domingo, 19 de junho de 2016

DENTRE UM MONTE DE BESTEIRAS, MAIS UMA: O SENTIDO DA VIDA

Faz tempo que não venho aqui, dedicado que estou ao meu outro blog, em parco e porco Inglês. É meio chato digitar em Português com o meu teclado (com disposição de teclas americana) e isso meio que me faz rejeitar um pouco este espaço na língua pátria. Preciso do adesivo com as teclas no formato ABNT para grudar aqui e saber onde cada acento e outras pontuações estão. Sempre pensar na hora de colocar um tio ou um “ç” (ou aspas) é incômodo, mas decidi que só com a prática, eu vou dominar este obstáculo. Pois pronto, hei-me treinando, como sempre sem assunto ou tema prévios.



Fui a um chá de fraldas de uma amiga minha com meu primo-irmão e ele levantou um assunto interessante. Uma teoria de um cara aí de que todo ser humano precisa de um sentido (direcionamento) para se sentir (mais) completo na vida. Até que concordo com isso. Vejo que é esta falta de direcionamento, de objetivos, o que leva muitos dos usuários do CAPS a permanecerem adoecidos (a outra parcela grande é por causa do trabalho e o restante é por causa de álcool e outras drogas). A depressão da maioria deles vem desse vazio, de não saber o que fazer com as próprias vidas e de estarem tão acostumados com este incômodo que temem a ação, a mudança, achando que ela vai ser mais dolorosa que o doloroso estado em que estão. Foram de tal forma tomados pela inércia que qualquer forma de direcionamento parece ameaçadora e negativa. Como convencê-los do contrário, eu não sei. Eu estou aposentado, mas preencho minha rotina de pequenos afazeres que me dão prazer, não me sinto paralisado ou desanimado, estou sempre a fazer algo. Tudo coisas fúteis, mas que preenchem meu tempo e me fazem, em alguma instância, me sentir produzindo, ou seja, com algum(ns) sentido(s) direcionamento(s) na vida. Acredito que se não tivesse minhas coisinhas para fazer – coisinhas que me dão prazer, é bom ressaltar – talvez estivesse tão adoecido quanto eles, pois os medicamentos ajudam até certo ponto. Em uma palavra, acredito na teoria de que uma vida desprovida de sentido é uma vida miserável e adoecida. Espero que sempre ache coisinhas para fazer para que não me sinta sem direcionamento e adoeça. Esse blog é uma das coisinhas fundamentais, dentre as coisinhas que faço, para você ter idéia de como são fúteis as tais coisinhas. Uma coisinha que preciso voltar a fazer é jogar videogame. Não sei por que mas não tenho sentido vontade nenhuma ultimamente. Mas planejo encarar Fallout 3, que dizem ser um dos melhores jogos do PS3. Mas não agora, se tenho outras coisinhas que me dão mais satisfação ao fazer. 22h19. Vulnicura de Björk acabou, não sei se ponho ele de novo ou se volto para Maria Rita. Acho que vou dar mais uma chance a Björk. Depois, acho que vou ligar meu iPod no som para ouvir coisas mais variadas (porém deveras conhecidas, pois acabo sempre colocando as mesmas músicas no iPod, mudando duas ou três, cinco, se muito).

Pronto Björk volta a ser a trilha da minha noite. Gosto deste álbum, gosto de álbuns em que o artista se desnuda e se revela, como é o caso deste, totalmente dedicado à separação da cantora. Comprei, pelo mesmo motivo, Blackstar de David Bowie, mas confesso que só ouvi umas três ou quatro vezes e ainda não consegui digeri-lo. Seria uma boa pedida depois de Björk, em vez do iPod. O iPod pode vir depois de Blackstar. É um disco curto, o que desgostei dele foram as letras, por demais herméticas para mim e pouco reveladoras de seu sentimento frente à morte iminente. Mas o tom do disco é sombrio e pesado, o que o torna uma experiência difícil, pelo menos à primeira vista. Pronto, é isso: Blackstar depois de Vulnicura. Depois iPod.

Será que quando tiver minha morte declarada, caso ela seja deste tipo de morte eu vou trazer diferentes insights? Certamente, eu acho. A chegada da morte deve ser uma experiência transformadora sobre valores e visões de mundo. Ao que realmente eu darei importância quando a indesejada das gentes vier bater na minha porta? Que arrependimentos virão? Certamente o de não ter aprendido a dançar forró será um deles. O fato de ter sido tão envergonhado perante o sexo feminino será outro. Eles já me incomodam agora que acho que tenho muito tempo para resolvê-los, imagino às portas da morte, então. Seria bastante satisfatório se resolvesse esses dois assuntos o quanto antes, pois sabe-se lá o dia de amanhã. Principalmente para alguém que maltrata tanto a máquina-corpo como eu.

Mudando de assunto, vocês sabiam que não revelo tudo neste blog? Revelo 90%, mas há esses 10% que não consigo, nem acho cabível tratar aqui. Principalmente porque tais assuntos poderiam me prejudicar de diversas maneiras, creio eu. E não falo em recaídas. Recaídas são assuntos que trato abertamente aqui, mas, graças, estou limpo desde que saí do internamento. Mas, voltando ao assunto, ninguém é 100% transparente, não é? Todos têm seus esqueletos dentro do armário. Eu tenho os meus e com eles lido apenas com meus terapeutas e olhe lá. Com eles, sou 97,8 % transparente, então vocês, comparativamente, têm acesso a uma grande parcela de mim. Mas admito, até eu meço palavras, por questões de autopreservação. E para que algumas das coisinhas que me dão sentido frutifiquem. 23h04. Fui à cozinha fumar e procurar por comida e acabei comendo um pastel de natas que eu nem sei de quem era que encontrei na geladeira. Ainda bem que havia três, logo penso que, em sendo três aqui em casa, um era para mim. Tomara. Senão amanhã vou ouvir. Já vou ouvir mesmo sendo um meu, eu acho. Mas só encontrei o resto do almoço depois. E já aviso que irei devorá-lo dentro em pouco. Talvez quando o disco de Björk acabar. Vamos ver. Ainda bem que, devido à maravilha que é a escrita, vocês não precisarão esperar eu comer para ler o que escreverei a seguir, se ainda estiver escrevendo isso até lá. Estou finalmente assistindo o anime Evangelion, pois comprava as bonecas do Evagelion, mas sem nunca ter assistido episódio sequer. Confesso que minhas expectativas eram grandes e confesso que não cheguei nem na metade da série, mas confesso que, até agora está aquém das minhas expectativas. Embora haja vários pontos que espero que sejam explicados e as personagens das quais eu compro bonecas Asuka Langley e Rei Ayanami têm as personalidades mais ou menos como as imaginava, só que elevadas a enésima potência. Acreditava que Rei era mais reservada e séria e Asuka mais expansiva e emocional. O que de fato é, mas Rei é tão apática que parece quase um robô e Asuka tão expansiva que beira o histerismo, quando não chega de fato a ele. Curioso como os artistas que fizeram as bonecas conseguiram transmitir as personalidades das duas para os modelos, me dando uma vaga, porém certa, percepção de como elas são no anime. A fome pode esperar.23h22. O CD de Björk acabou. Vamos para Blackstar.

O disco é extremamente bem produzido, misturando eletrônico com elementos jazzísticos e definitivamente não é um disco feliz, não é melodicamente acessível, eu diria até que é meio amelódico tirando um trecho ou outro mais leve. Mas aí estou analisando apenas a primeira música. E não vou fazê-lo com o disco inteiro porque não me interessa. Sinto uma pitada de Radiohead no disco, não sei por quê. Preciso me acostumar com o teclado. Tudo na disposição de teclas dele é pior. As setas direcionais, os botões “fn”, “delete”, “home” e “end” dentre outros, são minúsculos. Definitivamente não foi um teclado pensado para pessoas que gostam de escrever. Os tamanho e as localizações das teclas “home”, “delete” e “end” são um crime. Até me acostumar com elas vai levar tempo. Com elas e com as setas direcionais. Com a localização dos acentos, pontuações e o que mais comumente se usa, eu já estou me acostumando, ainda bem. Já me sinto mais confortável com o teclado e digitando quase tão rápido quanto antes. Realmente o disco de Bowie é difícil de escutar e acredito que ele fez assim intencionalmente. Não há hits ou baladas stricto sensu. É um conjunto de músicas estranhas com arranjo criativo e estranho. Eu gosto. Mais do conceito que das canções, mas acredito que as canções são uma questão de costume. Algumas são quase dissertadas. Há duas exclamações no botão da HP na barra de tarefas que estão me incomodando. Vou ver que diabos é isso. 23h43. Acho que acabei de fazer merda no meu computador, mas dessas que dá para desfazer. Coloquei 20% do HD como parte utilizável para backup. É um pedaço grande do HD, mas achei que era o necessário. Qualquer coisa diminuo de novo.

00h39. Facebook me tirou do foco. Vou comer.

00h53. Blackstar acabou faz tempo, mesmo antes de eu ir comer. Vamos para o iPod.  

00h55. Pronto. Legião, Leila. Pensando se assisto Evangelion ou fico aqui com você, quem quer que você seja. Ou vou dormir. Depois de comer, o sono sempre bate em mim. Eu fiz o que o “HP Assistant” pediu e mesmo assim as exclamações não desapareceram. Descobri que tinha que apagar a mensagem para elas desaparecerem. Finalmente. Pô, duas exclamações o tempo todo na sua cara fica parecendo que o computador está com um superproblema. Negócio chato. Mas, enfim, resolvido. Esse negócio da exclamação, por exemplo, já é uma coisinha para eu ocupar meu tempo, usar um pouco a cabeça. É simples e besta, eu sei, mas enquanto estava focado nisso, esse era o meu sentido. Eu tinha um propósito. E a sensação de realização aparece. É um sentimento gostoso de sentir. Sentirei o mesmo quando acabar este post e publicá-lo. E quando acabar o terceiro DVD de Evangelion. São coisas banais, mas que na minha existência banal e fútil, dão um sentido, uma direção e um senso de realização. Por falar nisso, Fallout 3, pelo que me disseram vai me dar uma grande sensação de realização, pois parece que o jogo é enorme. Gostaria de me prometer que vou começar a jogá-lo amanhã, mas não tenho tanta certeza disso. Até porque pode ter Vila Edna amanhã. Que é outro dos prazeres que tenho na vida. Adoro o pessoal de lá. Adoro, não, amo. Acho que vou ficar por aqui para ver o resto do DVD.

Eu sei que é uma data comercial, mas quem tem pai, deseje feliz Dia dos Pais e dê um abraço bem apertado nele. ;)

3 comentários:

  1. Mario, lendo tuas divagações sobre a morte, lembrei de um texto que me marcou muito, chamado "A morte como conselheira", de Rubem Alves. Lê e me diz o que tu acha!

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  2. Mario, lendo tuas divagações sobre a morte, lembrei de um texto que me marcou muito, chamado "A morte como conselheira", de Rubem Alves. Lê e me diz o que tu acha!

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    1. Ana H (de Holder?) eu odeio ler! Infelizmente, acho improvável ler esta obra, só se ela cair em minhas mãos e for fina, O que é bastante improvável. Fico devendo esse favor.

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