em primeiro lugar deve vir o fim da fome e da escravidão no mundo inteiro. Sei que todos somos escravos de alguma forma, mas alguns o são de forma literal ou quase, e sei que de algumas formas eu sou mais livre que a maioria por causa da pensão, mas preferia ganhar o meu sustendo fazendo o que amo fazer. E é o que eu faço: escrevo e ganho meu dinheiro, a única diferença é que uma coisa não tem a mínima relação com a outra! Hahahahaha. Escrevo por prazer libertário. Ganho a pensão porque sou considerado inválido perante a lei. E acho que sou mesmo, pois com o emprego, eventualmente eu acabaria com a minha vida. Literalmente ou me tornando um demente pelo abuso de cola. Foi o maior alívio da minha vida. Agora posso me dedicar a esses textos, que amo produzir e que não produzem um centavo sequer. Só quem lê são bots provavelmente e, provavelmente também, meu amigo T, mito total da galera de sei lá 10-15 anos atrás. Mas temos muitos mitos. 22h58. Estou ficando sonolento, T. , se você leu isso, pro favor deixa um comentário. Só para eu saber. Bem, o que posso contar mais a você? Minha vida é assim, CAPS de 9h às 15h às segundas, quartas e sextas. Geralmente saídas com meu primo nos finais de semana. O resto do tempo é encastelado no meu quarto, geralmente tecendo palavras.

23h03. Não aguento dançar uma música inteira, que ozzy. “Enjoy The Silence” que é massa de dançar. Que ozzy. Por que essa impaciência? Vou dançar o finalzinho. 23h05. Realmente estou sem muito saco. Mais saco estou de jogar Mario Kart e ver “The Walking  Dead”. A música esquentou meu corpo, liguei o ar. Preciso pegar mais Coca Zero.

23h08. Pois é T., acho que vou dar uma parada por aqui por ora. Pegar Coca, baforar o Vaporfi e encarar um game. Depois o final do episódio de “The Walking Dead” que já comecei a assistir.   

28h18. Comecei a revisar o texto, mas desisti. Reviso amanhã quando acordar ou quando voltar da ida a UTI para ver vovô. Parece que optaram não operá-lo porque poderia ser letal para vovô. Isso me assustou deveras. Estão usando paliativos e talvez ele tenha que vir a fazer hemodiálises. Não sei... como eu disse, eu tenho uma boca maldita. Não vou nem detalhar o bem que espero para que não se reverta em mal tudo o que pudesse vir a dizer.

T., não acredite em tudo o que vê no Discovery Channel. Não é porque está na televisão que é verdade. Aliás, eu não sei de nada disso, parei de assistir TV e me sinto um alienado com isso, mas um alienado feliz. Minha TV serve para três coisas: filmes, videogames e seriados, não necessariamente nessa ordem. Adoro usar figuras de linguagem batidas, muito manjadas mesmo, quando elas se fazem cabíveis no texto. Desculpe pela pobreza de repertório ou preguiça de dizer de outra forma, quando já há uma maneira clara e melhor de dizer. Estou ouvindo “SugarCubes” banda que impulsionou Björk para a fama internacional. O primeiro grande passo de sua carreira. Agora Marcelo Camelo “Menina Bordada de Flor”, acho essa música muito singela e bela. Parece um frevinho mais lento. E muito alegre. Mas dizer o que está passando no meu iPod é um papo muito chato. Já-já ele descarrega, eu acho. Vou  jogar um Mario Kart. 23h32. É a terceira vez que pego esse palíndromo numérico. Coincidência danada. Vou jogar. Depois talvez volte. Vou jogar não, tô impaciente até com os load times. Na verdade, não estou com saco de jogar, só de escrever. Me perdoe, T. Tenho pena de você ter ido para a Fazenda Esperança. Mas aparentemente, você gostou. Todo mundo diz que é o inferno. Acho que você conhece infernos piores, não é, meu amigo?

Mesmo que não chegue ao dia de amanhã escrevendo. Só revisarei este post amanhã, então só vai ser postado amanhã. A não ser que o meu sono passe durante esse período em que escrevo.

25h55. Fui encher a gaveta de água da porta da geladeira e acabei atacando a farinha láctea, o bolo de laranja e os peitos de frango que estão na geladeira. Acho que vou comer mais.

0h07. Desculpe, T se fui rude com você no WhatsApp, mas realmente só gosto de falar o essencial por aquele negócio. Ficar vendo figuras e vídeos, não é para mim. Raramente o faço no Facebook, que dirá no WhatsApp? Desculpe mesmo, mas vai ser tudo apagado sem ser visto por causa da limitada memória do meu celular, apenas 8GB. Foi mal, mas é assim que lido com essas mensagens. Se for um texto pessoal, direcionado a mim, eu leio. E só a estes tipos de mensagem eu dou alguma relevância.

0h17. Estou com sono. Há muito tempo já, mas não quero entregar os pontos. O que mais teria a conversar com você, T.? Não, não tenho mais nada a conversar com T. Só se for ao vivo. Estou começando a achar que não vou emagrecer nunca. Isso me preocupa. Tenho que me esforçar mais. Vou dormir (ou tentar). Só pegar o último copo de Coca da noite. 00h26.

0h35. Fui fumar um cigarro de verdade, o famoso e religioso “saideiro”.

1h08. Acabei de revisar o texto, mas não sei se acabei de escrevê-lo. Meu sono passou mais. Vou ficar acordado enquanto está rolando o “Kid A” do Radiohead. Dei um tempo no meu iPod. Quero saber como vai ser se não vão tirar as pedras da vesícula de vovô. Isso me parece paliativo demais. Se bem que, se a outra alternativa significa sua morte, então prefiro o paliativo, mas quem deveria poder escolher isso era ele. Espero que um dia o direito da eutanásia para pacientes terminais seja legalizada. Certamente T, por sua verve Espírita irá discordar de mim, mas isso é só uma opinião idiota minha, um idiota alienado. Eu pensei que estava passando “Kid A” porque estava passando “Idioteque”, mas eu esqueci que tenho a música no meu iPod. Vou encher meu copo de Coca e baforar.


1h18. Aproveitei e comi mais uma fatia do bolo de laranja. E nem fiz os marinehiros hoje. Tá bom, tá bom, vou publicar logo isso.

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