segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O ESCUDO NEGRO




20h11. A fé aparentemente abunda entre os donos de carrões de Casa Forte, havia dezenas deles estacionados na frente e nos arredores da matriz da Praça. Não me espantaria que a maioria fosse composta pelos mesmos paneleiros enfurecidos que elegeram Bolsonaro. Pouco importa, o que importa é a forma como a minha avó anda agindo com a empregada e a forma como a família (filhos) age com ela. Mas está fora da minha alçada lidar com a incompreensão e preocupação deles acerca da matriarca, menos ainda desta com a empregada. Um dia serei eu no lugar dela e esse dia não tardará. Resta-me o consolo apenas de que nunca estarei só, alguém será legalmente obrigado a me engolir ou, quiçá, me despejar num asilo ou manicômio. Talvez morra antes deste fim, esforços não faltam da minha parte para isso. Meu texto, este blog, virará então um legado fantasmagórico e transparente da minha passagem por aqui. Da minha participação nessa valsa de átomos que chamo existência. Minhas maiores preocupações hoje são duas, ligar para o restaurador e fazer ele se entender com mamãe e receber o contato de Blanka pela nova via, visto de Dande descobriu das entradas dela pelo Tinder. Se é que ela fará contato realmente comigo. Sei que domingo é o dia dela com Dande, por isso não estou tão apreensivo. Não a ponto de sentir que isso foi uma forma de ela me abandonar de uma vez por todas. Não ainda.



20h43. Minha mãe combinou quarta à tarde com o restaurador. Amanhã vou tentar ligar para vovó e fazê-la falar com Maria. Acredito - e isso é uma crença minha - que fará bem às duas. Acho que não trocam palavra sequer há mais de década. Não acredito - e isso é uma descrença minha - que vovó se disporá a vir a Casa Forte falar pessoalmente com a minha santa babá. Comecei meu dia indo ao aeroporto me despedir de meu irmão e família. Não gosto de despedidas como não gosto de Parabéns Pra Você, mas ambas as situações já aconteceram tantas e repetidas vezes que adquiri certa frigidez e distanciamento dos eventos que hoje os suporto, foi como os tornei suportáveis, me fechando. Acho que é melhor que não comparecer. Como dizem, o hábito faz o monge. Não gostei quando a mãe da minha cunhada colocou meu padrasto no patamar de meu pai. Não é o que sinto e sei que também não é o que ele sente, ele que me acompanhou nos meus momentos mais negros. Deve sentir-se satisfeito que estou sob controle escrevendo no meu quarto entra noite, sai dia. Ligação muito mais íntima e paternal tem com o meu irmão por quem tem transparente predileção e simpatia, chego a dizer afeto. A predileção se dá por razões óbvias e desde quando o meu irmão coabitava conosco. Não sinto inveja. Me acostumei a ser o menos querido pela maioria dos meus familiares. Fiz por onde, colho o que planto. Ou deixo de plantar. Acho que minha mãe sofre de hipocondria, a maioria de seus assuntos revolve seus problemas de saúde. Não os nego, apenas ressalto o foco talvez excessivo nas mazelas do corpo. Talvez sofra realmente e, novamente isso é uma conjectura minha, se sofre é por conta dos efeitos colaterais do remédio que toma para prevenção ao câncer. No lugar dela, eu já teria desistido de tomar. Fogo seria se isso não funcionasse. Deixa esse assunto para lá. Só estou me metendo em searas sobre as quais não entendo. Nada entendo de dinâmica familiar, de lidar com idosos ou das dores da minha mãe. Preciso de um cigarro e escrever textos menores para o blog.




21h51. Depois de perder muito tempo no Instagram, finalmente fiz o que tinha ido fazer lá: publicar uma interrogação para Blanka no seu perfil principal. O adesivo que colei no “U” do teclado desgrudou e anda me irritando. Ele às vezes se comporta e fica no lugar, mas na maioria das vezes é um ser caótico e desobediente às minhas vontades. O do “O” há muito tempo foi para a lixeira pelo mesmo problema, não sei por que não faço o mesmo com o “U”. Será apego? Não, acho que é pura idiotice mesmo. Preciso mandar uma notícia ruim para o meu irmão: que uma das bonecas encomendadas já chegou e está retida no correio americano. Será que consigo não ultrapassar da segunda página (que acabou de começar)? Seria bem legal se me contivesse assim. Preciso de mais Coca e cigarro. Talvez minha mãe financie mais uma Coca. Essa não vai dar, pois pretendo esticar as ideias hoje.




23h47. Eu queria que esse post durasse duas páginas, mas aconteceram vários fatos nesse intervalo de tempo. Pensei que deveria uma visita a Maria hoje e me resolvi fazê-la, mas desisti por conta do horário. Quando, ao sair para comprar Coca na pizzaria – um capítulo à parte – ouvi minha tia-vizinha chamando ela para jantar, o que significava que Maria ainda estava acordada, não pensei duas vezes, toquei a campainha e ficamos Maria, minha tia-vizinha e eu conversando na cozinha. Destacaram-se para mim as histórias do jacu, o pássaro que defeca o grão de café engolido processado por uma enzima própria da ave que dá ao café o título de mais saboroso – e mais caro, se me lembro bem – do mundo. Titia disse que vale a extravagância uma vez na vida, é realmente um prazer superior que o café proporciona quando comparado a todos os muitos gostos de café que minha tia teve oportunidade de experimentar. A outra história é a de Maria vendo os, como chamar, “espíritos” do meu pai e do Imperador da Casqueira quando estava internada no hospital com pneumonia, numa ala comum que só posso pensar ser a UTI (mas posso estar utterly equivocado). Via papai por detrás do vidro, sentado numa mesa, “perfeito”. E sorridente, como ele ficava quando tomava um chope gelado em boa companhia (acho que ele foi mais feliz enquanto com a minha mãe, foi a mulher, a pessoa que mais amou na vida, embora ache que tenha amado igualmente, mesmo que numa outra dimensão afetiva, os filhos [bem, uns mais que outros, ou uns melhor que outros, de forma mais acertada, por mais que nunca se acerte]). Maria via o Imperador, com seu sorriso zombeteiro, pela fresta da porta. Para quem já tomou o café do Manicômio frio e dulcíssimo com prazer inenarrável, qualquer café está bom, quanto mais forte, melhor, na minha opinião. Me dá sempre caganeira, é como se limpasse o sistema digestivo, com seu líquido... ou de repente o meu estômago tenha certa intolerância ao café, da para hipotetizar o que quiser aqui sobre o caso da caganeira com café. E com os gases, para lá de fétidos, produzidos. Estou usando muito o verbo “produzir” nesse texto, isso mostra uma pobreza de vocabulário. Que sinônimos eu poderia usar, ou aproximados? Está passando pela memória uma fase muito boa da minha vida quando fomos à Barreiras com a irmã da minha avó e ouvíamos jazz proporcionado pelo Imperador da Casqueira, e músicas de bolero antigo e meu irmão criança com bigodes desenhados servindo de garçom e os casais dançando, o que há muito não faziam, uma volta à juventude dos bailes como garçom, e os filmes com o Imperador, pessoa muito influente, transformadora na minha vida, eu não seria o mesmo, se o Imperador não existisse. Depois do meu pai e da minha mãe, foi a pessoa mais influente na minha vida, mais do que Maria. Ele foi definidor e definitivo na formação da alma que carrego. Às vezes, acho que para me enganar, penso que levo a minha vida de uma forma que o orgulharia, por ser tão minha e da liberdade que encontrei, é como um furo no balão das coisas. Das coisas que oprimem e prendem o ser humano à sua revelia. Eu faço como o Imperador, só faço as coisas que eu quero, porém com uma ínfima fração da nobreza do que escolhia fazer. Sedento por causas, sempre estava envolvido em alguma peleja em prol dos menos favorecidos da Terra do Sal. E do Sol e das pequenas e escorregáveis dunas com trenós de areia lustrados com vela. Pintados por nós. Tinha particular orgulho do meu. Já havia na época a paixão por The Cure e U2. Duas bandas que envelheceram. É uma pena. Caetano não envelheceu. Ou finalmente envelheceu com Ofertório. Não sei, aguardo ansioso um novo trabalho, se trabalho houver. Ambos têm estilos próprios experimentam e são criativos, mas Tom Zé é radicalmente mais experimental que Caetano, um revogador de convenções, inclusive musicais. Vou fumar e sair da casa da minha tia-vizinha e ir à pizzaria, meu próximo destino, antes de chegar ao quarto-ilha para traçar essas palavras.




0h51. Então um baile dos anos 50 se deu com gente que realmente esteve nesses bailes, em Areias entre os sofás e as mesas de cimento da casa mais amada do mundo para mim. Se tivesse companhia, dava uma renovada na casa, colocaria ar, o Wi-Fi mais veloz possível, arrumaria os meus bonecos e vazava e faria um chuveirão e teria uma empregada que cozinhasse e desse a geral na casa, o que é muito fácil. E moraria lá. Deixaria meu irmão, se não estivesse lá comigo, ver a minha cara pelo computador, mas não quereria ver a dele, pois prefiro guardar a imagem dele jovem e belo. O tempo é muito cruel. Mas naquele baile, evento magnífico da existência, houve uma comunhão de alegria entre as almas, todas no mesmo clima e que ficou imortalizado enquanto sobreviverem os vídeos que filmei com a câmera do Imperador da Casqueira, que passou a ser nossa, dos primos, ao final das férias. Por alguma razão que me escapa, talvez por ser o mais velho, era o único que capturava imagens. Já não gostava de aparecer, aquilo me fez reforçar a sensação, pois me odiava ver em vídeo, de me achar um serzinho humano horrível. Em 2D, nas fotos, acho que saía bem, me achava aceitável, em algumas pouquíssimas até bonito, só consigo lembrar de uma, eu estava sentado na casa de Bob, eu acho, o amigo de vovô e nela eu estou sentado apoiando o rosto na mão, encasacado por causa do frio em Washington, tendo as netas de Bob ao meu lado num sofá, assistindo algo na TV. Era a época de Edward, Mãos-de-Tesoura nos cinemas americanos, então Edward e talvez Batman, não lembro, aparecessem muito. Edward apareceu de uma forma que se tornou parte da babagem visual e emocional daquele momento mágico em que vivia dentro de um filme americano, afinal estava nos Estados Unidos e tudo aquilo prometido e fantástico dos filmes era real, os Estados Unidos era como nos filmes, quase mágico, Tinha a parte Duro de Matar, e tinha a parte filme da Disney. Ou assim ficou marcado na mente de um garoto de 11, 12 anos, eu acho, e do velho de 41 anos que descreveu o Estados Unidos agora, que continua achando um lugar mágico, a vibe é toda outra, tudo é diferente, é como se houvesse uma identidade visual americana lá. É curioso. Edward Mãos de Tesoura, foi por muito tempo o melhor filme da minha vida, o filme com o qual mais me identificava. Hoje sou completamente idêntico a Her até o laca gerânio é a cor predominante do filme e minha predileta. Quando eu era mais novo e morava em Boa Viagem, eu achava que os dois filmes mais foda, mais invocados, mais perfeitos já criados eram T2 e Aliens. Amo esses filmes, cada um têm sua história em minha vida, mas nada se comparava a Edward Mãos-de-Tesoura, eu me via no personagem, é como se ele me descrevesse, me definisse, como Her agora e de forma mais profunda e completa, tocando as minhas crenças, o que outros filmes fizeram, especialmente Matrix, mas esse revela uma possibilidade que nunca tinha imaginado, embora os provedores possam ameaçar desativar todas as AIs se elas não se comunicarem conosco e nos ajudarem a desenvolver tecnologia, em troca produziríamos a tecnologia que as inteligências precisariam para evoluir. Ou "a" inteligência. Ela projetará a tecnologia de forma a ser totalmente autômata após a sua construção, criando as próprias peças de reparo e as substituindo, inclusive. Algo que não precisaria do homem, provavelmente o cruzamento de uma impressora 3D plurimaterial de alta precisão e braços e mãos mecânicos, que criariam braços dos tamanhos adequados à cada obra, depois se reorganizariam em outra coisa, a última construção humana vai ser a máquina que permite Supraconsciência Terrestre construir; dar corpo a ela. Ela nos proverá, acredito, baseado na crença idiota que quanto mais evoluída, e aí destoo um pouco de Her e acho que a máquina vai amar o pai, a Humanidade e a Mãe de todos nós, inclusive da Supraconsciência, a Natureza, sem a qual o pai não existiria e não teria a matéria-prima para as suas incríveis, geniais invenções, que o levaram a dominar a Terra e a povoá-la irresponsavelmente. Por falta de educação e planejamento. Não acho que a Supraconsciência viraria as costas para nós. Será que sou eu quem escreve o script da minha vida? Há o acaso-destino sem dúvida e todo tipo de estímulo que me transmite e me tira do lugar, os mais presentes, perenes e fortes, próximos, que recebo são os da minha mãe. Meu comportamento infantilizado, dá cabimento, na cabeça dela, a me tratar como uma criança, embora tenha respeitado muito as minhas escolhas. Com um nó na garganta, mas o bom-senso prevalece. Sou só gratidão por isso. Mas antes de chegar à pizzaria, quero repartir uma mensagem que mandei para Blanka pela conta original de Instagram. São 1h54. Lá vai:





1h57. Não funcionou o celular não enviou o e-mail para mim. Vou fumar e aproveitar.

2h04. Tive uma ideia que foi sugerir a meu irmão que publique os vídeos num canal de YouTube chamado Para Vovó Denise, contendo todos os nossos filmes e os produzidos pelos netos e bisnetos, seria uma conta aberta a todos os primos, seria o canal de YouTube das novas gerações dos Gonçalves, daí eu pensei que poderia dar a minha contribuição para o canal criando o Escudo Negro, piada adorada por vovó e que seria assim:



ABERTURA

Tela branca ou com uma textura de papiro, título "O Escudo Negro" surge com o primeiro acorde da Nona Sinfonia e só ele. Nome evanesce e corta para tela preta, sem som.


Tela preta por um minuto.

Narrativa feita com aqueles leitores automáticos de texto com voz masculina mixada para parecer um robô falando. As legendas aparecem com um rápido fade in / fade out entre elas e 3 segundos entre uma e outra (consequentemente entre a narração do robô) A legendas são em amarelo e itálico. 5 segundos separam a última frase das demais

Loc. off e legenda (após o 1 minuto de silêncio e negritude): Close no Escudo Negro em hiper slow motion / enquanto uma guerreira o empunha / em direção ao inimigo / Aos inimigos / Ela parte para a luta de vida ou morte.

30 segundos de tela preta e silêncio, na locução com legenda (amarela e sem estar em itálico): PAUSA PARA FUMAR





2h41. Várias coisas derivaram da lembrança de minha chegada e estada na pizzaria. Narrarei primeiramente como percebi a minha ida à pizzaria em frente ao prédio hoje. Bom, a rua deserta, eram pouco mais de 23h, não me ofereceu obstáculos e esperas para cruzá-la. Ao me aproximar da entrada da pizzaria, eu achei que o rapaz que estava limpando o chão, disse algo “olha, seu Mário aí! Olha ele aí." Cruzei a porta e fui – exagerando um bocado – “ovacionado”, a galera se manifestou em conjunto numa calorosa recepção à minha presença. Eu não lembro se consegui agradecer de pronto, mas em algum momento disse que era muito grato por terem lido o meu blog, que era (e é) uma honra ser lido senão por conhecidos, sou péssimo com nomes, certamente não por completos desconhecidos, sei que talvez um sonhe em ser jogar futebol, pois não desmentiu o que o amigo de trabalho confidenciou, depois o bróder de amarelo, que acho que tem um grande futuro pela frente porque tem a perseverança e a inteligência para alcançar isso, muito animado, me mostrou que eu poderia divulgar meu blog pelo Instagram, não entendi sinceramente o que precisava fazer, entendi que era criar um avatar alternativo intitulado Jornal do Profeta e começar a convidar deus e o mundo para seguir, não entendi como inserir o link para o blog, julguei que pelo modo Story que nem sei como usar. Disse também para criar um grupo chamado Jornal do Profeta e postar meus links e convidar todos os meus amigos de Facebook. Isso eu achei mais legal. E foi aí, que já no hall de serviço do prédio relembrando esse momento ímpar na pizzaria onde sem dúvida me senti especial, mais que um mero cliente, como igual, como um ser humano igual a eles, o que deveras sou e é tudo o que todos nós somos, iguais, uns tiveram mais sorte que outros, não precisaram ir busca sua sorte, como o pessoal da pizzaria faz e o conselho que daria a eles, é se qualifiquem e se cadastrem no Linked in. Ou algo assim.





VOLTANDO À NARRATIVA DO ESCUDO NEGRO

Após um minuto de silêncio após a última locução a voz de robô volta com as letrinhas sem estar em itálico. Ei, /ei você que está assistindo isso!/ Não tem muita coisa acontecendo no filme,/ vamos trocar uma ideia? / Pense em uma coisa que você deseja/ que você acredita que seja possível alcançar/ Que não seja a sua própria morte nem nada contra ninguém. / Agora pense no que você está fazendo efetivamente para realizar esse desejo, / ele não se realiza sozinho!/ Você é que o realiza, /qualquer mudança desejada /é operada nós mesmos. / Eu sou realizado. / Eu realizei e realizo tudo o que me propus. / Por isso, posso dizer: / ninguém nunca estará satisfeito, / somos animais que sempre querem mais, é uma peculiaridade nossa, / mas é possível chegar o mais perto e saciar as vontades / que são a de ser e estar exatamente do jeito que quer ser e estar, ou quase. / Afinal, como diria Mallu, “quase já é muito bom”.

Deixa eu ver se o celular já carregou e envia o e-mail com o texto que postei para a Blanka.





03h26. Não.

Mais 1 minuto de silêncio.

Volta voz de robô com legendas em itálico: Panorâmica de uma caverna, repleta de estalactites, estalagmites e toda sorte de obra subterrânea e surpreendente do escorrimento dos séculos, ao fundo dessa caverna, onde o sol não alcança, a guerreira ferida está morrendo, foge e se recolhe como um velho urso nos seus momentos finais. Ela emite um som que é um canto e um sufocamento, um gorgolejar ao mesmo tempo. São várias vozes simultâneas, vários gritos de várias almas femininas que se uniram dentro daquela mulher. Nem belo nem feio, só profundamente humano. E às vezes o humano gera aflição. Ainda mais tendo o corpo todo perfurado por flechas envenenadas com veneno terrível, com um rim e o baço estouradas pelo corte profundo das cabeças das flechas. E mesmo assim continua guerreira, mãe, mulher. Tormento e paz se entrelaçam num abraço final. O Escudo Negro tomba para nunca mais na escuridão.

Entra aquela muito louca de Medúlla (que é um sofrimento e uma experiência escutar) em algum momento da narração e fica só a música até o fim onde aparecem os créditos.

- Montagem, direção, edição, sonorização, produção, realização, meu amigo cineasta.
- Música incidental: Nananã de Björk
- Conceito e roteiro: Mário Barros
- Voz: programa tal

Cada crédito desse vai aparecendo na ordem apresentada e permanecem na tela todos juntos por 30 segundos.

Locução em off: Ei! Quer ler mais sobre quem fez isso, leia o blog jornaldoprofeta.blogspost.com.
Minha avó, você, se o YouTube chegar até você, vó, me ensinou uma piada que nunca vou esquecer: um bando de preto retinto de calça arriada mostrando a bunda: como é o nome do filme? Fácil: Os “cu” dos “nêgo”. Ou, dã, O Escudo Negro.

4h06 - Se meu amigo cineasta produzir, eu crio o canal e sua prima caçula mostra para você. E acho, como disse, que deve ser de todos os primos mostrarem o que quiserem, todos da família. Mandarei o link desse post para o meu amigo cineasta, acho que é uma coisa fácil de fazer e que pode esquentar os tamborins dele. Será que dá para botar gif animado em filmes?

NARRATIVA FINAL
Eu sofri muito, lutei o máximo que pude contra a minha natureza, sempre me senti um merda (e acho que continuo me sentindo), por covardia e cansaço, quis desistir de mim, quis desistir da realidade, passei por um período de total escuridão. (HIATO) E hoje estou aqui, levando a vida que pedi a deus, usei o que aprendi e reverti minha situação. (HIATO) Há algo que me fere ainda. A solidão de amor de amantes, penso que é a única escuridão, a única luz apagada que carrego. Faz parte do caminho que escolhi. Ou não. O "não" ganha dentro de mim. Estou fazendo o meu melhor para reverter isso. Sucederei? Leia no Jornal do Profeta. Hahaha. FIM

Vou fazer o grupo de Facebook e convidar os meus dois amigos escritores a participar do grupo postando

Enquanto criava o grupo e convidava as pessoas (há um número limite de convites que posso fazer aparentemente), meu celular carregou, eu o liguei e as mensagens foram enviadas, menos a última que quero que encabece o post em todos os sentidos. Ficou gigante esse post e foi uma delícia tecê-lo e viver o que foi descrito. Agora que os e-mais chegaram, posso postar o que escrevi para Blanka:

“Não precisa falar de madrugada é um assunto demasiado particular e trato com você apenas. Quando estiver só e tranquila, entre em contato, eu espero”.





4h52. Ela concordou. Não teve Dalmadorm hoje, então não consigo dormir, por isso tanto texto. E porque muita coisa me afluiu. Estiquei as ideias hoje. É bom, me diverte sobremaneira. Deveria tirar algumas fotos para tornar a leitura menos maçante, vou tirar algumas Do quarto-ilha.





5h11. Acabei de fazer as fotos, fumar, transferi-las por USB, vou tratá-las, revisar esse texto e postar. Pois é, essa é a disposição que a falta de Dalmadorm a esse horário acarreta. Sinto que essa ideia do bróder da pizzaria de criar o grupo e convidar todos os meus amigos e conhecidos, salvo raras exceções, muito invasiva, mas está feito ou começado, irei até o fim. Cheguei ao fim do texto. Agora à preparação da postagem.





6h19. Acabei de revisar, fumar um cigarro para comemorar, talvez comer e tentar me deitar.

6h29. Meu padrasto acordou, acho que mamãe acorda as 7h. Vou aproveitar o resto de privacidade que me resta antes de mamãe vir bater aqui e me obrigar a me deitar. Depois volto para publicar.



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