quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

L. e outras coisas





Acabei de assistir Stir Of Echoes, com Kevin Bacon. Comecei achando trash, mas depois mudei de opinião, tem um final encaixadinho e o meio do filme entretém, a única falha de roteiro, na minha opinião, foi a mulher não ter contado ao marido sobre os caras da visão. Quem vir julga se foi cabível ou não. Pensei em dizer a L. que os posts que escrevesse sobre ela teriam esse título “L.” e que ela, se quisesse, poderia e estaria pessoalmente convidada a lê-los. Será que teria tamanhas coragem e ousadia? Sei lá, depende do estado de alma na hora. Nem saberia o que escrever sobre ela. Não me vem nada na cabeça além de encantadora. Ela me lembra o jeito de corpo de Clementine e a boca linda (e os cabelos lisos, isso é indispensável). Os olhos também são belos, a sobrancelhas (outro item essencial) também. O corpo me é bastante agradável e apetitoso, embora não seja a mais apetitosa do CAPS. Pouco importa isso pra mim, como disse em outro canto, o encanto é peculiar e não está direta e intrinsecamente agregado ao tesão despertado. É claro que deva despertar algum senão não se trata de uma relação sexual. Mais, na minha opinião, vai bem além da relação sexual, somos bichos macacos no Id, mas há uma camada de cultura e peculiaridades sociais específicas das espécie humana que devem ser levadas em consideração. Há a minha experiência de vida (com garotas, namoros, platonismos) a ser levada em consideração. Por todo esse amontoado de coisas passou o processo seletivo que elegeu L. a minha paixonite atual. Azar o dela. Coitadinha, se fosse o cara dos sonhos dela ou algo vagamente semelhante, pelo menos. Como a vida é cheia dessas pequenas mazelas emocionais, não é? A minha, pelo menos, é repleta. Eu mesmo crio a maioria. Sem querer, mas crio. Não sei creio que a maior das minhas mazelas emocionais tenha sido criada por mim, o pavor, a fobia por empregos/trabalho no sentido de participar de uma instituição e dedicar horas a ela em troca de provento (que não seja também para a alma). A obsessão por eterna atualização, as leis, ordens, obrigações (cheguei na palavra: obrigações: sou quase que completamente avesso a elas [é verdade que me submeto a elas no CAPS, na academia, um pouco na minha casa, mas] tento evitá-las o quanto me for possível. As obrigações são a parte de ser adulto – e uma grande parte – que me assusta e repele. Acho que é a quase completa absência delas na minha vida que me difere de uma “adulto padrão” (se o há). E não sei se quero me tornar jamais um adulto padrão, tamanho é meu pavor. Quero todo o resto ou quase todo o resto que eles têm. Sou um cara que empacou na adolescêcia (acho até que existe o termo “adolescência tardia”, mas não sei se se aplica) com rompantes de infantilidade. A aparência, até pela barba e pela barriga é de adulto até mais velho do que sou. Mas isso é uma fachada contraditória. É algo como “pelo menos nisso eu sou adulto”, “Homem”. No resto me recolho, evitando obrigações. Interessante e também contraditório é eu querer me relacionar com L. Afinal, isso pressupõe obrigações para com outra pessoa e para com a instituição que fundamos ao firmar uma relação. Mas esta obrigação seria em troca de um provento para a minha alma, não por dinheiro. Ter a coisas não me trouxe felicidade, não me encheu a alma e tal constatação me deprimiu e me fez entrar em conflito com o trabalho, pois era apenas aquilo que ele me proporcionava por me sugar quase todo o sumo. Seria necessário muito mais para me dar motivação para aceitar tais obrigações. Entrei em parafuso e cá estou, depois de tantas tormentas, tendo uma vida mansa, com poucas obrigações e uma L. para me embelezar e encantar o dia. Além disso, reavivei meu videogame, às vezes jogando com aquela velha motivação. Estou no processo de publicar para a Amazon (e Kindle) Algo 0003, em Inglês e renomeado The New Truth – Bible Of The New Millennium. Falta apenas uma conta de banco brasileira para poderem depositar o dinheiro das vendas... preciso ir a um banco criar a minha ou mamãe me ceder as informações de alguma conta dela (no que está relutante pelo receio que dados fornecidos à internet desperta na maioria das pessoas mais esclarecidas/precavidas).

Estou com vontade de tomar um café e fumar um cigarro e é o que vou fazer.

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Lucky de Britney Spears... não sei por que coloquei essa na lista… 18h41. E se o monstro do trabalho foi criação minha? Afinal, tudo o que está na minha cabeça são construções minhas. Que diferença isso faz, se não consigo derrotá-lo? Ao tentar, a primeira coisa que faço é entrar em desesperado parafuso. E sinto um sofrimento indescritível nessa queda. Por que vou me passar por isso? Me arriscar a passar por isso? Se tentei mais de uma, duas, três vezes e o resultado foi o mesmo, com gradações crescentes de sofrimento e caos. Belezas são coisas acesas por dentro, tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento. Lágrimas Negras de Mautner por Caetano rolando agora no som. L. é uma beleza, é uma coisa acesa por dentro e que me acende por dentro. Qual seria minha primeira interação física com L.? Provavelmente tocar minha mão de leve sobre a sua ou, se fosse mais ousado, colocar o cabelo caído novamente por trás da orelha. Nem sei se tenho mais a delicadeza que imagino para esses toques. Mas acho que isso não se perde, né? Só se for após ter feito a maromba de hoje que me deixou com os braços todo tremendo. He. Besteira inútil. Mas o que não o é frente a enormidade do tempo e do universo? Deixe-me aqui com minhas besteiras sobre L. e sobre tudo o que eu quiser. Aqui eu posso tudo. E confesso a você que desse tudo não arranho nem a ponta do iceberg. Não que não me esforce. Na verdade não me esforço. Esforço é como obrigação, se cumpre obrigações com esforço. Esforço é uma força que vai além do que você quer ou pode fazer. É uma força extra que se emprega. Não eu, não agora. Ouvindo Roberto Carlos com Gal, Sua Estupidez... também não sei como veio parar na lista, mas está entrando tão direitinho nos meus ouvidos. L., sua estupidez, não lhe deixa ver... Hahahahahahahahahahaha! Entrou Chico, mas não sei se estou com alma para Chico, acho que só Bye, Bye Brasil, vou direto para ela e ver o que vem depois... Tem o velho Damien Rice, sempre bem-vindo, nunca ofende. Por causa dessa minha relação aparafusada com o trabalho é que sonho com a pensão de papai como incapaz. De vagabundo para incapaz não faz muita diferença no meu dicionário. Mas na minha conta bancária faz uma sensível diferença. Do nada a algo certinho todo mês, não teria coisa melhor. Só curtir o dindim com L. ou qualquer outra que me encante como ela. Ela é uma impossibilidade mesmo. Até por não me sentir eu mesmo homem suficiente para ela. Como posso me oferecer como alternativa, então? E ainda mais como melhor alternativa? Com essas palavras é que não vai ser. Mas talvez sirva de estudo de caso. Ela bem que podia fazer um estudo de caso comigo. Não esconderia nada e ainda a teria por um período bem perto a mim. Olha aí, fica a sugestão. Eu sou um paciente interessante, pelo menos isso eu sei que sou. Basta ver, Villa Sant’Ana, eletrochoques, tentativas de suicídio, vício fora do comum, inteligente e bem articulado. Com manias de grandeza, tendo formulado inclusive uma teoria sobre a criação do universo, quem é Deus e o papel da humanidade no meio disso tudo. Isso sem falar no mandamento único da minha crença (que sigo sem seguir, pois não sei se escrever um blog como este é contribuir para o bem comum [mas só ter formulado a teoria já é {há dois mil anos ninguém vem com nada de novo, só ideias requentadas e variações dos mesmos velhos temas}]). Quem ainda não souber do que estou falando o link é Algo 0003 (tem link embaixo do texto para a versão em Inglês e no blog Bible Of The New Millennium, além de ter nos dois idiomas, tem nos demais 64 que o Google Translate oferece). Afinal, além de tudo o que mencionei, sou bipolar e sujeito a surtos de megalomania.
Coloquei Um Dia Perfeito do Legião para tocar, Fragile Tension não estava fazendo a minha vibe. Se eu fosse um cara rochedo mesmo, eu colocava um link para o You Tube de cada música que eu cito, mas eu não sou rochedo, tô mais para mar. Eu queria que L. fosse amanhã e eu diria aquela coisa do L. a ela e diria que inclusive o último post tem o L. como parte do título. Os Barcos, já roí muito com e por causa dessa música. Não sei se L. merece ter um marcador específico para ela, posso fazer, mesmo que temporário. Quando ela inevitável e rapidamente se defenestrar dos meus pensamentos, eu elimino. Fico curioso se vai haver mais de dois posts com esse marcador. Acho difícil. Não sei por que, pensei ter ouvido rumores de que ela sairia do CAPS. Se ela for sair e se eu tiver coragem e ousadia, pergunto se agora que não há vínculos psicológicos, posso adicioná-la ao Facebook ou se ela pode ao menos curtir a página do Jornal do Profeta lá.

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19h48. Fui completamente interrompido pela chegada da minha mãe com as compras. É obrigação minha trazê-las do carro, lá embaixo. Cheguei e está passando Spaceballs The Ballad, do Pato Fu. Apesar de ser climática e tratar do universo e viagens espaciais e povos alienígenas, ela traz um triângulo de forró no arranjo. Given to Fly, poderias chamar-se Oceans II. Por isso gosto, me lembra o mar agitado, com ondas bravias. Segue Oceans ao vivo... estou pensando em jogar Metroid Prime Corruption, mas estou num chefe chato. Acho que tenho uma estratégia para ele, que é não ficar nunca muito próximo dele, mas ela pode falhar se o vômito mortal que ele jorra de tempos em tempos tiver longo alcance, aí é morte certa. Se for assim, vai ser muito chato matá-lo, pois serão necessárias muitas peripécias de pulo e controle para escapar da sua golfada mortal. Tomara que a estratégia da distância prove-se suficiente. Mas não estou com tanta vontade de jogar, principalmente depois que começou o Pablo Honey do Radiohead e sabendo que já, já, mamãe chamar-me-á para o jantar. Não queri, tendo as ideias ainda levemente esticadas, compartilhar da mesma mesa que ela e meu padrasto, mas prevejo o inevitável. Pelo menos tenho sido um bom filho hoje, assisti filme, vim escrever no computador, passei a tarde toda sozinho e “não fiz merda”, não pedi cigarros ainda (isso conta muitos pontos!)... L., eu sou um bom filho, às vezes. Bons filhos são ótimos partidos, sabia não? Meu irmão, o melhor de todos os filhos, foi logo fisgado. O “menino de ouro” não poderia ter outro destino ou um melhor, for that matter. Ele só se preocupa demais com o mundo. Devia se concentrar no mundinho que ele criou ao redor da mulher e filhos. O problema é que ele parece ser multitask e essas preocupações extracurriculares parecem fazer bem à sua alma, fazer parte do cumprimento do papel que lhe foi outorgado por papai. Tentar carregar o mundo nas costas. Suportar tudo. Eu sou o inverso, o inconcebível para ele, não consigo suportar nada. Não suporte nada e você acabará como eu, maninho. Mas cada um com seu papel, não é mesmo? O meu me cabe como a minha própria pele. Cigarettes and Chocolate Milk. E você L., por onde você caminha em meus pensamentos que sumiu? Observando alguma faceta particularmente interessante do meu eu? Alguma que não esteja falida ou condenada? Alguma que aponte alguma esperança? Um túnel que dá num lugar melhor? É lá que você quer ir comigo? Comigo você não quer ir nem até a esquina, não é? Eita Beatles, I’ve Just Seen a Face. Adoro essa música... tanto que não escrevi nada enquanto ela passava. Ela passa rápido. Segue Spanish Bombs do The Clash. Para mim, nem de longe uma das melhores, mas a única que tenho neste computador. Mamãe entra com um wrap (tipo de comida para frescos lights) no meu quarto. Estava delicioso. Disse que se quiser mais vá lá. É o que vou fazer.

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21h11. Fui lá, mas mommy não preparou mais nenhum para mim, apenas aqueceu as massas, não os recheou (vai ver que era isso que ela quisesse dizer em primeiro lugar). Meus recheios não ficaram tão bons (a comida nunca parece tão apetitosa ao cozinheiro). Além disso, ela havia esquecido de comprar meus cigarros, então tive de dar essa caminhada noturna até o posto para obtê-los (Hollywood, aqui tem Free Light ainda). Tentei negociar pela minha andada, além dos dois Hollywoods a que tenho direito um Free Light extra, mas a proposta não a conquistou. Na verdade, rindo, ela disse que eu tinha mania de transgredir. Está rolando o remix de A Forest do Cure. Acho que vou colocar o mesmo L. do último post como imagem, só mudando a cor da barriga dos passarinhos no Photoshop. Estou a fim de ver se detono o monstro chato do Metroid, quem sabe ouvindo The Cure não arrume forças para a batalha? Mas antes, tomar meus remédios e colocar meu pijama, pois parece que acordarei especialmente cedo amanhã para que mamãe possa ter uma conversa com N., do CAPS.

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22h18. Passei do bichão – gastei duas vidas –  mas tive uma morte idiota adiante com uns monstrengos com os quais lidarei amanhã. Acho que vou revisar e postar isso, já tá com 4 páginas e o Dalamadorm faz seu trabalho. Se bem que me deu vontade de ver um filme: Moon. Vamos ver. Primeiro postar.

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