domingo, 15 de janeiro de 2012

Escrevendo por escrever

Escrever por escrever, por não haver nenhuma disposição melhor na alma que esta. Ouvindo Audioslave, Be Yourself. Estou numa fase Audiosalve atualmente. Coloquei, só para dar um sabor diferente, Santa Chuva com Maria Rita na seleção. Gostaria de estar com vontade de pintar, mas estou árido desta ou de quaisquer outras vontades no momento.



Encontrei com Clementine há pouco, o que foi uma grata surpresa. A conversa foi pouco fluente e pouco espontânea para os nossos padrões, devido à presença de uma amiga dela à mesa. Ela cogitou uma possibilidade de comercialização para os meus quadros (o que me animou medrosamente) e inquiriu sobre a minha nova paixão de internet, que, por sinal, foi o sujeito do meu último quadro (embora uma das pessoas que viram achou o resultado mais parecido com Michael Jackson...).

Gostaria de falar da pessoa que chegou depois e sentou-se à mesa, já que trouxe um colorido inusitado e tão próprio  à nossa tarde, mas temo não ser capaz de fazê-lo de forma que não soe pejorativa, por mais que adore e admire tal pessoa. O mundo não é complacente de entendimento com certos tipos de gente, infelizmente.

Pretendo transformar Algo 0003 em uma livreto, em formato A6, como um cordel, e tentar imprimi-lo na Livrinho de Papel Finíssimo. Mas a vontade efetiva para isso também me falta no momento.

16h26. Vazio existencial. Santa Chuva rolando. Vou fumar. Quando voltar, fazer um set list maior, eu acho. Vixe, tô com preguiça até de ir fumar, tô preferindo ouvir a música até o fim. Preguiça dos inferno. Parece que estou grudado na cadeira. Vixe, vixe, vixe.

16h29. A música acabou. Vou lá baforar.

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16h41. Dois cigarros depois continuo com esse sofrimento brando, essa agoniazinha leve zunindo no juízo. Talvez seja o nada desejável para fazer, o peso do ócio. Talvez seja a depressão pinicando. Estou começando a achar que o cigarro é uma das causas, pois quando fumo sinto-me pior. Não sei. Só sei que é chato. Não consigo imaginar nada melhor para fazer que não escrever. Parece que dizer as coisas para mim mesmo através de letras me alivia, é como se, ao depositar esses sentimentos no Word, eles se afastassem de mim. Be Yourself rolando. Música me alivia, distrai, também. Ao meu redor, um copo de coca-cola geladíssima, uma lava lamp dada a meu irmão por sua esposa, fotos de pessoas amadas, o Wii, um calendário balançando ao vento. A tarde está levemente melancólica, sem sol aberto de verão. Há uma grande concha atrás do copo de coca e pincéis num porta-lápis atrás do computador.



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16h50. Estou pensando em aumentar a parte de trás da cabeça da pintura que fiz de lirroty para ver se ela fica se parecendo menos com Michael Jackson. Esse comentário destruiu meu gosto pela obra. Eu já sabia que não tinha ficado tão linda ou parecida com lirroty, mas Michael Jackson foi demais. Fumar e repor a coca. Não fiz a set list nova. A atual tem só quatro músicas. Acho que vou por o sou de Camelo para ouvir no headphone. No som não rola, pois minha mãe e padrastro estão dormindo. 16h56.

Michael Jackson?


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17h05. Coloquei o sou e copiei o disco para o HD (embora não tenha conseguido achá-lo). Acho que finalmente me libertei da minha paixão platônica. Depois de tanto rechaço - sempre de forma educada e sempre doloso - acho que enchi o saco. O que sinto agora, nesse exato momento, é um desprezo meio rancoroso. Um foda-se, tem quem queira. Um foda-se, alguém vai receber todo o sentimento que você não quis ter e nunca terá igual. Foda-se. É bom isso, libertador. E eu sei que não é culpa nem problema dela não sentir nada de amável por mim. Mas passei mais de uma década penando com esse sentimento e com a neura de Algo. Enfim, me libertei dos dois. E embora a libertação seja doce, não é tão deliciosa ou grandiosa quando eu esperava. Uma libertação medíocre, para ser sincero. Mas a liberdade de qualquer tamanho que seja é inestimável. Só que esperava uma euforia carnavalesca, de campeão da copa do mundo dentro da alma, o que não ocorre. “Tudo passa”, canta Camelo.

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17h13. Sei mais o que dizer não. E isso é ruim porque, sem palavras, a agoniazinha volta. Vou mexer um pouco no Corel.

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17h45. Fiz a capa do cordelzinho de Algo:



17h46. Vou ver se acho a câmera para tirar a foto do quadro de lirroty para postar aqui.

17h54. Tirei, mas não achei o cabo que transfere as imagens para o computador. :P

Que nada para fazer horrível. Aaargh!

Vou procurar três imagens no Google para postar. Pelo menos é um passatempo.

18h22. Pronto, achei. Muito mais de três, muitas sensuais/sexuais. Foi fácil achar imagens, fui no ffffound. Foi bom que passou o tempo. Vou fumar.





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18h31. Chega, vou parar de escrever este post senão não acabo nunca. Vou agora organizar os textos dos diários de um manicômio e de um albergue de drogados. Xau! 

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