sábado, 11 de junho de 2016

BLOGANDO DO CELULAR ALGUM NÚMERO AÍ

Estou, por assim dizer, na missa de sétimo dia do pai de uma grande amiga minha. Por assim dizer, pois estou do lado de fora, sentado próximo à entrada da igreja. Não gosto de liturgias, principalmente as voltadas à morte e ao luto. Olhando a tela do celular de longe, percebo que preciso trocar de óculos, a tela me parece curva. 

Agora percebi, há uma estátua de Dom Hélder atrás de mim. Ele parece confiante e sorridente. É uma imagem que transmite uma energia boa, diferente das que comumente vejo em igrejas, que parecem todas sofrer. Acredito que a imagem de Hélder tenha sido feita à sua semelhança também na estatura, pois é de um homem mais baixo que eu. Me sinto meio pecaminoso ou desrespeitoso para com a minha amiga por estar aqui fora digitando ao invés de lá dentro ouvindo a prosódia do padre. Mas não me sinto nenhum pouco inclinado a me submeter àquilo. Devem ser palavras edificantes e saudosas ou deveriam ser, ao menos. Obviamente tudo dentro do contexto da ótica cristã, mas não em demasia, eu creio. Um pai brinca com um pequenino menino aqui fora, talvez tão inadequado quanto eu lá dentro. Por motivos totalmente outros, claro. Estou com fome, mas com fome ficarei pois não tenho dinheiro pra tanto. Só para as Coca-Colas. Uma seria extremamente bem-vinda agora, por falar nisso. Estou sem saco e me sentindo desconfortável com a minha postura, ou seja, com a minha escrita.

20:39. Fumei um igualmente pecaminoso cigarro e volto às palavras para me esconder das pessoas conhecidas e desconhecidas que ficaram fora da igreja. Não quero interação com elas. Quero interação com minhas amigas. A vontade é a de pular o tempo e o espaço e me encontrar numa mesa de bar tranquilo com elas. Uma miserável assiste e canta a música "é perdoando que se é perdoado..." mas não ousa botar os pés dentro da igreja, mesmo sendo, até onde entendo, a Igreja a casa dela mais do que a de qualquer outro aqui. Olho para um homem obeso na faixa dos 40 anos. Terei eu a mesma aparência decrépita dele? Será que pareço tão adulto, tão "senhorzinhol" quanto ele? Como queria que não. Meu espírito não cabe nessa aparência. Se já a tenho, então nenhuma garota que me interesse jamais se interessará por mim. E talvez seja a verdade, que só eu relute em enxergar. Mas me sinto tão mais jovial que aquela aparência. Não, não estou tão assenhorado assim. Parece que a missa acabou, então acabo aqui também. Por ora. 20:56.

-x-x-x-

0h32. Já estou em casa, no meu computador (antigo), porque infelizmente não houve a saída com minhas duas amadas amigas e eu. Era de se prever. Pelo menos marquei presença na missa, mesmo que do lado de fora e só tenha dado praticamente um abraço na minha amiga agora órfã de pai como eu e minha outra amiga e tendo essa toda a nossa interação. Acho que ambos não estávamos dispostos a mais do que isso. Acontece, principalmente numa hora dessas em que já se falou e foi acalentada por um tanta gente. Minha carona para casa esticou para um forró no Poço da Panela, mas o meu forró no Poço da Panela é amanhã. E novamente não consegui colocar meu nome na “lista amiga” e ganhar o desconto na entrada. De toda sorte, meu primo vai e isso já é garantia de uma noite divertida. Vou parar de escrever por aqui porque, sinceramente, estou cansado e cansado de escrever, principalmente, por hoje. Chega. Boa noite.


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