quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Algo 0000


Quer mesmo ler Algo?

Eu não sei se acredito. Só sei que preciso escrever. Há mais de uma década tento fazê-lo e desisto por covardia, por descaso comigo, com meus sonhos e com o mundo. Não sei se conseguirei agora, mas o peso de carregar este nó de idéias aprisionado na garganta se tornou intolerável. A forma perfeita para dizê-lo nunca encontrei e, depois de tanto tempo, me conformo que nunca encontrarei. É melhor que saia de qualquer forma, defecado, parido. Desde que saia, que me esvazie, me alivie, que me permita contemplar, feio ou virtuoso, fora de mim, separado e diferente de mim. Algo outro, um não eu, independente, transcendente. Eu quero me livrar disso, acorrentando-o ao mundo. Estando não apenas em mim, mas também ao meu redor, quem sabe entendido por outrem, me sentirei como um mergulhador que finalmente atinge a mesma pressão do oceano que o cerca. Me sinto em descompasso com o meu tempo e finalmente é chegada a hora de acertarmos os ponteiros.

XXXXX

Uma das maiores dificuldades de escrever isso é que não sei por onde começar, por onde terminar, onde fica o meio, qual a melhor forma de contar, então seguirei do jeito que vier, pois preciso seguir de qualquer jeito. Será uma colcha de retalhos, um Frankenstein. Mas será.

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