sábado, 14 de janeiro de 2017

MORTE INESPERADA

1h59. Hoje encontrei, de ontem até agora, aliás, estive com a Gatinha. Ela passou a maior parte do tempo cochilando numa espreguiçadeira da piscina, mas mesmo assim foi bom. Acabamos a noite com a triste descoberta que um colega havia morrido aos 31 anos. Eu bem que suspeitava pelo conteúdo de alguns posts do Facebook, mas não tinha certeza. Ela resolveu pesquisar no Facebook e eu no Google e constatamos a triste verdade. A vida de um indivíduo não tem realmente sentido ou importância nenhuma no grande esquema das coisas. A importância se dá pelo que a pessoa fez, se é que fez, de relevante. Mas a morte leva quando quer mesmo, mesmo pessoas boas, mesmo pessoas jovens e cheias de vida. Seria muito mais “justo” a morte me levar, dado que minha vida é aparentemente despropositada e eu sou mais velho e sempre tive um comportamento, até onde sei, mais autodestrutivo que ele, que engrenava uma promissora carreira política, era bem casado e pai de filhos. Seria muito mais razoável e, quem sabe até um alívio para muitos, que eu partisse e não ele. Mas a incompreensível dança dos átomos não quis assim. Fiquei perplexo. Mas é assim que a coisa se dá. De forma caótica e irracional. Tentar incutir razão na vida e na morte é nonsense. Está passando “In Our Hands” de Björk, que triste ironia. Nem tudo está em nossas mãos, Björk. Muita coisa está se a sociedade se organizasse melhor. E vem se organizando melhor e se organizará melhor graças à revolução da internet. Participo de várias petições por causas que acho nobres e elas surtem efeito. Muito embora tenha elaborado uma petição que nem conseguiu amealhar o número mínimo de assinaturas eletrônicas. Também é sobre um tema muito específico, um nicho ínfimo da humanidade se preocupa com a tal causa. Então estou pensando em parar de divulgá-la e desistir de lutar contra moinhos. É sobre bonecos a causa. Sério! Pedindo que as mensalidades dos bonecos comecem logo que a possibilidade de comprá-los torne-se disponível, diminuindo assim as parcelas mensais que os colecionadores tem que pagar para obter dado boneco. Eu divulgo isso há uns dois meses e não consegui atingir cem assinaturas. Faltam 22. Se você que está lendo quiser contribuir com a causa, mesmo não sendo um colecionador, sinta-se à vontade, o link está abaixo e só leva um minuto para assinar.



Se você quiser, poderá receber e-mails com petições de causas realmente importantes. Faz um bem para alma quando um remédio essencial é liberado por causa da pressão popular, por exemplo. Dá um certo orgulho de ter posto seu nome ali e isso ter feito diferença para um monte de gente. Participo do “Change.org” (onde criei a petição dos bonecos) e da “Anistia Internacional”. E geralmente, conseguimos o que pleiteamos. É bem gratificante. Acredito que a minha petição foi a mais esdrúxula já criada na História da Humanidade, mas ela tem relevância para os colecionadores que não tem muito dinheiro por mês para gastar com bonecos e mesmo assim amam o hobby. Seria legal se vocês assinassem e eu chegasse às cem assinaturas e pudesse mandar a carta para a fabricante e distribuidora de bonecos. Mas não ficarei de mal de ninguém se não assinarem. Ao contrário, compreenderei, por que só quem compreende a relevância dessa petição são os colecionadores lisos, como eu, que são uma minoria no meio. Somos metidos de estarmos colecionando produtos tão caros para o que são, tanto é que não comprarei mais nenhuma boneca porque o mercado está crescendo rápido demais, tornando a demanda maior que a oferta e consequentemente tornado os preços cada vez mais absurdos. Mas como a maioria que compra são gringos bastante abastados é difícil conseguir assinaturas. Fico impressionado que amealhei 78 assinaturas.

Ah, meu Wii U finalmente foi enviado e, aparentemente, já está em Recife. Tomara. Não sei se os Correios funcionam amanhã, hoje, digo, mas seria um sonho recebe-lo quando acordasse. Mas acho que só semana que vem mesmo. É bom que dá tempo de zerar FarCry3 bem zerado. Faltam duas ou três fortificações inimigas para invadir e umas 30 relíquias para resgatar. Se acabar com as fortificações, me dou como satisfeito. Não sei se tenho saco para catar todas as relíquias. 120 é um número gigantesco de coisas para pegar, ainda mais espalhadas num mundo imenso como o de FarCry3. Pelo menos não é um mundo tão exageradamente imenso como o de GTA IV e imagino de GTA V. Esses eu vou jogar um dia, se o meu PS3 aguentar até lá. Um que enjoei de tanto jogar foi God of War. Mas não vou deixar de jogar o III que foi feito exclusivamente para PS3. Mas não agora. Agora quero o Wii U. É irônico, eu faço planos, mas nem sei se estarei vivo daqui a cinco minutos. A morte vem sem anúncio muitas vezes (como foi o caso do meu colega). Isso me deixou meio mexido. Quão frágil e efêmera é a vida. Pelo menos não sou uma galinha trancada numa grade cheia de outras galinhas, muitas vezes mortas, para chocar ovos. Falei disso porque me lembrei de uma petição que assinei contra essa prática cruel. E olhe que não assino muito petições em defesa dos animais, mas esse modo de criação de galinhas é desumano demais. Fiquei chocado quando soube das reais condições dos pobres galináceos e assinei. A primeira coisa que pensei foi graças aos céus eu não vi ao mundo como uma galinha de cativeiro. Tenho muita sorte em como e com quem vim ao mundo. Eu tenho muita sorte em tudo na minha vida. Eu só tenho que parar de tentar estragar tudo. Aí, as coisas vão andar às mil maravilhas. Mas é hábito muito antigo e, como dizem, o hábito faz o monge. Gosto da duplicidade do ditado e desgosto da interpretação que realmente traz uma mensagem. Por falar em monge. Não fôra os dois encontros que tive com uma amiga de adolescência estaria sem praticar sexo a dois há quase dez anos. Poderia ser monge. Se tivesse a disciplina e o autocontrole necessários, duas qualidades que me faltam. Hahahaha.


Rio comigo mesmo, como quem ri da própria desgraça. Mas não gosto de disciplina, embora tenha desenvolvido um pouco disso e um tanto mais de autocontrole. Sem dúvida melhorei sensivelmente nestes dois quesitos depois que abandonei as drogas, especialmente o álcool. O álcool me transformava mais que às pessoas normais. Eu bebia unicamente para me entorpecer, não sentia nenhum prazer gustativo na ingestão de bebidas alcoólicas, exceto Strega verde. Esse, sim, um verdadeiro néctar dos deuses. Mas não tomava porres dele. Apenas um pequeno cálice de licor me satisfazia. Tomava para degustar o sabor indescritivelmente perfumado e o altíssimo teor alcoólico que aquecia até a alma. Se brincar e acho que só posso estar falando por brincadeira, pois minha mãe nunca iria me permitir, se tivesse grana e se fosse a Munique novamente, tentaria trazer uma garrafa. Mamãe controlaria o uso. Eu teria direito a tomar um cálice por semana. Depois da melhor refeição que tivesse. Seria um prazer indizível. Lá vou eu fazendo planos, a longo prazo agora, sem saber se a morte está à espreita ou não. Mas não vou pensar em morte demais para não somatizar qualquer merda aí e acabar morrendo antes do tempo que poderia alcançar se não pensasse nisso. Está passando “Menina da Lua” com Maria Rita. Essa música tem um significado especial para mim, imensamente especial. Pena que seja apenas mais um dos meus castelos de areia. Meu irmão disse que assumiria minha curatela quando mamãe se fosse. Não sei se isso significa morar nos EUA e não sei se iria gostar de morar lá. Não sei nem se é possível fazer toda a burocracia necessária para receber minha pensão do exterior. Talvez no futuro, pois espero que minha mãe viva muito ainda, seja possível. Não quero que meu irmão sacrifique a si e à sua família por mim. Prefiro eu mesmo me sacrificar. Não faço idéia de como conseguirei meus medicamentos lá também. Bem, pode ser que a vida me leve antes. Mas há uma série de poréns nessa idéia de meu irmão ser meu curador, como eu ter que me apresentar todos os anos na agência do Banco do Brasil detentora da conta da pensão para provar que estou vivo. Mas deixemos isso para lá. O tema está meio tétrico hoje. Ou eu estou meio tétrico pela constatação da morte do meu colega.  Fico por aqui. É tarde. 3h32.

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