sexta-feira, 13 de abril de 2018

MAIS SOBRE O LIVRO E AS TENTATIVAS DE PUBLICAÇÃO


22h50. Depois de ter passado o dia quase inteiro revisando o “Diário do Manicômio” escrever algumas palavras inéditas se fez uma necessidade extremamente urgente. Estou com muito sono agora, mas precisava dizer algo novo mesmo que pouco. Tenho dúvidas sobre a validade literária dos meus escritos. De qualquer forma tentarei as vias que se me apresentam. Acho que pintei o Manicômio com cores demasiado alegres o que não é o que se espera de uma obra como a minha, que sugere uma visão crítica e nefasta do local e das experiências lá vividas. Todos esperam pelo título um manifesto contra o sistema manicomial um protesto, uma grande queixa e não é isso que ofereço. Há uma pequena parte dessa natureza que pipoca aqui e ali, mas de todo trato o internamento no Manicômio como uma coisa aprazível, o que pode torcer vários narizes. É a minha verdade, a minha percepção dos fatos, acho-a tão válida como qualquer outra. Se tive prazer e alegria lá, que posso eu fazer? Tentei aproveitar a internação da melhor forma possível e a situação me foi extremamente favorável, não vou mentir e criar um texto me lamuriando e criticando tudo e todos. Fui o mais sincero que pude. E fui bastante sincero. O máximo que consegui ser, quem conhece os meus textos sabe que é assim que me mostro e mostro as coisas do mundo. Com o máximo de transparência e honestidade que sou capaz. Não sei se o texto entretém. Para mim é uma viagem no tempo, um passeio pelas minhas recordações que revivo à medida que reviso, então minha visão é muito tendenciosa. Quero crer que o texto tem uma boa cadência e acontecimentos pitorescos suficientes para que o leitor se engaje na leitura, mas posso estar completamente equivocado na minha aferição. É certo que tudo se torna mais fácil com um padrinho ou uma madrinha de renome. Li 149 páginas hoje à procura de erros e não me foi tedioso. Parei porque estava cansado. Espero terminar as 234 (contando os anexos) amanhã.

23h13. Minha irmã PE veio ver o Hulk e ficou meio espantada com ele. Perguntou se eu dormia de boa com ele a me encarar. Disse que tinha o maior orgulho da peça. Ela acha que o meu sobrinho, filho do seu irmão, vai pirar com o Hulk. Eu supunha que ele ficaria com medo. Veremos, espero que não queira tocar na estátua. Se derrubarem o Hulk no chão, não me perdoarei. E ficarei muito fulo com quem fizer tamanho disparate. Espero que nada aconteça a ele quando as crianças se fizerem presentes.

23h19. Acho que o Vaporfi está com o atomizer inutilizado novamente. Acho que é preciso substituí-lo. Não o farei hoje, estou com sono e a mente cansada do esforço da revisão.

23h35. Fui fazer mais uma boquinha na cozinha. Hoje eu comi muito. Não sei que danada de fome foi essa. Almocei, jantei e ainda comi um bocado de bagana agora. Queria emagrecer, mas se continuar nesse ritmo não vai rolar, não. Estou mais magro agora do que quando entrei no Manicômio. Perdi dois quilos. Queria seguir perdendo, mas acho improvável. Não queria ganhar tampouco. O sono me alcança, acho que vou me retirar. É, vou.

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21h17. Como disse no post anterior, mandei uma mensagem para a escritora que mora aqui no prédio. Amanhã tentarei mandar o texto para os cabeças do Albergue de Drogados. E ligarei para o contato na editora da escritora. Usei parte deste texto como suposto texto da contracapa. Nossa, tem assuntos que são muito recorrentes no livro que chegam a enervar quem lê. Tenho certeza disso. Acho que preciso revisar com mais cautela o Anexo II, mas não tenho disposição para tal agora. Estou curioso com as respostas que obterei amanhã da editora e do Albergue de Drogados. Deixarei esse post em aberto até obter as respostas de amanhã. Quem me dera fossem ambas positivas, ou seja, que o administrativo do Albergue de Drogados se comprometesse a repassar o e-mail para os chefões e que a moça da editora aceitasse que eu mandasse o arquivo digital com o livro para ela apreciar (ou quem de direito ler). Queria também receber uma resposta da escritora, mas se nem da minha leitora eu recebi resposta que dirá de uma sumidade como ela. Vou tentar esboçar o que vou escrever no e-mail que intento mandar para os chefões do Albergue de Drogados. Vamos ver como sai.

Caros Dr. Evaldo e Dr. Escobar,

Aqui é Mário Barros, já estive internado aí algumas vezes e talvez algum dos meus quadros ainda esteja pendurado nas paredes do RAID, não sei se lembram de mim, já faz tanto tempo...

De qualquer forma, venho aqui pedir a ajuda de vocês uma vez mais, com um pedido peculiar, escrevi um livro intitulado “Diário do Manicômio” e acho que o nome é autoexplicativo. Meu sonho é vê-lo publicado. Pensei com os meus botões quem poderia me ajudar e vocês foram as primeiras pessoas que me vieram à cabeça. O livro está em anexo, em formato PDF para a apreciação de vocês. Se acharem válida a sua publicação, pediria que me ajudassem a concretizar tal intento. O sonho de um escritor é ver sua obra publicada. Sei que sonho alto, mas creio que apadrinhado por sumidades como vocês eu teria uma chance. Por favor, se pudesse me pôr de joelhos o faria, peço que deem uma lida no material e me respondam com toda sinceridade se podem me dar essa força. Seria perfeito ter prefácios escritos por vocês, se acharem válido agregar seus nomes a obra. Ou não. Eu entendo perfeitamente se acharem a obra ruim e o meu pedido me ser negado, afinal a recuperação é a arte de se contrariar. Só peço que me respondam algo, para o bem ou para o mal. O meu e-mail é xxxx@xxxx

Grato pela atenção e por toda a ajuda que o RAID me proporcionou.

Sincera e atenciosamente,

Mário Barros.  

22h29. Acho que mandarei assim o e-mail se me passarem algum endereço eletrônico de contato. Resta falar as palavras certas para a pessoa do administrativo para que realize a tarefa de repassar o e-mail para eles. Torçamos. Sobre a editora, é capaz que mandem eu imprimir a obra e enviar encadernada. Espero que não. 234 páginas ou tantas mais se pular de página a cada novo dia e tiver que fazer uma folha de rosto.

0h03. Já estou demolido pelo sono. Vou acabar o copo de Coca e ir me deitar. Amanhã é um dia decisivo para o futuro da minha obra.

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10h34. Acordei agora há pouco e estou sem coragem de fazer as ligações. Saco. Espero que o café me ajude a recompor a coragem. Ele está sendo feito. Espero que me dê coragem para um pouco mais, aparar a barba e os pelos pubianos. Há anos não aparo os pelos pubianos, pois há anos não tive ou criei oportunidade de mostrar e utilizar o meu membro com ninguém. Fará bem à minha autoimagem.

12h15. Aparei os pelos e tomei banho enquanto a fantástica faxineira dava uma geral no meu quarto. Agora é horário de almoço. Só poderei entrar em contato com quem me propus depois das 14h00. Precisamente às 14h30 ligarei para o Albergue de Drogados. Depois para a moça da editora. Acho que o contato com a escritora não vai dar em nada. Talvez nenhum dê em nada, estou meio sem esperanças, mas alguma ainda me resta. Sei que é um alívio não ter mais caderno ao meu lado para digitar. Por mais que quisesse transcrever o que escrevi durante a minha mais recente recaída, mas minha mãe escondeu o caderno.

13h59. Combinei com o meu amigo cineasta que iremos fazer a prova de vida na quarta pela manhã. Meu primo urbano me mandou uma música para apreciação. Dei a minha opinião sincera e de leigo. Ele vem ver o Hulk hoje. Minha mãe não quer me dar o caderno para eu transcrever, acho isso um desrespeito com a minha pessoa, mas ela tem receio de que eu recaia se eu ler. Eu acho que eu tenho o direito de ler. E de acrescentar à minha obra, afinal fui eu quem escreveu.

14h16. 14 minutos para fazer os contatos que podem me ajudar a realizar o meu sonho. Ter o livro publicado é o sonho de qualquer escritor, eu suponho.

14h23. 7 minutos para as ligações, espero que alguma vingue. Aliás queria que ambas vingassem. Em retrospecto fui muito redundante em relação à mudança para o Anexo masculino e em relação a Aurora, mas foi como se deu, é como tem que ser.

15h41. Meu primo veio aqui e adorou o Hulk. Achei o caderno com as minhas anotações de quando estava cheirando cola na minha última recaída e não lembrava de ter escrito linha sequer disto. De qualquer forma, já digitei e inseri no Anexo III do “Diário do Manicômio”. Vou fazer as ligações.

15h46. Fiz a ligação para o Albergue de Drogados e me deram o e-mail principal deles e a garantia que repassariam aos chefões. Copiarei e colarei o que escrevi acima, anexarei o texto e enviarei.

15h51. Enviei para o Albergue de Drogados. Infelizmente o meu contato na editora da escritora não estava lá, disseram para eu ligar amanhã pela manhã. É o que farei. Nossa, acho terrível falar por telefone, é algo que me deixa bastante empulhado. Já botei duas engrenagens para girar, a escritora (pelo Facebook) e os chefões do Albergue de Drogados por e-mail. Confesso ter pouca fé que alguma dessas vias dê resultado, mas é esperar para ver. Só não sei até quando vá se essa espera. De resto me falta a cartada mais alta do jogo falar com a editora em si.

16h09. Estou tentando ainda uma quarta via que é um tio meu que já publicou livros e, pelo visto já trabalhou em editora até. E além disso é distante da família na medida certa, é ex-marido da minha tia consanguínea, então poderá guardar segredo sobre o conteúdo do livro dos meus familiares. Que só quero que leiam se publicado.

17h33. Consegui o e-mail com a minha tia, sua ex-mulher, e lhe mandei o seguinte texto com os aquivos em docx e PDF anexados:

Tio,

Sei que isso parece oportunista – e em verdade é –, família só aparece para pedir favor e não fujo a essa regra. Vou direto ao assunto. Eu escrevi um livro sobre um período muito peculiar da minha vida, intitulado “Diário do Manicômio”. Anexarei o texto em PDF e Docx para você dar uma olhada e se achar meritório e puder, me dar uma ajuda para publicá-lo, afinal você já publicou livros deve saber o caminho das pedras. Gostaria muito de saber a sua opinião sobre o material, mas pediria sigilo absoluto em relação ao seu conteúdo. Até para Tia Benira. Só queria que a família descobrisse quão podre e corrompido eu sou depois e se publicada a obra. É o grande sonho da minha vida, que passo os dias a escrever, literalmente (só que para um blog), ter uma obra impressa com ISBN e tudo o que tem direito. Em suma, peço a sua ajuda se achar que o conteúdo vale a pena. E sigilo absoluto para os familiares. Se possível, aguardo resposta. Nossa, como me sinto constrangido fazendo isso, mas ponho na minha cabeça que estou perseguindo o meu maior sonho e por isso lhe incomodo com as minhas sandices. É isso. Estou aqui torcendo por uma luz.

Beijo grande, tio!

Mário.

17h35. Três vias exploradas. Estou fazendo o máximo que posso. Acho até que estou indo além dos limites do sensato. Fico com medo de estar entrando em estado de mania. Espero que não. É só que, quando tenho algo que desejo muito – e não há nada que deseje mais do que ser publicado –, eu realmente não meço esforços e sou até ousado, ultrapassando até os limites do bom senso. Como acho que fiz ativando o meu tio. Me sinto constrangido. Mas agora já foi. Será que realizarei o meu grande sonho? Estou esperançoso. Isso não é bom, por que quanto mais alto eu esteja maior vai ser a queda. Ainda há a cartada final amanhã de manhã. Acho que o texto é muito redundante em dois aspectos, o desejo de ir para a Casa Azul e Aurora. Nada posso fazer sobre isso. Não adulterarei o que escrevi pois isso lhe roubaria a honestidade e transparência em troca de uma cadência mais agradável. Não acho a troca justa. Mas se algum editor ler, pode ser que queira alterar alguma coisa (ou muita coisa) e serei totalmente aberto a sugestões para incrementar o texto, não vou desdizer alguém que entende do traçado. Pode ser que queira extirpar os anexos, não sei. Acho que estou ficando louco, fazendo tais projeções de que minha obra vai chegar às mãos de um editor. É delírio. Eu sei sonhar não custa nada, mas nesse caso há um preço que não me agrada pagar que é a frustração das minhas expectativas. Tenho que me preparar para a realidade mais provável que é a de que minhas palavras morrerão comigo. Não as publicarei em forma de blog.

18h17. Aproveitei que a fantástica faxineira estava aqui para lavar o liquidificador e fiz milk-shake para mim e para ela. Nossa, estou muito envergonhado de ter compartilhado o texto com meu tio. Ele vai ver como sou uma pessoa podre por dentro, vai ter vergonha da minha pequenez de espírito. Por outro lado, acho que seja a pessoa com mais potencial de me ajudar, acredito que ele, por carinho pela minha pessoa, vá ler por mais longo que o texto seja, afinal acho que é afeito a leituras.

18h27. Meu tio acabou de me ligar e disse que está interessado em publicar! Urrú! Vamos ver se ele vai achar a mesma coisa depois de ler. As cartas estão quase todas na mesa. Falta eu falar com a moça da editora. Mas meu tio me deu muita motivação. Me fez quase crer que é possível. Mas ele não leu para saber. Quando vir o quanto eu redundo e se deparar com o meu português de araque, ele vai vir com um, “olha, Mário, infelizmente...” e por aí vai. Bem, ainda me falta a cartada final que só poderá ser dada amanhã. Mas, depois desse contato com o meu tio falarei com ela com muito mais confiança. Ou melhor, muito mais relaxado, encarando ela não mais como a última e única salvação, mas como mais uma opção, o que atenua bastante a tensão.

18h52. Meu tio perguntou pelo arquivo, pediu para enviar para o e-mail dele sem saber que eu já havia feito isso. Disse que ele iria se decepcionar. É bom não gerar grandes expectativas nele. Bom, o que será, será. Certamente ele vai ficar com uma péssima imagem de mim. Todos que porventura lerem, ficarão. Eu deveria reler e tirar metade das menções que faço à Casa Azul. Elas são redundâncias inúteis e cansativas. Mas isso adulteraria a verdade que vivi e pensei e desejei. Não sei, não sei, não sei. Estou na dúvida. E já mandei assim para o meu tio e para os chefões do Albergue de Drogados. O que será, será. Da outra vez que disse isso, não deu em nada que foi na noite de autógrafos da escritora. Ou deu, não sei, ainda não liguei para a moça da editora para saber. É o último flanco que me resta. Você acredita que eu já me peguei pensando em enviar um exemplar para a Veja, para ver se fazem a resenha do livro?! Hahaha. É muita viagem mesmo. Acho que estou em estado de mania ou tomei muito café, o que de fato fiz. Tomara que meu sonho se realize. Será que mereço tanto da vida? Nesse caso, estranhamente, eu acho que mereço. Acho que o conteúdo do texto é peculiar, é explícito e aborda tabus. Ou pelo menos um tabu. Acho que alguns em verdade, não sei se quebro algum, não sei nem o que significa quebrar um tabu, se for expô-lo, eu o faço. Interessante eu nunca entendi a expressão quebrar um tabu. E continuo sem entender. Nossa como queria que meu tio gostasse do material e mexesse seus pauzinhos para fazer ser publicado. Eu já imagino a capa, fundo laca gerânio, minha cor predileta, com letras garrafais e ultrabold “DIÁRIO DO MANICÔMIO” brancas ou amarelas. Quero logo passar a ideia de que não é uma coisa muito crítica e que a leitura é mais leve do que se pode supor pelo nome do texto. Senão escolheria a cor de fundo preta. Imagino algo simples assim:





Gostaria que as pessoas se apegassem aos personagens que narro, mas não fiz nada para isso. Não sei se por descrever suas ações, eu de alguma forma dê alguma profundidade emocional a eles. Realmente não sei. Não sei se há partes engraçadas, gostaria muito que tivesse. Sei que acresci os azulejos na descrição da clínica porque são algo marcante, tudo é recoberto de azulejos possivelmente pela facilidade de limpeza de quaisquer coisas com que os internos sujem as paredes. As possibilidades são várias, de tinta, a comida, a merda, a sangue. Acho que esse trecho é cabível no livro. É uma coisa que não descrevi apropriadamente. Assim eu não vou acabar de escrever nunca. A vontade que dá é revisar tudo de novo, tirar algumas menções a ir para a Casa Azul. Novamente eu já entreguei o texto ao mundo, mas posso sempre fazer algumas pequenas alterações, afinal o texto ainda é meu. Talvez o revise mais uma vez. Talvez. É uma empreitada grande. 234 páginas de Word. Penso em uma coisa ou outra que poderiam ser melhoradas. Não sei. Estou indeciso. Mas se posso melhorar, por que não fazê-lo? Eu mesmo achei irritante tantas menções à transferência para a Casa Azul, que dirá o leitor. Como acho que faço menções demais a Aurora. Por outro lado gostaria de escrever um capítulo sobre o dia mágico que vivemos. Eu o tenho escrito em algum lugar. Seria o caso de copiar e colar. Péra, vou ver se acho. Era um texto carregado de paixão pura e plena.

20h01. Achei o texto e, mais que isso, achei-o horrível. Tenho vergonha, nojo dele. Deve ser relegado ao passado mesmo. Acredito que escreva melhor agora. Não muito, mas o suficiente para desprezar aquilo que ousei pôr no papel digital. Contaria melhor a história hoje? É possível, mas não me darei ao trabalho. Acho que já está entregue, o que me gerou agora um pequeno desconforto na alma. Será que quando reler o diário daqui a algum tempo também vou achar um lixo? Bom, meu tio já foi editor, ele fará o julgamento dele, se porventura ler. Já estou achando toda a história estapafúrdia. Tudo isso porque li os diários da outra internação, quando conheci Aurora. E o que vi foi uma pessoa pior do que sou hoje. Mais inquieta e mais energética. Isso é curioso. Acho que estava em estado de mania ou simplesmente envelheci, não sei. Sei que minha transparência no outro relato me fez me ver como um canalha maior do que sou hoje. Talvez esse texto também me mostre como um canalha manipulador. Mas se sou isso, antes era ainda mais, fiquei impressionado. Estou mais sereno e mais verdadeiro também, menos ousado. Embora tenha sido ousado em querer publicar o diário.

0h46. Escrevi mais um Anexo sobre Aurora e os dois dias mais felizes da minha vida. Agora me dei por satisfeito. Só queria revisar tudo uma última vez. Mas se a moça da editora quiser que eu mande o texto logo amanhã, vai como está. Ligarei assim que acordar. Agora vou me retirar, estou com sono, não muito, mas preciso dormir para acordar cedo amanhã.

1h08. Estou sem sono e com vontade de escrever. Hoje foi um dia excitante, especialmente pela receptividade do meu tio. Novamente não sei se ele conservará tal ânimo depois de ler a obra. Não acho que tenha valor literário algum. Melhor manter esse frame of mind pessimista que me lançar em vãs esperanças. Bom, foi a coisa mais concreta que obtive até agora. Veremos quando acordar e ligar para a moça da editora.

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8h59. Acho que ainda está muito cedo para ligar. Tentarei às 10h00. Estou ainda despertando o que é um processo lento. Vou reler o que escrevi sobre Aurora com a cabeça fria para ver se é realmente válido.

10h11. Achei válido o que escrevi sobre Aurora e sobre a minha melhor viagem de cola e acabei de ligar para a senhora da editora que me disse só estar aberta para novos projetos em setembro. Ela perguntou sobre o que era o livro e eu lhe disse o título e que se tratava de uma obra autobiográfica. Ela não negou pelo conteúdo e reiterou que só em setembro. Achei improvável que me aceite e estou agora, contatadas as quatro vias de que dispunha, mais confiante no meu Tio. Vou tentar revisar o texto uma vez mais. Aliás, vou revisar isso e postar. Acho que não vou divulgar esse nos grupos. Não tem conteúdo relevante.



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