domingo, 11 de março de 2012

Nostalgia e formatura



Olhei-a dançando e mesmo sendo de outro, a vi como se ainda fosse minha. Com amor e admiração, com encantamento. Foi bom e um pouco triste. Como diria o poeta, as idéias não correspondem mais aos fatos. Nostalgia. Momento Clementine.

XXXXX

A formatura não teve muita pompa. Isso deu ao momento um tom mais real, mais suado, mais bonito, um espelho do esforço de cada um dos formandos de estar lá. As pessoas à mesa formavam um mosaico da história de Clementine e foi estranho me sentir como apenas mais um dos ladrilhos. Do alto da minha soberba e por causa importância singular e insular que ela tem na minha vida, secretamente desejei um lugar de mais destaque, proporcional à recíproca, que não se mostrou verdadeira. A amiga de trabalho dela, que não aparenta jamais ter como filho um mancebo de vinte e dois anos, foi das companhias mais agradáveis da noite. Acreditei que poderíamos virar bons amigos, se a vida nos desse as oportunidades. Acabei ganhando dela o CD de Chico cantado por mulheres que ouvimos na ida e na volta do baile.

O encontro com a minha madrasta, outro ladrilho do mosaico, trouxe fortes lembranças do meu pai e por esse aspecto foi bastante doloroso. Por outro lado, o carinho que nutrimos um pelo outro não diminuiu e foi bom revivê-lo, apesar de talvez ser o único da minha família com capacidade para tal. Não gostaria de ser criticado ou espezinhado por ser a voz dissonante. Não há erro no carinho. Tomamos uísque com Redbull e achei a mistura bastante palatável.

A formatura veio para a nova graduada e para a sua avó – e madrinha na cerimônia – como a quebra de uma maldição e, por isso, mais significativa que para a maioria dos demais formandos. Espantou-me o número de etapas do evento, muitas delas, a meu ver, totalmente dispensáveis e até – fosse eu um dos concluintes – embaraçosas. Todos, porém, viveram com alegria cada detalhe. Afinal era a noite deles. A noite dela. Foi bonito de ver.

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